PRIMEIRA EDIÇÃO DE 12-5-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SEXTA-FEIRA, 12 DE MAIO DE 2017
A força-tarefa suspeita que José Carlos Bumlai combinou com Lula seu depoimento, na véspera do interrogatório do ex-presidente. Ao depor, Bumlai implicou a falecida Marisa Letícia no caso da compra de terreno para a sede do Instituto Lula, afirmando que foi ela, e não Lula, quem lhe pediu “ajuda” para concretizar a negociata. Interrogado sobre o caso do tríplex-propina do Guarujá, Lula também culpou Marisa.
Bumlai teria servido à estratégia canalha de implicar a falecida para Lula tentar se livrar da acusação sobre o tríplex-propina da OAS.
A Sérgio Moro, Bumlai disse que Marisa lhe pediu “ajuda” para fechar o negócio do terreno, como se fosse ela a gestora do Instituto Lula.
Confirmada a armação de Lula, a força-tarefa deve pedir a suspensão da prisão domiciliar de Bumlai, ordenada pela Segunda Turma do STF.
Lula é acusado de comprar o tríplex e o sítio com recursos da “conta propina”, criada pela Odebrecht para mantê-lo, após seu governo.
Há sempre a impressão de que falta mais um, na Lava Jato. Franklin Martins, ex-ministro de Lula, é um desses personagens nos quais a força-tarefa ainda não pôs as mãos. Agora se sabe que Mônica Moura, mulher de João Santana, marqueteiro do PT, contou que dividiu com a mulher de Martins US$ 11 milhões (R$ 34,7 milhões), em dinheiro vivo, do caixa 2 da campanha de reeleição de Hugo Chávez, na Venezuela.
Mônica contou que acertou pagamentos em reunião com Franklin Martins e o embaixador da Venezuela em Brasília, Maximilian Arveláez.
Em outro ponto da delação, Mônica afirmou que Lula tentou incluir Franklin em campanha presidencial de Angola, mas Santana vetou.
O valor do contrato para a campanha de Hugo Chávez na Venezuela, em 2012, foi de US$ 35 milhões (R$ 111 milhões), via caixa 2.
Mônica Moura disse em depoimento que tomou um calote de US$ 15 milhões (R$ 47,3 milhões) de Nicolás Maduro, encarregado de pagar os serviços de João Santana na campanha de Hugo Chávez.
Sempre que a Dilma queria conversar reservadamente com Mônica Moura ou João Santana, fazia caminhadas no jardim do Alvorada ou na varanda, escondendo o que a Polícia Federal jamais poderia saber.
Lula já foi comparado por aliados até a Macunaíma, “herói sem nenhum caráter” eternizado na obra de Mário de Andrade. Mas nem Macunaíma jogaria culpa na falecida mulher para tentar se livrar de condenação.
O delegado da PF Antonio Carvalho disse em coletiva que a operação Sucupira, em Alagoas, inspirou-se na reportagem de Davi Soares, do site Diário do Poder, sobre esquema de propina para admitir e aprovar assessores do governador Renan Filho em curso de mestrado da UFAL.
Ao ser questionado por Sérgio Moro por que não pediu que o PT investigasse denúncias envolvendo políticos do partido na Lava Jato, Lula, de cara limpa, respondeu não ter “nenhuma influência no PT”.
Segundo levantamento do jornal inglês Financial Times, o Brasil é o país que mais gasta com a previdência de servidores públicos. Aqui são 4% do PIB; na Grécia, quebrada, 3,7%. Suíça e Turquia, 0,2%.
Não parece, mas já faz um ano que o Senado aprovou o afastamento da ex-presidente Dilma, no dia 12 de maio de 2016, e colocou o então vice, Michel Temer, no comando do Palácio do Planalto.
A presença de adoradores de Lula em Curitiba, embora modesta, foi interpretada por magistrados de uma forma geral, da primeira instância aos tribunais superiores, como tentativa inaceitável de intimidação.
... dizer que a mulher não gostava de praia, mesmo sendo mentira, explica por que Lula também arrumou um sítio para chamar de seu.

NO DIÁRIO DO PODER
CAMPANHA AO SENADO
CASAL DE MARQUETEIROS CONTA QUE ACERTOU CAIXA 2 NA SAUNA DA CASA DE DELCÍDIO
MARQUETEIROS REVELAM ACERTOS DE PROPINA NA SAUNA DO EX-SENADOR
Publicado: quinta-feira, 11 de maio de 2017 às 18:14 - Atualizado às 18:52
Redação
O marqueteiro João Santana e sua mulher, a empresária Mônica Moura, contaram em delação premiada que o senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS, ex-PT) exigiu que parte dos pagamentos pela sua campanha ao Senado, em 2002, fosse feita via caixa 2, por meio de depósito no exterior.
