PRIMEIRA EDIÇÃO DE 08-5-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SEGUNDA-FEIRA, 08 DE MAIO DE 2017
Não admira que pelegos estejam nervosos com a reforma trabalhista, com greves e passeatas, e até se aliando a políticos que atacavam, como Renan Calheiros. É que perderão o negócio que rende quase R$ 4 bilhões a 16,4 mil entidades sindicais, a maioria de pouca expressão e muita gula. A reforma extingue a contribuição obrigatória, descontada dos trabalhadores, que em 2016 rendeu R$59,8 milhões somente à CUT, braço sindical do PT. A Força Sindical embolsou R$46,5 milhões.
Sindicalistas gastam como querem recursos subtraídos dos salários, pagando cachê a “manifestantes” ou metendo a grana no bolso.
O então presidente Lula vetou lei aprovada no Congresso que submetia entidades sindicais à fiscalização e prestação de contas, é claro.
Até centrais sindicais desconhecidas ganham muito dinheiro. Uma “Nova Central” leva R$23,3 milhões, a “CTTB”, R$15,3 milhões etc.
Sindicatos dos comerciários de São Paulo faturaram R$31,5 milhões em 2016, e o do Rio de Janeiro R$10,5 milhões.
O Brasil deve homenagens e até pedido de desculpas ao ex-senador Pedro Simon (PMDB-RS), que lutou durante anos para criar a CPI das Empreiteiras (ou dos Corruptores), convencido de que era a chave para desmantelar o esquema de corrupção no País. O bravo senador estava certo, como mostram as investigações da Lava Jato, mas a CPI sempre esbarrou no desinteresse dos governos Itamar Franco, FHC e Lula.
A ira santa de Pedro Simon propondo a CPI das Empreiteiras começou em 1993, vinte anos antes da Operação Lava Jato.
Para Pedro Simon, após a CPI dos Anões (ou “CPI dos Corruptos”), era o momento certo para investigar os corruptores. Jamais conseguiu.
A CCJ do Senado, em 1995, presidida por Bernardo Cabral (AM), negou por 15x7 votos o desarquivamento da CPI dos Corruptores, de Simon.
O governo planeja conversar com deputados resistentes à reforma da previdência para convencê-los de que o projeto aprovado na comissão especial é o possível, no momento. Em resumo; melhor este que nada.
O relatório final da CPI da Funai/Incra, de Nilson Leitão, exige que seja investigado o assassinato a pauladas do produtor Gilmar Luiz Borges, em 2016, após denunciar na CPI a invasão de suas terras pelo MST. Na ocasião, esta coluna denunciou o crime, que continua impune.
A lei brasileira de migração foi elogiada pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), fazendo o Brasil assumir um maior protagonismo na esfera humanitária.
A ministra Luciana Lóssio, do Tribunal Superior Eleitoral, opinou pelo fim da censura ao ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, que estava proibido de falar sobre a Operação Chequinho. Os demais ministros do TSE poderão se posicionar sobre o caso nesta terça-feira (9).
O fim do imposto sindical, incluído na reforma trabalhista enviada ao Senado, foi comemorado pelo senador Sérgio Petecão (PSD-AC). Para ele, a farra foi grande com os R$4 bilhões arrecadados de 2008 a 2015.
A tática de escrever rascunho de e-mail, sem enviá-lo, enquanto o destinatário o acessa e deleta, foi descrita no filme “O Traidor”, de 2008, sobre um agente do FBI que investiga uma grande conspiração internacional. Dilma e/ou Mônica Moura devem ter visto o filme.
Em 2007, Duque esteve enrolado na contratação do consórcio Fells-Odebrecht para construir a plataforma P-56. A licitação foi cancelada por “preço excessivo” e o consórcio que construiu a P-51, reutilizado.
Somente seis meses após o Supremo Tribunal Federal determinar ao Congresso que aprove lei para compensar estados prejudicados pela Lei Kandir, a Câmara instalou Comissão para tratar do tema. O prazo do STF é de 12 meses, e a matéria ainda terá de ir ao Senado.
Os sindicalistas protestam contra a reforma da previdência ou contra a reforma trabalhista, que corta os R$4 bilhões que rateiam por ano?

