PRIMEIRA EDIÇÃO DE 29-4-2017 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SÁBADO, 29 DE ABRIL DE 2017
Já no início da manhã desta sexta (28) o Palácio do Planalto celebrava o fiasco da “greve geral” convocada por sindicalistas ligados à CUT, braço sindical do PT. Protestos foram realizados, mas o País não parou, segundo avaliação do sistema de monitoramento do Palácio do Planalto. Os sindicalistas se dividiram em pequenos grupos, para ações pontuais, insuficientes para tornar realidade a prometida “greve geral”.
Mas houve conflitos com a sociedade. Com o fiasco, sindicalistas passaram a agredir pessoas no trânsito que não conseguiam bloquear.
No aeroporto Santos Dumont, no Rio, bandidos com bonés e camisetas da CUT espancaram passageiros na fila do check-in e para pegar táxi.
Um êxito da greve foi no transporte público de algumas cidades, onde os mais pobres não puderam exercer o direito de ir e vir.
Profissionais de unidades públicas de saúde também negaram socorro a doentes, de maioria pobre, sem plano de saúde ou médico particular.
Chamou a atenção do Ministério Público Federal a aprovação do fim do foro privilegiado por unanimidade, no Senado. Depois, deu para entender os 75x0: os atuais investigados e réus na Lava Jato ganham infinitas opções de recursos. Além disso, até para não sobrecarregar o juiz Sérgio Moro, há a possibilidade, prevista em lei, de pulverizar os processos para juízes dos Estados “onde os crimes foram cometidos”.
A Associação dos Juízes Federais (Ajufe) já demonstrou que não há apenas um Sérgio Moro, mas um “exército” deles em todo o País.
Nenhuma das votações nominais realizadas pelo Senado este ano teve quórum tão alto de senadores quanto a PEC do fim do foro privilegiado.
O relator Randolfe Rodrigues ficou encafifado: Renan Calheiros votou, como ele, pelo fim do foro. “É orar e vigiar”, diz o senador da Rede-AP.
Protestos contra Dilma levaram às ruas milhões contra o governo. Um mês depois ela estava na rua. O fiasco da “greve geral”, ao contrário, deu força à reforma da previdência, avalia o Palácio do Planalto.
No protesto de ontem em Brasília, sindicalistas do PT gritavam ao microfone pela “revolução socialista” para “derrubar o governo das empreiteiras”. O problema é que o governo do PT, das empreiteiras, já caiu.
Os atos de terror que incendiaram nove ônibus e várias lojas, no Rio, pode ter sido produto da retomada de uma velha aliança de ativistas da esquerda-caviar com o crime organizado que controla favelas.
A Polícia Civil do Rio tem o dever de identificar e prender sindicalistas que agrediram passageiros na fila do check-in no aeroporto Santos Dumont. É mole identificar os bandidos, há fartura de imagens.
Índios deixaram os sindicalistas do PT desolados, ontem, quando começaram a levantar acampamento. Os carros de som apelavam para que eles aderissem ao protesto. Mas os índios deram no pé.
Como já era esperado, os únicos lugares lotados de gente ontem, como em qualquer véspera de feriadão, foram shoppings e aeroportos. Nas ruas, só a turma da CUT, que na verdade estava trabalhando.
Um dos assuntos mais comentados no Twitter durante todo o dia de ontem não foi novidade para quem conhece a dupla PT/CUT. O termo #AGreveFracassou figurou em incontáveis perfis de trabalhadores.
Enquanto a CUT, fiel escudeira do PT, tentou promover greve geral na sexta, Lula não foi visto contestando as reformas. Aproveitou para falar sobre a provável delação de Palocci, agora sua maior preocupação.
...Lula não apareceu nos protestos contra as reformas ontem por um simples motivo: só faz greve quem trabalha.