Conforme anexos da colaboração do casal à Lava Jato, a negociação com o marqueteiro foi feita numa reunião dentro da sauna da casa do ex-congressista, em Campo Grande. Na época, ele era secretário de Estado em Mato Grosso. "João Santana foi convidado, de forma inusitada, a conversar dentro da sauna, pois claramente Delcídio visava a preservar informações quanto a valores e forma de pagamento", diz trecho do documento.
O suposto caixa 2 não consta do acordo de delação firmado por Delcídio com a Lava Jato. Procurado pela reportagem, o advogado do ex-senador, Antônio Figueiredo Basto, disse que seu cliente não reconhece os fatos relatados pelo casal como verdadeiros. Por esse motivo, segundo ele, o episódio não foi tratado na colaboração. "Conversa em sauna? Se ele tivesse cautela para conversar com as pessoas, não teria acontecido o que aconteceu", comentou.
Delcídio foi preso no fim de 2005, após ter sido gravado numa conversa com Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, e outras pessoas em suposta tentativa de atrapalhar investigações da Lava Jato. Ele foi solto depois de confessar ilícitos aos investigadores.
Santana e Mônica contaram que o marketing da campanha de Delcídio foi orçado em R$ 4 milhões. Metade teria sido paga "por dentro" e a outra metade, por meio de depósito feito por uma offshore na conta Shellbill, de Santana, na Suíça.(AE)

DELAÇÃO
EX-MINISTRO E ADVOGADO DE DILMA, CARDOZO VAZAVA DETALHES DA LAVA JATO
MÔNICA DIZ QUE ELE CONTAVA A DILMA TUDO SOBRE OPERAÇÃO DA PF
Publicado: quinta-feira, 11 de maio de 2017 às 17:30 - Atualizado às 19:31
Tiago de Vasconcelos
A mulher de João Santana, o marqueteiro de Lula e Dilma, Mônica Moura, revelou em um dos termos de colaboração premiada com o Ministério Público, que o então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, informava Dilma Rousseff “de tudo” relacionado à operação Lava Jato.
Segundo Moura, após ser convocada pela ex-presidente para uma conversa com Dilma no Palácio da Alvorada, Dilma disse: “Precisamos manter contato frequente de uma forma segura para que eu lhe avise sobre o andamento da operação, estou sendo informada de tudo frequentemente pelo José Eduardo Cardozo (ministro da Justiça, pasta responsável pela Polícia Federal)”. 
Funcionava assim: Moura combinou com Dilma um “meio seguro” de ser avisada sobre o andamento da Lava Jato, em especial no que referia a ela e o marido João Santana. As duas criaram lá mesmo, na Biblioteca do Palácio da Alvorada, um e-mail do Google (Gmail), com nome e dados fictícios, cuja senha era de conhecimento de Mônica, Dilma e Giles Azevedo, o assessor para toda obra da então presidente.
Combinaram então que se houvesse alguma noticia, com relação ao avanço da operação Lava-Jato, notadamente em respeito ao casal de marqueteiros, Dilma avisaria por e-mail.
A “metodologia” para a comunicação adotada e combinada foi a seguinte: sempre que a Presidente fosse municiada por Cardozo sobre as informações da Lava Jato, Giles encaminharia uma mensagem no celular de Mônica com assuntos completamente irrelevantes e desconexos, “como por exemplo, ‘veja aquele filme’, ou ‘gostei do vinho indicado’, ou qualquer tipo de mensagem de conteúdo fictício. Era apenas um sinal para que Mônica acessasse os rascunhos da conta de e-mail criado, para ler as informações vazadas da Lava Jato. O rascunho não era enviado, evitando assim o monitoramento de comunicação entre dois endereços.

LAVA JATO
CITAÇÕES A POLÍTICOS NAS DELAÇÕES SEGUEM PARA STF, STJ E JUSTIÇA FEDERAL
ALÉM DE MORO, JUÍZES DE OUTROS QUATRO ESTADOS VÃO ANALISAR AÇÕES
Publicado: QUINTA-FEIRA, 11 de maio de 2017 às 21:21
Redação
A Justiça Federal em cinco Estados, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o próprio Supremo Tribunal Federal (STF) são os destinos dos pedidos de providência encaminhados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) à Corte com base nas delações dos marqueteiros João Santana e Monica Moura e de André Santana, funcionário do casal. Sem contar os estrangeiros, dezesseis políticos brasileiros são citados em 21 petições - a 22ª ainda não teve o conteúdo divulgado.
