SEGUNDA EDIÇÃO DE 10-6-2017 DO DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NO O ANTAGONISTA
Temer tenta se limpar na sujeira da JBS
Brasil Sábado, 10.06.17 09:57
Trecho final da matéria da Veja sobre a suspeita da Polícia Federal de que a JBS usou informação privilegiada para obter vantagens indevidas (R$ 600 milhões) no mercado de capitais:
"Se ficar provado que os delatores usaram a colaboração para cometer um crime, o próprio acordo, selado pela PGR, estará ameaçado. Além disso, o acordo exige que o delator não cometa mais nenhum tipo de crime. Se cometeu, mais uma razão para o acordo cair. Depois de duas semanas de tensão, não poderia haver notícia melhor para o governo."
A reportagem deve ter sido escrita antes da decisão do TSE.
A duplicidade de Lula
Brasil 10.06.17 09:50
O Radar da Veja confirma o que O Antagonista vinha dizendo em Reuniões de Pauta:
"Em público, Lula defende eleições diretas. No seu círculo mais próximo, porém, diz que o melhor cenário para o PT é que Temer permaneça no cargo e fique sangrando até 2018."
Temer e Aécio na mira de novas delações
Brasil 10.06.17 09:41
Michel Temer e Aécio Neves ainda podem se complicar mais.
Lúcio Funaro prometeu os registros de uma conta de Temer no exterior, embora a PGR ainda desconfie da veracidade; e o "operador" de Aécio, Oswaldo da Costa, o Oswaldinho, está iniciando uma delação premiada.
As notícias são do Radar da Veja.
O método da impunidade
Brasil 10.06.17 09:17
De Ricardo Noblat, no Globo, relembrando a estratégia de Michel Temer para sair impune no TSE:
"Antes, um ministro amigo do governo pedira vista do processo, dando tempo assim para que dois colegas [Henrique Neves e Luciana Lóssio], supostamente favoráveis à impugnação da chapa, fossem substituídos por outros mais confiáveis [Admar Gonzaga e Tarcisio Vieira].
Então no País da jabuticaba, tida como uma fruta nativa, o que jamais foi, inventou-se a investigação para não punir ninguém. A investigação pelo simples prazer de investigar. A investigação por pura curiosidade. Foi o primeiro julgamento onde possíveis criminosos acabaram absolvidos por excesso de prova."
Eles voam com o seu dinheiro
Brasil 10.06.17 09:06
O Brasil está em quarto lugar no ranking de compra de passagens aéreas com cartão de crédito clonado, informa a Globonews.
Nunca antes na História deste País voou-se tanto com o dinheiro dos outros.
As 7 sujeiras varridas pelo TSE para baixo do tapete
Brasil 10.06.17 08:33
O Globo resumiu os sete pontos de abuso político e econômico da chapa Dilma-Temer listados pelo relator Herman Benjamin e varridos para baixo do tapete por quatro ministros do presidente:
1) "Propina gordura", acumulada em anos anteriores e usada na eleição, oriunda da Petrobras.
2) Pagamentos feitos aos marqueteiros João Santana e Mônica Moura pelo estaleiro Keppel Fells.
3) Recursos desviados da Sete Brasil, fornecedora da Petrobras.
4) "Propina gordura" da Odebrecht.
5) Compra de apoio político de outros partidos a fim de apoiar a campanha.
6) Pagamentos via Caixa Dois para João Santana e Mônica Moura.
7) Gastos ilícitos com gráficas contratadas para prestar serviços à campanha.
"Benjamin ressaltou que, mesmo excluídas as delações, há provas robustas que justificavam a cassação: por exemplo, compra do apoio de partidos políticos, pagamento por serviços não prestados por gráficas de fachada e contratos de construção de navios-sonda com pagamentos de propina.
Em seu voto, o relator ainda disse que, mesmo que não houvesse nenhum ilícito ou infração isoladamente muito grave, o 'conjunto da obra' justificaria a cassação do mandato."
Mas a cegueira voluntária é imbatível.
Adiar decisões é rotina no PSDB
Brasil 10.06.17 08:20
Em 27 de maio, O Globo entendeu, a partir de declaração de Ricardo Ferraço, que o PSDB havia estabelecido o dia 6 de junho como data-limite para a decisão de desembarcar do governo de Michel Temer.