NO DIÁRIO DO PODER
TERROR NAS RUAS DO RIO
'GREVE GERAL' VIROU PRETEXTO PARA VÂNDALOS CRIAREM CLIMA DE TERROR
BANDIDOS ESCONDEM O ROSTO PARA PRATICAR CRIMES NAS RUAS DO RIO
Publicado: sexta-feira, 28 de abril de 2017 às 19:52 - Atualizado às 07:33
Redação
DIANTE DE UMA POPULAÇÃO ASSUSTADA, OS BANDIDOS VANDALIZARAM ÔNIBUS, LOJAS, PRÉDIOS PÚBLICOS E AGÊNCIAS BANCÁRIAS. (FOTO: MARCOS ARCOVERDE/AE)

A “greve geral” que não houve acabou degenerando em atos de terror no Rio de Janeiro, com nove ônibus incendiados e várias lojas e agências bancárias vandalizadas, segundo testemunhas, por delinqüentes mascarados. Policiais suspeitam da participação conjunta de ativistas “Black blockers” e representantes do crime organizado das favelas do Rio de Janeiro.
O pretexto das manifestações era protestar contra as reformas trabalhista e previdenciária, mas na verdade os organizadores eram a Central Única dos Trabalhadores (CUT), braço sindical do Partido dos Trabalhadores (PT).
Os confrontos entre mascarados e policiais militares levaram pânico à Cinelândia e deixaram saldo de oito ônibus incendiados. A Cinelândia se tornou uma praça de guerra. Ao menos nove ônibus e um carro foram incendiados.

QUE VERGONHA, LULA
MORO DEVOLVE AO PLANALTO 26 OBJETOS DE VALOR QUE LULA LEVOU COM ELE
SERÃO DEVOLVIDOS AO GOVERNO ESCULTURAS, COROA, ESPADA, MOEDAS...
Publicado: sexta-feira, 28 de abril de 2017 às 19:50 - Atualizado às 08:12
O juiz federal Sérgio Moro autorizou a Presidência da República a incorporar ao patrimônio da União 26 bens do cofre do ex-presidente Lula. Os objetos sumiram ao final do governo do petista e foram descobertos em uma sala-cofre no Banco do Brasil, no centro de São Paulo, e apreendidos em março de 2016 na Operação Lava Jato. Na ocasião, Lula se referiu aos objetos como "tralhas".
Durante seus mandatos, entre 2003 e 2010, o petista recebeu centenas de itens. Após avaliação da Secretaria de Administração da Presidência, Moro considerou que um acervo de 21 bens deve ser restituído em favor da União.
"Constatou este Juízo que havia alguns bens entre os apreendidos que teriam sido recebidos, como presentes, pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o exercício do mandato, mas que, aparentemente, deveriam ter sido incorporados ao acervo da Presidência e não ao seu acervo pessoal. É que agentes públicos não podem receber presentes de valor e quando recebidos, por ser circunstancialmente inviável a recusa, devem ser incorporados ao patrimônio público", anotou Moro.
Dos 176 itens analisados pela Comissão Especial da Secretaria da Presidência da República, 21 foram considerados bens que não deveriam ter sido levados por Lula, como itens de seu acervo pessoal. Entre eles uma coroa, uma espada, esculturas, moedas, entre outros itens.
Há ainda outros 5 itens armazenados no cofre de Lula, no Banco do Brasil, que tiveram problemas na averiguação, mas que também foram considerados bens a serem devolvidos à Presidência. Entre eles uma caneta com brasão do Vaticano recebida em 2008 e uma escultura de Juan Miró.
"Autorizo o levantamento pela Secretaria de Administração da Presidência da República dos bens relacionados no item 61 do Relatório Final do Processo 00140.000326/2016-16 e que se encontram atualmente apreendidos por ordem deste Juízo junto a cofre no Banco do Brasil (agência do Banco do Brasil, na Rua Líbero Badaró, 568, centro, São Paulo/SP), para fins de incorporação administrativa ao patrimônio da União Federal", decidiu Moro, nesta sexta-feira, 28.
Segundo Moro, os bens a serem confiscados foram "recebidos em cerimônias oficiais de trocas de presentes com Chefes de Estados ou Governos estrangeiros, que têm algum valor mais expressivo, mas que não caracterizam presentes de caráter personalíssimo".
No mesmo despacho, o juiz determinou que permaneça na posse do ex-presidente outros objetos, como "medalhas, canetas, insígnias arte sacra, por terem caráter personalíssimo".

