PRIMEIRA EDIÇÃO DE 18-3-2017 DO "DA MÍDIA SEM MORDAÇA"

NO BLOG DO FAUSTO MACEDO
Cabeça de porco, carne podre, salmonela, papelão…
Veja o que a Operação Carne Fraca encontrou nos maiores frigoríficos do País
Julia Affonso, Luiz Vassallos e Mateus Coutinho
Estadão - Sexta-feira,17 Março 2017 | 17h49
A Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal nesta sexta-feira, 17, revelou uma série de artimanhas de frigoríficos para ‘encorpar’ os produtos que levavam ao mercado para consumo público.
Na lista dos ‘ingredientes’ usados estão cabeça de porco, a substância cancerígena ácido ascórbico, papelão e aditivos.
VEJA O QUE A OPERAÇÃO ENCONTROU:
CARNE PODRE
Uma médica veterinária, responsável técnica pelo controle de qualidade do frigorífico Peccin, em 2014, relatou aos investigadores que o fiscal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tarcísio Almeida de Freitas ‘era o responsável por receber e fiscalizar os insumos comprados pela empresa, sendo que sempre constava em seus relatórios que o procedimento estava dentro da legalidade, quando na verdade não estava’. A testemunha disse que eram usados ‘outros produtos mais baratos para substituir a carne na fabricação dos produtos agropecuários’. Relatou a utilização de carne mecanicamente separada (CMS) na fabricação dos produtos, no lugar da carne regular.
“Esclarecendo que sequer chegou a existir a entrada real de carne na empresa, exceto os carregamentos de carne estragada que presenciou a empresa receber”, declarou.
Segundo a testemunha, a Peccin também comprava notas fiscais falsas de produtos com SIF (Serviço de Inspeção Federal) para justificar as compras de carne podre, e usava ácido ascórbico para maquiar as carnes estragadas.
SUBSTÂNCIA CANCERÍGENA
A investigação destaca que uma auxiliar de inspeção da Peccin, entre agosto de 2013 e setembro de 2014, ‘atestou a existência de diversas irregularidades na empresa, como a utilização de quantidades de carne muito menor do que a necessária na produção de seus produtos, complementados com outras substâncias, a utilização de carnes estragadas na composição de salsichas e linguiças, a ‘maquiagem’ de carnes estragadas com a substância cancerígena ácido ascórbico, carnes sem rotulagem e sem refrigeração, além da falsificação de notas de compra de carne’.
CARNE DE PORCO
A Carne Fraca capturou uma conversa entre os sócios Idair e Nair Piccin em 8 de março de 2016 ‘acerca da utilização de carne de cabeça de porco, sabidamente proibida, na composição de embutidos’.
“Mesmo cientes da proibição de utilização de carne de cabeça na linguiça, Idair ordena que sejam comprados 2.000 quilos do produto para a fabricação de linguiças”, destaca a investigação.
REEMBALAGEM DE PRODUTO
O fiscal agropecuário, Daniel Gouvêa Teixeira, servidor federal que relatou à Polícia Federal a ocorrência de cobrança de propinas por agentes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e fraudes como uso de carne apodrecida por frigoríficos, afirmou em depoimento que funcionários da empresa BRF S.A. lhe informaram sobre irregularidades na empresa. Segundo a investigação, o fiscal Antonio Carlos Prestes descobriu ‘a venda irregular de produtos alimentícios (absorção de água em frango superior ao índice permitido e reembalagem de produtos inadequados para a venda, ocorrida em 22 de novembro de 2015)’.
CARNE VENCIDA
Grampo da Polícia Federal flagrou Paulo Rogério Sposito, controlador do Frigorífico Larissa, conversando com um funcionário. Segundo a investigação, o dono do Larissa ‘não demonstra qualquer surpresa com a substituição de etiquetas de validade em uma carga inteira de carnes de barriga ou com a utilização de carnes vencidas há 3 meses para a produção de outros alimentos (se é que se pode chamar de alimento algo composto por restos não mais aptos ao consumo humano)’.
SALMONELA
Em diálogo interceptado pela PF, o agente de inspeção federal Carlos César, presidente da Associação dos Técnicos de Fiscalização Federal Agropecuária, e o auxiliar operacional em agropecuária Carlos Augusto Goetzke, o Carlão, ‘conversam sobre a contaminação de uma carga de carne de peru por salmonela, que teria retornado da Europa, provavelmente por não ter sido aceita’.
