PRIMEIRA EDIÇÃO DE 07-3-2017 DO "DA MÍDIA SEM MORDAÇA"

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
TERÇA-FEIRA, 07 DE MARÇO DE 2017
Wirlande da Luz, suplente de Romero Jucá (PMDB-RR), virou senador quando o titular foi nomeado ministro do Planejamento de Temer, mas ficou na vaga por só 4 dias úteis, entre 17 e 23 de maio. O senador por 6 dias, Wirlande da Luz só participou de uma sessão do Senado e não apresentou um único projeto, mas embolsou R$67.526 de “ajuda por início e fim do mandato”, além de R$11.662 da cota parlamentar.
Wirlande foi tão senador quanto Jucá foi ministro. O mandato foi entre o relâmpago do impeachment e o trovão da delação de Sérgio Machado.
Virgínio de Carvalho foi outro a faturar no Senado. Em dois meses de mandato, recebeu R$220 mil entre salários, ajuda de custo e “cotão”.
Se Wirlande não teve tempo de montar o gabinete, Carvalho contratou 14 servidores em Brasília e montou escritório de apoio com outros 19.
Os 21 suplentes que exerceram mandato, receberam mais de R$1,4 milhão só de ajuda de custo, fora salários, auxílios e cota parlamentar.
Anunciada em 2013 pelo governo Dilma, a obra da 5ª penitenciária federal no complexo da Papuda, em Brasília, ainda não foi concluída, a exemplo de outras 91 obras de presídios em todo o País – segundo dados do Ministério da Transparência. No caso da Papuda, faliu a construtora. Retomada nove meses depois, a construção do presídio está devagar, quase parando: só 65% dos projetos estão concluídos.
As 92 obras de presídios, que geram 42,5 mil novas vagas, estão atrasadas ou paralisadas por ordem do TCU ou por iniciativa do MPF.
A conclusão da obra da penitenciária de segurança máxima na Papuda está prevista para outubro, e saltou de R$ 34 para R$ 39 milhões.
O presídio terá aparelhos de raio-x, coleta digital e detectores de metal de sensibilidade. Não se fala em instalar bloqueadores de celulares.
A equipe do ministro da Justiça, Osmar Serraglio, provoca reações. Policiais criticam pela escolha de militar, o contra-almirante Alexandre Mota, como secretário interino de Segurança Pública. Desde 1989, os governos evitam militares no comando de órgãos de segurança pública.
Serraglio terá de explicar-se ao partido, o PMDB, que ganhou, mas não levou o Ministério da Justiça: os principais cargos continuarão entregues a tucanos nomeados pelo ex-ministro Alexandre de Moraes.
Segue a estratégia petista de tentar desqualificar o juiz Sérgio Moro. Até José Roberto Batochio, experiente defensor do ex-ministro Antonio Palocci, tentou tirar Moro do sério. Não conseguiu. Ficou mal para ele.
O senador Ataídes de Oliveira (PSDB-TO) pedirá nesta terça-feira urgência do projeto que resgata o texto original das Dez Medidas Contra a Corrupção, de autoria do MPF. Para ele, “o projeto foi desvirtuado”.
Leitores do portal Diário do Poder souberam na quinta-feira, 02, o que jornalões só descobriram nesta segunda-feira, 06: ex-líder na Câmara, o deputado André Moura (PSC-SE) assumiu a Liderança do Governo no Congresso.
O repórter Victor Boyadjian deu o “furo” sábado (4), no Jornal da Band, da prisão de assaltantes de condomínios de alto padrão em São Paulo, Rio e Brasília. Mas não contou com o delegado da Polícia Civil do DF, que alegou “acordo de exclusividade com a Globo”. Deve ser feliz portador de um crachá do Bozó, popular personagem de Chico Anysio.
A Constituição manda que nenhum servidor pode receber, a qualquer título, remuneração superior ao teto. Mas o governador do DF, Rodrigo Rollemberg, promete alterar a Lei Orgânica para que a Constituição seja respeitada pelos marajás de estatais como Caesb e Metrô-DF.
Segundo o senador Pedro Chaves (PSC-MS), há cerca de 1,7 milhão de jovens entre 15 e 17 anos no Brasil fora da escola, mas deveriam estar cursando o ensino médio. Para o senador, a educação “é essencial”.
…tem brasileiros aos montes na Odebrecht, mas “Italiano” só tem um.