"O Antagonista entende que ultimato tucano soa sempre adiável", comentamos aqui.
Neste sábado, 10 de junho, a coluna de Lauro Jardim, no mesmo O Globo, publica:
"O PSDB deve adiar mais uma vez, na segunda-feira, 12, a decisão sobre desembarcar ou não do governo Temer."
Quem depende do PMDB para salvar Aécio no Senado não quer ir a lugar algum.
"Quatro juízes lavaram dinheiro sujo"
Brasil 10.06.17 08:11
De Demétrio Magnoli, na Folha, sobre os votos de Gilmar Mendes, Admar Gonzaga, Tarcisio Vieira e Napoleão Maia:
"Quatro juízes lavaram dinheiro sujo. A sentença do TSE de absolvição da chapa Dilma/Temer equivale a uma declaração de que, no Brasil, fica legalizado o desvio em massa de recursos públicos para financiamento de campanha eleitoral. Por meio do gesto asqueroso, o tribunal adia o cortejo fúnebre do governo Temer. No dilacerante velório da Nova República, a deterioração geral manifesta-se como corrupção da linguagem."
Absolvição da chapa Dilma-Temer reduz confiança no Judiciário
Brasil 10.06.17 07:38
De Oscar Vilhena Vieira, na Folha:
"A confiança no sistema de Justiça brasileiro, conforme mensurada pelo ICJ da FGV Direito SP, tem se mantido em torno de 30% ao longo da última década, o que é pouco, especialmente quando comparado às democracias mais consolidadas. Um dos fatores cruciais para explicar esse baixo grau de confiabilidade é a percepção de que a nossa Justiça, além de tardia, não trata a todos de forma igual. Ou seja, não é imparcial.
Os eventos que marcaram o julgamento da impugnação da chapa Dilma-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral, nesta sexta-feira, 09 irão certamente contribuir para a redução da confiança no Judiciário, não apenas em função do resultado do julgamento, mas porque a maioria de seus ministros não foi capaz de demonstrar que se submeteu rigorosamente às premissas essenciais à produção de uma decisão legítima."
Que dois ministros nomeados por Temer tenham votado pela absolvição, o presidente da Corte tenha mudado de postura desde a mudança de governo, e as provas de propina do esquema de corrupção da Petrobras tenham sido ignoradas, são só evidências e agravantes deste quadro.
"A redução da confiança na Justiça, neste momento, em nada contribuirá para a superação da crise política que ameaça se agravar."
Há mais um grampo
Brasil 10.06.17 07:35
A Época diz que a PGR tem um grampo inédito de Joesley Batista que complica ainda mais a defesa de Michel Temer.
O TSE tirou-lhe a chance de sair do Palácio do Planalto mantendo um pingo de dignidade.
Agora sua queda será mais brutal.
Só a ORCRIM se sente representada
Brasil 10.06.17 07:08
O TSE salvou Michel Temer e Dilma Rousseff.
Mas ele fez mais do que isso.
Os quatro ministros que legalizaram a propina e a lavagem de dinheiro conseguiram também desmoralizar o Judiciário, que ainda mantinha um mínimo de legitimidade.
O Brasil está à beira do colapso, porque ninguém mais se sente representado pelas estruturas democráticas – exceto a ORCRIM.
É preciso refundar a República. Do zero.
Judiciário contra a Lava Jato
Brasil 10.06.17 07:05
O Judiciário conseguiu realizar aquilo que, até agora, Executivo e Legislativo haviam tentado sem sucesso: esmagar a Lava Jato.
Leia o comentário de Alan Gripp, em O Globo:
“Na era Lava Jato, há inúmeros exemplos de suspeitos flagrados tentando buscar meios para controlar a maior operação de combate à corrupção da História do País.
O resultado do julgamento que livrou Temer da guilhotina, e principalmente o seu enredo, torna legítimo supor que finalmente tal controle foi alcançado.
Não deixa de ser surpreendente. Primeiro porque se deu por meio do Judiciário, Poder que, mal ou bem, ainda goza (ou gozava) de algum respeito em meio ao descrédito institucional generalizado. Depois, porque aconteceu em meio ao silêncio das ruas (….).
O julgamento histórico expôs ao País representantes de dois Brasis: o magistrado que tentou desesperadamente convencer seus pares de que laranja é laranja e o que trocou de camisa sem nenhum pudor, quando o que defendia ontem passou hoje a não atender aos seus.