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Roberto Pompeu de Toledo: Fator Lula
Entenda-me: prendê-lo será torná-lo mártir e oferecer um discurso a seus seguidores
Por Augusto Nunes
Domingo, 07 maio 2017, 21h03 - Atualizado em 7 maio 2017, 23h01
Publicado na edição impressa de VEJA
– O juiz Moro fará mal ao Brasil se prender Lula. Na situação precária em que o país se encontra, com um governo que mal se aguenta nas pernas, preocupante situação econômica, desemprego, greves e outras ameaças à paz social, a prisão de um líder popular como Lula será seguida de manifestações que abrirão mais um foco de instabilidade.
– Desculpe, o juiz Moro não tem nada a ver com o que pode acontecer. Sua matéria é o que já aconteceu. Tem é que julgar, com isenção e obediência à lei, à “fria letra da lei”, se você aguenta o chavão, o que consta dos autos, não a súmula etérea das hipóteses e possibilidades.
– Para o ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE, a “institucionalidade” deve ser levada em conta, no julgamento da chapa Dilma-Temer. Por “institucionalidade” ele entende o possível tumulto decorrente de se destituir mais um presidente. Ora, a “institucionalidade” também não consta dos autos, e no entanto é o que tem movido o TSE em suas manobras de adiamento do julgamento. Por que não levá-la em conta no caso de Lula?
– O exemplo é ruim. É lamentável que o TSE use de chicana contra si mesmo, para escusar-se de julgar. Seria igualmente lamentável que o juiz Moro cedesse a semelhante recurso. Quem feriu a lei, seja fraudando o processo eleitoral, seja aceitando propina de empreiteira, deve ser julgado em tempo razoável e punido conforme determina a lei.
– Há valores que transcendem a mera situação individual do réu. Além da institucionalidade, preocupa-me a história. Acho constrangedor que o primeiro presidente do Brasil a ir para a cadeia seja também o primeiro de origem operária. Os livros haverão de ponderar se, tivesse ele outra origem, não teria merecido outra sorte.
– Seu argumento põe a noção de privilégio de cabeça para baixo. Políticos de origem operária mereceriam, por privilégio adquirido no berço, tratamento diferenciado. Quando se afrouxa o cumprimento da lei, o que desde sempre ocorreu no Brasil, instaura-se o reino da impunidade. A Operação Lava Jato abre a oportunidade histórica de corrigir tal escrita. O TSE faz mal em remar no sentido contrário, e o juiz Sérgio Moro fará mal se seguir no mesmo caminho.
– A prisão de Lula estimulará o discurso do ódio que assola o país. Ouvi há pouco alguém dizer que vê-lo preso “é o que mais deseja na vida”. Os advogados de Lula partiram para provocações, nas audiências com Moro, que beiram a ofensa. Entre os lulistas há mobilização para manifestação em Curitiba, quando Lula for depor.
– Se há provocações, mais razão terá Moro em não recuar, na estrita observância do que falam os autos e do que prescreve a lei. Idem se houver manifestações. De resto, não acho que Lula seja ainda popular a ponto de sua prisão causar abalo na ordem social.
– Falta o argumento eleitoral. Entenda-me bem: não estou fazendo a defesa de Lula. Não quero que ele volte à Presidência da República. Prendê-lo será torná-lo mártir e oferecer um discurso a seus seguidores.
– O discurso da vitimização eles já têm.
– O ideal, para mim, seria que ele até pudesse concorrer à eleição de 2018. Concorrer e perder. Ou você acha que sobreviveria à campanha candidato com tanta denúncia no prontuário? A derrota eleitoral, só ela, pode conduzi-lo à via da irrelevância na política brasileira. Preso, ou mesmo solto e impossibilitado de concorrer, ganharia as credenciais para exercer entre nós papel semelhante ao do fantasma de Perón na Argentina. De modo menos religioso que na Argentina, mas ainda assim semelhante, e com o mesmo efeito de atravancar a política do país.
– Seu argumento se apoia numa conjuntura. Permanentes são os valores da lei. A aplicação da lei, seja a quem for, diz respeito ao fato revolucionário que está ocorrendo no Brasil, que é a Operação Lava ­Jato, e no qual o país aposta seu futuro.
– Quer saber? Acho que do estrito ponto de vista político a prisão seria hoje a melhor saída para Lula. E para os lulistas.
– Quer saber? O “estrito ponto de vista político” é tudo o que um juiz consciente de seus deveres tem por obrigação evitar.

