PRIMEIRA EDIÇÃO DE 26-6-2017 DO DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SEGUNDA FEIRA, 26 DE JUNHO DE 2017
Tão logo encerrou a visita oficial de Michel Temer a Oslo, o governo da Noruega divulgou nota admitindo que não havia confirmado dados nos quais se baseou para anunciar o corte das doações ao Brasil para ações contra o desmatamento. Foi o ministro do Meio Ambiente da Noruega quem anunciou o corte dos repasses para US$35 milhões (equivalentes a R$117 milhões) ao ano. E a primeira-ministra Erna Solberg vai enfrentar as urnas na disputa pela reeleição, em setembro.
Os dados citados pela Noruega são do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, ONG integrada por Marina Silva (Rede) e vários petistas.
A ONG que falou mal do Brasil, provocando a reação norueguesa, embolsou nada menos que R$25,4 milhões do Fundo Amazônia.
Apesar da boca dura do governo de Oslo, os US$110 milhões anuais da Noruega representam menos de 20% do total do Fundo Amazônia.
O afobado ministro do Clima, Vidar Helgesen, disse que “as regras do fundo forçam o corte”, mas não conferiu os dados de desmatamento.
Produtores de álcool de cana de açúcar do Nordeste enfrentam graves dificuldades para pagar as contas, em razão de decisões desastradas do governo. Poucas foram tão cruéis quanto a da Câmara de Comércio Exterior (Camex), que autorizou a importação do álcool à base de milho dos Estados Unidos (poluente e de pior qualidade) e reduziu para 0% a tarifa inicial de importação de 20%. A Camex condenou os produtores de álcool do Nordeste à falência. Eles decidiram agora apelar à Justiça.
Só entre janeiro e abril deste ano, o Brasil gastou US$364 milhões (R$1 bilhão e 220 milhões) para importar álcool de milho dos EUA.
Em 2014, o Brasil importou – entre janeiro e abril – 275 milhões de litros de álcool. No mesmo período de 2017, foram 787 milhões.
Ao contrário do produto brasileiro, o álcool de milho é altamente subsidiado: recebe US$19 bilhões do governo dos EUA todos os anos.
A Justiça Eleitoral, invenção brasileira, custa ao contribuinte R$4,4 bilhões ao ano somente com pessoal, incluindo aposentadorias. É o mesmo custo de todo o pessoal do Ministério Público da União.
A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara aprovou um projeto do Tribunal Superior Eleitoral criando 370 cargos no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo, sendo 121 cargos em comissão.
A proposta de reforma trabalhista será apreciada pela comissão de Constituição e Justiça do Senado às 10h desta quarta-feira (28). Na véspera, haverá duas audiências públicas sobre o tema.
O Exército Brasileiro já extinguiu a função, mas a Polícia Militar do DF, apenas uma força auxiliar, não abre mão: abriu concurso para preencher 18 vagas de soldado especialista corneteiro.
Em defesa do acordo que fez a turma da JBS se livrar de várias investigações, além dos crimes confessados em seus depoimentos, os advogados alegam que seus clientes “entregaram mais crimes”.
Cristovam Buarque lidera com 32,7% as intenções de voto para o Senado, em 2018, seguido por Rogério Rosso (PSD), com 20,8%, Érika Kokay (PT), 19,2%, e Paulo Octávio (DEM) com 17,1%. Esse cenário do Paraná Pesquisa não incluiu o campeão de votos Reguffe.
O senador Hélio José (PMDB), que votou contra a reforma trabalhista em comissão do Senado, aparece em último lugar na pesquisa que simulou os cenários para o Senado, no DF, em 2018: apenas 2,2%.
A prévia oficial (IPCA-15) da inflação de junho em 0,16%, além de ser a menor da última década no mês, reduziu o acumulado no 1º semestre a 1,62%, o menor desde o início de 94, antes do lançamento do Real.
Com tanto dinheiro fácil, sobretudo de bancos públicos, esse Joesley precisava comprar um gravador vagabundo?

NO DIÁRIO DO PODER
BRASIL EXPORTA CORRUPÇÃO
INVESTIGAÇÃO DE FRAUDE EM ANGOLA ENVOLVE EMPRESÁRIOS BRASILEIROS
QUATRO EMPRESÁRIOS DO BRASIL ACUSADOS DE CORRUPÇÃO EM ANGOLA
Publicado: domingo, 25 de junho de 2017 às 17:12 - Atualizado às 21:12
O empresário Valdomiro Minoru Dondo e outros três brasileiros são alvos de uma investigação da Justiça francesa, que tem apoio do Ministério Público Federal (MPF), em Angola. O esquema teria lesado a empresa francesa Oberthur Technologies, especializada em papel moeda. 