NO DIÁRIO DO PODER
LAVAGEM DE DINHEIRO
CORTE DE PARIS ABRE JULGAMENTO DE RECURSO DE PAULO MALUF
MALUF FOI CONDENADO PELA JUSTIÇA FRANCESA EM 2015 A TRÊS ANOS DE PRISÃO
Publicado: segunda-feira, 06 de março de 2017 às 19:45
Redação
A Corte de Apelações de Paris iniciou nesta segunda-feira, 6, o julgamento do recurso impetrado pelo deputado Paulo Maluf (PP/SP) contra sua condenação na França. O julgamento deve durar três dias.
Maluf, ex-prefeito de São Paulo (1993/1996), foi condenado pela Justiça francesa em outubro de 2015 a três anos de prisão por lavagem de dinheiro - crime que teria praticado no período entre 1996 e 2003.
Contra a condenação, a defesa de Maluf ingressou com recurso perante a Corte de Apelações de Paris.
Na mesma ação, além de Maluf, a Justiça francesa condenou sua mulher Sylvia Lutfalla Maluf e o filho mais velho do casal Flávio Maluf, pelo mesmo crime. A sentença determinou ainda o confisco de 1.844.623,33 euros em contas do deputado e de seus familiares. Além disso, à família foi imposta multas que somam 500 mil euros.
Segundo a Justiça francesa, Maluf, a mulher e o filho "agiram em associação para ocultar a origem de recursos" que tiveram origem em ato de corrupção e desvio de dinheiro no Brasil na época em que Maluf era prefeito de São Paulo.
Na sentença são citadas as obras do túnel Ayrton Senna e da avenida Água Espraiada, sob suspeita de superfaturamento segundo as investigações no Brasil e de onde teriam saído os valores para as contas no exterior. O parlamentar e seus familiares, segundo a justiça francesa, são acusados de enviar o dinheiro dos crimes para empresas offshore e contas em bancos no exterior.
Dois advogados do ex-prefeito, Ricardo Tosto e Jorge Nemr, estão em Paris, acompanhando o julgamento.(AE)

COMEÇAR TUDO DE NOVO
Carlos Chagas
Terça-feira, 07-3-2017
Fica estabelecido que só por milagre a chapa Dilma-Temer será separada pelo Tribunal Superior Eleitoral no julgamento dos abusos e excessos praticados nas eleições presidenciais de 2014. Ambos formam uma só unidade, quer dizer, os argumentos para a cassação de uma se estenderão para o outro. Dilma terá pouca coisa a lamentar, apenas a perda de seus direitos políticos por oito anos. Como já não tinha mesmo vontade nem condições de retornar à vida pública, continuará onde está, ou seja, no ostracismo perpétuo.
Com Michel Temer é diferente. Tem a perder o poder maior, a presidência da República. Claro que a decisão da corte eleitoral poderá ser revista pelo Supremo Tribunal Federal. Confirmada a sentença, no entanto, três hipóteses se armam: assume o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para completar o mandato até 31 de dezembro de 2018; o segundo colocado nas eleições anteriores, Aécio Neves, é convocado e ganha o direito de governar o país; ou serão antecipadas as eleições e começará tudo de novo.
Uma dúvida insere-se nessa última opção: qual a duração do período de governo? Quatro anos, como estabelecido na Constituição, extinguindo-se a coincidência de mandatos legislativos com o de presidente da República ou esticando-se o período de deputados e senadores?
Mais oportuna seria a última possibilidade, capaz de passar o rodo na crise que nos assola. Em meio à decisão do TSE, que não se sabe quando acontecerá, melhor seria apagar o quadro negro. Em especial porque no meio do cipoal bem que o Congresso poderia promover a tão anunciada e jamais concretizada reforma política.
Também surge a alternativa de não acontecer nada, se Michel Temer conseguir protelar o julgamento até o final de seu mandato. Só que não decidir poderá ser pior do que qualquer decisão...

