PRIMEIRA EDIÇÃO DE 03-3-2017 DO "DA MÍDIA SEM MORDAÇA"

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SEXTA-FEIRA, 03 DE MARÇO DE 2017
O governo federal pagou em janeiro quase R$2 milhões em jetons a 423 felizes integrantes dos conselhos de administração de empresas públicas como Petrobras, Itaipu Binacional, BNDES e Banco do Brasil. Em 2016 foram gastos mais de R$ 21 milhões. Jetons são usados, como nos governos anteriores, para engordar salários de ministros e assessores. Dyogo Oliveira (Planejamento), por exemplo, recebeu em janeiro R$18 mil do conselho do Senac, além do salário de R$ 30,9 mil.
O advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo, recebeu R$21,2 mil do conselho do BNDES em setembro, um mês após o impeachment.
O conselho de administração da Petrobras é dos mais ambicionados pelos burocratas. Os ex-ministros Dilma e Guido Mantega o presidiram.
Mais de 40 autoridades participam de mais de um conselho em estatais bem distintas, como forma de triplicar os vencimentos mensais.
O jeton é mais uma das “vantagens eventuais” que não se sujeitam ao limite do teto constitucional e é depositado, sem descontos, em conta.
Aloysio Nunes estava definido desde o primeiro momento, tão logo o presidente Michel Temer soube que José Serra deixaria o cargo. Ex-presidente da comissão de Relações Exteriores do Senado, Nunes sempre se opôs à submissão do Brasil à baixaria bolivariana. Até foi hostilizado em Caracas por milícias de Nicolás Maduro, um desses “líderes bolivarianos” desqualificados que encantaram governos do PT.
Aloysio Nunes estendeu a mão ao embaixador Eduardo Saboia, que ajudou a fugir da Bolívia um senador perseguido pelo regime local.
O novo ministro das Relações Exteriores terá em Michel Temer um presidente com atitude diferente, em relação à diplomacia brasileira.
Se Dilma tratava diplomatas com grosserias, Michel Temer é o oposto. Ele confessou a esta coluna sua admiração pela Casa de Rio Branco.
Ativos da Petrobras Argentina vendidos a amigos de Cristina Kirchner, no apagar das luzes do governo Dilma, com prejuízo de R$ 1 bilhão, devem ser negociados com a Trafigura, empresa citada na Lava Jato.
Em 2010, a Petrobras vendeu na Argentina 250 postos e uma refinaria por valor muito baixo do mercado: US$110 milhões. Agora a Justiça do Rio de Janeiro analisa esse negócio considerado muito suspeito.
Parece Banco Central, mas não é: a Câmara vai torrar R$23,7 milhões, com segurança armada, para proteger, por exemplo, as residências oficiais de suas excelências os deputados federais.
Os brasileiros já pagaram R$400 bilhões de impostos até o dia 1º. Em 2016, essa marca foi registrada em 9 de março. A PEC do Teto de Gastos possibilitou crescimento da receita sem criar novos impostos.
Os jornalões descobriram ontem o que os leitores da coluna sabem desde 20 de fevereiro: o “esticadão” de Carnaval dos deputados continua. Eles só retornam ao trabalho na próxima terça (7).
Leitor brasileiro viu uma cena do mais abjeto racismo, terça-feira, em Bonn, Alemanha. Sob suspeita de furto, uma negra sofreu revista humilhante de seguranças de uma loja. Nada encontraram. Chamaram a polícia, que a algemou e a revistou outra vez. Nada. Checaram sua “ficha criminal”. Limpa. E nenhum dos canalhas lhe pediu desculpas.
O número de presos no Brasil deve passar de 800 mil até o fim do ano, apesar da conspiração generalizada para se prender cada vez menos. Ou para tratar presidiários como se fossem hóspedes de resorts.
Aírton Sandoval (PMDB-SP), suplente do futuro chanceler Aloysio Nunes, será o 14º senador sem-votos a exercer o mandato. Na Câmara, 35 suplentes (com-votos) assumiram o mandato.
...Marcelo Odebrecht gastaria muito menos em sua própria campanha a Imperador, por exemplo, do que para reeleger sua amiga Dilma.

