TERCEIRA EDIÇÃO DE 08-5-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NO O ANTAGONISTA
O PT apoia a ditadura
Brasil Segunda-feira, 08.05.17 09:48
O editorial do Estadão esfrega na cara dos petistas o apoio à ditadura venezuelana:
“Para os petistas, o Brasil vive hoje em pleno estado de exceção. Não há dúvida, segundo a versão petista dos fatos, de que Dilma Rousseff foi vítima de um ‘golpe’ que a tirou da Presidência da República. Também não há dúvida, para essa turma, de que o grande líder petista, Lula da Silva, é um perseguido político e corre o risco de ser condenado à prisão pelo ‘crime’ de ter governado ‘para os pobres’. Não faltam nem os que consideram o governo do presidente Michel Temer uma ‘ditadura’.
Enquanto isso, esses mesmos petistas são capazes de defender a ditadura – sem aspas – de Nicolás Maduro na Venezuela. A embaixada venezuelana no Brasil divulgou recentemente uma série de vídeos em seu canal no YouTube nos quais três deputados do PT manifestam apoio a Maduro no momento em que este reprime violentamente manifestações de oposição ao regime bolivariano – mais de 20 pessoas já foram mortas”.
Susi ou Manoel?
Brasil 08.05.17 08:53
A PF faz uma operação de busca e apreensão contra a ex-mulher de Sérgio Cabral, Susana Neves, codinome Susi.
"A suspeita é de ocultação de patrimônio", diz O Globo.
"No período compreendido entre 2014 a 2016, a ex-mulher de Cabral recebeu, ao menos, 13 vezes valores transferidos por Carlos Bezerra e Carlos Miranda, também apontado como operador, totalizando R$ 883 mil.
No entanto, o valor pode ser ainda maior, segundo a investigação, já que há outros nomes que poderiam se referir a ela. Na planilha dos delatores, por exemplo, Susana também apareceria com o codinome Manoel ou Manuel.
O esbirro foi solto
Brasil 08.05.17 08:50
O STF tem de soltar Antonio Palocci logo.
Caso contrário, ele acabará escutando os conselhos dos outros presidiários.
Diz o Estadão:
“Quem já fez delação aconselha Antonio Palocci a não desistir. As condições impostas pelo MPF para aceitar o acordo depois serão bem piores”.
Até a semana passada, Lula ainda podia contar com José Dirceu, que policiava os movimentos de Antonio Palocci. Agora isso acabou.
Sem mortadela em Curitiba
Brasil 08.05.17 07:40
O acampamento dos militantes da ORCRIM terá de ser montado em algum outro lugar.
O Estadão informa que a juíza Diele Zydek “concedeu liminar neste domingo (07) à Prefeitura de Curitiba impedindo a circulação de pedestres e veículos em áreas próximas ao fórum da Justiça Federal, desta segunda-feira até a noite de quarta-feira (10).
A medida visa a evitar a ocupação das ruas por movimentos contrários e favoráveis ao PT durante o depoimento do ex-presidente Lula ao juiz Sergio Moro nesta quarta-feira.
A juíza proibiu ainda a montagem de estruturas e acampamento por movimentos no centro de Curitiba”.
"O papel político cumprido pelo Judiciário"
Brasil 08.05.17 08:33
PT, CUT e MST divulgaram uma nota atacando o prefeito de Curitiba e a juíza Diele Zydek, que impediram a baderna organizada pelos militantes da ORCRIM durante o depoimento de Lula:
A Frente Brasil Popular Paraná organização que agrega diferentes movimentos sociais e setores da sociedade repudia a decisão do prefeito Rafael Greca e da juíza Diele Denardin Zydek, da 5ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba, em impedir a instalação em Curitiba do acampamento que receberá as centenas de caravanas que virão para o depoimento do ex-presidente Lula, no dia 10 de maio.
