PRIMEIRA EDIÇÃO DE 04-3-2017 DO "DA MÍDIA SEM MORDAÇA"

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SÁBADO, 04 DE MARÇO DE 2017
Com a posse do novo ministro da Justiça, Osmar Serraglio, seu partido, o PMDB, ganha, mas não leva. O próprio Serraglio decidiu que não promoverá mudanças no Ministério da Justiça e isso significa, na prática, que pessoas ligadas ao PSDB continuarão no comando das áreas mais importantes do ministério. A posse do novo ministro foi marcada para a próxima terça-feira (7), no Palácio do Planalto.
José Levi será mantido na secretaria-executiva do Ministério da Justiça. Ele é ligado ao PSDB, foi levado pelo ex-ministro Alexandre de Moraes.
Outro ex-auxiliar tucano de Alexandre de Moraes, Gustavo Marrone, vai permanecer à frente da Secretaria Nacional de Justiça.
Marcelo Varela, também nomeado pelo antecessor tucano de Serraglio, continuará chefiando a Secretaria de Assuntos Legislativos.
Osmar Serraglio pretendia formar uma equipe técnica no Ministério da Justiça, até pedia currículos. Acabou desistindo.
Apesar da crise que gerou 12,3 milhões de desempregados, o governo federal pagou, só em janeiro, R$415,9 milhões em “verba indenizatória” ou “vantagens eventuais” a servidores. Com a adoção da malandragem que não considera esses ganhos para efeito do teto constitucional, só um professor da Universidade Federal de Viçosa pôs no bolso mais de R$ 143 mil, o quádruplo de um ministro do Supremo Tribunal Federal.
Foram 555.426 funcionários federais beneficiados com algum tipo de vantagem ou verba. O número equivale a 94,5% do total de servidores.
Em média, cada um dos servidores do governo federal recebe R$750 a mais, em seus salários, livres de quaisquer descontos.
O gasto com “vantagens” foi estimado em R$5,4 bilhões em 2017, mais que a soma dos orçamentos do Senado e Supremo Tribunal Federal.
Suplente do novo ministro da Justiça, Osmar Serraglio, o deputado Rodrigo Rocha Loures pretende ficar poucos dias na Câmara. Ele sonha com o lugar de Eliseu Padilha, na Casa Civil. Sonhar pode.
A indústria de ações trabalhistas produziu mais uma, desta vez em Porto Alegre: o Bradesco foi condenado a pagar indenização de R$800 milhões por “dispensa discriminatória” de dois irmãos, funcionários.
Empresa de águas do DF, a Caesb paga um exército de espertos marajás que chegam a ganhar R$ 96 mil em um mês. O presidente da estatal, Maurício Ludovice, ganha R$56 mil mensais, mais que o dobro dos vencimentos do chefe e primo, governador Rodrigo Rollemberg.
Suplente do senador Eduardo Amorim (PSDB-SE), Lauro Antonio não tem salário na transparência do Senado, mas gastou R$ 89,2 mil da cota parlamentar em 2011 e 2012. E ainda levou R$ 67,4 mil para casa.
Eliseu Padilha sofre de Hiperplasia Prostática Benigna, comum em homens acima de 50 anos. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia, a doença acomete cerca de 14 milhões de brasileiros.
Ainda circula nas redes sociais e no Whatsapp a falsa notícia de que a gigante francesa Fnac vai deixar o Brasil. Seu presidente já garantiu que as lojas de livros e eletrônicos ficam, e até procura investidores.
Alheios ao racionamento de água no DF, funcionários da Câmara que cuidam dos jardins usavam água à vontade, sexta-feira à tarde (03), e só fecharam a torneira quando cidadãos reclamaram do desperdício.
Os brasileiros, e mineiros em particular, lembram neste sábado (4) o 107º ano de nascimento de Tancredo Neves, ex-presidente que o destino impediu de consolidar a redemocratização do País.
Por que objetos valiosos que sumiram do Planalto, que Lula chama de “tralhas”, passaram a ter subitamente tanto “valor sentimental”?