Só o Paraná receberá metade das petições, 11, a serem analisadas na primeira instância, pela Procuradoria da República no Estado e pelo juiz Federal Sérgio Moro. As seções da Justiça Federal nos Estados de Rio Grande do Norte, Sergipe, Mato Grosso do Sul e São Paulo receberão um caso cada uma.
Um dos casos que Fachin autorizou seguir para Curitiba envolve a campanha do atual deputado federal, Patrus Ananias (PT-MG) à Prefeitura de Belo Horizonte em 2012, apesar de ele ter cargo com prerrogativa de foro no Supremo. A assessoria de imprensa da PGR não respondeu ao questionamento sobre se a investigação deveria tramitar no Supremo.
Como a campanha de Patrus também tem menções ao governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), Fachin também autorizou o envio de informações ao Superior Tribunal de Justiça.
Há, além de Patrus, cinco políticos com prerrogativa de foro no Supremo Tribunal Federal envolvidos em possíveis crimes, de acordo com a PGR. São os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Marta Suplicy (PMDB-SP) e os deputados Zeca do PT (SP) e Vander Loubet (PT-MS). No caso destes dois últimos, a PGR ainda não informou se pedirá um novo inquérito ou se acrescentará os fatos narrados e documentos em investigações que já existem contra os dois deputados.
Os indícios de pagamentos ilícitos relacionados à campanha de 2008 da atual senadora Gleisi Hoffmann à Prefeitura de Curitiba, por já haver investigação semelhante, serão juntados ao inquérito específico que já tramitava no STF.
As citações a Lindbergh, que englobam a suspeita de propina paga pela OAS em virtude de inserções publicitárias semestrais do PT para alavancar a imagem do senador no Rio de Janeiro, serão juntadas a um pedido de abertura de inquérito que já tramita na Corte.
No caso de Marta, são citados pagamentos em favor da campanha eleitoral dela à Prefeitura de São Paulo em 2008, objeto de investigação proposta pela PGR em um dos inquéritos relacionados às delações da Odebrecht, ao qual serão juntados. Fachin, no entanto, ainda não autorizou a abertura de tal inquérito: pediu uma manifestação da PGR sobre a possibilidade de a pena prescrever, o que poderia tornar nula uma possível punição.
Além destes três casos, os fatos relacionados a uma investigação sobre tentativa de obstrução à Lava Jato por parte de integrantes do PT e do STJ seguirão no STF porque já existe um inquérito com este tema. O casal de marqueteiros citou um suposto envolvimento da ex-presidente Dilma Rousseff neste caso. E um dos inquéritos da lista de Fachin, aberto diante das delações da Odebrecht, para apurar compra de apoio para a campanha de Dilma Rousseff à Presidência em 2014, também será incrementado com as informações do casal.
As quatro petições encaminhadas ao Paraná sobre irregularidades em campanhas no exterior serão também compartilhadas com autoridades de Venezuela, El Salvador, Panamá e Angola, sedes das candidaturas em que teria havido pagamento de propina.
Entre políticos sem prerrogativa de foro citados, estão Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ex-presidentes da República, Antonio Palocci e Guido Mantega, ex-ministros petistas, Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, e Delcidio Amaral, ex-senador, cassado em 2016. Além deles, há citações de ilícitos em relação às campanhas eleitorais de Fernando Freire, ao governo do RN em 2002 pelo PMDB, de Francisco Rollemberg, ao governo de Sergipe em 2002, Dr. Hélio, à Prefeitura de Campinas em 2004 pelo PDT, e Gilberto Maggioni, à prefeitura de Ribeirão Preto em 2004.
Quadrilhão
O inquérito em tramitação no Supremo que investiga suposta organização criminosa formada por membros do PT foi citado na contextualização de todos os pedidos feitos pela PGR. No entanto Janot não pediu, neste momento, a inclusão das informações neste inquérito, conhecido como do "quadrilhão".