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Na mesma cela, Lula, Palocci e Dirceu seriam felizes para sempre
1 Minuto com Augusto Nunes: o deus da seita fora da lei merece juntar-se aos sacerdotes engaiolados
Por Augusto Nunes
Segunda-feira 06 mar 2017, 20h11
Lula e José Dirceu
José Dirceu, chefe da Casa Civil entre janeiro de 2003 e junho de 2005 foi condenado à prisão em 2012 por ter feito o que fez no Mensalão e engaiolado de novo em 2016 por voltar a fazer, agora no esquema do Petrolão, o que desde sempre faz.
Antonio Palocci caiu fora do Ministério da Fazenda em março de 2006 por ter estuprado o sigilo bancário de um caseiro. Absolvido pelo Supremo, foi despejado em junho de 2011 da Casa Civil por ter embolsado fortunas com consultorias imaginárias. Virou hóspede da República de Curitiba porque a Lava Jato descobriu o que andou fazendo com o codinome Italiano.
Dirceu e Palocci são apenas duas das incontáveis provas, todas ambulantes e contundentes, de que durante mais de 13 anos o coração do poder esteve sob o controle da seita fora da lei chefiada pelo vigarista promovido a único deus: sempre que pilhado em flagrante, Lula jura que nada viu e de nada sabe.
Lula e Palocci, Lula e Dirceu, Dirceu e Palocci, Lula, Dirceu e Palocci ─ esses nasceram para espancar em perfeita sintonia a ética, os bons costumes e o Código Penal. Se os caprichos do destino os juntarem na mesma cela, os três serão felizes para sempre.

NA VEJA.COM
Justiça Federal sequestra cobertura de R$ 1,5 mi ocupada por Lula
Medida foi cumprida pela Justiça Federal, a pedido de Sergio Moro, no início de fevereiro. Imóvel é vizinho ao do petista em São Bernardo do Campo
Por João Pedroso de Campos
Segunda-feira, 06 mar 2017, 22h15 - Atualizado em 6 mar 2017, 22h38
A pedido do juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em Curitiba, a Justiça Federal sequestrou no início de fevereiro a cobertura número 121 do Edifício Hill House, em São Bernardo do Campo (SP), avaliada em 1,5 milhão de reais e ocupada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O apartamento, que tem 188,9 metros quadrados de área privativa e é vizinho ao de Lula, não pertence ao petista, mas a Glaucos da Costamarques, primo do pecuarista José Carlos Bumlai.
A compra do imóvel, feita com dinheiro de propina da empreiteira Odebrecht, segundo o Ministério Público Federal, e contratos supostamente fictícios de locação levaram o ex-presidente ao banco dos réus em uma ação penal da Operação Lava Jato.
O pedido de sequestro, que não impede Lula de continuar no imóvel, foi feito pelo magistrado no momento em que aceitou denúncia do MPF contra o petista, em 19 de dezembro, e foi cumprido em 9 de fevereiro pela Oficial de Justiça Avaliadora, Edilamar Fernandes Dornas, da 3ª Vara Federal de São Bernardo do Campo.
Na certidão em que informa ter sequestrado o imóvel, Edilamar afirma que entrou em contato com Valmir Moraes da Silva, segurança do ex-presidente Lula, no dia 6 de fevereiro, mas ouviu dele que o petista não poderia recebê-la por estar em luto. Na data do cumprimento do mandado de sequestro, havia três dias que a ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva havia morrido em São Paulo, vítima de um acidente vascular cerebral hemorrágico.
O advogado de Lula, Roberto Teixeira, então teria entrado em contato com a oficial de Justiça e informado que o imóvel era alugado pelo ex-presidente desde fevereiro de 2011 e que lhe enviaria uma cópia do documento no mesmo dia. “Entretanto, passados dois dias e não tendo recebido nada voltei a entrar em contato, mas desta vez o Doutor Roberto Teixeira informou que não possui cópia do documento”, escreveu Edilamar Fernandes.
Embora avaliada em 1,5 milhão de reais, a cobertura foi comprada por 504.000 reais, segundo a força-tarefa da Lava Jato. O dinheiro, supostamente retirado de contratos da Odebrecht com a Petrobras, teria tido como destinatário Glaucos Costamarques, em nome de quem o imóvel foi comprado. Para os procuradores da Lava Jato, Costamarques atuou como testa de ferro de Lula, em uma operação que envolveu também Roberto Teixeira.
A ex-primeira-dama Marisa Letícia também se tornou ré por participação no suposto crime de lavagem de dinheiro porque assinou, em 2011, o contrato fictício de locação do imóvel, em que o primo de Bumlai figurava como locador. As investigações da Operação Lava Jato concluíram que, até pelo menos novembro de 2015, o aluguel nunca havia sido pago.
Depois de sua morte, os advogados da ex-primeira-dama pediram a Moro a “absolvição sumária” dela. O MPF deu parecer pela extinção da punibilidade de Marisa Letícia, o que não significa absolvição, e o magistrado ainda não se manifestou. Em outra ação penal contra Marisa Letícia, a que apura a posse de um tríplex no Guarujá (SP), Moro extinguiu a punibilidade da mulher de Lula e afirmou que ela deve ser considerada inocente.
A denúncia contra Lula referente ao apartamento no ABC paulista também envolve a compra, em 2010, de um terreno na Rua Dr. Haberbeck Brandão, nº 178, em São Paulo (SP), onde seria erguido o Instituto Lula. O dinheiro teria sido desviado de obras como a terraplenagem do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), das refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, e Getúlio Vargas, no Paraná, além da construção de plataformas de perfuração e da montagem de um gasoduto.
Os procuradores afirmam que a aquisição foi feita pela DAG Construtora, do empresário Demerval Gusmão, com recursos da Odebrecht. Com base em anotações feitas pelo ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht, que fechou acordo de delação premiada, e planilhas apreendidas na sede da DAG, o Ministério Público Federal afirma que, entre compra e manutenção do imóvel, a Odebrecht gastou 12,4 milhões de reais.