Autoridades apuram a participação de Dondo em um esquema de fraude, apropiação indébita, lavagem de dinheiro e corrupção. O prejuízo chega a cerca de US$ 45,6 milhões, referentes a um contrato de fornecimento de papel moeda com o Banco Nacional de Angola, acordado entre 2001 e 2012.
O MPF pediu o compartilhamento da documentação da Justiça francesa para abrir investigação no Brasil. Dondo já foi citado no escândalo do Mensalão, quando uma offshore do empresário foi usada para mandar dinheiro para autoridades angolanas, do Brasil para as Ilhas Caymman.
Empréstimos feitos por Dondo junto ao BNDES também foram alvos de suspeita da Polícia Federal. O dinheiro seria usado para atender encomendas do governo angolano, como renovação de equipamentos do Corpo de Bombeiro do país.
Mais recentemente, a Operação Le Coq, da PF cumpriu quatro mandados de condução coercitiva, um deles para Dondo, que não foi encontrado pelos agentes federais por estar em Angola. Voltando para o Brasil, o empresário prestou depoimento para o MPF.
Além de Dondo, outros três brasileiros estão supostamente envolvidos no esquema: Oscar Henrique Durão Vieira, Vicente Cordeiro de Lima e Gerson Antonio de Souza Nascimento. Todos serão ouvidos em setembro, na França. Caso não compareçam, será emitido um mandado de prisão internacional pela Interpol.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
J.R. Guzzo: Dois Mundos
Poucas vezes a degradação que criaram no País ficou tão clara quanto no desvairado "julgamento" do presidente Michel Temer
Por Augusto Nunes
Domingo, 25 jun 2017, 15h01
Publicado na edição impressa de VEJA
A vida pública no Brasil degenerou a tal ponto que ficou criada a seguinte situação: os sócios-proprietários do governo, divididos em bandos rivais que tentam se exterminar uns aos outros, perderam a capacidade de tomar qualquer decisão certa, seja ela qual for. Só conseguem errar. Um lado aposta “par”, o outro lado aposta “ímpar” e os dois perdem — é aonde chegamos, pela ação das facções que mandam hoje no País e passaram a acreditar, nos últimos anos, que podem salvar os seus interesses políticos e materiais dedicando-se a uma campanha permanente de suicídio. Há 14 milhões de brasileiros desempregados, levando uma vida de tormento silencioso e diário, enquanto os donos do aparelho de governo fazem tudo o que podem para manter o mundo da produção paralisado e sem oportunidades. O Brasil chegou aos 60.000 homicídios por ano — e responde por 10% de todos os assassinatos cometidos no mundo. Não há esgotos. Mas os barões, duques e arquiduques que controlam as decisões públicas se matam para ganhar seus joguinhos nos tribunais e em outros terreiros de disputa. Estão cegos.
Poucas vezes a degradação que criaram no País ficou tão clara quanto no desvairado “julgamento” do presidente Michel Temer, dias atrás, pela aberração conhecida como “Tribunal Superior Eleitoral”. De um lado, é mais do que sabido, pela exposição dos fatos, que em 2014 a ex-presidente Dilma Rousseff fez a campanha mais corrompida, fraudada e criminosa na História das eleições brasileiras, levando-se em conta a estonteante quantidade de delitos cometidos para mantê-la no cargo. É impossível, também, fazer de conta que o atual presidente, na condição de seu vice, não foi um beneficiário direto da trapaça — simplesmente ganhou a Presidência da República quando Dilma foi despejada do posto por fraude contábil, depois de um governo corrupto, trapaceiro e inepto. As provas dos crimes são indiscutíveis, e até os ministros do TSE concordam que a campanha foi paga com dinheiro roubado. Mas decidiram que Michel Temer deve continuar no cargo, porque em seu entender as provas contra a chapa vencedora, embora reais e concretas, não são válidas. Quer dizer: valem, mas na hora em que foram apresentadas não estavam mais valendo, pois apenas nossos cientistas jurídicos sabem que uma banana, hoje, pode ser uma laranja amanhã.