A Operação Carne Fraca identificou que 18 toneladas de peru com salmonela teriam sido levadas para o frigorífico Santos e ‘eles teriam que ir lá para liberar a carga, mesmo sabendo que a carne estava contaminada’.
“Carlos Cesar ainda sugere que a carne podre serve para fazer mortadela, ao que Carlão acha melhor colocar no ‘digestor’ para fazer ração”, destacam os investigadores.
ADITIVOS
A Carne Fraca afirma que havia ‘falcatruas’ no frigorífico Peccin ‘para não desperdiçar alimentos podres, vencidos, doentes e mal estocados. Laudo da Polícia Federal, ‘ao examinar produtos da empresa Peccin vendidos em estabelecimentos comerciais de Curitiba (salsichas e linguiças), concluiu que a sua composição está em desacordo com a legislação brasileira vigente, extrapolando os valores máximos para analito amido e nitrito/nitrato, e com aditivos não previstos pela legislação e não declarados no rótulo das amostras’.
PAPELÃO
Os investigadores da Carne Fraca descobriram que a organização criminosa lançava mão do prosaico papelão para ‘robustecer’ salsichas e congêneres. Tiras do material eram esmagadas e adicionadas ao produto que chegava à praça prontinho para o consumo.

NO ESTADÃO
'Tenho carne deles agora no meu freezer e uso nos meus churrascos', diz Tony Ramos sobre Friboi
O ator diz ter se surpreendido com a notícia de que os produtos da marca são vendidos sem que estejam próprios para o consumo
Roberta Pennafort , 
O Estado de S.Paulo
Sexta-feira, 17 Março 2017 | 16h21
Foto: Fabio Motta/Estadão
Ator é contratado pela empresa que faz a publicidade da JBS

RIO - Considerado “a cara” das propagandas da Friboi, o ator Tony Ramos disse ter se surpreendido com a notícia de que produtos da marca são vendidos sem que estejam próprios para o consumo, conforme divulgado pela Polícia Federal nesta sexta-feira, 17. Nas peças publicitárias, Tony diz: “Friboi é a carne com garantia de origem e rigoroso controle de qualidade. É a carne em que você sua família podem confiar.” O ator disse estar buscando informações sobre a operação da PF.
"Estou surpreso com essa notícia. Eu sou apenas contratado pela empresa de publicidade, não tenho nenhum contato com JBS. Não sou técnico no assunto sobre o qual a Polícia Federal está fazendo a ação, mas existe um controle em todas as embalagens, existe um código de barras pelo qual as pessoas podem acompanhar a qualidade e a validade. Eu já visitei uma das fábricas, continuo comprando os produtos Friboi. Tenho carnes deles agora no meu freezer e uso nos meus churrascos do fim de semana. Eu espero que se apure a verdade, eles têm o direito das minhas imagens. Não sei se faria novamente (as propagandas). Se eles forem inocentados dos erros que estão sendo acusados, eu faria. Eu vou checar essa informação imediatamente", declarou Tony ao site especializado em celebridades Ego.
A JBS, que tem na Friboi uma de suas principais marcas, foi um dos alvos da operação “Carne Fraca” da Polícia Federal, deflagrada para combater a corrupção de agentes públicos que facilitavam a produção e comercialização de alimentos adulterados. Entre as irregularidades, está a reembalagem de carne vencida, o excesso de água nos produtos e a inobservância da temperatura adequada das câmaras frigoríficas.

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SÁBADO, 18 DE MARÇO DE 2017
O envolvimento de empresas como JBS e BRF na Operação Carne Fraca, acusadas de subornar fiscais para vender produtos adulterados, pode levar o Brasil a ser banido do mercado. No governo há a suspeita até de “espionagem industrial” manipulando gerentes e fiscais corruptos para sabotar o produto brasileiro. Mas, ainda que tenham “armado”, a adulteração criminosa de carnes foi constatada.
O Brasil produz 15% da carne consumida no mundo, por isso seus concorrentes celebraram tanto as notícias da operação de ontem.
Só o grupo JBS tem 235.000 funcionários em 150 países. A subsidiária da JBS nos Estados Unidos emprega 78 mil pessoas.