"Por fim, embora a maior parte dos fatos não envolvam, a princípio, autoridades com prerrogativas de foro, os termos e documentos apresentados pelos colaboradores interessam diretamente à investigação em curso no Inquérito nº 4.325/STF, instaurado para apurar a organização criminosa composta por alguns integrantes do Partido dos Trabalhadores no âmbito da 'Operação Lava Jato'. Nesse sentido, cópia dos referidos Termos serão oportunamente anexados àqueles autos", diz Janot.
Uma outra descrição genérica apresentada pela PGR é que "os fatos narrados dizem respeito a operações ilícitas envolvendo transferências de valores com pagamentos em espécie e entre contas abertas em nome de offshores, em especial a offshore Shellbill, em benefício dos publicitários Monica Moura e João Santana".
Lista dos 16 citados nas decisões do ministro Fachin:
Gleisi Hoffman, senadora do PT-PR
Lindbergh Farias, senador do PT-RJ
Marta Suplicy, senadora do PT-SP
Zeca do PT, deputado do PT-SP
Vander Loubet, deputado do PT-MS
Patrus Ananias - deputado federal do PT-MG
Fernando Pimentel - governador de Minas Gerais pelo PT
Luiz Inácio Lula da Silva - ex-presidente da República
Dilma Rousseff - ex-presidente da República, cassada em 2016
Antonio Palocci - ex-ministro dos governos Lula e Dilma
Delcidio Amaral - ex-senador, cassado em 2016
Fernando Haddad - ex-prefeito de São Paulo
Fernando Freire - Candidato ao governo do RN em 2002 pelo PMDB
Francisco Rollemberg - Candidato ao governo de Sergipe em 2002
Dr. Hélio - Candidato à Prefeitura de Campinas em 2004 pelo PDT
Gilberto Maggioni - campanha à prefeitura de Ribeirão Preto em 2004.

APÓS DEPOIMENTO
FORÇA-TAREFA DA LAVA JATO AFIRMA QUE DEFESA DE LULA 'PRESTOU INFORMAÇÃO FALSA'
MPF AFIRMA QUE OS ADVOGADOS TIVERAM ACESSO A ATA DA REUNIÃO DA PETROBRAS
Publicado: quinta-feira, 11 de maio de 2017 às 16:15
A força-tarefa da Operação Lava Jato divulgou nesta quinta-feira (11) uma nota em que afirma que a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "prestou informação falsa à sociedade" na coletiva que os advogados concederam nesta quarta-feira, 10, após o depoimento do petista ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba.
O Ministério Público Federal (MPF) do Paraná, que montou a denúncia originária do processo contra Lula, rebateu as declarações dos advogados sobre a ata de uma reunião da diretoria da Petrobras e disse que a defesa teve acesso ao documento, diferente do que foi afirmado pelos defensores.
"A informação é falsa, uma vez que o documento está no processo desde 14/09/2016, data da acusação criminal. Isso pode ser verificado por qualquer pessoa, mediante acesso ao evento 3, 'COMP25', dos autos eletrônicos n.º 5046512-94.2016.4.04.7000", pontua o comunicado.
Os procuradores ainda apontam que houve "muitas contradições" no testemunho do ex-presidente e que se manifestarão oportunamente no processo. "Quanto às muitas contradições verificadas no interrogatório do ex-presidente Lula, à imputação de atos à sua falecida esposa, à confissão de sua relação com pessoas condenadas pela corrupção na Petrobras e à ausência de explicação sobre documentos encontrados em sua residência, o Ministério Público Federal se manifestará oportunamente, no processo, especialmente nas alegações finais."
Em entrevista à reportagem nesta quarta-feira (11) o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima disse que o MPF pretende pedir novas diligências na ação antes das alegações finais. Lima também criticou os advogados pelas informações feitas na declaração quando falaram que eram usados papéis que não estavam nos autos. "Talvez, a defesa devesse olhar os autos com mais cuidado", disse.
"Todos os documentos que embasam a acusação, inclusive mostrados na audiência, constam nos autos e foram mencionados inclusive onde constam", afirmou o procurador, para quem as afirmações da defesa de Lula foram feitas, "talvez, para confundir" e são "inadmissíveis".(AE)

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Bandido que se preza morre jurando inocência
Ao tentar esconder a ossada de um crime, Lula tirou do armário o cadáver de outro
Por Augusto Nunes
Quinta-feira, 11 maio 2017, 21h00
Um trecho particularmente relevante do depoimento de Lula parece ter escapado aos redatores de manchete da imprensa brasileira: AO MENTIR SOBRE O PEQUENO APARTAMENTO DE TRÊS ANDARES NO GUARUJÁ, LULA CONFESSOU QUE É O DONO DO SÍTIO EM ATIBAIA. Vamos à prova oral.