A questão agora é o que fica. Temer ainda tem muita dor de cabeça pela frente, não há dúvida. Mas com uma diferença crucial: voltamos a viver sob o signo de que contra tudo dá-se um jeitinho”.
"Não é difícil encontrar lastro para defender teses que agridam a sensatez"
Brasil 10.06.17 07:04
O editorial do jornal O Globo lamenta a chance perdida pelo TSE de "equiparar-se a outras instâncias do Judiciário identificadas com a linha de frente na luta contra a corrupção".
São citados como exemplos os juízes Sergio Moro, Marcelo Bretas e Vallisney de Souza Oliveira.
O Antagonista destaca o trecho sobre a facilidade de uso das leis no Brasil conforme a conveniência dos ministros:
"Em uma Justiça entulhada de agravos, embargos e leis que se sobrepõem e, não raro, se contradizem, não é difícil encontrar lastro para defender teses que agridam a sensatez, inclusive driblem entendimentos jurídicos anteriores. O embate no TSE começou a ficar claro na manhã de quinta-feira, 08, quando, sob a presidência do também ministro do STF, Gilmar Mendes, a Corte passou a discutir preliminares. O desfecho do debate jurídico é exemplo bem acabado da margem de manobra que existe no cipoal de leis, regulamentos, para se tomar decisões legais, em sentido contrário ao de leis também em vigor. Pois, apesar do entendimento majoritário, no TSE, de que depoimentos e provas colhidas junto à Odebrecht chegaram ao processo depois de prazos vencidos, a lei complementar 64, de 1990, sustenta que o juiz formará a sua opinião por 'livre apreciação dos fatos públicos e notórios, dos indícios e presunções e provas produzidas (...), ainda que não indicados ou alegados pelas partes, mas que preservem o interesse público de lisura eleitoral'.
(...)
Ainda em desdobramentos de difícil entendimento para quem não acompanha o cotidiano da Política e da Justiça brasileiras, o ministro Gilmar Mendes, o mesmo que, em 2015, se bateu, com razão, para reabrir o inquérito sobre o uso de dinheiro sujo na campanha de 2014, por Dilma-Temer, passou a aceitar a tese de que o relatório de Benjamin fosse rejeitado por incluir depoimentos da Odebrecht e dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura, devido a questiúnculas processuais. Testemunhos corrosivos sobre desvios de dinheiro público para a campanha da chapa vitoriosa deixaram de ser considerados formalmente. Por isso, o relator desfechou a frase: 'Eu, como juiz, recuso o papel de coveiro de prova viva. Posso até participar do velório, mas não carrego o caixão'."
A pacificação da democracia
Brasil 10.06.17 06:45
Michel Temer disse que vai "continuar pacificando o País", segundo a Coluna do Estadão.
Na festa de aniversário de Rodrigo Maia (DEM-RJ), na casa do deputado Alexandre Baldy (Podemos-GO), o presidente afirmou também que viu com “tranquilidade e serenidade” o resultado do julgamento no TSE que absolveu a sua chapa com Dilma Rousseff.
Durante os votos de ministros contra a cassação, de acordo com relatos ouvidos por Andréia Sadi, Temer e auxiliares chegaram a bater palmas.
O porta-voz do governo, Alexandre Parola, acrescentou que, para o presidente, a decisão do TSE garante o "bom funcionamento da democracia".
Título de capa do jornal O Globo: "TSE ignora provas".
A democracia está pacificada.
Procuradores da República repudiam fala de Gilmar Mendes
Brasil Sexta-feira, 09.06.17 20:36
"A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) vem a público para registrar o caráter inadequado e infundado das críticas assacadas contra o MPF, feitas pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, na tarde desta sexta-feira, 09, durante sessão que trata sobre a cassação da chapa Dilma-Temer.
O Ministério Público Federal tem independência funcional garantida na Constituição e mesma estatura dos juízes exatamente para não estarem seus membros submetidos a ninguém que não à lei e suas consciências. O Brasil precisa de instituições que funcionem com serenidade, com impessoalidade, sem cores políticas e sem temor.
Assim tem sido o comportamento do Ministério Público Federal na Lava Jato e em toda sua atividade, por todos os seus membros, e assim foi a atuação escorreita do vice-procurador-Geral Eleitoral, Nicolao Dino de Castro e Costa Neto, realizada na tarde de hoje, com todo o País de testemunha.