NO DIÁRIO DO PODER
LAVA JATO
PRESOS NO URUGUAI DOLEIROS QUE LAVAVAM DINHEIRO ROUBADO DE SÉRGIO CABRAL
SÃO ACUSADOS DE LEVAR US$100 MILHÕES DE CABRAL PARA O EXTERIOR
Publicado: sexta-feira, 03 de março de 2017 às 21:28 - Atualizado às 00:31
Redação
Dois doleiros acusados de participar de operações de lavagem de dinheiro para o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB) foram presos na noite desta sexta-feira, 3, em Montevidéu, no Uruguai. Vinícius Claret Vieira Barreto, conhecido pelo apelido de Juca Bala, e Cláudio Fernando Barbosa tinham ordens de prisão assinados por Marcelo Bretas, juiz da 7ª Vara Criminal do Rio, que confirmou à reportagem a prisão de ambos. 
Os dois estavam sendo procurados pela Interpol e foram presos durante operação conjunta da polícia uruguaia e da Polícia Federal brasileira. Eles foram levados para a sede da Interpol em Montevidéu e nas próximas horas devem ser encaminhados ao Rio de Janeiro.
Os irmãos Renato e Marcelo Chebar contaram em delação premiada na Operação Calicute que participavam do esquema de lavagem de dinheiro de Cabral e que em 2007, quando os valores se agigantaram, chamaram Barreto para assumir as operações. 
Os delatores afirmaram que só falavam com o doleiro através do programa de mensagens Messenger, usando um sistema de criptografia. Renato admitiu ter se encontrado com Barreto em pelo menos três ocasiões, sempre no hotel onde se hospedava em Montevidéu. Segundo os irmãos Chebar, Cabral tem US$ 100 milhões escondidos no exterior.

ACERVO PRESIDENCIAL
MORO AUTORIZA POLÍCIA FEDERAL A PERICIAR CAIXAS 'PRAIA' E 'SÍTIO' DE LULA
JUIZ DEU PRAZO DE 20 DIAS PARA QUE A PF APRESENTE AS CONCLUSÕES SOBRE A ANÁLISE DO MATERIAL
Publicado: sexta-feira, 03 de março de 2017 às 18:17 - Atualizado às 18:20
Redação
O juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, autorizou a Polícia Federal (PF) a periciar o acervo pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Moro atendeu a pedido feito pela força-tarefa da Operação Lava Jato, que apura supostos pagamentos mensais da empreiteira OAS por serviços de guarda de objetos pessoais recebidos como presentes oficiais durante o período em que Lula esteve no cargo.
De acordo com a decisão, assinada no dia 17 de fevereiro, a PF está autorizada a abrir e analisar o conteúdo de duas caixas identificadas com as palavras "praia" e “sítio", que estão apreendidas no galpão do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP). Moro deu prazo de 20 dias para que a Polícia Federal apresente as conclusões sobre a análise do material.
O resultado da investigação poderá ser usado pela Lava Jato em outra investigação sobre ilegalidades em uma proposta de compra de um apartamento triplex em Guarujá, no litoral paulista, e a respeito de reformas no Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), local frequentado pela família do ex-presidente.
Em nota, a defesa de Lula informou que recorreu da decisão e disse que Sérgio Moro não tem competência legal para julgar questões referentes ao acervo da Presidência da República. Para os advogados, a decisão de Moro é ilegal e incompatível com os princípios constitucionais de impessoalidade e da legalidade.
"A composição do acervo presidencial de Lula seguiu as mesmas diretrizes observadas em relação a todos os ex-presidentes da República desde 1991, quando foi editada a citada Lei 8.394. Em 9 de fevereiro, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso prestou depoimento perante o juízo da 13ª Vara de Curitiba esclarecendo que os presentes por ele recebidos de chefes de Estado, nas viagens oficiais, foram incorporados ao seu acervo presidencial privado, a exemplo do que ocorreu com Lula", argumentou a defesa.(ABr)

PERNAMBUCO
BARRAGEM DA TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO ROMPE
ENGENHEIROS TENTAM EVITAR DANO MAIOR À BARRAGEM DE 5 MILHÕES/M³
Publicado: sexta-feira, 03 de março de 2017 às 17:27
Redação
Uma parte da Barragem de Barreiros, que integra o sistema da Transposição do Rio São Francisco, apresenta desde a manhã desta sexta-feira, 3, um rompimento. A barragem tem capacidade média de 5 milhões de metros cúbicos de água. Engenheiros estão no local analisando os danos gerados.