NO BLOG DO JOSIAS
Temer substituiu o ‘não sabia’ pelo ‘nada a ver’
Josias de Souza
Terça-feira, 07/03/2017 04:30
Michel Temer não tem nada a ver com os R$ 10 milhões que a Odebrecht deu ao PMDB por baixo da mesa em 2014, como não teve nada a ver com o rateio do dinheiro. Marcelo Odebrecht, o provedor dos recursos, foi recebido em jantar no Jaburu. Seu funcionário Cláudio Melo Filho acertou a distribuição do dinheiro com o atual chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, amigo do presidente há três décadas. Mas Michel Temer não tem nada a ver com isso.
Diz-se que parte do dinheiro (R$ 6 milhões) foi para a campanha de Paulo Skaf, que era o candidato de Temer ao governo de São Paulo em 2014. Informa-se que coube a Padilha fazer a divisão do que sobrou (R$ 4 milhões). Mas Michel Temer não tem nada a ver com isso.
O delator Cláudio Melo diz que um dos endereços onde mandou entregar dinheiro vivo foi o escritório paulistano do advogado José Yunes. Amigo de Temer há 50 anos, Yunes demitiu-se da assessoria especial do Planalto quando a revelação ganhou as manchetes. Mas isso não tem nada a ver com o presidente.
Com um atraso de quase três meses, José Yunes levou os lábios ao trombone para admitir que, a pedido de Eliseu Padilha, recebera em seu escritório um ''pacote'' das mãos do notório doleiro Lúcio Funaro. Entregou a encomenda para alguém cujo nome não se lembra. O barulho de Yunes e o mutismo de Padilha se parecem muito com uma operação para blindar o amigo-presidente. Michel Temer, obviamente, não tem nada a ver com isso também.
As contas da campanha presidencial de 2014 estão apodrecidas. O departamento de propinas da Odebrecht enfiou dinheiro roubado da Petrobras e adjacências dentro da caixa registradora do comitê eleitoral. Michel Temer não tem nada a ver com isso. Nada a ver também com os pagamentos ilegais que a Odebrecht fez ao marqueteiro João Santana no estrangeiro. O vice virou presidente graças aos mesmos 54 milhões de votos dados pelo eleitorado à antecessora deposta. Mas por que diabos Michel Temer teria alguma coisa a ver com isso?
O ‘nada a ver’ é uma adaptação de Michel Temer ao ‘não sabia’ de Lula e Dilma. Permite que ele governe sem que nenhuma revelação abale o seu otimismo. Muita gente acredita em Temer porque sua desculpa tem lógica. O presidente deveria mandar tatuar na testa a frase: “Eu não tenho nada a ver com isso.” Pouparia o papel e a tinta das notas oficiais.
Hoje, Michel Temer está licenciado da presidência do PMDB. Mas comandou a legenda por 15 anos. Se durante todo esse período não teve nada a ver com descalabros como a sociedade que seu partido firmou com o PT para assaltar a Petrobras e converter obras como Belo Monte em usinas de propinas, por que Michel Temer teria algo a ver com qualquer coisa agora? Melhor indultá-lo preventivamente com uma amnésia coletiva fingida. Do contrário, seria necessário concluir que o Brasil está sendo presidido por um tolo.