De outro lado, é um completo disparate achar que sete nulidades, que jamais foram eleitas nem para inspetor de quarteirão, possam decidir se o presidente da República fica ou não no cargo. Quem o coloca lá é o eleitorado. Quem tem o direito de tirá-lo é o Congresso Nacional, e não o senhor Benjamin ou o senhor Gilmar, o senhor Napoleão ou dona Rosa, e outros gigantes do mesmo porte. Quem é essa gente? Por que fazer um processo judicial que se arrasta por anos, se os juízes decidem que as provas não servem para nada e se não têm a mínima condição lógica para depor o presidente da República? Seja lá o que façam, não podem acertar. Apesar dessa insanidade geral, a desordem continua. O procurador-geral da República, agora, quer tirar Temer por “obstrução da Justiça” e outros crimes, sabendo muito bem que a Câmara dos Deputados não vai aceitar sua denúncia. A Câmara, por seu lado, ameaça chamar o procurador para explicar por que, em sociedade com um ministro do Supremo Tribunal Federal, perdoou sem nenhum processo judicial aos autores confessos de uma das mais delirantes operações de corrupção de toda a história brasileira.
A reação popular à “absolvição” do presidente foi a mais humilhante indiferença — a melhor resposta, possivelmente, para os que são donos do governo, da máquina pública e do Tesouro Nacional. Trata-se dessa aglomeração de políticos, magistrados, procuradores, lobistas, chefes de gangues partidárias, acionistas do Erário e todos os demais parasitas que desfilam pelo noticiário. Fingem que estão ocupadíssimos na solução das mais graves questões da vida nacional. Sabem perfeitamente que no Brasil há problemas de dois tipos — os problemas deles e os problemas da população, e que esses dois mundos jamais se tocam. Quanto tempo vai durar o mandato de Temer? Como acordou hoje o senador Calheiros — contra as reformas, a favor das reformas? O PSDB vai ficar no governo, sair ou ficar e sair ao mesmo tempo? Qual o último chilique do ministro fulano do STF, ou do STJ, do TSE ou de onde for? Lula é um líder nacional ou um futuro presidiário? Enquanto isso, como diria o deputado Justo Veríssimo, os desempregados que se explodam.

Deonísio da Silva: Eles não têm vergonha na cara
Vergonha é uma das palavras mais pronunciadas no Brasil. Não é por excesso. É por falta
Por Augusto Nunes
Domingo, 25 jun 2017, 11h25
(Reprodução/Reprodução)

A Constituição do Brasil poderia ter apenas dois artigos: “Art. 1º Todo brasileiro é obrigado a ter vergonha na cara. Art. 2º Revogam-se as disposições em contrário”.
Este modelo de Constituição foi proposto pelo historiador Capistrano de Abreu, professor do Colégio Pedro II, no Rio.
Vergonha veio do Latim verecundia, palavra composta dos étimos vereri, ter medo respeitoso, presente também em reverência, reverendo, reverendíssimo etc. E cundia, abundância, indica que este medo respeitoso é muito grande. Mais do que medo, é temor, pois não há lei que pegue sem temor de que à transgressão segue a punição, o castigo. Dante conseguiu mais católicos com o medo do Inferno, como descrito na Divina Comédia, do que os padres com seus sermões! E o castigo deve vir rápido. “O castigo vem a cavalo” é outro de nossos ditados. Vem a cavalo porque o cavalo foi o meio de transporte mais rápido até o trem, inventado apenas no século XIX!
Vergonha é uma das palavras mais pronunciadas no Brasil. Não é por excesso. É por falta. Será que somos um povo sem-vergonha? Muitos autores atestam que o povo tem muita vergonha, mas nossa classe dirigente tem pouca ou nenhuma.
Há controvérsias, como sempre. A falta de vergonha não é exclusividade de nenhum dos três Poderes. Embora seja costume nacional atribui-la apenas aos políticos, ninguém pode negar que o brasileiro adora uma sem-vergonhice.
Todo sem-vergonha teve muitos que votaram nele para que fosse eleito! E eleito quer dizer escolhido! Quem escolheu o sem-vergonha, é sem-vergonha também ou foi enganado? Por isso, é importante o eleitor saber se está bem representado, se soube escolher. Porque depois não adianta se queixar! Nem do vice! Pois no Brasil, desde Floriano Peixoto, vice assume! José Sarney assumiu, Itamar assumiu e Michel Temer assumiu! Três vices assumiram desde 1985. De dez em dez anos, em média, no Brasil um vice assume!