Já a BRF, dona da Sadia e da Perdigão, tem 54 fábricas em sete países (inclusive o Brasil), somando 105 mil funcionários.
As empresas da JBS-Friboi investigadas na Operação Carne Fraca, fizeram mais de R$ 393 milhões em doações nas eleições de 2014.
Só agora, quase um ano depois da saída de Dilma Rousseff, o governo petista chegou de fato ao fim. Os que se agarraram às boquinhas no governo federal receberam os últimos pagamentos de quarentenas concedidas pela Comissão de Ética Pública. Foram pagamentos mensais de até R$126 mil (caso do ex-presidente da Petrobras, Aldemir Bendine). Até o fim de 2016, as quarentenas custaram R$ 7,2 milhões.
Ex-presidente da Empresa Brasil de Comunicação, Ricardo Melo, que passou três meses no cargo, custou R$129 mil após a saída de Dilma.
Carrapatos de cargos, como Jaques Wagner, que ficou com Dilma até o final do impeachment, recebeu salários até fevereiro de 2017.
Em setembro, após o impeachment e já em quarentena, José Eduardo Cardozo ainda levou mais R$ 21,2 mil de jeton do conselho do BNDES.
O presidente Michel Temer tem sido aconselhado a viajar mais pelo Brasil. Ele adorou a recepção dos nordestinos durante suas visitas recentes, e quer voltar à região levando boas notícias.
Apenas o que foi vazado da “Lista Janot 2” já corresponde a 40% do número de governadores que poderão ser alvos de investigação da Justiça. Nos ministérios, a proporção já é de quase 25% da Esplanada.
Michel Temer mandou verificar denúncia de que diretores nomeados para ocupar cargos em Itaipu Binacional são dirigentes partidários. Ao assumir o governo, ele proibiu políticos na direção de estatais.
O Brasil está se livrando do encosto bolivariano. A convite de Michel Temer, presidente do governo da Espanha, Mariano Rajoy, chega em abril acompanhado de empresários interessados em investir no País.
O senador Benedito de Lira (PP-AL) achou “estranho e inoportuno” o decreto do presidente Temer vinculando a Secretaria de Pesca ao Ministério da Indústria e Comércio. Quer o Ministério da Pesca de volta.
Além dos 81 senadores e 513 deputados previstos na lei, o contribuinte brasileiro paga salários a aposentados (outros 61 senadores e 501 deputados), além dos dependentes de falecidos que recebem pensão.
Mudou para melhor o relacionamento da Presidência do Senado com jornalistas. Atualmente, sob a presidência do senador Eunício Oliveira, a relação passa longe da mediocridade e do mau humor anteriores.
A produção de leite no Brasil caiu pelo segundo ano consecutivo. Em 2016 foram 23,17 bilhões de litros, queda de 3,7%. Minas Gerais, que produz 26,4% de todo o leite no Brasil, é quem mais sofre.
...o desemprego vai crescer muito no Brasil após os políticos enrolados na Lava Jato perderem suas boquinhas.

NO DIÁRIO DO PODER
TRÁFICO DE INFLUÊNCIA
PRESIDENTE DO TCU E FILHO DO MINISTRO CEDRAZ ESTÃO NA LISTA DE JANOT
FILHO DO MINISTRO CEDRAZ E O PRESIDENTE DO TCU SÃO DENUNCIADOS
Publicado: sexta-feira,17 de março de 2017 às 23:01 - Atualizado às 00:23
Redação
O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Raimundo Carreiro, e o advogado Tiago Cedraz, filho do ex-presidente da corte, Aroldo Cedraz estão na lista enviada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo autorização para abertura de inquéritos no âmbito da Lava Jato.
De acordo com reportagem da revista Época, Carreiro e Tiago Cedraz foram incluídos para investigar a atuação dos dois em processos sobre a Odebrecht. Tiago é suspeito de usar a influência e acesso proporcionados pelo pai no TCU para obter informações privilegiadas sobre diversas ações, incluindo as relativas às obras da usina nuclear de Angra 3. Para isso, Tiago teria recebido ao menos R$ 1 milhão da empreiteira.
Outro ministro, o ex-senador Vital do Rêgo, é alvo de outro pedido de investigação relativo a pagamento de propina para evitar a convocação de empreiteiros para depor à CPI da Petrobras, presidida pelo então senador do PMDB.