NO DIÁRIO DO PODER
CORRUPÇÃO SEM LIMITES
ODEBRECHT COMPROU MP E DEU R$300 MILHÕES AO PT, REVELA EX-PRESIDENTE
ODEBRECHT COMPROU MEDIDA PROVISÓRIA ASSINADA POR DILMA
Publicado: quinta-feira, 02 de março de 2017 às 21:59 - Atualizado às 22:00
Redação
Foram colocados à disposição do PT, exatos R$ 300 milhões, entre 2008 e 2014, período que compreende os governos Lula e Dilma, segundo revelou o empreiteiro Marcelo Odebrecht, em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele que doou metade desse dinheiro à campanha de reeleição de Dilma Rousseff contou haver pago R$ 50 milhões por uma medida provisória do Refis, que beneficiou a Odebrecht, assinada por Dilma e o então ministro da Fazenda Guido Mantega.
Odebrecht também relatou repasses ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), mas não esclareceu se a doação foi legal ou por meio de Caixa Dois, sem declarar. Ele também falou sobre um jantar com o então vice-presidente Michel Temer, mas negou ter tratado de valores de campanha.
As suspeitas são de abuso de poder econômico e político, o que significa que podem ter existido gastos de campanha acima do informado à Justiça Eleitoral, doações por meio de propina vindas de empreiteiras contratadas pela Petrobras e o pagamento indevido a gráficas contratadas pela campanha de Dilma.
As gráficas foram alvo de uma operação da Polícia Federal em dezembro, e um laudo feito por peritos do TSE concluiu que as gráficas não conseguiram provar que realmente fizeram os serviços que foram pagos pela coordenação da campanha.

CAMPANHA DE AÉCIO
TSE INTIMA PSDB A ESCLARECER DOAÇÃO SUSPEITA DA ANDRADE GUTIERREZ
DOAÇÕES FORAM FEITAS PARA A CAMPANHA DE AÉCIO PARA A PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Publicado: quinta-feira, 02 de março de 2017 às 19:53 - Atualizado às 21:27
Redação
O PSDB foi intimado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a prestar esclarecimentos sobre as doações feitas pela Andrade Gutierrez à campanha do senador Aécio Neves (MG) para a Presidência da República em 2014.
Advogados de Dilma Rousseff (PT) protocolaram em dezembro do ano passado uma petição na corte eleitoral pedindo que fossem investigadas as doações feitas pela empreiteira à campanha do tucano.
Na petição, a defesa da ex-presidente destaca um depoimento dado por Otávio Azevedo, ex-presidente da empreiteira, no âmbito da ação que apura se a chapa Dilma-Temer cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger em 2014.
Em um segundo depoimento prestado em novembro, Azevedo negou que a campanha à reeleição de Dilma recebeu da empreiteira dinheiro de propina. Confrontado com documentos que contradiziam o seu depoimento anterior, o executivo apresentou uma nova versão dos fatos e afirmou que a contribuição de R$ 1 milhão feita ao diretório do PMDB foi voluntária, sem nenhuma origem irregular.
Nesse mesmo depoimento, Azevedo afirmou que, ao contrário do que havia dito antes, doou para a campanha de Aécio em 2014 R$ 19 milhões, e não R$ 12,6 milhões, como havia sido registrado antes.
Para o PT, a correção de Azevedo configura um "fato de extrema gravidade que pode, em tese, determinar que as contas de Aécio sejam julgadas irregulares", caso se comprove que o PSDB não declarou a totalidade dos valores recebidos da empreiteira.
Defesa
Em nota, o PSDB negou que haja contradição nos depoimentos prestados pelo empresário Otávio Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, no que diz respeito às doações eleitorais feitas à campanha do senador Aécio Neves à Presidência da República em 2014.
“O PT atua mais uma vez de má-fé para confundir a opinião pública. Não existe qualquer contradição nos depoimentos prestados pelo empresário Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, em relação às doações da empresa feitas à campanha eleitoral do PSDB em 2014”, diz o PSDB.
“Conforme declarado junto ao TSE, a doação integral da empresa ao Comitê Financeiro Nacional do PSDB foi de R$ 19 milhões. Desse total, R$ 12,7 milhões foram transferidos pelo comitê para a conta de campanha do candidato. O restante foi transferido para outros candidatos, partidos e comitês regionais dentro da estrutura da campanha nacional”, informou o PSDB, que enviou os recibos eleitorais referentes aos valores doados pela Andrade Gutierrez ao comitê financeiro nacional.