A medida é uma forma de criminalização dos movimentos sociais, porque busca impedir a vinda pacífica e democrática de milhares de pessoas que buscam debater os rumos da democracia, entre os dias 9 e 10 de maio, os atuais ataques contra os direitos sociais pelo governo Temer, assim como o papel hoje político cumprido pelo Judiciário.
Não conseguirão. As caravanas e as atividades serão feitas, lutadoras e lutadores sociais serão bem acolhidos pelas entidades sociais e o momento será de muito debate e reflexão com juristas e advogados renomados, artistas, vigílias inter-religiosas e debates políticos.
A pauta do STF
Brasil 08.05.17 08:16
Na quinta-feira, a pedido do PT, Gilmar Mendes poderá proibir as conduções coercitivas.
Não será a única oportunidade do STF para favorecer os criminosos do colarinho branco.
Em 17 de maio, em mais uma pauta relatada por Gilmar Mendes, o plenário deverá decidir se os grampos telefônicos podem ser prorrogados sucessivas vezes.
Em seguida, os ministros terão de julgar se a PF pode fechar delações premiadas e o tempo de duração das prisões preventivas.
A escolha do Italiano
Brasil 08.05.17 07:56
José Dirceu, segundo a Folha de S. Paulo, “não está entendendo direito os sinais enviados por Antonio Palocci sobre a possibilidade de aderir à delação premiada”.
Os sinais são muito claros: se ele for anistiado pelo STF, permanece calado; se tiver de cumprir dez anos de cadeia, delata.


NO BLOG DO FAUSTO MACEDO
‘Vocês têm que fazer o estádio, olha quantas coisas você ganha aqui, pô’”
Marcelo Odebrecht imitou Lula ao narrar cobrança por construção do Itaquerão, do Corinthians, 'time do coração' do ex-presidente; delator citou à Lava Jato interferência de Dilma em financiamento da Caixa
Ricardo Brandt, Julia Affonso, Luiz Vassallo e Fausto Macedo no Estadão
Segunda-feira, 08 Maio 2017 | 05h00
O empresário Marcelo Bahia Odebrecht afirmou aos investigadores da Operação Lava Jato que a obra do Itaquerão, em São Paulo, foi feita para atender um pedido de Luiz Inácio Lula da Silva e que tentou desistir do projeto, mas foi cobrado pelo petista, em 2011, para que cumprisse o compromisso de erguer o estádio para o Corinthians, o “time do coração” do ex-presidente.
“Vocês têm que fazer o estádio, olha quantas coisas você ganha aqui, pô’.” A frase teria sido dita por Lula ao patriarca do Grupo Odebrecht, o empresário Emílio Odebrecht, e a ele, Marcelo – o último preso da maior empreiteira do Brasil nos calabouços da Operação Lava Jato.
Era 18 de maio de 2011, quando Lula falou para uma platéia de bilionários e seus herdeiros, em evento patrocinado pelo mexicano Carlos Slim, no hotel Transamérica, na Ilha de Comandatuba. “Brasil e América Latina: Presente e futuro” foi o tema da apresentação.
“Teve um momento que tentei desistir do estádio”, afirmou Odebrecht (veja aos 36min do vídeo). Foi logo após saber que a obra, que era para ser um estádio para 30 mil pessoas, virou um projeto para a Copa e cujo valor saltou dos R$ 400 milhões para mais de R$ 800 milhões
“Vamos sair, não vamos ganhar nada com isso”, teria dito Odebrecht, aos seus executivos, em 2011, quando começavam as movimentações para a obra.
“Aí é aquela história, entra Lula, André Sanchez recorre a Lula. Teve um evento de empresários em Comandatuba, a gente tinha pedido para Lula fazer uma palestra. Aí nesse evento, antes da palestra, Lula pediu uma reunião comigo e com meu pai. Foi Alexandrino (Alencar), foi (Benedicto) Junior, se não me engano André Sanchez estava lá”, afirmou o delator.
“Aí vem aquela: ‘Vocês têm que fazer o estádio, olha quantas coisas você ganha aqui, pô, faz…'”, disse Odebrecht, com voz rouca, imitando Lula. “Aí, faz a p… do estádio.”