OPERAÇÃO CALICUTE
JUIZ CONCEDE PRISÃO DOMICILIAR A ADRIANA, MULHER DE SÉRGIO CABRAL
ADRIANA FOI PRESA NO DIA 6 DE DEZEMBRO DO ANO PASSADO, ACUSADA DE FAZER PARTE DO ESQUEMA DE CORRUPÇÃO ENVOLVENDO CABRAL
Publicado: sexta-feira,17 de março de 2017 às 16:46 - Atualizado às 18:00
Redação
O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, determinou que Adriana Ancelmo, esposa do ex-governador Sergio Cabral, deixe o Complexo Prisional de Bangu e vá para prisão domiciliar. A decisão foi tomada nesta sexta-feira (17) pelo magistrado, que levou em consideração o fato de que tanto ela quanto o marido estão presos, o que estaria dificultando a criação dos dois filhos menores, de 11 e 14 anos.
Adriana foi presa no dia 6 de dezembro do ano passado, acusada de fazer parte do esquema de corrupção envolvendo Cabral, que havia sido preso em 17 de novembro. Os dois foram encaminhados para Bangu.
Advogada, ela é suspeita de ter recebido dinheiro desviado de empresas de construção em seu escritório de advocacia. Ambos foram presos na Operação Calicute, desmembramento da Lava Jato, que investigou o desvio de recursos públicos federais em obras feitas pelo governo do estado do Rio de Janeiro. Segundo as investigações, o ex-governador chefiava um esquema de corrupção que cobrou propina de construtoras, lavou dinheiro e fraudou licitações em grandes obras no estado realizadas com recursos federais. (ABr)

COM TORNOZELEIRA
MEGADOLEIRO DA LAVA JATO FICA LIVRE APÓS TRÊS ANOS
A PENA DE 121 ANOS FOI REDUZIDA PARA TRÊS ANOS DEVIDO A COLABORAÇÃO COM A JUSTIÇA
Publicado: sexta-feira,17 de março de 2017 às 16:10 - Atualizado às 18:44
Francine Marquez
Nesta sexta-feira (17) o doleiro Alberto Youssef conquistou a liberdade depois de três anos. Desde novembro de 2016 o doleiro estava cumprindo sua pena em prisão domiciliar, em seu apartamento na cidade de São Paulo.
Youssef foi o primeiro preso da Operação Lava Jato, em março de 2014. Acusado de ser o principal operador de propinas no bilionário esquema de corrupção do Petrolão.
O doleiro foi condenado em nove processos, tendo recebido a pena total de 121 anos e 11 meses de prisão. Entretanto, após colaborar com a Justiça com acordo de delação premiada, a pena foi reduzida para três anos em regime fechado.
Depois de ter cumprido dois anos e oito meses de prisão, o juiz federal Sérgio Moro permitiu que o doleiro concluísse os últimos quatro meses da pena em regime domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica, visitas restritas aos familiares e advogados.
Apesar de ter conquistado a liberdade, Youssef terá que respeitar algumas restrições: continuar usando a tornozeleira eletrônica; está proibido de mudar de endereço; viajar para o exterior ou para fora de São Paulo sem autorização da Justiça e apresentar relatórios semestrais sobre suas atividades.

OPERAÇÃO CARNE FRACA
JBS DOOU R$ 200 MIL A OSMAR SERRAGLIO PARA CAMPANHA ELEITORAL DE 2014
FRIGORÍFICO REPASSOU VALOR AO PMDB, QUE TRANSFERIU PARA O MINISTRO
Publicado: sexta-feira,17 de março de 2017 às 15:47
Redação
Alvo da Operação Carne Fraca deflagrada nesta sexta-feira, 17, por suspeita de pagar propinas a fiscais agropecuários federais, a empresa JBS doou em 2014 R$ 200 mil à campanha para a Câmara dos Deputados do atual ministro da Justiça Osmar Serraglio (PMDB-PR). O valor foi doado primeiro ao diretório nacional do PMDB, que repassou para a campanha do atual ministro.