Autoridades do governo já foram avisadas do problema no município de Sertânia, em Pernambuco.
As comunidades que moram na região já foram alertadas sobre o rompimento.
Segundo informações do Blog Nill Júnior, a Barragem ainda não foi comprometida em 100% de sua estrutura. Ainda de acordo com o blog, o dano afetou parte importante da estrutura e que muita água está indo embora. São mais de dez caçambas movendo pedras e areia para tentar conter o vazamento, mas a situação é complexa.
O vazamento começou por baixo da parede, em uma depressão que surgiu e acaba escoando grande volume de água.

FRENTE A FRENTE
LULA VAI DEPOR EM MAIO A SÉRGIO MORO NO CASO DO TRIPLEX NO GUARUJÁ
PROCESSO DA LAVA JATO ABRANGE TRÊS CONTRATOS DA OAS COM A PETROBRAS
Publicado: sexta-feira, 03 de março de 2017 às 16:24 - Atualizado às 16:37
Redação
O juiz federal Sérgio Moro marcou o interrogatório do ex-presidente Lula para o dia 3 de maio, às 14 horas. O petista vai depor ao magistrado em processo que apura irregularidades em seu instituto. Esta será a primeira vez que Lula e o magistrado ficarão frente a frente na sala de audiências do 2º andar do prédio da Justiça Federal, em Curitiba.
Lula deporá no processo decorrente da Operação Lava Jato em que é acusado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia do Ministério Público Federal sustenta que Lula recebeu R$ 3,7 milhões em benefício próprio – de um valor de R$ 87 milhões de corrupção – da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012. As acusações contra Lula são relativas ao recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira OAS por meio de um triplex no Guarujá, no litoral de São Paulo, e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, mantidos pela Granero de 2011 a 2016.
Moro tomará outros depoimentos no mesmo processo antes de ouvir Lula, que será o último. Entre eles, do presidente do instituto, Paulo Okamotto, e de Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira OAS.
O juiz da Lava Jato ainda declarou a extinção da punibilidade da ex-primeira dama Marisa Letícia. A mulher de Lula morreu em 3 de fevereiro, aos 66 anos, em decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC).
A defesa de Marisa Letícia havia pedido ‘absolvição sumária em decorrência da extinção da punibilidade’. O Ministério Público Federal concordou com a declaração de extinção a punibilidade.
“Observo que, pela lei e pela praxe, cabe, diante do óbito, somente o reconhecimento da extinção da punibilidade, sem qualquer consideração quanto à culpa ou inocência do acusado falecido em relação à imputação. De todo modo, cumpre reconhecer que a presunção de inocência só é superada no caso de condenação criminal. Não havendo condenação criminal, é evidente que o acusado, qualquer que seja o motivo, deve ser tido como inocente. Assim, em vista do lamentável óbito, declaro a extinção da punibilidade de Marisa Letícia Lula da Silva”, anotou Moro.