A derrapagem começa aos 13 minutos do vídeo sete do depoimento. Lula admite que Léo Pinheiro e Paulo Gordilho, dois bucaneiros da OAS, estiveram no seu apartamento em São Bernardo do Campo, mas nega que tenham conversado sobre o tríplex. “E o que eles discutiram com o senhor nessa oportunidade?”, quis saber o representante do Ministério Público. Resposta de Lula: “Eu acho que eles tinham ido discutir a questão da cozinha, que também não é assunto para discutir agora, lá de Atibaia”. Tarde demais. Ao tentar esconder a ossada de um crime, Lula tirou do armário o cadáver de outro.
Para resumir o que foi a maior sequência de mentiras desfiadas por um réu desde a criação do primeiro tribunal, recorro a três frases ditas pelo chefão do bando de corruptos do Petrolão a Sérgio Moro: “Você acha que quando seu filho tira nota baixa na escola ele chega pulando de alegria para contar? Se puder, ele vai esconder até o senhor saber. Você acha que alguém que começou a roubar vai contar para alguém que ele está roubando?”
Alguém aí achava que Lula chegaria à sala de Sérgio Moro feliz e ansioso por revelar tudo que fez? Um criminoso que se preze morre jurando que é a alma viva mais pura do mundo. Mesmo que morra na cadeia.

NA VEJA.COM
Santana sobre Lula:’decisões dependiam da palavra final do chefe’
Ex-marqueteiro do PT afirmou à PGR que Lula tinha conhecimento de "todos os detalhes" de repasses por fora para a sua empresa
Por Eduardo Gonçalves
Quinta-feira, 11 maio 2017, 17h22 - Atualizado em 11 maio 2017, 20h07
Em seu acordo de delação premiada, cujo conteúdo foi divulgado nesta quinta-feira, o marqueteiro João Santana relatou à Procuradoria-Geral da República como foi chamado para trabalhar para a campanha à reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006 — ali começaria a próspera relação entre o publicitário e o partido que durou até o início do ano passado, quando entrou na mira da Operação Lava Jato.
Segundo Santana, ele foi contratado inicialmente para resolver a crise que o PT enfrentava pela descoberta do escândalo do Mensalão. As primeiras tratativas teriam sido feitas com o ex-ministro Antonio Palocci, que lhe disse, num encontro em agosto de 2005, em Brasília, que, se Lula se saísse bem da crise, seria candidato no ano seguinte. Santana substituiria, assim, o seu ex-sócio e publicitário Duda Mendonça, que fez a campanha vitoriosa de Lula em 2002 e fora atingido pelas investigações do Mensalão.
À procuradoria, João Santana afirmou que Lula tinha conhecimento dos pagamentos por fora efetuados à sua empresa, a Pólis. E que ouviu diversas vezes de Palocci que as decisões dependiam da “palavra final do chefe” — no caso, Lula.
“Apesar de nunca ter participado de discussões finais de preços ou contratos, tarefa de Mônica Moura, João Santana participou dos encaminhamentos iniciais e decisivos com Antonio Palocci. Nestes encontros, ficou claro que Lula sabia de todos os detalhes, de todos os pagamentos por fora recebidos pela Pólis, porque Antonio Palocci, então ministro da Fazenda, sempre alegava que as decisões definitivas dependiam da ‘palavra final do chefe'”, diz trecho da delação premiada do publicitário, que já foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal.
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Santana também descreveu um diálogo que teve com Palocci durante os acertos dos pagamentos. Segundo ele, o ex-ministro lhe perguntou se ele tinha alguma conta no exterior. Santana respondeu que sim, porque já havia feito campanhas na Argentina. O ministro, então, afirmou que, “para segurança de todos”, as transferências de dinheiro não oficial seriam feitas pela Odebrecht, empresa que tinha “o respaldo do chefe”.
‘Alerta vermelho’
Na Pólis, quem cuidava da parte financeira era a sua mulher e sócia, Mônica Moura, que também fechou delação premiada. No entanto, quando o PT deixava de pagar a conta “em momentos críticos de inadimplência”, era João Santana quem avisava pessoalmente Lula — e depois, Dilma Rousseff — sobre as dívidas.
