PRIMEIRA EDIÇÃO DE 19-12-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SEGUNDA-FEIRA,19 DE DEZEMBRO DE 2016
Brasileiros que encararam a luta contra o regime militar repudiam as manifestações violentas de criminosos mascarados, fantasiados de “ativistas”. Eles se escondem no anonimato para cometer os crimes de incendiar ônibus e carros particulares, depredar patrimônio público e atacar pessoas a pauladas, como ocorreu em Brasília. Quem deu a cara contra ditadura não respeita quem a esconde na Democracia.
Ao contrário dos mascarados covardes, quem enfrentou a ditadura dava a cara orgulhosamente, no enfrentamento do regime.
O artigo 5 da Constituição, inciso IV, garante o direito à livre manifestação do pensamento, “sendo vedado o anonimato”.
“Esse tipo de ato contraria todo princípio de Democracia e a Constituição”, adverte o presidente da OAB, Cláudio Lamacchia.
Ex-líder estudantil, Carlos Cadoca (PDT-PE) é categórico: “Quem se esconde atrás de máscara não é o cidadão de bem. É criminoso.”
O Presidente Michel Temer e a antecessora Dilma Rousseff demitiram o mesmo número de ministros no início do Governo: média de um por mês. No fim do primeiro ano, Dilma havia dispensado sete. Mas há ainda outras semelhanças: ambos têm idêntico o ritmo de gastos com cartões corporativos. Temer gastou R$2,1 milhões nos primeiros cinco meses, como Dilma, que torrou R$ 2,1 milhões até cair, em 12 de maio.
Os gastos com o pagamento de diárias atingiram R$665 milhões e a média é de R$60,4 milhões ao mês, com Dilma ou Temer.
Dilma encerrou 2011 com sete ministros demitidos. A saída de Geddel Vieira Lima da Secretaria de Governo foi a sexta do Governo Temer.
Os gastos com cartões corporativos não passam por licitação. E cerca de 90% de tudo gasto é mantido sob sigilo, sem detalhamentos.
O Presidente nacional do Solidariedade, deputado Paulinho da Força (SP), acusa os tucanos de tentarem atrapalhar o Governo Temer. “O sucesso de Temer inviabiliza a candidatura do PSDB para 2018”, diz.
As receitas do Governo Federal atingiram R$ 2,5 trilhões duas semanas antes do fim do ano, confirmando crise na atividade econômica. Neste ritmo, as receitas terão queda de cerca de 6% em relação a 2015.
O Deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) alerta para o elevado grau de intolerância na política. “Se a indignação da classe média se misturar com a dos desempregados, vamos ter um barril de pólvora”, afirma.
O Deputado Jean Wyllys (PSOL) foi eleito pelo Rio de Janeiro, mas usou a cota parlamentar para pagar várias viagens dele e dos assessores para a Bahia, terra natal do parlamentar. Foi reembolsado por tudo.
O valor do Bolsa Família aumentou 12%, mas vai custar R$ 1,5 bilhão a menos este ano. É que foram bloqueadas ou canceladas inscrições de mais de um milhão de bolsistas “fantasmas” e outras maracutaias.
Impressiona os parlamentares o nível de acesso da Força-Tarefa da Lava Jato a informações da Receita Federal sobre políticos envolvidos. Muitas multas são aplicadas a cada pedido de esclarecimento.
Taxistas estão furiosos com o Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pelo adiamento para março da votação de projeto que tenta dificultar o Uber. “A categoria não vai esquecer”, ameaça Edmilson Americano, Presidente da Abracomtaxi, de associações e cooperativas de táxi.
Marcus Pestana (PSDB-MG), ex-PCdoB e ex-Presidente do combativo DCE da Universidade de Juiz de Fora, explica por que manifestantes hoje se escondem em máscaras: “Nossas bandeiras nos orgulhavam.”
...pacote anticorrupção não basta. Precisamos mesmo é de um contêiner anticorrupção.

NO DIÁRIO DO PODER
BRASILEIROS PRESOS
VENEZUELA FECHA FRONTEIRA E IMPEDE QUE BRASILEIROS DEIXEM O PAÍS
CERCA DE 100 BRASILEIROS ESTÃO PRESOS NO PAÍS VIZINHOS
Publicado: domingo,18 de dezembro de 2016 às 20:09 - Atualizado às 22:49
Redação
Engolfado em uma crise financeira, política e institucional, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, coloca a culpa em inimigos externos para justificar o fracasso do chavismo. A última ação coordenada por Maduro, para desviar atenção para os problemas de seus País, foi a de fechar a fronteira com o Brasil.
No sábado (17), o Presidente Nicolás Maduro anunciou que a fronteira ficará fechada até o dia 2 de janeiro, de 2017. Podendo, ainda, prorrogar esse prazo.
A medida impactou diretamente milhares de brasileiros que vivem na Venezuela. Até a tarde deste domingo, cerca de 100 pessoas recorreram ao Vice-Consulado do Brasil, na cidade de Santa Elena de Uiarén, em busca de ajuda.
A cidade faz fronteira com a brasileira Pacaraima (RR) e a população das duas localidades vivem de foram integrada transitando livremente de um lado para o outro dos postos de controle, como se ambas formassem apenas um aglomerado urbano no extremo norte da Região Amazônica.