O MPF não recebe ordens de quem quer que seja e não exerce suas funções constitucionais pedindo permissão a outrem, ainda que a presidentes de tribunais.
A ANPR lamenta assim, as declarações desproporcionais e sem base do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, em plena sessão do TSE, na tarde de hoje.
O Ministério Público Federal continuará cumprindo serenamente seu dever constitucional de zelar pelo regime democrático, sempre disposto a forjar a tempera das Instituições, com lealdade à lei e à Constituição."
José Robalinho Cavalcanti
Procurador Regional da República
Presidente da ANPR


NO BLOG ALERTA TOTAL
Sábado, 10 de junho de 2017
Supremo Tribunal Federal tem obrigação moral de reavaliar decisão do TSE que salvou Dilma e Temer
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
O Tribunal Superior Eleitoral se desmoralizou com a previsível decisão de absolver a chapa reeleitoral Dilma/Temer de 2014. Falou mais alto a pretensa “tese” de que o Judiciário não tem de resolver problemas dos quais o Legislativo e o Executivo abriram mão de solucionar. O imoral placar de 4 a 3 foi a consagração da judicialização da politicagem – que é uma conseqüência da completa anormalidade institucional brasileira, sob domínio do Crime Organizadíssimo.
Só poderia mesmo acabar de forma injusta e imperfeita um caso que se embromou, por dois anos, no formalismo do TSE. O Procurador do Ministério Público Eleitoral tem o dever moral de tentar recorrer dessa surreal decisão, apelando ao Supremo Tribunal Federal. Fará bem para a sonhada “normalização institucional” que os 11 supremos ministros sejam acionados para revisar um julgamento que vai entrar para “os anais” por ter jogado no lixo da História provas criminais objetivas contra um sistema eleitoral corrupto.
Também contribuirá muito para a segurança jurídica que a mais alta Corte do Brasil confirme que não tem a mínima conivência com o Crime Institucionalizado. Revisar o julgamento do TSE será uma prova de que o STF está disposto a ir muito além da Lava Jato – que é apenas o começo de um combate à corrupção sistêmica em um Brasil sob regime Capimunista Rentista. O interessante é que o jogo com onze em campo no Supremo já começa com o placar de 2 a 1 contra a chapa Dilma-Temer. Os votos dos ministros Luiz Fux e Rosa Weber consagraram a derrota de Gilmar Mendes e mais três ministros do Superior Tribunal de Justiça no ringue Septógono do TSE.
Vale repetir por 13 x 13 para dar sorte: "A situação institucional brasileira é tão anormal, mas tão anormal, que até o primeiro Teorema de Tiririca ("pior que está não fica") acaba facilmente corrompido pelas diferentes e gravíssimas crises originadas pelo nosso modelo estatal Capimunista Rentista. Os infratores da politicagem continuam dando provas de que o crime compensa – e muito – no Brasil. A boa novidade é que a maioria da sociedade brasileira não tolera mais tanta safadeza, embora ainda não reaja à altura.
Tudo no Brasil precisa ser seriamente revisto e passado a limpo. O modelo se esgotou por falência múltipla dos órgãos institucionais. A guerra entre os Poderes vai se agravar, com reflexos negativos diretos nas crises política, econômica e ético-moral (talvez a mais danosa de todas delas, pois realimenta o ambiente institucionalmente criminoso). A temida Lava Jato finalmente atingirá, em breve, membros da cúpula do Judiciário.
É esperar e conferir. Tudo pode ficar judicialmente mais assustador com a homologação das deduragens da OAS, e com as delações de três personagens que sabem de tudo: Antônio Palocci Filho, Eduardo Cunha e Lúcio Bolonha Funaro (o doleiro de todos). O trio tem informações para atingir o setor financeiro e a cúpula do Judiciário. 
Michel Temer segue na corda-bamba. Por ironia, ele mantém o emprego – coisa difícil para a maioria dos brasileiros roubados por políticos corruptos e pela máquina estatal que extorque a sociedade para se manter. Agora, depois da “vitória” temerária no TSE, quem também fica de filme queimadíssimo é o supremo-ministro Gilmar Mendes.