Segundo ele, em duas ocasiões, emitiu a Lula o chamado “alerta vermelho” — ameaça de interromper os trabalhos. Na oportunidade, conforme o marqueteiro, o ex-presidente pressionou Palocci para resolver o problema, que, por sua vez, “colocou a Odebrecht no circuito”. Posteriormente, ele viria a descobrir que o ex-ministro da Fazenda “tinha poder quase que absoluto” sobre o fundo de caixa dois abastecido pela empreiteira.

Maduro pagou US$ 11 milhões em dinheiro vivo, diz Mônica Moura
Articulador da campanha de Hugo Chávez, o atual presidente da Venezuela, de acordo com a delatora, exigia que os pagamentos fossem "por fora"
Por Marcela Mattos
Quinta-feira, 11 maio 2017, 18h10
O famoso esquema de mascarar as contas de campanhas políticas por meio de caixa dois, descortinado pela Operação Lava Jato, também se perpetuou fora do país. Em acordo de delação premiada, Mônica Moura, mulher do marqueteiro João Santana, afirmou que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, repassou 11 milhões de dólares em espécie para financiar a campanha de 2012 de Hugo Chávez, ex-presidente venezuelano, morto em 2013.
Então chanceler, Maduro fez o repasse na própria sede da chancelaria, localizada em Caracas, na capital venezuelana, segundo Mônica Moura. As pastas com dinheiro eram entregues no gabinete do atual presidente, que garantia à marqueteira escolta até a produtora para reforçar a segurança dela.
Maduro, disse Mônica Moura, exigiu que quase todos os valores para custear a campanha pela reeleição de Chávez fossem pagos “por fora”. Esses repasses eram feitos por meio das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez. O então embaixador da Venezuela no Brasil, Maximilien Arvelaiz, atuava como uma espécie de articulador da campanha de Chávez por manter, ao mesmo tempo, boa relação com as construtoras e com a cúpula do Partido dos Trabalhadores.
O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu também foi apontado como um “elo” entre a equipe da Agência Pólis, comandada por João Santana, e a campanha de Chávez. Como resultado, Franklin Martins, ex-ministro da Secretaria de Comunicação de Lula, foi contratado para elaborar a campanha de Chávez na internet.
Por ser sempre “muito desconfiado”, nas palavras de Mônica Moura, o presidente Nicolás Maduro evitava entregar dinheiro vivo para mais de uma pessoa. Ele dava todo o valor a ela, que, em seguida, fazia os repasses. Na delação, Moura disse ter dado dinheiro, também por fora, para Mônica Monteiro, mulher de Franklin Martins.
Ela detalhou ainda que, além dos 11 milhões pagos pelas mãos de Maduro, a Odebrecht arcou com 7 milhões pela campanha de Chávez. Já a Andrade Gutierrez pagou 2 milhões de dólares. Restou uma dívida, nunca saldada, de 15 milhões de dólares.

NO BLOG DO JOSIAS
Em vídeo com Aécio e Alckmin, tucanato pergunta: Por onde a mudança começa?
Josias de Souza
Sexta-feira, 12/05/2017 03:02
Foi ao ar na noite desta quinta-feira a propaganda partidária do PSDB — dez preciosos minutos em rede nacional de tevê. Na peça, o tucanato fala dos males da política como um médico que, após diagnosticar as necessidades do paciente, manda reforçar a dose do purgante.
Na abertura, o comercial enxerga a moléstia — “A distância entre as pessoas e os políticos nunca foi tão grande”—, tropeça no óbvio — “A política brasileira precisa mudar”— e repete a pergunta de US$ 1 milhão — “Por onde essa mudança começa?”.
No miolo, a propaganda conclui que a saída passa por “uma mudança de atitude.” E na parte final do vídeo, o PSDB expõe na sua vitrine eletrônica personagens como Aécio Neves e Geraldo Alckmin, investigados na Lava Jato.
O que o tucanato tem para oferecer? O desafio é “melhorar a política” e “melhorar a sua vida”, afirma Aécio. E Alckmin: “Trabalhar com esforço e humildade para tirar o país da crise.”
Sumiram do discurso dos tucanos as críticas aos rivais petistas. Soaria mal. Seria como tocar trombone sob o telhado de vidro. Não se ouviu na propaganda nenhuma palavra sobre ética. Natural. Ninguém é louco de falar sobre corda à beira do cadafalso.