NO BLOG DO JOSIAS
PSDB agora imita PT na justificativa do caixa 2
Josias de Souza
Sábado, 04/03/2017 03:24
Jogado no ventilador da Odebrecht por um ex-executivo da empreiteira, o tucanato reagiu à moda petista: reclamou da imprensa. ''O respeito à verdade é a essência da democracia'', disse Aécio Neves em vídeo, fazendo pose de vítima da difusão de mentiras. “A imprensa é instrumento fundamental da democracia. Usada por quem não é criterioso presta um mau serviço ao país”, ecoou Fernando Henrique Cardoso, insinuando que jornalistas deixaram-se usar por inimigos do ninho. Nesse ritmo, os grão-tucanos logo incorporarão ao seu linguajar uma expressão da cartilha companheira: “Imprensa golpista!” Aos fatos:
Chama-se Benedicto Júnior o responsável pelo desconforto dos tucanos. Trata-se de um ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura. Hoje, dedica-se a suar o dedo como delator da Lava Jato. Em depoimento à Justiça Eleitoral, disse que, a pedido de Aécio Neves, borrifou em campanhas que interessavam ao PSDB em 2014 a cifra de R$ 9 milhões —dinheiro de caixa dois, realçou o depoente.
A verba foi assim distribuída: R$ 6 milhões repartidos entre Antônio Anastasia, candidato do tucanato mineiro ao Senado; Pimenta da Veiga, que disputou o governo de Minas pelo PSDB; e Dimas Fabiano Toledo, que concorreu a uma cadeira na Câmara federal pelo PP mineiro. Os outros R$ 3 milhões, disse Benedito, foram repassados a Paulo Vasconcelos, marqueteiro da campanha presidencial de Aécio.
Pendurado nas manchetes de ponta-cabeça, Aécio afirmou no seu vídeo: “Eu, como dirigente partidário, tinha o dever de tentar ajudar dezenas, centenas de candidatos e sempre da forma correta, da forma legal, da forma lícita. Em nenhum momento, ao contrário do que tentaram disseminar ao longo do dia de hoje, em nenhum momento o senhor Benedito afirma que eu solicitei recursos por caixa dois ou qualquer outro meio.''
Em declaração à TV Globo, José Eduardo Alckmin, advogado do PSDB, acrescentou: “Em relação a Benedito Júnior, de forma alguma foi dito que Aécio pediu alguma contribuição de caixa dois. Ele disse que houve um pedido de recurso. Ponto. Se isso foi atendido dessa ou daquela maneira, isso já é uma outra questão. Houve pedido de contribuição de campanha, mas na forma legal, usual, nada fora do que é lícito.” Ai, ai, ai.
Admita-se que Aécio fez o seu pedido sem esboçar preocupação com a origem do dinheiro. Isso não elimina o fato de que o amigo Benedito, agora dedicado à deduragem, informa que a verba transitou por baixo da mesa. A questão a ser respondida pelo PSDB é: por que recebeu verba de má origem? Alega-se que todas as doações foram declaradas à Justiça Eleitoral. Sob críticas dos tucanos, o PT diz a mesma coisa quando o acusam de receber dinheiro sujo.
Em sua nota, FHC escreveu a certa altura: ''Há uma diferença entre quem recebeu recursos de caixa dois para financiamento de atividades político-eleitorais, erro que precisa ser reconhecido, reparado ou punido, daquele que obteve recursos para enriquecimento pessoal, crime puro e simples de corrupção. Divulgações apressadas e equivocadas agridem a verdade, e confundem os dois atos, cuja natureza penal há de ser distinguida pelos tribunais.''
FHC talvez não tenha se dado conta. Mas o lero-lero segundo o qual caixa dois é um “erro” menos grave do que o “crime puro e simples de corrupção” vem sendo usado à exaustão pelo petismo desde o julgamento do Mensalão. A propósito, recomenda-se ao ex-presidente o desperdício de três minutos do seu tempo para assistir ao video (veja no link abaixo). Nele, a ministra Cármen Lúcia, hoje presidente do Supremo Tribunal Federal, reage à defesa de Delúbio Soares, que acabara de sustentar que o ex-tesoureiro petista não cometera crimes, apenas manuseara verbas eleitorais não-contabilizadas.
Disse Cármen Lúcia, em português ao alcance das ruas: “Acho estranho e muito, muito grave que alguém diga, com toda tranquilidade: ‘ora, houve caixa dois’. Caixa dois é crime. Caixa dois é uma agressão à sociedade brasileira. Caixa dois, mesmo que tivesse sido isso ou só isso, e isto não é so, e isto não é pouco.”