“Na resposta a ser apresentada ao TSE, o PSDB pedirá a condenação do PT por litigância de má-fé, em razão da apresentação de argumentos evidentemente contrários à verdade dos fatos, bem como por fazer uso de processo para fins exclusivamente políticos”, concluiu o partido em nota. (AE)

NO BLOG DO JOSIAS
PSDB mira em Dilma e atira nos próprios glúteos
Josias de Souza
Sexta-feira, 03/03/2017 05:17
Em janeiro de 2015, ao protocolar no Tribunal Superior Eleitoral ações de cassação da chapa Dilma Rousseff—Michel Temer, o PSDB trombeteava a tese segundo a qual Aécio Neves perdera a disputa presidencial para uma “organização criminosa”. Nessa época, o ninho sonhava com uma limpeza que conduzisse à convocação de novas eleições. Dava-se de barato que Aécio estava com um pé no Planalto.
O tempo passou. Hoje, o PT derrete, Dilma Rousseff cuida dos netos, Lula tem pesadelos com Sergio Moro e Michel Temer dá expediente no Planalto. Quanto ao PSDB, num instante em que a legenda começava a se habituar à exposição dos seus pés de barro nas vitrines da Lava Jato, terá de conviver também com a exibição dos seus glúteos no processo aberto por sua iniciativa contra Dilma e Temer.
Provocados pela defesa de Dilma, os delatores da Odebrecht citam em seus depoimentos à Justiça Eleitoral também os podres do tucanato. Um dia depois de Marcelo Odebrecht ter mencionado uma tentativa de Aécio Neves de mordê-lo em R$ 15 milhões, o também delator Benedito Júnior, ex-presidente da Odebrecht Infra-estrutura, disse que a construtora despejou, a pedido de Aécio, R$ 9 milhões em campanhas tucanas. Tudo no caixa dois. Aécio reconhece que fez o pedido. Mas nega que a verba tenha passado por baixo da mesa.
O tucanato frequenta a conspurcada cena pública brasileira como a principal evidência de que, em política, nada se cria, nada se copia, tudo se corrompe. Não é à toa que as opções presidenciais do tucanato começam a despontar nas pesquisas eleitorais como sub-Bolsonaros.

Henrique Alves diz desconhecer fortuna entesourada em conta aberta na Suíça
Josias de Souza
Sexta-feira, 03/03/2017 03:47
Para entender a crise ética que transforma o Brasil de nação do futuro em país do 'faturo' é preciso um certo distanciamento. Que pode começar com a abertura de uma contra secreta na Suíça. Deu-se o inverso, porém, com o ex-presidente da Câmara e ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Sumiu-lhe o tirocínio depois que ele abriu, em 2008, sua conta bancária em Genebra. Guarda um ótimo pé-de-meia: US$ 832,9 mil — coisa de R$ 2,5 milhões. Mas o correntista ilustre alega não ter a mais remota ideia de como essa dinheirama aterrissou na sua conta.
Em notícia veiculada no Globo, o repórter André de Souza informa que o Ministério Público Federal já fez para Henrique Alves o favor de identificar a origem do dinheiro. Trata-se de propina oferecida pela construtora Carioca Engenharia em troca da liberação de verbas do Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS), gerido pela Caixa Econômica Federal.
Em função da descoberta, a Procuradoria processa o ex-deputado em Brasília pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Informa nos autos que a propina pingou na conta em três depósitos. Foram feitos em outubro, novembro e dezembro de 2011. A abertura da ação penal não restaurou o discernimento de Henrique Alves.
“É importante ressaltar que a utilização indevida da citada conta bancária e os depósitos mencionados jamais foram de conhecimento do acusado”, escreveram os advogados Marcelo Leal e Luiz Eduardo Ruas do Monte na peça de defesa de Henrique Alves. Alegam que dificuldades burocráticas levaram seu cliente a desistir de movimentar a conta aberta na Suíça.
Para azar de Henrique Alves, o processo corre na 10ª Vara Federal de Brasília. Ali, despacha o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, uma espécie de Sérgio Moro da Capital federal. O doutor não parece afeito a histórias da carochinha.

NO O ANTAGONISTA
Crime do colarinho branco
Brasil 03.03.17 07:05
A PF revelou que a Odebrecht usava a cervejaria Itaipava, sua sócia no banco do Caribe, para distribuir propina.
Benedicto Júnior, ontem à noite, disse que isso é verdade.
É uma notícia devastadora para a ORCRIM.
Releia aqui:
Ele é o número 1
A parceria entre Odebrecht e Itaipava para pagamentos a políticos esclarece de uma vez por todas que Lula não é Brahma - ele é Itaipava.