A quantia representa a maior doação única para o peemedebista, cuja campanha teve uma arrecadação total de R$ 1,4 milhão. Seu nome apareceu nos grampos da investigação, que identificaram um diálogo do atual ministro da Justiça – Pasta à qual está atrelada a própria Polícia Federal -, com o fiscal agropecuário Daniel Gonçalves Filho, superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná entre 2007 e 2016.
Carne Fraca aponta Daniel Gonçalves como o ‘líder da organização criminosa’. No diálogo, Osmar Serraglio se refere a Daniel Gonçalves como “o grande chefe”.
A JBS foi a maior doadora eleitoral em 2014, tendo repassado R$357 milhões a partidos e políticos. As empresas do grupo e de seus sócios foram também as que fizeram mais doações para deputados eleitos. Ao todo, o frigorífico distribuiu R$ 61,2 milhões para 162 deputados eleitos. Os recursos foram doados para a cúpula de 21 dos 28 partidos representados na Câmara, incluindo todos os grandes.
A Seara e a BRF, outras gigantes do setor e que também foram alvos da operação de hoje, doaram o total de R$ 5,9 milhões a deputados eleitos em 2014. Segundo o delegado Maurício Moscardi Grillo, responsável pela investigação, parte do dinheiro dos frigoríficos para os fiscais abastecia políticos do PMDB e do PP.
Grampo
Segundo a decisão que deflagrou a Carne Fraca, ’em conversa com o deputado Osmar Serraglio, Daniel é informado acerca de problemas que um Frigorífico de Iporã estaria tendo com a fiscalização do Ministério da Agricultura (o frigorífico Larissa situa-se na mesma cidade)’.
O frigorífico Larissa pertence ao empresário Paulo Rogério Sposito, candidato a deputado federal pelo Estado de São Paulo em 2010 com o nome Paulinho Larissa.
“Logo após encerrar a ligação, Daniel ligou para Maria do Rocio, contando-lhe que o fiscal de Iporã quer fechar o Frigorífico Larissa daquela localidade”, informa a decisão.
“Ele pede a ela que averigue o que está acontecendo e lhe ponha a par. Ela então obedece à ordem e em seguida o informa de que não tem nada de errado lá, está tudo normal, informação esta depois repassada a Osmar Serraglio.”
A PF encaminhou à Justiça, com sugestão para envio à Procuradoria-Geral da República, relatório que cita Serraglio. Como deputado federal pelo PMDB do Paraná, o atual ministro da Justiça detém prerrogativa de foro perante o Supremo Tribunal Federal.
Na decisão que autorizou a operação, o juiz Marcos Josegrei da Silva, da 14.ª Vara Federal, afirmou não ver suspeitas suficientes sobre o ministro para que o caso fosse remetido ao Supremo Tribunal Federal.
“Por fim, conforme bem destacado na manifestação ministerial (Ministério Público Federal), dos diálogos não se extraem elementos suficientes no sentido de que o parlamentar (Deputado Federal) que é interlocutor em um dos diálogos, que detém foro por prerrogativa de função, esteja envolvido nos ilícitos objeto de investigação no inquérito policial relacionado a este feito ou em qualquer outro que requeira neste momento o envio de peças ao Tribunal competente para eventual apuração de ilícito penal”, assinalou o magistrado.
Defesa
A assessoria de Osmar Serraglio, por meio de nota, disse que “houve um repasse feito pelo partido, caixa oficial. O ministro nunca houve qualquer contato com a JBS”. “A conclusão tanto pelo Ministério Público Federal quanto pelo Juiz Federal é a de que não há qualquer indício de ilegalidade nessa conversa degravada.”

NA VEJA.COM
O mensalinho de Lula
Delator da Odebrecht revela que pagou reforma de sítio, patrocinou o filho mais novo de Lula e pagou mesada em dinheiro a um dos irmãos do petista
Por Thiago Bronzatto
Sexta-feira,17 mar 2017, 21h22
Com a delação dos executivos da Odebrecht, a situação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já não era boa, vai ficar ainda mais complicada. Um ex-diretor da empreiteira contou aos procuradores que pagava uma mesada a um dos irmãos do ex-presidente. Além disso, a empreiteira confirmou que reformou o sítio de Atibaia, comprou um lote para abrigar o Instituto Lula, financiou palestras e ainda patrocinou o filho mais novo do petista – tudo a pedido do ex-presidente.