Entretanto, uma das mais severas admoestações feitas a nós, brasileiros, desde a infância, proferidas por pais, irmãos mais velhos, avós, outros parentes, professores e amigos, está contida numa pergunta singela: não tem vergonha na cara, não?
Ninguém tipificava o crime ou conferia a lei ou o artigo onde o sem-vergonha se encalacrara. O infeliz reconhecia a transgressão, tão logo fosse admoestado e procurava emendar-se. Hoje, ele recorre!
O bordão “é uma vergonha” tornou-se ainda mais popular depois de tomado como fecho-padrão pelo jornalista Boris Casoy em seus comentários na apresentação de telejornal.
Mas por que “vergonha na cara?”. Aí é que está. Ditados muito antigos dão conta de que facada, tiro, porrada e bomba são menos graves do que um tapa na cara. O tapa (no Sul é masculino) e a tapa (no Norte é feminino) são humilhantes em qualquer estado brasileiro.
O soco, murro de mão fechada, não é tão humilhante. Olho roxo pode ser sinal de valentia. Nem o famoso pontapé na bunda é mais humilhante do que receber um tapa na cara. Capistrano de Abreu observa que, de acordo com as crenças populares, “Nosso Senhor tudo sofreu, mas não teve pontapés” e que “os escravos reclamavam” deste castigo, pois “pontapé é pra cachorro”.
O problema está na cara! César, quando em guerra civil contra Pompeu, recomendou a seus soldados, quase todos veteranos, que procurassem feri-los no rosto (Miles, faciem feri! ). Vaidosos de sua juventude e beleza, os recrutas de Pompeu debandariam, como de fato muitos deles o fizeram. Morrer em combate, tudo bem! Mas voltar com o rosto sangrando por ter apanhado na cara, não!
Nem faltou a justificativa bíblica de que Deus fez o Homem à Sua imagem e semelhança. As cortes católicas trouxeram para o Brasil o conceito de que a cara da pessoa é sagrada.
Em suma, está na cara que ter vergonha na cara é importante sob qualquer ponto de vista. E é indispensável que os brasileiros que perderam a vergonha – eis aí outra expressão muito interessante – voltem a tê-la. E voltem a tê-la na cara!


NO BLOG DO JOSIAS
Temer pede à Câmara que suspenda os pudores
Josias de Souza
Segunda-feira, 26/06/2017 04:33
O traço mais vivo da gestão semimorta de Michel Temer é a tendência para o ineditismo. A partir desta semana o brasileiro passa a conviver com uma anomalia jamais vista na sua vasta história de anormalidades: um presidente da República formalmente denunciado por corrupção. Em qualquer outro lugar do mundo, o fato produziria consequências gravíssimas. No Brasil, o governo esclarece que o anômalo é a nova normalidade. E segue em frente.
A caminho do caos, Temer atingiu o ápice da eficiência: ele mesmo violou as leis, ele mesmo forneceu a matéria-prima para sua delação, ele mesmo articula o sepultamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República na Câmara. Para livrar-se da abertura de uma ação penal no Supremo Tribunal Federal, o presidente precisa ter do seu lado pelo menos 172 deputados. O Planalto estima que a milícia parlamentar de Temer ainda reúne algo como 240 cabeças.
O procurador-geral da República Rodrigo Janot revela-se convicto de que o presidente cometeu o crime de corrupção. Sua denúncia, como manda a Constituição, será remetida pelo Supremo Tribunal Federal à Câmara. Se o Brasil fosse um país lógico, os deputados representariam os interesses dos seus eleitores. E forneceriam os 342 votos necessários para autorizar a Suprema Corte a decidir se Temer deve ou não ser acomodado no banco dos réus.
Entretanto, uma das primeiras vítimas dos novíssimos tempos é semântica. O lógico virou apenas um outro nome para o ilógico. Quando chamam de normal uma conjuntura que condiciona a abertura de uma ação penal por corrupção ao aval de uma Câmara apinhada de corruptos, o brasileiro sabe que está numa crise de significado ou numa roda de cínicos.
Servindo-se das evidências que Temer lhe forneceu ao receber no escurinho do Jaburu o delator Joesley Batista, o procurador-geral gruda o presidente à figura de Rodrigo Rocha Loures, o homem da mala. Janot realça uma passagem da gravação que converteu Temer em escândalo. Nela, Joesley, o “notório bandido”, pede ao presidente um interlocutor para tratar dos interesses de sua empresa no governo. E Temer indica Rocha Loures — filmado depois recebendo propina de R$ 500 mil.