Deonísio da Silva: Os três segredos de Fátima
O nome tornou-se popular depois de 1917, quando das primeiras aparições de Nossa Senhora em Fátima
Por Augusto Nunes
Domingo, 07 maio 2017, 11h24 - Atualizado em 7 maio 2017, 14h55
Peregrinos participam de procissão no santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, em Portugal nesta segunda-feira (13) (Pedro Nunes/AFP/VEJA/VEJA/VEJA)
O nome pelo qual somos conhecidos é uma das primeiras coisas que não escolhemos na vida. Frequentemente os portadores desconhecem os motivos de ter os nomes que têm. E o significado por vezes é ignorado também por aqueles que lhes deram estes nomes. Quando pronunciamos uma palavra, dizemos mais coisas do que elas revelam na aparência.
Maio é o mês de Fátima, não apenas das noivas e das mães. Fátima é palavra que veio do Árabe faT(i)mâ, língua na qual designa a criança que deixou de mamar.
A começar pela jornalista Fátima Bernardes (54) e pela senadora Maria de Fátima Bezerra (61), muitas mulheres se chamam Fátima no Brasil.
Este nome feminino tornou-se popular depois de 1917, quando das primeiras aparições de Nossa Senhora em Fátima, localidade situada a 125 km de Lisboa. Na região teria vivido uma princesa moura com este nome, aliás o mesmo de uma das filhas de Abū al-Qāsim Muḥammad ibn ʿAbd Allāh ibn ʿAbd al-Muṭṭalib ibn Hāshim, mais conhecido por Maomé (571-632).
Nossa Senhora passou a ser conhecida pelo nome das localidades onde aparecia: Guadalupe, no México; Lourdes, na França; Luján, na Argentina; Aparecida, no Brasil.
Paradoxalmente, uma das personalidades solares do catolicismo português e mundial traz na designação um nome de origem muçulmana, nascido durante a presença árabe em Portugal, que perdurou do século VIII ao XV.
Em 2017, completam um século as aparições de Nossa Senhora em Fátima e o segredo confidenciado a três crianças chamadas Lúcia dos Santos (1907-2005), Jacinta de Jesus Marto (1910-1920) e Francisco de Jesus Marto (1908-1919).
Como as crianças eram três, o segredo, que era um só, passou para o plural. Durante quase um século, o segredo foi conhecido apenas pelo três papas (além, naturalmente, dos três pastores aos quais Nossa Senhora apareceu): João XXIII, Paulo VI e João Paulo II.
Revelado em partes, o segredo dava conta de mensagens secretas. Uma delas falava do “mar de fogo” que era o Inferno, mas podiam ser também as terríveis bombas incendiárias da Segunda Guerra Mundial, que culminaram com o fogo espalhado sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão.
A segunda parte tratava das preocupações de Nossa Senhora com a Revolução Russa, ocorrida justamente em fevereiro/março de 1917, com a chegada dos comunistas ao poder em outubro/ novembro daquele ano. Os meses variam porque o calendário da Rússia, que depois lideraria a URSS, era diferente.
A terceira parte do segredo foi a tentativa de assassinato do papa João Paulo II, tal como fez saber o próprio pontífice quando determinou ao Cardeal Joseph Aloisius Ratzinger, que viria a tornar-se seu sucesso e hoje é o papa emérito Bento XVI, que o revelasse.
O ser humano é um segredo por si só, às vezes para ele mesmo. E seu nome pode acrescentar outros segredos, aos quais vão se somando numerosos outros ao correr da vida. Como não somos repolhos e temos atividade intelectual, estes segredos desafiam nossa inteligência e nossos sentidos.
Mas, talvez por preguiça ou por comodidade, com frequência transferimos a videntes a tarefa de interpretar as realidades que poderiam ser compreendidas de outro modo. Todavia, se trabalhar cansa, pensar também pode dar muito trabalho.
E, de todo modo, pesquisando um segredo podemos frequentemente chegar a mistérios que são para nós inescrutáveis.