OPERAÇÃO EFICIÊNCIA
MINISTRO GILMAR MENDES MANDA SOLTAR O EMPRESÁRIO EIKE BATISTA
EIKE DEVERÁ SER SOLTO SE NÃO ESTIVER CUMPRINDO OUTRO MANDADO DE PRISÃO
Publicado: sexta-feira, 28 de abril de 2017 às 19:13 - Atualizado às 19:13
Redação
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes mandou soltar hoje (28) o empresário Eike Batista, preso, no final de janeiro na Operação Eficiência, um desdobramento da Operação Lava Jato. O empresário é réu na Justiça Federal do Rio por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
De acordo com a decisão do ministro, Eike deverá ser solto se não estiver cumprindo outro mandado de prisão. Caberá ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal no Rio de Janeiro, avaliar se o empresário será solto e aplicar medidas cautelares.
Segundo as investigações, Eike teria repassado US$ 16,5 milhões em propina ao ex-governador Sérgio Cabral, por meio de contratos fraudulentos com o escritório de advocacia da mulher de Cabral, Adriana Ancelmo, e uma ação fraudulenta que simulava a venda de uma mina de ouro, por intermédio de um banco no Panamá. Em depoimento à PF, Eike confirmou o pagamento para tentar conseguir vantagens para as empresas do grupo EBX, presididas por ele.
No habeas corpus, a defesa de Eike Batista alegou que a prisão preventiva é ilegal e sem fundamentação. Para os advogados, a Justiça atendeu ao apelo midiático da população .
"Nada mais injusto do que a manutenção da prisão preventiva de um réu, a contrapelo da ordem constitucional e infraconstitucional, apenas para satisfazer a supostos anseios de justiçamento por parte da população, os quais, desacoplados do devido processo legal, se confundem inelutavelmente com a barbárie", argumenta a defesa.(ABr)

LAVA JATO
STF MARCA PARA TERÇA JULGAMENTO QUE PODE LIBERTAR JOSÉ DIRCEU
EX-MINISTRO DE LULA ESTÁ PRESO DESDE AGOSTO DE 2015 EM CURITIBA
Publicado: sexta-feira, 28 de abril de 2017 às 17:17 - Atualizado às 17:47
Redação
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para a próxima terça-feira (2) a retomada do julgamento do pedido de liberdade do ex-ministro José Dirceu, preso por determinação do juiz federal Sérgio Moro na Operação Lava Jato. Dirceu está preso desde agosto de 2015 no Complexo Médico-Penal em Pinhais, região metropolitana de Curitiba.
Na sessão, os ministros voltarão a discutir a validade da decretação de prisões por tempo indeterminado na Lava Jato. Na sessão da semana passada, houve apenas um voto, o do relator, Edson Fachin, a favor da manutenção da prisão. A sessão foi interrompida para ampliar o prazo para que os advogados de Dirceu e do Ministério Público Federal (MPF) possam se manifestar. Faltam os votos dos ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski.
Em seu voto, Fachin concordou com os argumentos utilizados por Sérgio Moro para manter a prisão de Dirceu e disse que há várias provas de “corrupção sistêmica” na Petrobras, fato que deve ser interrompido pelas prisões preventivas.
Em maio do ano passado, José Dirceu foi condenado a 23 anos de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Na sentença, Moro decidiu manter a prisão preventiva. Posteriormente, o ex-ministro da Casa Civil teve a pena reduzida para 20 anos e 10 meses. Ele foi acusado de receber mais de R$ 48 milhões por meio de serviços de consultoria, valores que seriam oriundos de propina proveniente do esquema na Petrobras, de acordo com os procuradores da Lava Jato.
Defesa
No STF, a defesa de Dirceu sustentou que o ex-ministro está preso ilegalmente e deve cumprir medidas cautelares diversas da prisão. Os advogados também argumentam que Dirceu não oferece riscos à investigação por já ter sido condenado e a fase de coleta de provas ter encerrado. (ABr)