Dirigentes partidários que pedem dinheiro sem se preocupar com a origem e depois alegam que caixa dois é um erro próximo do banal não podem se queixar da vida. Políticos assim, quando reclamam da imprensa, comportam-se como um capitão de navio que se queixa da existência do mar.
Resta a você, que ainda tem estômago para acompanhar o noticiário, manter sempre à mão, como um comprimido de Isordil, uma dose de ceticismo. Ninguém está livre do risco de sofrer um infarto. Ou de sentir as dores da decepção ao perceber que está cada vez mais difícil distinguir o que presta do que não presta na política brasileira.
http://tv.uol/u4oA

Partidos convidam a Justiça Eleitoral a puni-los
Josias de Souza
Sábado, 04/03/2017 00:16
Os depoimentos de delatores da Odebrecht ao ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral, levam à vitrine um subproduto que vai muito além do processo que pode resultar na cassação do mandato de Michel Temer e na decretação da inelegibilidade de Dilma Rousseff. As inquirições reforçam a sensação de que os partidos políticos brasileiros apodreceram. Além do PT de Dilma e do PMDB de Temer, os delatores acomodam no lixão partidário legendas como o PDT e até o PSDB, que é o autor da ação que o TSE terá de julgar.
Há hoje no Brasil 35 partidos formalmente registrados na Justiça Eleitoral. Há outros 40 na fila. Não há ideologia nesse fenômeno. Os partidos viraram um grande negócio. Transformaram-se em paraísos fiscais custeados por propinas, caixa dois e pelo déficit público. A lei prevê a punição de partidos picaretas. As penas incluem a perda do dinheiro do Fundo Partidário e a até cassação da legenda. Em vez de criar, a Justiça Eleitoral deveria começar a extinguir partidos. Com meia dúzia, o país estaria bem servido.
Nos depoimentos dos delatores da Odebrecht, afora a reiteração da acusação de que os tucanos também se lambuzaram no caixa dois da construtora, informou-se que o PDT, que tenta empinar a candidatura presidencial de Ciro Gomes, vendeu por R$ 4 milhões sua adesão à chapa vitoriosa na disputa presidencial de 2014. Insinuou-se que a xepa partidária incluiu pagamentos a outras legendas — do direitista PRB ao comunista PCdoB. Vivemos uma fase pós-ideológica em que vigoram quatro poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário e o Dinheiro.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Odebrecht joga Lava Jato nos tucanos, e Temer só torce para crise política-judicial não piorar a econômica
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Depois de arrasar a imagem do PT, e acuar a cúpula do PMDB, a Lava Jato, finalmente, também vai incomodar, de verdade, o ninho tucano. O senador Aécio Neves, presidente do PSDB, saiu queimado do depoimento do ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura. Benedito Júnior, o BJ, revelou que a transnacional baiana doou R$ 9 milhões para campanhas tucanas em 2014. Marcelo Bahia Odebrecht já havia revelado, na quarta-feira, que, em 2014, repassou R$ 15 milhões a Aécio, na campanha presidencial de 2014. A ressalva é que o repasse teria sido feito “legalmente”.
Ontem, BJ, da Odebrecht só não ampliou a revelação sobre dinheiro de caixa dois para Aécio porque o depoimento era específico para o processo no Tribunal Superior Eleitoral que apura se a chapa reeleitoral Dilma Rousseff/Michel Temer foi abastecida com dinheiro de corrupção pela empreiteira. O ministro Herman Benjamin, relator do caso no TSE, preferiu não ouvir mais detalhes de BJ sobre os tucanos, alegando que o foco era a aliança PT-PMDB. A ironia da história é que o processo no TSE foi movido pelo PSDB – que agora tende a se transformar em “vidraça”.