NO BLOG DO JOSIAS
Debilidade de Temer eleva apetite de fisiológicos
Josias de Souza
Segunda-feira, 08/05/2017 04:55
A discrepância entre o discurso ameaçador do Planalto e a suavidade no trato com os parlamentares infiéis leva a plateia a duvidar da seriedade da cena. Michel Temer fica em posição comparável à do sujeito que diz que vai quebrar a cara do outro, mas demora tanto tempo para levantar da cadeira que vira motivo de chacota. A situação legislativa do presidente é mais precária do que faz supor a retórica oficial. Os supostos aliados é que ameaçam o governo, não o contrário. Intimados a concluir a votação das reformas de Temer, governistas acenam com a hipótese de dar uma coça no Planalto se os seus apetites fisiológicos não forem saciados.
No plenário da Câmara, os traidores do governo foram contados na casa das sete dezenas na votação da reforma trabalhista. E o número de deputados que sofreram retaliações não preenche os dedos de u'a mão. No momento, a articulação política do governo parece sofrer de esquizofrenia. No Senado, pisa no acelerador para tentar apressar a votação final da reforma da CLT. Na Câmara, puxa o freio de mão para retardar a tramitação das mexidas na Previdência, pois faltam-lhe votos. A contragosto, Temer convive com o risco real de ver a tramitação legislativa de suas reformas escorregar para o segundo semestre.
Neste domingo (07), Temer discutiu as trapaças da conjuntura com o relator da reforma previdenciária na Câmara, Arthur Maia (PPS-BA), e três ministros: Henrique Meirelles (Fazenda), Antonio Imbassahy (Coordenação Política) e Moreira Franco(Secretária-Geral da Presidência). Rodopiaram ao redor das inquietações de sempre: no Senado, a lentidão e as emboscadas de Renan Calheiros. Na Câmara, a inanição de votos e o risco de novas concessões que desfigurem ainda mais os ajustes no sistema de aposentadorias. Na reforma trabalhista, a ansiedade pela fixação da data de votação. Na reformulação da Previdência, a necessidade de adiar o embate.
O Planalto precisa de pelo menos 308 votos para aprovar a reforma da Previdência no plenário da Câmara. O blog perguntou a um líder partidário e a um ministro quantos votos faltam para alcançar essa marca. O ministro recusou-se a responder. O líder estimou que, para enfrentar a votação com uma pequena sobra que evite surpresas, o Planalto precisará seduzir algo entre 60 e 70 deputados. Daí a hesitação do governo em promover exonerações em massa de apadrinhados de deputados traidores. Algo que estimula os parlamentares leais ao governo a elevar o valor de sua fidelidade na apreciação de reformas rejeitadas pela grossa maioria do eleitorado.
A despeito das dificuldades, pouca gente aposta na rejeição das reformas. Mas tornou-se difícil prever quando, como e a que custo as mudanças nas legislação trabalhista e previdenciária se converterão em realidade. A aposta na aprovação é alta porque todo mundo sabe que Temer hipotecará a alma, se for necessário, para alcançar esse objetivo. No limite, terá de fazer novas concessões. A essa altura, é melhor ter reformas desfiguradas do que não ter nenhuma reforma. Uma derrota converteria a gestão Temer num governo, por assim dizer, vegetativo.

Moro injeta ‘normalidade’ no espetáculo de Lula
Josias de Souza
Domingo,07/05/2017 17:39
Dois espetáculos não cabem ao mesmo tempo num único palco. Atento ao princípio da impenetrabilidade da matéria — “dois corpos distintos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço…” — Sergio Moro se esforça para reagir à tentativa de Lula de enfiar um espetáculo dentro de um ato processual banal.
O petismo estava aí convocando sua militância para testemunhar em Curitiba, na próxima quarta-feira, um momento apoteótico da ópera da Lava Jato: o solo de Lula. Na noite deste sábado (06), Sergio Moro, maestro e coreógrafo da 13ª Vara Federal de Curitiba, pendurou na web um vídeo que impõe a mudança do cartaz.
Uma frase do juiz ganhou o letreiro com disposição de ficar: “É um ato normal do processo.” Na véspera, num encontro partidário que foi transformado em ensaio público do grande ato de Curitiba, o tenor do PT entoara sua ária predileta, feita de dois elementos: vitimização e autoelogio.