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
A greve de araque instituiu o Dia Nacional da Vadiagem
Enxergar uma greve geral no que houve neste 28 de abril é promover enxurrada a tsunami
Por Augusto Nunes
Sexta-feira, 28 abr 2017, 16h35 - Atualizado em 28 abr 2017, 19h02
A paralisação foi programada para a véspera de um feriado prolongado para somar-se à folga de primeiro de maio e produzir o maior feriadão de 2017. Disfarçado de “greve geral“, o evento organizado por gigolôs do moribundo imposto sindical não foi um ato político, mas uma malandragem destinada a incentivar a ociosidade. Aumentou o movimento nas estradas. As cidades ficaram com cara de domingo. As manifestações de rua reuniram menos gente que procissão de vilarejo.
Enxergar uma greve geral no que se viu nesta sexta é promover enxurrada a tsunami. Toda greve é uma interrupção voluntária e continuada do trabalho ─ e interrupção voluntária não rima com barricadas com pneus em chamas, piquetes truculentos e arruaceiros hipnotizados pelo berreiro 'sindiota'. A greve geral, como ensina o adjetivo, tem necessariamente abrangência nacional. E se ampara em reivindicações, palavras-de-ordem e bandeiras encampadas por todas as categorias profissionais relevantes.
Enfim, grevistas querem algo, berram propostas, fazem exigências. Os greveiros de hoje são contra tudo que venha do governo ─ da mesóclise a reformas que remoçam velharias quase centenárias. Mas não conseguem ser a favor de nada, nem têm coragem suficiente para defender publicamente a preservação dos privilégios da pelegagem. Por essas e outras, os que se nomearam líderes dos trabalhadores acabaram instituindo, neste 28 de abril, o Dia Nacional da Vadiagem.
É o velho Brasil agonizando.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Perdem Lula, o PT e vigaristas que negam o déficit da Previdência
Também saem derrotados os que apostavam que as reformas seriam o núcleo da plataforma das esquerdas. Ninguém caiu na conversa
Por Reinaldo Azevedo
Sexta-feira, 28 abr 2017, 21h14 - Atualizado em 29 abr 2017, 08h16
E, claro, a greve tem seus derrotados, certo?
Em primeiro lugar, estão Lula e o PT. É claro que são as duas mãos que balançam o berço. Até porque controlam a CUT, a maior central sindical. Sim, outras estão metidas no rolo, como a Força Sindical. Foram igualmente humilhadas.
Perderam também os vigaristas e aproveitadores que negavam a existência do déficit da Previdência, não é?, e que, pois, na prática, incentivavam os movimentos de rua. Negar o rombo no setor é o mesmo que negar os fundamentos elementares da Matemática.
Também saem derrotados os que apostavam que as reformas seriam o núcleo da plataforma das esquerdas. Ninguém caiu na conversa. A aparência de que o movimento mexeu com o País decorre do fato de partidos políticos, como PT e PSOL, controlarem sindicatos — especialmente aqueles de áreas ligadas ao serviço público.
Vão ter de se virar de outro jeito.