Ninguém se surpreenda se algum ousado senador entrar com um inusitado pedido de impeachment do ministro – que nos bastidores do Conselho Nacional de Justiça é chamado de “Dart Vader do STF”...
Fábula do ladrão (de voto)
Viraliza nas redes sociais, a partir da República de Curitiba, uma historinha que descreve bem o Brasil da impunidade, dominado pela razão cínica do crime institucionalizado:
O ladrão é preso com um porco nas costas ao sair do sítio da vítima.
Ele perguntou ao policial: 'Como foi que o senhor me prendeu tão depressa?'
O policial respondeu: 'O vizinho denunciou, ele viu quando você entrou no sítio da vítima.'
O ladrão respondeu, no melhor estilo advogado-do-diabo: 'Então eu tenho de ser solto imediatamente, porque o porco que eu roubei ainda não estava nas minhas costas quando entrei no sítio, portanto não era parte da denúncia quando ela foi apresentada. Então se desconsiderarmos o porco, não temos roubo nenhum.'
De saco cheio, o policial deu uma porrada no meliante, enfiou ele no camburão e proclamou:
'Está pensando que isto aqui é o TSE, seu merda?!!!'
“Farsa” Judicial
Manifestação curta, grossa e certeira do jurista Antônio José Ribas Paiva, presidente do Nacional Club e defensor da Intervenção Institucional, já:
“Esses julgamentos são peças teatrais, para fingir que as instituições estariam funcionando. Ninguém do sistema quer perder poder, muito menos os ministros cuidadosamente escolhidos pela classe política, para preservar o regime do crime organizado”.

NO BLOG DO MERVAL PEREIRA
O fôlego é curto
POR MERVAL PEREIRA
Sábado, 10/06/2017 08:06
É inegável que o presidente Michel Temer ganhou um fôlego na sua luta para permanecer à frente da presidência da República com a vitória apertada de ontem no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nessa verdadeira corrida de obstáculos, resta, ainda, porém, a ele, enfrentar duras batalhas até setembro, quando, enfim, poderá nomear o novo Procurador-Geral da República e ter um controle mínimo do processo que se desenrola. Mas a vitória no TSE cobrará seu custo, especialmente diante da opinião pública.
Na melhor das hipóteses, o governo Temer terá que enfrentar o Ministério Público, a Polícia Federal, a Operação Lava Jato e as várias delações que estão na agulha. E contar com o apoio do Congresso que, no entanto, pode entender que um afastamento de Temer de seis meses, em caso de um processo proposto pelo Supremo, pode ser uma maneira menos traumática para alcançar um desfecho que preserve as reformas.
O ministro Herman Benjamim, relator do processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pedia a cassação da chapa Dilma/Temer, foi a grande figura do julgamento, apesar de derrotado. Ele cunhou, nesses três dias, frases que resumem bem o sentimento majoritário da sociedade brasileira. Como “Eu, como juiz, recuso o papel de coveiro de prova viva. Posso até participar do velório, mas não carrego o caixão”. Ou então: “Aqui, na Justiça Eleitoral, nós não trabalhamos com os olhos fechados”.
Mas foi o ministro Luis Fux, também do Supremo Tribunal Federal (STF) como a ministra Rosa Weber, que também votou pela cassação, e o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, que liderou a divergência vitoriosa, quem honrou a toga ao dar seu voto a favor da cassação da chapa.
Disse ele: "O Brasil é o ar que respiramos, o berço dos nossos filhos e netos, o túmulo do meu saudoso pai. Em nome de tudo isso, da ética e da moralidade, que representam um binômio essencial ao legítimo exercício do poder político a distar desse quadro de corrupção endêmica e de imoralidade amazônica, eu acompanho o eminente ministro relator para cassar integralmente a chapa."
Fux, ao rebater uma citação distorcida de seu pensamento pelo ministro Napoleão Maia Filho, um dos quatro que votaram pela absolvição da chapa, explicou que defende uma Justiça Eleitoral minimalista, mas não neutra diante da prática de ilícitos gravíssimos. "Os eleitores que descobriram que elegeram seus representantes através de vias ilícitas não atribuem mais a menor legitimidade a esses representantes. Vivemos uma crise de representatividade."
Referindo-se ao voto do relator, disse que "julgando com esse quadro sem retoques de ilegalidades e infrações, vou ter coragem de usar o instrumento processual para não encarar a realidade? A resposta é não. (...) Nenhum de nós conhece mais o processo que o relator Herman Benjamin. Não ousaria desafiá-lo em nenhum tópico."