Lula declarou: “Há um pacto diabólico entre a Operação Lava Jato e os meios de comunicação: não importa a verdade, é preciso castigar a imagem. E eu dizia: não façam isso, porque vocês estão enfrentando uma pessoa que respeita a Justiça, que não está acima da Justiça. Mas vocês estão julgando de forma equivocada, com difamações, a pessoa que mais criou condições de combater a corrupção neste país. Mas isso eu vou deixar para quarta-feira…”
No seu vídeo, Moro tomou distância do tridente, mostrou a Lula uma boa trilha para desmontar “difamações” e insinuou que o pecador tende a enxergar as labaredas do inferno até nos procedimentos mais comezinhos do devido processo legal: “O interrogatório é uma oportunidade que o senhor ex-presidente vai ter para se defender'', afirmou o juiz. ''É um ato normal do processo. Nada de diferente ou anormal vai acontecer nesta data, apenas esse interrogatório.”
Lula será interrogado por Moro como réu num processo em que é acusado de ter recebido “vantagens indevidas” da OAS, empreiteira que participou do assalto à Petrobras. Uma das vantagens foi o tríplex turbinado do Guarujá. Outra foi o transporte e armazenagem das “tralhas” acumuladas durante a sua presidência. Pelas contas da força-tarefa de Curitiba, os mimos contidos nesse processo somaram R$ 3,7 milhões.
Com a esperteza habitual, Lula fala do depoimento como se o evento envolvesse todas as acusações que lhe pesam sobre os ombros nas cinco ações penais em que figura como réu. Ele diz estar “ansioso” para encontrar Moro. Por quê? ''É a primeira oportunidade que eu vou ter para saber qual é a prova que eles têm contra mim.'' Ora, Lula já prestou seis depoimentos. E continua pendurado nas manchetes de ponta-cabeça.
Lula sabe que o juiz da Lava Jato não poderá inquiri-lo senão sobre os dados contidos nos autos. Mas o pajé do petismo convoca a militância que o idolatra para uma ópera processual com jeitão de comício contra toda a urucubaca que lhe carcome a biografia. Farejando o cheiro de queimado, Moro encareceu ao pedaço da sociedade simpático à Lava Jato que se abstenha de comparecer à pajelança. O magistrado injeta normalidade no espetáculo.
“Eu tenho ouvido que muita gente que apoia a Lava Jato pretende vir a Curitiba manifestar esse apoio. Ou pessoas mesmo de Curitiba pretendem vir aqui manifestar esse apoio. Esse apoio sempre foi importante, mas nessa data ele não é necessário. Tudo que se quer evitar é alguma espécie de confusão e conflito. E acima de tudo não quero que ninguém se machuque e se envolva em eventual discussão. Minha sugestão: não venham, não precisa. Deixa a Justiça vai fazer o seu trabalho. Tudo vai ocorrer com normalidade.”
O que Sergio Moro disse, com outras palavras, foi mais ou menos o seguinte: ''Deixem que o PT e Lula se encrenquem sozinhos.'' Mais um pouco e o magistrado vai acabar recomendando ao réu a leitura de um poema do poeta e compositor Abel Silva. A peça vai reproduzida abaixo:
Navegações
Minha casa está calma,
eu é que sou turbulento,
o País navega, dizem,
eu é que me arrebento
eu é que sempre invento
toda esta ventania
eu é que não me contento
com o rumo da romaria
não sei se a sorte é cega
ou eu que vivo a teimar:
sei que eu sou o barco
o marinheiro
e o mar.

NO O ANTAGONISTA
A melhor imagem de Lula
Brasil Segunda-feira, 08.05.17 06:56
“Um dos objetivos do PT em gravar o depoimento de Lula esta semana é usar as imagens na campanha do ex-presidente em 2018”, diz Lauro Jardim.
O Antagonista também quer usar as imagens de Lula no banco dos réus durante a campanha de 2018.
Lava Jato conduzida coercitivamente
Brasil 08.05.17 06:49
O STF pode dar mais um passo para enterrar a Lava Jato na quinta-feira (11).
Diz o Valor:
“Além das prisões preventivas postas em xeque, a Lava Jato enfrentará nesta semana mais uma prova de fogo no STF.
Duas ações entrarão em discussão para que a corte decida sobre a validade da condução coercitiva. As ações foram apresentadas pelo PT e pela OAB e o relator é o ministro Gilmar Mendes”.
Ato pela Reforma da ORCRIM
Brasil 08.05.17 06:28
A ORCRIM promete assediar o tribunal de Curitiba com 30 mil de seus comparsas.
A defesa de Lula foi encaixada entre um Ato pela Reforma Agrária e um Encontro Pela Liberdade de Expressão.