Articulador de si mesmo, Temer entra em campo
Josias de Souza
Segunda-feira, 06/03/2017 23:12
Como previsto, o derretimento do estado-maior do Planalto converteu Michel Temer em articulador de si mesmo. Vê-se compelido a encostar, ele próprio, o estômago no balcão para arrancar do Congresso a reforma da Previdência. Sem ela, vai virar fumaça a perspectiva de recuperação econômica, que o governo utiliza como contraponto à deterioração moral. Leia aqui, notícia sobre os limites que o presidente tenta estabelecer na largada da negociação.

Invulnerável, Temer exagera na falta de recato
Josias de Souza
Segunda-feira, 06/03/2017 20:33
O governo de Michel Temer tornou-se o túmulo do recato. O pudor perdeu o sentido. Num instante em que o Tribunal Superior Eleitoral levanta os podres da campanha de 2014 e a Procuradoria-Geral da República se prepara para formalizar uma avalanche de inquéritos decorrentes das delações da Odebrecht, o presidente promove no Congresso uma despudorada dança de cadeiras.
Temer confirmou no final de semana que Romero Jucá (PMDB) — oito inquéritos no Supremo Tribunal Federal, três deles na Lava Jato — responderá pela liderança do governo no Senado no lugar do tucano Aloysio Nunes (PSDB), deslocado para o Itamaraty. O deputado André Moura (PSC) — cinco inquéritos e três ações penais no Supremo — será líder do governo no Congresso, posto que era exercido por Jucá.
Dias atrás, Temer havia desalojado Moura da liderança do governo na Câmara, acomodando em seu lugar Aguinaldo Ribeiro (PP), outro investigado no Supremo sob acusação de receber mesada no Petrolão.
Há no Senado 81 senadores. Na Câmara, 513 deputados. Mas o presidente tem fixação por aliados enrolados. Responder a processo no Supremo virou uma pré-condição para ser aproveitado no governo Temer.
O que mais espanta na movimentação de Temer é a sensação de que o presidente se considera invulnerável. Temer segura ministros suspeitos, cerca-se de aliados processados, dá de ombros para a Lava Jato e trama a protelação do julgamento do seu mandato no Tribunal Superior Eleitoral.
Com novo sentido, o pudor faz coisas impensáveis em Brasília. E já nem fica vermelhinho.

Ministério da Fazenda como centro da ‘propinocracia’ supera qualquer ficção
Josias de Souza
Segunda-feira, 06/03/2017 16:47
— Quem é o ‘Italiano’ referido no e-mail?, inquiriu Sergio Moro
— A gente sabia que o 'Italiano' era o Palocci, respondeu executivo da Odebrecht Fernando Sampaio Barbosa.
— A gente sabia quem?, insistiu Moro.
— Eu sabia. Eu tinha sido informado pelo Márcio Faria, acrescentou Fernando Sampaio, citando outro executivo da Odebrecht.
Arrolado como testemunha de Marcelo Odebrecht, Fernando Sampaio prestou depoimento nesta segunda-feira. Foi a primeira vez que um operador da Odebrecht reconheceu em juízo que ‘Italiano’ é mesmo o apelido de Antonio Palocci nas planilhas do departamento de propinas da construtora. De acordo com os investigadores, Palocci atuou como coletor de pixulecos para o PT enquanto foi ministro da Fazenda de Lula. Beliscou pelo menos R$ 128 milhões. Foi sucedido no ministério e nas planilhas da Odebrecht por Guido Mantega, o ‘Pós-Italiano’.
Se a Era do PT no Poder fosse um filme de James Bond, o serviço secreto britânico descobriria uma caverna nos subterrâneos da pasta da Fazenda. Dentro dela, protegida por paredes de aço, um sofisticado centro tecnológico de gerenciamento de interesses espúrios e captação de verbas tóxicas. No comando, uma dupla de personagens satânicos de vida dupla. Nos porões, eram gênios do mal, dedicados a comprar o PMDB e assemelhados, para dominar o mundo. Na superfície, não passavam de ministros inocentes, empenhados em defender os cofres da República.
Por azar, a realidade brasileira superou qualquer ficção. Faltou à nação petista um 007 capaz de explodir com uma caneta a laser a caverna instalada sob a Fazenda antes que os vilões transformassem o sistema político nacional numa propinocracia pós-ideológica. Num filme, Bond exterminaria os vilões e livraria a humanidade de suas ameaças. No Brasil real, o PMDB cavalga a Presidência de Michel Temer como se não tivesse nada a ver com o governo comprado pela Odebrecht. E Lula é candidato a um terceiro mandato. Talvez um quarto. Quem sabe um quinto… O que diferencia o Brasil da ficção é que a ameaça dura muito mais do que o intervalo de um filme.