Foi o que dissemos aqui:
"Lula, em novembro de 2013, ganhou 300 mil reais de Walter Faria para dar uma palestra na Itaipava.
Ele deu outra palestra na cervejaria em 17 de abril deste ano.
Na ocasião, Lula disse sobre o Petrolão:
'Quem roubou está sendo preso e não pode ser confundido com outras pessoas.'
O presidente da OAS chamava Lula de Brahma. Ele o confundiu com outra pessoa. Lula é Itaipava”.
E aqui:
"Lula salvou Walter Faria, o dono da Itaipava, da falência, concedendo-lhe empréstimos escandalosos por meio do Banco do Nordeste.
Mas Walter Faria também salvou Lula.
Em 2006, Marcos Valério chantageou o PT. Ele queria dinheiro para não envolver Lula no mensalão. Walter Faria apresentou-se, então, como o salvador petista. Ele contratou Marcos Valério como seu consultor, com um salário de 200 mil reais mensais, e instalou-o num escritório ao lado do seu.
Se Dilma Rousseff, em 2014, recebeu dinheiro roubado da Petrobras vindo de Walter Faria, o mérito é de Lula. Se ela for cassada por causa disso, o mérito é, mais uma vez, de Lula”.
E aqui:
"Todo mundo sabe que Fábio Luís Lula da Silva é dono do canal PlayTV, controlado pela Gamecorp.
O que pouca gente sabe é que a Cervejaria Itaipava, do Grupo Petrópolis, é praticamente a única anunciante do canal.
O outro anunciante da PlayTV é o energético TNT, do mesmo grupo Petrópolis de Walter Faria”.
E aqui:
"A publicidade das marcas do Grupo Petrópolis na PlayTV, de Lulinha, se soma ao patrocínio do mesmo grupo ao Torneio Touchdown, de Luleco, e à contratação da palestra motivacional de Lula.
Sem esquecer, é claro, do financiamento da campanha de Dilma Rousseff”.
CERVEJA, CONCRETO E PROPINA
A Polícia Federal elaborou um relatório específico sobre as palestras de Lula para o Grupo Petrópolis, de Walter Faria. O ex-presidente foi contratado, por exemplo, para inaugurar a fábrica da Cervejaria Itaipava em Alagoinhas, na Bahia.
Quem banca o deslocamento de Lula (jatinho+helicóptero) é a Odebrecht, responsável pela obra física da fábrica da Itaipava. A Lava Jato desconfia da parceria entre os dois grupos, que eram sócios num banco no Caribe usado para repasses de propina.
Emílio e Marcelo Odebrecht estavam previstos no evento.
PT COMPROU PDT COM PROPINA DA ODEBRECHT
Brasil 03.03.17 06:29
O PT comprou o PDT.
Releia o que O Antagonista publicou ontem à noite.
Isso é uma reportagem de verdade.
Demos o nome de quem comprou: Guido Mantega. Demos o nome de quem pagou: Odebrecht. Demos o nome de quem vendeu: o tesoureiro do PDT. Demos o método de pagamento: dinheiro vivo. Demos o local em que a propina foi entregue. Demos as datas exatas.
O PSDB que se dane.
Nossa manchete é outra: "Dilma Rousseff se elegeu com dinheiro roubado".
EXCLUSIVO: ODEBRECHT PAGOU 4 MILHÕES AO PDT A PEDIDO DE MANTEGA
O Antagonista obteve com exclusividade o conteúdo do depoimento de Fernando Reis, ex-presidente da Odebrecht Ambiental, ao ministro Herman Benjamin, do TSE, na ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer.
Fernando Reis disse que, em meados de 2014, Marcelo Odebrecht mandou que ele ajudasse Alexandrino Alencar (o executivo da empreiteira mais ligado a Lula).
Missão dada, missão cumprida. Alexandrino Alencar disse a Fernando Reis que havia ocorrido uma reunião de Marcelo Odebrecht com Guido Mantega. Nessa reunião, o então ministro da Fazenda pedira ao empreiteiro "apoio financeiro" para que o PT confirmasse a participação de partidos na coligação em torno da candidatura de Dilma Rousseff - e, assim, obtivesse mais tempo de propaganda eleitoral na TV.
Guido Mantega também explicara a Marcelo Odebrecht que, devido a uma relação sindical complicada, havia uma dificuldade em relação ao PDT. Era preciso atuar rapidamente para garantir que os pedetistas aderissem à chapa Dilma/Temer.