Pilhado, Temer alegou ter indicado Rocha Loures apenas para se livrar de Joesley. Disse também que o assessor da mala, é um homem “de boa índole, de muito boa índole.” De vez em quando, as evidências gritam tão alto que é impossível não reagir. Mas Temer aproveita que um pedaço da Câmara também apodreceu para lançar mão de um velho lema mosqueteiro: ‘Um por todos, todos por hummm…” O presidente pede aos deputados que deixem tudo pra lá em nome da cumplicidade carinhosa que sempre assegurou a autodefesa do sistema.
O Datafolha informou no final de semana que o eleitorado está de saco cheio. A popularidade de Temer encontra-se rente ao chão: 7%. Dois em cada três brasileiros gostariam de ver o presidente pelas costas. Mas um pedaço da Câmara se dispõe a mergulhar numa fase de cochilo deliberado. Recompensados pelo Planalto com cargos e verbas, os deputados fornecerão a Temer o que ele deseja: uma suspensão tácita dos pudores morais.
Presidente da República denunciado por corrupção é uma aberração. Mas todos os integrantes da milícia parlamentar do governo combinaram não notar. Pelo menos por enquanto.

NO CEARÁ NEWS 7
Odebrecht denuncia esquema de corrupção no Transfor e também na Arena Castelão
Os executivos da empreiteira, Ariel Parente Costa e João Pacífico Ferreira, revelaram acerto prévio de preço entre as empresas que participaram das licitações
Últimas Notícias
Domingo, 25/06/2017 8:38
O ex-governador Cid Gomes não tem um dia de descanso depois que seu nome e suas gestões à frente do Estado foram envolvidas nas delações da Odebrechet e da JBS.
O G1 fez levantamento lembrando que o Ceará é um dos 11 Estados brasileiros, mais o Distrito Federal, enrolado com toda essa sujeira no País. Focando na Odebrechet, o portal trouxe novamente à tona, no caso cearense, que, segundo os ex-executivos da empreiteira, houve acordo de mercado assegurando o vencedor das obras do Transfor, um conjunto de intervenções no trânsito de Fortaleza. Também aconteceram irregularidades, de acordo com as delações, na concorrência para as obras da Arena Castelão, executadas entre 2010 e 2012.
Os delatores revelaram pagamentos de propina a políticos e funcionários públicos, formação de cartéis para conseguir obras, fraudes em licitações, como a combinação de preços, e superfaturamento.
Os casos agora serão investigados pelo Ministério Público Federal no Ceará.
Entenda
A Arena Castelão e o Transfor custaram, respectivamente, R$ 518 milhões e R$ 112 milhões aos cofres públicos. Durante suas delações premiadas, os executivos da Odebrecht, Ariel Parente Costa e João Pacífico Ferreira, denunciaram um esquema de acerto prévio de preço entre as empresas que participaram dos processos.
“Houve um ajuste prévio frustrando o caráter competitivo da licitação. A Construtora Nordeste Odebrecht teria sido contactada pelas empresas Queiroz Galvão e Galvão Engenharia para apresentar uma proposta para dar uma aparência de legalidade à licitação”, acusou o procurador da República no Ceará, Alexandre Meireles. A licitação em questão é relativa à construção do corredor de ônibus da avenida Bezerra de Menezes, cujo consórcio vencedor é composto pela Queiroz Galvão e Galvão Engenharia.
Os executivos da Odebrecht afirmaram ainda que o esquema se repetiu na licitação da reforma do Castelão, em 2010. Segundo o procurador da República, Luiz Carlos Oliveira Júnior, “houve um conluio entre a Carioca Engenharia e a própria Odebrecht para que a Odebrecht colocasse um valor bem superior para que a Carioca Engenharia viesse a ser a vencedora da licitação. Mas, por alguma razão, nem mesmo a Carioca Engenharia ganhou, já que quem chegou a vencer esse certame licitatório foi a Galvão Engenharia”.
Os investigadores suspeitam que outras empresas além da Carioca Engenharia e da Odebrecht estivessem envolvidas no esquema de acerto de preços, incluindo a vencedora, a Galvão Engenharia.
No País
Além do Ceará, estão enrolados nas delações da Odebrecht: Distrito Federal, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia e São Paulo.


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