Antes de expor o seu museu de novidades, o PSDB encaixou no comercial um bate-papo de hipotética espontaneidade entre pessoas selecionadas e jovens políticos tucanos. Excluiu-se João Dória da roda. Previsível. Muitos enxergam o prefeito paulistano não como um tucano, mas uma cobra — ou uma espécie de rabo autossuficiente, que se desgruda do padrinho Alckmin e ganha vida própria.
“Você já percebeu que daqui a cinco anos o Brasil vai comemorar 200 anos de Independência?”, indaga no comercial Fernando Henrique Cardoso, o grão-mestre do tucanato. “Já pensou se nesse dia você não precisasse votar contra alguém, mas a favor de alguém. Votar não com resignação, mas com esperança. Para esse dia chegar, é preciso passar o Brasil a limpo. E aprender com os erros…”
Os políticos brasileiros não mudaram muito desde dom Pedro I. Talvez precisem de um pouco mais de tempo. No estágio em que se encontra, o tucanato já aprendeu que é errando que se aprende… A errar.
Não faz muito tempo, um presidente do PSDB federal, Eduardo Azeredo, foi emparedado pela revelação de que, em 1998, quando brigava pela reeleição ao governo de Minas, suas arcas eleitorais foram contaminadas por um empréstimo providenciado por Marcos Valério. Em valores da época, coisa de R$ 11,7 milhões, tomado no Banco Rural. Tudo muito parecido com a operação que deu origem ao Mensalão do PT.
Azeredo concluiu seu mandato à frente do partido sem ser importunado. Quando o Supremo Tribunal Federal estava pronto para julgá-lo, renunciou ao mandato de deputado federal e foi tentar a sorte nas instâncias inferiores do Judiciário em Minas Gerais. Multi-investigado, Aécio Neves segue a mesma trilha. Preside o PSDB sem ser importunado. Quem ouve FHC falando em passar o Brasil a limpo se pergunta: não seria o caso de iniciar o processo de higienização pelo comando do ninho?

É difícil para Dilma manter a pose de flor do lodo
Josias de Souza
Quinta-feira, 11/05/2017 20:37
Entre todas as revelações contidas na delação premiada de João Santana e Mônica Moura, uma das mais assustadoras envolve o vazamento de informações sigilosas da Polícia Federal. Acomodada na poltrona de presidente da República, Dilma Rousseff abastecia o casal do marketing petista de informações sobre o andamento da Lava Jato, contou Mônica aos investigadores.
Nesta versão, a presidente repassava aos investigados dados recebidos do então ministro da Justiça, o petista José Eduardo Cardozo. Dilma chegou mesmo a antecipar aos amigos a notícia de que ambos teriam a prisão decretada. Esse tipo de procedimento tem nome: é crime.
Diante de tudo o que já foi descoberto pela Lava Jato, não está fácil para Dilma ostentar a pose de flor do lodo. A essa altura, arma-se sobre o penteado da sucessora de Lula uma tempestade semelhante à que dispara trovões e raios que o partam sobre a cabeça do seu mentor e padrinho político. Sem mandato, Dilma será triturada na primeira instância do Judiciário.
Os delatores Santana e Moura informaram também que Lula e Dilma tinham plena ciência do dinheiro sujo que escorria pelos porões das respectivas campanhas presidenciais. Dinheiro vindo das negociatas trançadas na Petrobras. Liberada pelo Supremo Tribunal Federal, a investigação segue o seu curso. Por ora, apenas a sociedade brasileira sente o amargor de uma pena. É como se o Brasil estivesse condenado a uma Lava Jato perpétua. Impossível saber até onde vai escorrer o melado.

NO O ANTAGONISTA
O nome na lista de Lula
Brasil Sexta-feira, 12.05.17 07:06
Fernando Haddad cabulou o ato em defesa de Lula, em Curitiba.
Segundo o Estadão, “o ex-prefeito tem grande respeito por Lula, mas não quer seu nome na lista de adversários da Lava Jato”.
Em primeiro lugar, o nome de Fernando Haddad está na lista da própria Lava Jato.
Em segundo lugar, ele deve ter combinado isso com Lula, porque ele é o plano B do comandante máximo da ORCRIM.
A insustentável leveza de Lula
Brasil 12.05.17 06:57
Lula incriminou Lula.
A impressão inicial sobre o interrogatório de quarta-feira (10) confirmou-se plenamente.
O Globo fez até um quadro com algumas das barbaridades ditas pelo comandante máximo da ORCRIM.
Lula é "repugnante"
Brasil 12.05.17 06:39
O Estadão, em editorial, desmontou a farsa lulista:
“O senhor Lula da Silva parece apostar que todos os brasileiros são tão ingênuos e inocentes quanto ele tentou parecer diante do juiz Sergio Moro.