NO O ANTAGONISTA
A lista dos 250
Brasil Terça-feira, 07.03.17 06:50
Rodrigo Janot deve enviar a Edson Fachin 250 pedidos de abertura de inquérito, segundo Sonia Racy, do Estadão.
A ideologia da propina
Brasil 07.03.17 06:31
Alexandrino Alencar disse ao TSE que o departamento de propinas da Odebrecht pagou 30 milhões de reais para comprar o apoio de partidos a Dilma Rousseff.
Ele esclareceu, segundo a Folha de S. Paulo, “que a ideia de fazer a doação por meio de caixa dois partiu do próprio tesoureiro da campanha”, Edinho Silva.
Procurado pela reportagem, Edinho Silva negou qualquer irregularidade:
"Essa é uma tese para criminalizar a campanha da Presidenta Dilma. Todas as coligações são ideológicas, as da campanha Dilma são compra de tempo? Absurdo”.
A CHAPA DA PROPINA
Brasil 07.03.17 06:06
Alexandrino Alencar, em depoimento ao TSE, disse que Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff, pediu 30 milhões de reais no caixa dois.
Segundo a Folha de S. Paulo, “o dinheiro pago foi usado para comprar o apoio de partidos que integraram a chapa Dilma-Temer”.
EXCLUSIVO: ODEBRECHT PAGOU MESMO 7 MILHÕES A PARTIDOS QUE APOIARAM DILMA
Brasil Segunda-feira, 06.03.17 22:56
O ministro Herman Benjamin, nos depoimentos que colheu hoje com Cláudio Melo Filho, Alexandrino Alencar e Hilberto Silva, obteve a confirmação de que a Odebrecht pagou 7 milhões de reais no caixa dois, em espécie, pela adesão de cinco partidos à coalizão em torno da chapa Dilma-Temer, nas eleições de 2014.
Entre os partidos que levaram bola, estão o PCdoB e o PRB.
Foi confirmado a Herman Benjamin que Marcos Pereira, do PRB, atual ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, foi o encarregado de receber o dinheiro.
Juca Bala lavava para Cabral e para a Odebrecht
Brasil 06.03.17 20:56
O doleiro Vinícius Claret, o Juca Bala, que foi preso sexta-feira, 03, no Uruguai, não lavava dinheiro apenas para o esquema de Sérgio Cabral.
Era peça importante também no esquema de lavagem da Odebrecht (leia mais aqui, aqui e aqui).
O nome de Juca Bala, que foi localizado no Uruguai por repórteres do Jornal Nacional, já havia surgido nas investigações, quando a PF descobriu o departamento de propinas, oficialmente chamado de "departamento de operações estruturadas".
Seu telefone e codinome estava em anotações de Maria Lúcia Tavares, a primeira delatora da Odebrecht.
O doleiro também havia sido mencionado por Vinícius Borin, executivo do banco caribenho do qual a Odebrecht se tornou sócia, com o objetivo de facilitar o pagamento de propinas.
Juca Bala recebia depósitos de offshores da Odebrecht no exterior e fazia o dinheiro chegar em reais a destinatários no Brasil.
No esquema Cabral, ele foi denunciado pelos irmãos Renato e Marcelo Chebar.
Odebrecht no Peru: ex-presidente denunciado
Mundo 06.03.17 19:56
A Lava Jato latino-americana vai de vento em popa.
O Ministério Público peruano, que está investigando o pagamento de suborno pela Odebrecht a autoridades daquele país, denunciou o ex-presidente Alan García, segundo o G1.
Garcia é acusado de crime contra a administração pública na execução da Linha 1 do Metrô de Lima.
A empreiteira brasileira, que atua no Peru há quase quatro décadas em obras de infraestrutura e industriais, está sendo investigada por participar de um esquema de corrupção que envolve os três últimos governos do país, diz a reportagem.

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