BJ delatou que a Odebrecht repassou R$ 6 milhões para serem divididos pelas campanhas tucanas de Pimenta da Veiga, Antonio Anastasia e Dimas Fabiano Toledo Júnior. Outros R$ 3 milhões foram para o publicitário Paulo Vasconcelos, responsável pela campanha presidencial de Aécio Neves. Pimenta da Veiga acabou derrotado ao governo de Minas, em 2014. Antonio Anastasia virou senador. Dimas Fabiano (que é filho de Dimas Toledo, ex-diretor de Engenharia de Furnas, acusado de operar um esquema de propina na estatal) foi eleito deputado federal pelo PP mineiro. 
Se os tucanos ficaram aloprados, quem segue preocupado é Michel Temer. Será nada fácil – aliás, bem complicada – a estratégia do Presidente de impedir que questões políticas e judiciais interfiram na prometida agenda de reformas econômicas. Temer só comemora que o depoimento-bomba de Marcelo Odebrecht não lhe causou danos diretos. No entanto, seu fiel-escudeiro, Eliseu Padilha foi gravemente atingido pela denúncia de negociar o recebimento de R$ 10 milhões para a campanha do PMDB. Padilha, que pretende voltar ao governo no dia 13 ou 14 de março, tem grande chance de ser mandado para a casa – bem longe da Civil da Presidência da República.
A grande preocupação de Temer é com Eduardo Cunha. Preso em Curitiba, o ex-presidente da Câmara formulou 19 perguntas que Temer deverá responder como testemunha de defesa na ação penal que corre na Justiça Federal no Distrito Federal para investigar a liberação de recursos do FI-FGTS via pagamento de propina. Reservadamente, Temer classificou de “baixaria” o fato de Eduardo Cunha tentar envolvê-lo pessoalmente com a falcatrua. Temer vai responder, mas a relação com Cunha foi completamente para o saco...
O Efeito Lava Jato segue assombrando a politicagem tupiniquim. Ainda tem muita denúncia para estourar, sobretudo se o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, pedir, e o relator da Lava Jato no STF, Edson Fachin, determinar o fim dos sigilos judiciais das 77 delações da Odebrecht. Janot também será pressionado publicamente para que apure com mais detalhes e denuncie tudo que foi revelado pelo BJ da Odebrecht contra os “primos” do PSDB. A petelândia, que andava “na muda”, acuada e envergonhada, agora voltará com tudo para cima de Temer e dos tucanos que sustentam seu governo.
Todo mundo quer saber, apenas, quem foram os beneficiários, legais ou ilegais, dos R$ 200 milhões que a Odebrecht distribuiu na campanha de 2014... São pelo menos 200 políticos de 24 partidos...
É por essas e por muitas outras que, no Brasil da Corrupção Sistêmica, é imprescindível uma CPI como a da Previdência, prestes a ser aberta por iniciativa do petista Paulo Paim...
Devagarinho, a petelândia pode retomar o protagonismo de oposição – especialidade daquela turma ruim de gestão... Lula está mortinho da Silva, mas tem sempre o risco de ressuscitar, se a Lava Jato não puder fazer a limpeza necessária e desejável...
(...)

NO O ANTAGONISTA
Sete semanas para refazer o acordo com o delator de Lula
Brasil 04.03.17 07:52
Léo Pinheiro, em 20 de abril, será ouvido pelo juiz Sergio Moro sobre o triplex de Lula no Guarujá.
O empreiteiro já disse à PGR que o triplex foi pago com dinheiro de propina:
"Ficou acertado que esse apartamento seria abatido dos créditos que o PT tinha a receber por conta de propinas em obras da OAS na Petrobras".
Ele disse também que Lula sabia de tudo:
"Perguntei para Vaccari se o ex-presidente Lula tinha conhecimento do fato, e ele respondeu positivamente".
A PGR desfez o acordo com Léo Pinheiro depois que a Veja publicou trechos de seus depoimentos. Agora ela tem sete semanas para se acertar novamente com ele.
Rodrigo Janot sabe o que deve fazer.
Marun quer derrubar todo mundo
Brasil 04.03.17 07:43
Marun nega que seu alvo seja apenas Romero Jucá, presidente do PMDB.