Para convencer o PDT, foi estabelecida uma faixa de "apoio financeiro" entre 4 milhões e 7 milhões de reais. Fernando Reis marcou, em seguida, uma conversa com o então tesoureiro pedetista Marcelo Panella. Eles se encontraram numa cafeteria em São Conrado, no Rio de Janeiro.
Na conversa, Fernando Reis comunicou a Marcelo Panella que tinha a permissão de oferecer ao PDT 4 milhões via Caixa 2, em troca da confirmação da participação do PDT na coligação Com a Força do Povo.
Marcelo Panella respondeu a Fernando Reis que já esperava o contato da Odebrecht, mas achou o valor baixo. Ficaram de voltar a encontrar-se depois da formalização do apoio do PDT a Dilma Rousseff.
Após receber sinal positivo do "setor de operações estruturadas" , que administrava a distribuição das propinas pela empreiteira, Fernando Reis procurou Marcelo Panella no final de julho de 2014. Combinaram quatro entregas no valor de 1 milhões de reais cada uma.
Segundo Fernando Reis, as entregas das parcelas de 1 milhão de reais, em espécie, ocorreram em 4 e 11 de agosto e 1º e 9 de setembro daquele ano.
Todas as entregas foram feitas no escritório de Marcelo Panella, na avenida Nilo Peçanha, 50, no centro do Rio de Janeiro.
O joio da imprensa
Brasil 03.03.17 06:25
Os jornais repetem diariamente que é preciso “separar o joio do trigo”.
Isto é: separar caixa dois de propina.
Marcelo Odebrecht disse na quarta-feira que o PT recebeu 300 milhões de reais em propinas de sua empreiteira e que uma parte do dinheiro roubado elegeu Dilma Rousseff, em 2014.
Benedicto Júnior disse na quinta-feira que os aliados de Aécio Neves em Minas Gerais receberam 9 milhões de reais no caixa dois para suas campanhas.
Os jornais deram o mesmo destaque ao joio e ao trigo.
O que BJ disse e o que BJ não disse
Brasil 03.03.17 06:11
O PT continua a pautar a imprensa.
Folha de S. Paulo, Estadão e O Globo publicaram manchetes acusando Aécio Neves de ter pedido à Odebrecht dinheiro de caixa dois.
Os jornais se basearam, evidentemente, nos relatos dos advogados do PT, que encontraram uma maneira de igualar os 300 milhões de reais da conta corrente da propina petista, administrada por Antonio Palocci e Guido Mantega, aos 9 milhões de reais repassados ao PSDB.
Mas isso é um engodo.
Leia o que diz a Folha de S. Paulo:
“Benedito Júnior, o BJ, disse em depoimento ao TSE que a empreiteira baiana doou R$ 9 milhões em caixa dois para campanhas eleitorais do PSDB.
O pedido de ajuda teria sido feito pelo próprio Aécio Neves, que em 2014 concorria à Presidência da República”.
O leitor conclui que Aécio Neves pediu dinheiro de caixa dois para sua campanha presidencial.
Benedicto Júnior, porém, disse que a empreiteira fez repasses para Pimenta da Veiga, Antonio Anastasia, Dimas Toledo e para o marqueteiro Paulo Vasconcelos.
Ele nunca disse que Aécio Neves pediu dinheiro de caixa dois. E ele nunca disse que o dinheiro foi destinado para a campanha presidencial.
Segundo o Estadão, foi o contrário:
“Benedicto Júnior disse que não tinha ciência de doações à campanha nacional, pois cuidava apenas de doações estaduais”.
Imprensa petista em festa
Brasil 03.03.17 06:09
A imprensa petista está perdida.
Foi o que O Antagonista publicou ontem, depois do depoimento de Marcelo Odebrecht.
Hoje a imprensa petista conseguiu se encontrar.
Aécio Neves, nas manchetes da Folha de S. Paulo, do Estadão e de O Globo foi malandramente igualado a Dilma Rousseff.
EXCLUSIVO: ODEBRECHT PAGOU 4 MILHÕES AO PDT A PEDIDO DE MANTEGA
Brasil Quinta-feira, 02.03.17 21:37
O Antagonista obteve com exclusividade o conteúdo do depoimento de Fernando Reis, ex-presidente da Odebrecht Ambiental, ao ministro Herman Benjamin, do TSE, na ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer.