NO BLOG DO JOSIAS
Brasileiro talvez queira fazer a barba, não greve
Josias de Souza
Sábado, 29/04/2017 05:35
No Brasil de hoje, qualquer pensamento otimista corre o risco de ficar velho em dois minutos. Ou em duas delações premiadas. O desemprego bate recordes. A Lava Jato é o único empreendimento que prospera. Um Congresso apinhado de larápios vota medidas amargas sugeridas por um governo abarrotado de investigados. E o PMDB alcança o ápice da perfeição: ele mesmo governa, com Michel Temer. Ele mesmo lidera a oposição, com Renan Calheiros. Foi contra esse pano de fundo caótico que as centrais sindicais convocaram uma greve geral. Considerando-se o que poderia ter sido, o movimento revelou-se bem menor do que o esperado.
Houve protestos em todas as capitais. Mas o país não parou, como se prometia. Excetuando-se algumas poucas corporações, sobretudo de servidores públicos apavorados com a hipótese de perder privilégios, o brasileiro foi à luta. A taxa de adesão espontânea à paralisação foi baixa. Nos grandes centros, quem não chegou ao trabalho foi porque esbarrou em barricadas ou na falta de transporte. Parou por pressão, não por opção.
O Planalto celebra o fiasco. Exagero. Sustenta que o protesto miúdo sinaliza aprovação às reformas. Despautério! O sindicalismo festeja o sucesso da “greve geral”. Desatino. Alardeia que a sociedade brasileira demonstrou que não tolera as reformas do governo “golpista”. Ilusão. Os patrícios não sabem nem o que está sendo reformado. O governo e seus antagonistas talvez devessem desperdiçar um naco de tempo para refletir sobre uma lamentável evidência: o grosso da população apertou o botão de “dane-se.”
A plateia olha para os sindicalistas e enxerga no rosto deles o pânico do risco de perder a boquinha do imposto sindical. Bocejos. A arquibancada observa os índices de reprovação de Temer nas pesquisas e intui que ele está pouco se lixando para as ruas. Boceja novamente ao se dar conta de que o presidente tem duas prioridades que se sobrepõem a todas as outras: passar a impressão de que comanda e não cair.
Falta remédio para os aposentados nas farmácias populares! O Congresso votou assim? O Congresso votará assado? Quem se importa? Há gente que se desespera ao abrir a porta da geladeira! O Renan criticou o Temer? O Temer dará novas benesses ao Renan? O que isso tem a ver com o café com leite do cidadão comum?
Há 14,2 milhões de brasileiros humilhados na fila do desemprego. Essa gente talvez não queira fazer greve. Prefere fazer a barba — ou a maquiagem — antes de seguir para a enésima entrevista de emprego. A política precisa enxergar o Brasil. A política partidária e também a sindical. Do contrário, vão se tornar invisíveis. Vivo, Cazuza cantaria: “Suas ideias não correspondem aos fatos… E o tempo não para.”

País vive revanche da batalha do impeachment
Josias de Souza
Sexta-feira, 28/04/2017 20:53
O governo se preparou para o pior. Achava que a greve geral e as manifestações contra as reformas teriam proporções extraordinárias. No início da tarde, Michel Temer e seus auxiliares concluíram que o monstro se revelou menos feio do que parecia. Para o Planalto, a greve não foi geral e os protestos foram pontuais. Temer disse que não vai recuar. Nem pode. A essa altura, se o governo sofrer uma derrota em votação de reforma como a da Previdência, o resto do mandato-tampão de Temer será um melancólico epílogo.
O que está acontecendo nesse instante no Brasil é uma revanche da batalha do impeachment. As forças políticas que caíram junto com Dilma Rousseff tentam dar o troco. O palco da guerra é o Congresso. A arma, o asfalto. Tenta-se engatilhar contra Temer a mesma insatisfação que derreteu o mandato de Dilma.
Tão impopular quanto Dilma, Temer dá de ombros para as ruas. Sua preocupação é evitar que os congressistas que traíram Dilma, hoje tão governistas quanto ontem, desliguem o seu governo da tomada, rejeitando suas reformas. O governo admite que ainda não dispõe de votos para aprovar a mexida na Previdência. Para obtê-los, lida com um bloco parlamentar que de longe se parece com um saco de gatos. Mas de perto parece mais um saco de ratos.

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