O ministro do STF chegou a se exaltar ao afirmar que o juiz não pode ignorar "a falta de ética, a imoralidade, a promiscuidade que gravita em torno desse ambiente político. (...) Ao juiz não é dado, no momento da decisão, desconhecer o estado de fato da lide. Não teria a paz necessária que deve ter um magistrado se eu não pudesse enfrentar esses fatos."
Luiz Fux disse a certa altura que a "sociedade vive um pesadelo pelo descrédito das instituições, pela vergonha, pelo despudor dos agentes políticos, que, violando a soberania popular, fizeram exatamente aquilo que o cidadão não desejava".
No momento em que nós vamos proferir a decisão, não vamos levar em conta esses fatos sob uma premissa ortodoxa e ultrapassada, vamos desconhecer a realidade fática?
E acrescentou:
"Essa é a hora do resgate."
Que não veio, pelo menos pelo momento.

NO JORNAL DA CIDADE ONLINE
Sobre o conteúdo do envelope branco de Napoleão...
Por Amanda Acosta
amanda@jornaldacidadeonline.com.br
Sábado, 10/06/2017 às 06:55
No decorrer de um dos julgamentos mais importantes da República, no plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) surge um pequeno alvoroço e um princípio de discussão.
Um cidadão trajando vestimentas inadequadas para o local e portando um envelope branco, tenta entrar no recinto, mas é impedido pela segurança.
O tal envelope tinha como destinatário um dos ministros da Corte e o portador da encomenda era o filho desta importante autoridade
De repente, o ministro, pai do moço do envelope, abandona o plenário e sai em desabalada carreira atrás do envelope, aliás, atrás do filho, que carregava o enigmático envelope.
Pai e filho finalmente se encontram, fora do local do julgamento, e o repasse do envelope é realizado.
Sem dúvida, uma cena patética e inexplicável.
Mais tarde, na tentativa de explicar a ocorrência, o ministro Napoleão Nunes Maia Filho esclareceu que eram fotos de sua neta, que estava completando três anos de idade. Difícil acreditar, mormente em função de todo o estardalhaço verificado.
Evidentemente ninguém acreditou. Talvez influenciados por uma reportagem do ‘Valor Econômico’ que relatava supostas relações promíscuas do ministro com a OAS.

Impeachment de Gilmar Mendes pode retornar com força avassaladora (veja o vídeo)
Por Da Redação
Quinta-feira, 09/06/2017 às 05:42
A atuação do ministro Gilmar Mendes no processo que tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pede a cassação da chapa Dilma-Temer, pode fazer com que um novo pedido de impeachment seja apresentado, desta feita com mais substância e notável clamor popular.
Os juristas Celso Antônio Bandeira de Mello, Fábio Konder Comparato, Sérgio Sérvulo da Cunha e Álvaro Augusto Ribeiro da Costa; a ativista de direitos humanos Eny Raymundo Moreira e o ex-deputado e ex-presidente do PSB, Roberto Amaral apresentaram em 2016 um pedido que não prosperou.
O grupo acusava o ministro de adotar ‘comportamento partidário’, situação que voltou à tona novamente, através de sua participação no TSE, em confronto com o seu próprio voto noutra oportunidade, conforme bem demonstrou o ministro Herman Benjamin.
Naquela ocasião, os juristas afirmaram que Gilmar tem 'envolvimento em atividades político-partidárias' e participa de julgamentos 'de causas ou processos em que seus amigos íntimos são advogados' e 'de causas em que é inimigo de uma das partes'. Os juristas também sustentaram que Gilmar atua em julgamentos nos quais deveria se considerar suspeito.
Na visão dos autores daquele pedido de impeachment o ministro tem ofendido a Constituição, a Lei Orgânica da Magistratura e o Código de Ética da Magistratura ao não atuar com imparcialidade e conceder frequentes entrevistas nas quais antecipa seus votos e discute o mérito de questões sob julgamento.
Mendes também foi acusado de atuar de maneira desrespeitosa e utilizar o cargo a favor dos interesses do grupo político que defende.
Abaixo (no link), veja reportagem sobre o caso.
https://youtu.be/CCPInXKBlLw

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