Mas o depoimento do petista em Curitiba teve o efeito contrário: com exceção da mirrada claque arregimentada pelos sindicatos para lhe dar apoio, o País finalmente pôde ver o senhor Lula da Silva por inteiro, exatamente como ele é. E o que se viu, não fosse repugnante, seria apenas de dar dó”.
A última frase se aplica também à sua claque na imprensa.
O Brasil está muito doente
Brasil 12.05.17 06:25
A última mensagem escrita por Dilma Rousseff para avisar João Santana e Mônica Moura de sua prisão foi:
“O seu grande amigo está muito doente. Os médicos consideram que o risco é máximo. O pior é que a esposa, que sempre tratou dele, agora está com câncer e com o mesmo risco. Os médicos acompanham os dois, dia e noite”.
O Brasil só vai se curar quando Iolanda e o Chefe forem presos.
Dilma Rousseff, codinome "Iolanda"
Brasil 12.05.17 06:10
Janete? Nada disso: o verdadeiro codinome de Dilma Rousseff é Iolanda.
Um dos e-mails usados para vazar a João Santana dados sigilosos sobre a Lava Jato era iolanda2606@gmail.com.
Ele foi criado na biblioteca do Palácio da Alvorada.
Leia o relato de Dona Xepa, reproduzido em O Globo:
“Mônica Moura combinou com Dilma Rousseff um meio seguro de ser avisada sobre o andamento da Operação Lava Jato, em especial no que se referia a ela e João Santana. Mônica Moura, então, criou ali mesmo, no computador da presidente (notebook), na biblioteca do Palácio da Alvorada, um e-mail do Google (Gmail), com nome e dados fictícios, cuja senha era de conhecimento de Mônica Moura, da presidente Dilma e de seu assessor Giles Azevedo, que acompanhou essa parte da conversa (criação do e-mail)”.
Chamem Scooby-Doo
Brasil 12.05.17 06:11
Michel Temer, Marcela e Michelzinho escaparam do Palácio da Alvorada porque o lugar estava mal-assombrado.
Agora se sabe que era o fantasma de Iolanda.
Dilma Rousseff negociou a propina de sua campanha de 2014 numa sala do Palácio da Alvorada. Em sua biblioteca, Mônica Moura criou o e-mail usado para obstruir a Lava Jato. Em seu jardim, Dilma Rousseff falou sobre os pagamentos da Odebrecht para a offshore de João Santana.
Chamem o Scooby-Doo: Iolanda é uma farsa e tem de ser presa.
Policiais vão processar Lula por calúnia
Brasil 11.05.17 20:16
A Federação Nacional dos Policiais Federais informa em nota que vai processar Lula por "denunciação caluniosa". O ex-presidente insinuou em interrogatório a Sérgio Moro que agentes federais teriam plantado em seu apartamento um termo de adesão à Bancoop relacionado ao triplex.
MPF quer ouvir mais pessoas no caso triplex
Brasil 11.05.17 20:06
O Ministério Público Federal pediu ao juiz Sergio Moro que três pessoas citadas em depoimentos na ação penal do triplex do Guarujá sejam ouvidas antes da fase de alegações finais, segundo o G1.
São eles: Joilson Santos Goes, funcionário da OAS Empreendimentos; Jéssica Monteiro Malzone, arquiteta e ex-funcionária da OAS Empreendimentos, e Márcio Faria, ex-executivo do Grupo Odebrecht.
FEIRA PAGAVA GOVERNANTA DE DILMA
Brasil Quinta-feira, 11.05.17 17:54
João Santana tinha de pagar até a governanta de Dilma Rousseff.
"Os alemães têm lhe tratado bem?"
Brasil 11.05.17 17:26
"Os alemães têm lhe tratado bem?"
Era dessa maneira que Lula se dirigia a João Santana para saber se a Odebrecht estava pagando a propina conforme o combinado.
Vaccari desviou recursos para fazer "um pagamento insólito e inesperado"
Brasil 11.05.17 16:52
Dilma Rousseff decidiu cuidar pessoalmente do dinheiro sujo de sua campanha em 2014.
Em primeiro lugar, ela afastou João Vaccari Neto da tarefa de arrecadador clandestino, pois em 2010 ele havia desviado recursos da campanha para fazer "um pagamento insólito e inesperado".
Qual pagamento?

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