As velhas bandeiras da esquerda estão tão desmoralizadas que agora só servem para embrulhar corruptos.
O kit da ORCRIM
Brasil 08.05.17 06:23
Os militantes da ORCRIM que foram arregimentados para acompanhar o depoimento de Lula em Curitiba receberam a ordem de “se trajar com a simbologia da luta”, segundo a Folha de S. Paulo.
Ele devem exibir “bonés ou chapéus, camiseta vermelha, além de faixas e cartazes”.
A cartilha da ORCRIM diz também:
“Não devemos entrar em provocações (…) por parte dos coxinhas”.
O outro processo de Lula
Brasil 08.05.17 06:07
Lula vai voltar para o banco dos réus.
Nesta segunda-feira, o juiz Sergio Moro ouve as primeiras testemunhas do outro processo que corre contra ele na Lava Jato - aquele sobre o prédio do Instituto Lula.
O prédio custou 12 milhões de reais e foi comprado pelo departamento de propinas da Odebrecht por meio de uma empresa laranja, a DAG.
Quando Lula desistiu do negócio, parte do dinheiro sujo foi usado para comprar sua cobertura em São Bernardo do Campo.
Os interrogatórios dos delatores da Odebrecht serão arrasadores.
Lula só tem um jeito de escapar desse processo: arrebentando a Lava Jato.
Mais de 12 milhões de franceses se abstiveram
Mundo 08.05.17 05:56
Resultado final da eleição francesa:
Emmanuel Macron: 66,1%
Marine Le Pen: 33,9%
Mais de 12 milhões de eleitores se abstiveram; mais de 4 milhões votaram branco ou nulo.
Procuradores respondem ao "mando prender" de Lula
Brasil Domingo, 07.05.17 22:07
A Associação Nacional dos Procuradores da República divulgou a seguinte nota sobre o "mando prender" de Lula:
"Em resposta às críticas do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva à Operação Lava Jato, a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) vem a público informar que as investigações da Operação Lava Jato são sérias, técnicas e impessoais.
Se prova precisasse disso, é só observar que o discurso do ex-presidente Lula é exatamente o mesmo de dirigentes de outros partidos políticos também investigados e processados na Lava-Jato.
O argumento de que há uma grande conspiração universal contra o ex-presidente Lula não se sustenta em fatos, muito menos uma conspiração, a que a cada testemunho de um ex-aliado com conhecimento interno da matéria a defesa e o ex-presidente acusam de também participar.
Todos, segundo a defesa, mentem. Apenas o ex-presidente falaria a verdade.
A ampla defesa permite todos os argumentos, é direito de qualquer réu alegar o que quiser. A justiça - independente e técnica - decidirá.
De resto, apenas lamentar a frase, que soa como ameaça, de que - supõe-se legitimamente que depois de mais uma vez eleito presidente - irá mandar prender os que investigam. Isto não irá deter qualquer agente de Estado ou a marcha serena e impessoal da Justiça, mas não é uma declaração digna de quem por oito anos foi o supremo mandatário do País.
O ex-presidente sabe muito bem que chefes do Executivo não "mandam prender" ninguém em um estado de direito. A justiça é que o faz."
José Robalinho Cavalcanti
Presidente da ANPR"
Militantes x perguntas a Lula
Brasil 07.05.17 18:53
João Pedro Stédile disse hoje que o MST levará 20 mil militantes a Curitiba, no dia do depoimento de Lula a Sérgio Moro.
A Justiça levará perguntas a Lula. Esse é o único embate, o resto é capa de revista.
"A incapacidade de Lula de aceitar a Justiça não apaga as acusações"
Brasil 07.05.17 14:07
Merval Pereira escreve sobre a presepada que Lula e os seus acólitos vão fazer em Curitiba:
"Querer transformar em ato político o que deveria ser um mero procedimento rotineiro dentro de um processo criminal mostra bem a incapacidade de Lula de aceitar a ação da Justiça, tentando constrangê-la com uma demonstração de força política que, mesmo existente, não apaga as graves acusações que pesam contra ele.
O depoimento do dia 10 refere-se ao triplex do Guarujá, que Lula anda chamando pejorativamente de uma Minha Casa, Minha Vida em cima da outra. Um descaso para com os pobres que diz defender, que se sentem recompensados quando conseguem uma casa popular para morar e não são capazes de entender a ironia daquele que ainda consideram seu defensor."

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