Lula, segundo o delator, cobrava o compromisso assumido pelo grupo de construção do estádio do Corinthians, como favor ao petista e seu time de coração.
“A gente sempre ficava no pé do Lula, porque no fundo quem tinha metido a gente nesse enrosco, foi o Lula.”
Time do coração 
“Esse assunto, como ele nasceu? Basicamente um pedido de Lula para o meu pai: ‘Ó, eu tenho o Corinthians no coração, ajude o Corinthians a construir um estádio privado’. Só isso.”
O pedido inicial para a obra do Itaquerão teria sido feito pelo ex-presidente Lula, em 2010, final de seu mandato, ao patriarca do grupo baiano, Emílio Odebrecht – também um dos 77 delatores da Odebrecht. A empreiteira se comprometeu a realizar a obra alocando de R$ 300 milhões a R$ 400 milhões na construção.
Assim começou a história da obra do Itaquerão, que custou R$ 1,1 bilhão e foi realizada pela empreiteira. Além do pedido de Lula, o negócio, segundo o delator, envolveu suposta atuação ilícita da ex-presidente Dilma Rousseff em financiamento da Caixa Econômica Econômica Federal e o empenho do então prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), e do governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB).
“Esse é um exemplo daqueles coisas que a gente entra, as coisas vão evoluindo, a gente vai se enrolando, a coisa acaba bem pior que a gente imaginava. A gente achava que ia entrar como mocinho da história e acaba ficando vilão da história. Acaba devendo favor que não era favor e gera essa complicação. E a gente acaba se enrolando com algumas coisas que são erradas, são ilícitas.”
Jantar 
Odebrecht narrou em seu Termo 34, da delação premiada fechada com a Procuradoria Geral da República (PGR), detalhes dos acertos para construção do Itaquerão, palco da final do Campeonato Paulista, neste domingo, 7, e da abertura da Copa 2014, para atender um pedido de Lula.
Marcelo diz que não esteve na primeira etapa do pedido, que envolveu Emílio e Lula, mas detalhou os acertos da obra em um jantar, em sua mansão, em São Paulo – onde foi preso na manhã do dia 19 de junho de 2015.
Era 13 de janeiro de 2011. Sentados à mesa de jantar, estavam o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab, e outros executivos do grupo. Foi ali que selaram os termos da parceria União, Estado, Prefeitura e empreiteira para a construção da Arena Corinthians, para a abertura da Copa de 2014.
“É um absurdo, porque na verdade você faz um estádio para um evento, para um dia. Nenhum outro evento vai justificar um estádio daquele.”
Além das autoridades de Estado, outras duas autoridades da bola: o craque Ronaldo e o cartola André Sanchez.
“Nesse jantar acertou de boca, ou informalmente, o que levaria ao modelo final e os compromissos que cada um assumiria. O Corinthians disse que toparia fazer um estádio que pudesse fazer a abertura da Copa do Mundo”, conta a versão do delator.
Segundo Odebrecht, a expectativa de construir um estádio de R$ 300 milhões saltou para um estádio de “R$ 800 milhões a R$ 900 milhões”.
“Nós dissemos, tudo bem, eu faço, mas meu compromisso de pagar era R$ 300 milhões a R$ 400 milhões, que é o que eu estava topando. O resto tem que vir de outra forma.”
Documento
Marcelo diz que a Prefeitura de São Paulo foi quem garantiu o acréscimo de recursos para viabilização da obra. “A Prefeitura, o Kassab, tirou da cartola a questão das CIDs, que era um projeto de lei da Marta (Suplicy, ex-prefeita e atual senadora) de incentivo ao desenvolvimento de algumas regiões urbanas.
Então você fazia o projeto, se esse projeto levasse ao desenvolvimento da região, automaticamente ele geraria mais imposto para a região, então, automaticamente você teria o direito de receber esse valor de volta, através de não pagar tributos. Basicamente ISS.”