À Folha, o deputado afirmou que a “Carta ao PMDB” defenderá o afastamento de todos os citados na Lava Jato.
Isso inclui Moreira Franco, presidente da Fundação Ulysses Guimarães, e Eunício Oliveira, o tesoureiro do PMDB.
Marun quer derrubar Jucá
Brasil 04.03.17 07:40
Carlos Marun, o amigão de Eduardo Cunha, lidera um grupo de deputados do PMDB que quer derrubar Romero Jucá da presidência do partido.
Segundo a Folha, uma “Carta ao PMDB” deve ser entregue a Jucá na reunião da executiva nacional, marcada para a quarta-feira.
Delator inclui campanhas estaduais na Lava Jato
Brasil 04.03.17 07:30
O ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedict Júnior, afirmou ao TSE que seu depoimento à Lava Jato inclui 60 anexos sobre campanhas estaduais, segundo a Folha.
Manobra de Temer no TSE lhe daria dupla vantagem
Brasil 04.03.17 07:19
Pedir a anulação dos depoimentos da Odebrecht ao TSE traria duas vantagens a Temer.
Primeiro, a tramitação do processo de cassação da chapa Dilma-Temer seria atrasado até 2018.
Segundo, o mandato de três ministros da corte terminarão nesse período: Henrique Neves, Luciana Lóssio e o do próprio relator do caso, Herman Benjamin.
As informações são do Estadão.
Vazou, não vale
Brasil 04.03.17 07:08
Para a defesa de Temer, Benjamin só decidiu requisitar os depoimentos de Marcelo Odebrecht e outros executivos da empreiteira, por causa do vazamento da delação de Cláudio Melo Filho à Lava Jato, que ainda está sob sigilo e, portanto, não deveria embasar o trabalho do relator da cassação da chapa Dilma-Temer no TSE.
O Fla-Flu da propina
Brasil 04.03.17 06:42
O Fla-Flu deste domingo está contaminado pela Lava Jato.
As senhas para a entrega da propina ao PDT eram os nomes dos jogadores do Fluminense, time do tesoureiro do partido, Marcelo Panela, e de seu presidente, Carlos Lupi.
Leia um trecho da reportagem do Estadão:
“Com a escalação do Fluminense em mente, um emissário da Odebrecht bate à porta do escritório do tesoureiro do PDT, Marcelo Panela, na Avenida Nilo Peçanha, centro do Rio, em 2014.
Nas mãos, o funcionário carrega um pacote com R$ 1 milhão, deixado no local somente depois de mencionar e ouvir como resposta o nome de um jogador do tricolor carioca. No universo das negociações de repasses de caixa 2 para a compra de apoio da legenda em 2014, essa era a senha e a contrassenha utilizadas para a efetivação de repasses ao PDT.
O código foi definido previamente entre o tesoureiro e o ex-diretor da Odebrecht Ambiental, Fernando Reis, responsável por negociar a adesão do PDT na chapa presidencial de Dilma Rousseff e Michel Temer em 2014. O primeiro encontro entre os dois ocorreu numa cafeteria em São Conrado, também no Rio. A partir daí, Reis passou a ser chamado pelo codinome Canal. A escolha da citação do nome de um jogador do Fluminense seria uma sugestão de Panela, torcedor fanático do time carioca, assim como o presidente da legenda, Carlos Lupi”.
As mentiras da imprensa para proteger o PT
Brasil Sexta-feira, 03.03.17 17:09
A imprensa enlouqueceu.
A manchete do site de O Globo, em letras garrafais, é a seguinte:
"Odebrecht deu R$ 40 milhões via caixa 2 na eleição de 2014".
O principal incriminado é Aécio Neves. E não há uma única referência ao PT e a Dilma Rousseff.
Na quarta-feira, porém, Marcelo Odebrecht disse que repassou 150 milhões de reais à campanha de Dilma Rousseff, 4/5 dos quais clandestinamente.
Ele disse também que 50 milhões de reais eram parte de uma propina paga para comprar uma medida provisória.
Essa é a verdade. E só existe uma verdade.


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