NO BLOG DO JOSIAS
Osmar Serraglio não notou, mas está em apuros
Josias de Souza
Sábado,18/03/2017 04:57
A sorte do nariz é que a respiração é uma atividade vital. Do contrário, ele seria uma parte dispensável do corpo. Só serve para espirrar, coçar e se meter onde não deve. O nariz de Osmar Serraglio, por exemplo, meteu-se nos assuntos da fiscalização agropecuária do Ministério da Agricultura. Deputado, Serraglio tocou o telefone para um fiscal a quem chamou de “grande chefe”. Na conversa, tomou as dores do dono de um frigorífico que estava sob fiscalização. Seus dois interlocutores - o fiscal e o fiscalizado - foram pilhados na Operação Carne Fraca. E Serraglio, agora ministro da Justiça, encontra-se na incômoda condição de matéria-prima de uma Polícia Federal que deveria chefiar.
Chama-se Daniel Gonçalves Filho o “grande chefe”. Entre 2007 e 2016, comandou a Superintendência do Ministério da Agricultura no Paraná, o Estado de Serraglio. Recebeu ordem de prisão sob a acusação de ser ''o líder da organização criminosa'' que, em troca de propinas, fechava os olhos para o comércio de carne imprópria para o consumo humano. Chama-se Paulo Rogério Sposito o empresário que Serraglio socorreu. É proprietário do frigorífico Larissa. Também foi brindado com um mandado de prisão. Acusam-no de pagar suborno para se livrar de autuações da fiscalização agropecuária da pasta da Agricultura.
Deu-se em fevereiro do ano passado o diálogo vadio em que Serraglio encareceu ao “grande chefe” que verificasse a atuação de um fiscal que “deixou o Paulo apavorado” ao varejar-lhe o frigorífico. Captada em grampo autorizado pela Justiça, a conversa foi transcrita num relatório anexado ao inquérito sobre o caso da carne podre (a cópia vai reproduzida abaixo). Com a deflagração da operação policial, o documento ganhou o noticiário.
Serraglio, que chegou à pasta da Justiça precedido pela maledicência de ser homem de Eduardo Cunha, enxergou vantagem onde todos viram apenas constrangimento. Em nota oficial, a assessoria do ministro escreveu que a divulgação do grampo prova a sua disposição de não interferir nas atividades da Polícia Federal. ''Esse é um exemplo cabal que fala por si só'', anota o texto, antes de informar que o ministro soube da Operação Carne Fraca “como um cidadão igual a todos, que teve seu nome citado em uma investigação.”
Tomado pelas palavras dos assessores, Serraglio acha que tem razões para se jactar: “A conclusão, tanto pelo Ministério Público Federal quanto pelo juiz federal, é a de que não há qualquer indício de ilegalidade nessa conversa gravada.'' A avaliação de Serraglio sobre o incidente que o envolve tem o valor de uma nota de três reais. Protegido pelo escudo do foro privilegiado, o ministro só pode ser investigado com autorização do Supremo Tribunal Federal. Se admitisse a necessidade de investigar Serraglio, o juiz Marcos Josegrei da Silva, que cuida do caso, teria de abdicar da Operação Carne Fraca, remetendo o trabalho de quase dois anos do Paraná para Brasília.
O magistrado preferiu torturar os fatos a abrir mão do caso. ''Não se extraem elementos suficientes no sentido de que o parlamentar (Serraglio) que é interlocutor em um dos diálogos, que detém foro por prerrogativa de função, esteja envolvido nos ilícitos objeto de investigação no inquérito policial relacionado a este feito'', escreveu. Ele considerou ''natural'' que os servidores da Agricultura ''busquem auxílio ou intervenção de deputados de seu Estado a fim de viabilizar o atendimento de interesses do órgão.'' Ora, foi Serraglio quem buscou o auxílio do “grande chefe”, não o contrário.
Seja como for, o juiz Marcos Josegrei teve o cuidado de vacinar-se contra surpresas futuras: ''Até que se tenham, pelo menos, indícios mínimos da participação efetiva de pessoa detentora de mandato eletivo, com foro privilegiado, nos delitos de corrupção, falsidades, lavagem de dinheiro, dentre outros apurados na presente investigação, entendo que não há motivo para deslocamento de competência a instância superior.''