Fernando Reis disse que, em meados de 2014, Marcelo Odebrecht mandou que ele ajudasse Alexandrino Alencar (o executivo da empreiteira mais ligado a Lula).
Missão dada, missão cumprida. Alexandrino Alencar disse a Fernando Reis que havia ocorrido uma reunião de Marcelo Odebrecht com Guido Mantega. Nessa reunião, o então ministro da Fazenda pedira ao empreiteiro "apoio financeiro" para que o PT confirmasse a participação de partidos na coligação em torno da candidatura de Dilma Rousseff -- e, assim, obtivesse mais tempo de propaganda eleitoral na TV.
Guido Mantega também explicara a Marcelo Odebrecht que, devido a uma relação sindical complicada, havia uma dificuldade em relação ao PDT. Era preciso atuar rapidamente para garantir que os pedetistas aderissem à chapa Dilma/Temer.
Para convencer o PDT, foi estabelecida uma faixa de "apoio financeiro" entre 4 milhões e 7 milhões de reais. Fernando Reis marcou, em seguida, uma conversa com o então tesoureiro pedetista Marcelo Panella. Eles se encontraram numa cafeteria em São Conrado, no Rio de Janeiro.
Na conversa, Fernando Reis comunicou a Marcelo Panella que tinha a permissão de oferecer ao PDT 4 milhões via caixa 2, em troca da confirmação da participação do PDT na coligação Com a Força do Povo.
Marcelo Panella respondeu a Fernando Reis que já esperava o contato da Odebrecht, mas achou o valor baixo. Ficaram de voltar a encontrar-se depois da formalização do apoio do PDT a Dilma Rousseff.
Após receber sinal positivo do "setor de operações estruturadas" , que administrava a distribuição das propinas pela empreiteira, Fernando Reis procurou Marcelo Panella no final de julho de 2014. Combinaram quatro entregas no valor de 1 milhões de reais cada uma.
Segundo Fernando Reis, as entregas das parcelas de 1 milhão de reais, em espécie, ocorreram em 4 e 11 de agosto e 1º e 9 de setembro daquele ano.
Todas as entregas foram feitas no escritório de Marcelo Panella, na avenida Nilo Peçanha, 50, no centro do Rio de Janeiro.
PF tem mais três meses para investigar gráficas fantasmas
Brasil 02.03.17 18:10
O Radar informa que a Procuradoria da República do Distrito Federal acolheu pedido da PF e determinou um prazo de três meses para a conclusão do inquérito que envolve as gráficas fantasmas.
Sendo assim, a investigação será encerrada até o fim de maio.
Lula, Odebrecht, a Petrobras e o mico
Brasil 02.03.17 17:52
A amizade entre Lula e Emílio Odebrecht fez com que a compra da Copesul acabasse capitaneada pela Braskem (leia mais aqui, aqui e aqui).
Assim, em outubro de 2007, a Braskem, do grupo Odebrecht, representando a Petrobras e o Grupo Ultra (que haviam iniciado a operação), concluiu o negócio de R$ 1,3 bilhão, comprando a Copesul (mas não só ela) do Grupo Ipiranga.
A repartição dos ativos da Ipiranga entre Braskem, Ultra e Petrobras ficou assim:
- A Braskem ficou com a Copesul, a joia da coroa, justamente a que motivou as negociações por parte da Petrobras e do Ultra;
- O Grupo Ultra ficou com a rede de postos Ipiranga das regiões Sul e Sudeste, o filé do país;
- A Petrobras ficou com os postos de combustível das regiões Norte e Nordeste, além de 33% da Refinaria Riograndense, um péssimo ativo, que o Grupo Ipiranga empurrou na venda junto com a Copesul e os postos de combustíveis.
A Refinaria Riograndense era ultrapassada, tinha pesados passivos ambientais e era pequena, ou seja, não era competitiva. Mas a Petrobras ficou também com alguns assentos no conselho de administração e na diretoria executiva da Braskem.
Esses assentos, no entanto, não tinham qualquer representatividade decisória na empresa, segundo afirmou o advogado da estatal Fernando Sá, que depôs a procuradores da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.
Sá posicionou-se contra o negócio, alegando que a Petrobras sairia prejudicada. Paulo Roberto Costa, porém, responsável pela área petroquímica, deu outro jeito (assunto para o próximo post).
Resumindo: a Petrobras ficou com o mico na mão.

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