Na época se estimava que o valor era R$ 820 milhões, o Kassab prometeu R$ 420 milhões de CIDs. “Ou seja, o estádio ia custar R$ 220 milhões, o Corinthians assumiria R$ 400 milhões, que era o valor original, e essa diferença que era para a abertura da Copa ia ser bancado por CID.”
Os CIDs são Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento, incentivos baseados em uma lei municipal de 2004 para estimular investimentos na zona leste da capital paulista.
A obra do Itaquerão foi feita por meio de Fundo de Investimento Imobiliário (FII). O fundo arrecadou recursos com a venda de cotas de participação, a serem remuneradas com as futuras receitas da própria arena, e com o recebimento de CID, que serão emitidos na conclusão da obra.
O cotista sênior do FII é uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), que tomou financiamento junto ao BNDES, segundo as condições do Programa ProCopa Arenas, oferecido a todos os estádios da Copa.
Odebrecht diz que no jantar, “o Luciano (Coutinho) prometeu fazer o empréstimo do BNDES”.
Foi nesse jantar que se estabeleceu que seria criada uma SPE Imobiliária, que seria a dona do estádio, e quem receberia o financiamento do BNDES, com garantia da Odebrecht.
Dilma 
Marcelo disse que discutiu com a ex-presidente Dilma Rousseff a mudança de financiamento da Caixa Econômica Federal para o Banco do Brasil, apesar de a ex-presidente nunca ter se mostrado favorável ao projeto da Copa. “Ela não via isso um compromisso dela.”
Com início da obra em andamento, houve problemas na liberação de recursos pelo Banco do Brasil, segundo o delator, que seria o novo financiador, por decisão de Dilma.
Odebrecht disse que pediu para que a presidente voltasse o negócio para a Caixa e orientasse para que o empréstimo andasse.
“Aí foi que eu, aproveitando a reunião que teve quando ela (Dilma) foi fazer uma visita à Fonte Nova, que estava acabando antes, em 2013, por causa da Copa das Confederações.”
O delator diz que aproveitou o evento para uma conversa reservada com a petista. “Como eu fazia esses encontros, normalmente, encontros rápidos na sala reservada antes do evento.”
Odebrecht diz ter dito para Dilma: “presidente, só vai sair se a senhora der uma orientação de voltar para a Caixa Econômica que a senhora tirou”.
“Tem que voltar para a Caixa Econômica e a senhora tem que dar uma orientação para resolver. Ela acabou concordando, mandou a orientação a Guido (Mantega, ex-ministro da Fazenda), que resolvesse via Caixa Econômica.”
O delator diz que Mantega cumpriu o acordado.
“Guido chamou o Marcos Vasconcelos que era o vice-presidente, a gente começou a obra.”
Marcelo afirmou que acionou Kassab e os ex-ministros Jaques Wagner e Eduardo Campos (morto em 2014), para tentar resolver o problema. Para ele, a atuação dos dois teria sido “decisiva”.
O caso vai ser enviado para Justiça Federal no Paraná, onde se apura a responsabilidade de Lula e Dilma Rousseff no esquema de corrupção descoberto pela Lava Jato.

Todos perdem 
O Itaquerão tem capacidade para 48 mil torcedores. Para se adaptar às exigências da Fifa, foram feitos 20 mil assentos retráteis para ampliar sua capacidade para 68 mil lugares, para a Copa.
Marcelo Odebrecht diz que o projeto do Itaquerão foi um “atoleiro”.
“Você começa, você entra no atoleiro e não sabe como sair depois.”
Com dívida na Caixa, valores da obra a serem recebidos pela construção, a obra resultou em prejuízos.
Questionado por um dos procuradores da Lava Jato “quem vai pagar a conta no final?”, Marcelo respondeu: “Acho que no final, perde a gente, perde o Corinthians, perde a Caixa, perde todo mundo. É o tipo de jogo que todos perdem”.
“Essa é a zona do estádio do Corinthians.”


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