O que o juiz declarou, com outras palavras, foi mais ou menos o seguinte: “Abstenho-me de levar as mãos ao fogo por quem mete o nariz onde não é chamado. Por ora, não há indício de crime praticado pelo superior hierárquico da Polícia Federal. O futuro a Deus pertence. Quanto ao passado, torça-se para que o ministro tenha boas explicações para tudo o que fez no último verão.” Serraglio ainda não percebeu, mas parece estar em apuros.

NO O ANTAGONISTA
Maggi está errado, e a corrupção é a prova
Brasil 18.03.17 08:01
Ao Estadão, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou que “o nosso sistema de controle da sanidade é robusto. Mas, quando há pessoas corruptas no meio, foge das nossas possibilidades.”
Maggi confundiu tudo. Pessoas corruptas são a prova de que o controle sanitário não é robusto.
Novacki comeu muita carne podre
Brasil 18.03.17 07:43
Em outra tentativa de justificar a liberação de carne podre por fiscais corruptos, Eumar Novacki, do MAPA, afirmou que o sistema de vigilância sanitária do Brasil “é um dos mais respeitados do mundo.”
Está delirando. Deve ter comido muita carne podre.
Fechem os partidos
Brasil 18.03.17 07:29
O único acordo que pode ser feito entre petistas e tucanos é para implodir seus partidos.
O PT tem de ser extinto. O PSDB tem de ser extinto.
PT e PSDB contra o "Partido da Justiça"
Brasil 18.03.17 07:21
O porta-voz de Lula, André Singer, defendeu na Folha de S. Paulo um acordo entre PT e PSDB para sabotar a reforma previdenciária e a Lava Jato.
Leia um trecho:
“Convém notar que a presença de Lula, figura principal no protesto em São Paulo, coloca o campo que está contra o corte de direitos a favor de alguma solução que permita aos maiores partidos (tucanos incluídos) disputar, com chances, a eleição do ano que vem. Não por acaso, a proposta de voto em lista fechada acoplada ao voto distrital misto, defendida nesta semana pelo deputado Vicente Cândido (PT-SP), tem cara de acordo entre petistas e peessedebistas. Existe uma aproximação objetiva das agremiações que possuem, hoje, mais possibilidade de vencer o pleito de 2018, pois ambas querem ter seus principais líderes e candidatos preservados (…).
Ainda que incipiente, observa-se um movimento com vistas a unificar maiorias partidárias e sociais em torno de saídas intermediárias, tanto na Previdência quanto na reforma política. O problema é que, por ora, tais iniciativas encontram forte resistência da opinião pública, da mídia e do Partido da Justiça”.
Propina era o modelo reinante dos frigoríficos
Brasil 18.03.17 07:08
Executivos ouvidos pela Folha declararam que pagar propina para fiscais é uma prática antiga dos frigoríficos, com o objetivo de liberar cargas de carne podre. Assim como no caso das empreiteiras, a corrupção era o modelo reinante.
Sete anos atrás
Brasil Sexta-feira,17.03.17 18:35
As primeiras denúncias indicando "algo estranho" relacionado aos principais frigoríficos do Brasil, com foco no Paraná, chegaram ao Ministério da Agricultura em 2010.
Quem é quem: turma de Requião e Gleisi
Brasil 17.03.17 16:43
O deputado Sérgio Souza, do PMDB do Paraná, é da turma de Roberto Requião e foi suplente de Gleisi Hoffmann no Senado.
Hoje, apareceu na Operação Carne Fraca o nome de Ronaldo Troncha, ex-assessor dele.
Antes disso, o próprio Souza já havia sido alvo de investigação da Operação Gafanhoto, que apurou fraudes e desvios de recursos públicos da Assembleia Legislativa do Paraná entre 2001 e 2004.
Foro privilegiado: Eunício, não inventa
Brasil 17.03.17 15:16
O Antagonista soube que Eunício Oliveira se prepara para empacar a tramitação da PEC do fim do foro privilegiado.
Uma das estratégias será tentar fazer a proposta retornar à CCJ, presidida por Edison Lobão, se surgirem emendas no plenário -- e é muito provável que elas surjam.
Ocorre que, como mais de 41 senadores -- até agora, 45 -- assinaram o requerimento para elaboração de um calendário especial para as discussões e votações, as emendas têm de ser apreciadas no próprio plenário.

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