O Itamaraty informou que a Consulado do Brasil em Caracas já tenta um acordo para garantir que aqueles que desejem deixar a Venezuela possam atravessar a fronteira.

NO ESTADÃO
Odebrecht delata Caixa 2 para a chapa Dilma-Temer
Em pelo menos um depoimento, empreiteira admite repasse ilegal de R$ 30 milhões na disputa eleitoral de 2014; relato pode influenciar julgamento no TSE
Andreza Matais e David Friedlander , 
O Estado de S. Paulo
Segunda-feira,19 Dezembro 2016 | 05h00
BRASÍLIA - A chapa da Presidente cassada Dilma Rousseff e do Presidente Michel Temer recebeu dinheiro de Caixa 2 da Odebrecht na campanha de 2014, segundo delação da empreiteira à Força-Tarefa da Lava Jato. Os relatos, já documentados por escrito e gravados em vídeo, foram feitos na semana passada durante os depoimentos de executivos ao Ministério Público Federal.
Em pelo menos um depoimento, a Odebrecht descreve uma doação ilegal de cerca de R$ 30 milhões paga no Brasil – para a coligação “Com a Força do Povo”, que reelegeu Dilma e Temer em outubro de 2014. O valor representa cerca de 10% do total arrecadado oficialmente pela campanha. O Estado apurou que durante os depoimentos de delação premiada, os Procuradores se consultavam por meio de um grupo de WhatsApp para trocar informações.
Justiça eleitoral 
O relato da Odebrecht deve ter repercussão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que apura abuso de poder político e econômico na campanha. A fase de instrução na Corte ainda não foi concluída, o que permite que uma das partes ou o Ministério Público peçam o compartilhamento do material da Lava Jato ao Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, após a homologação das delações.
Ao TSE, até agora, nenhuma das 37 pessoas que prestaram depoimento na ação que investiga a chapa relatou pagamento de Caixa 2 diretamente para a campanha Dilma-Temer. Por essa razão, a importância dos depoimentos da Odebrecht. Uma possível explicação é que, na disputa presidencial de 2014, várias empreiteiras já tinham sido alvo da Lava Jato. A 7ª fase, deflagrada em novembro daquele ano, prendeu 17 executivos. Não era o caso da Odebrecht. Marcelo, então Presidente do grupo, só foi preso em junho de 2015.
Neste período, a Odebrecht ainda desafiava os investigadores, primeira explicação encontrada na Lava Jato para o fato de a empresa supostamente ter recorrido ao Caixa 2 em meio às investigações. A segunda é a de que o dinheiro para a chapa Dilma-Temer seria uma forma de tentar se blindar das investigações, comprando ainda mais apoio político. “Era a única empreiteira que ‘estava em condições’ de fazer contribuições ilícitas”, afirma um dos envolvidos.
Mais um caso 
Outra delação premiada em negociação também deve citar Caixa 2 para a chapa Dilma-Temer. O casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura já sinalizou que vai relatar pagamento de recursos não contabilizados em 2014, envolvendo a Odebrecht. Um documento da Polícia Federal, revelado pela revista Época, em março, mostrou que Santana recebeu R$ 21,5 milhões da Odebrecht após o pleito de 2014, no Brasil.
O Estado apurou que a proposta de delação da publicitária, que cuidava ao lado do marido das campanhas do PT, ainda estaria em negociação.
Defesa 
O Advogado Gustavo Guedes, que defende Temer no processo do TSE, disse que “desconhece absolutamente o assunto” e só vai se manifestar quando as delações forem homologadas. “É difícil comentar delação em tese”, afirmou.
Sobre depoimentos de delatores da Odebrecht serem compartilhados no processo que tramita no TSE, ele afirma que tem dúvidas sobre a possibilidade jurídica de isso ocorrer, uma vez que seria agregar novos fatos ao inquérito.
Defensor da Presidente cassada Dilma Rousseff no caso, Flávio Caetano disse que quem responde pelas doações para a campanha de 2014 é o ex-Tesoureiro Edinho Silva. O Estado tentou contato com Edinho, mas ele não ligou de volta. Em depoimento ao TSE, em novembro, ele disse que a Odebrecht foi a única empreiteira que repassou dinheiro via diretório do PT. As demais não utilizaram a triangulação e depositaram diretamente na conta da chapa.
A Odebrecht diz, em nota, que não comenta as delações, mas reafirma seu compromisso de colaborar com a Justiça.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
“O barulho dos inocentes” e outras 4 notas de Carlos Brickmann
É bonito saber que o ambiente depravado em que circularam Michel Temer e Lula com tanto êxito, sem saber que era depravado, não afetou sua inocência
Domingo,18 dez 2016, 18h24 - Atualizado em 18 dez 2016, 18h27
Um fato há que reconhecer: tanto o Presidente da República quanto o líder da oposição, mesmo vivendo no meio de toda essa sujeira que tanto nos assusta, mantêm intacta sua pureza. Lula conviveu dezenas de anos com José Dirceu, Delúbio, Marcelo Odebrecht, todos já condenados por corrupção, e proclama que é inocente, aliás nem sabia de nada; Temer presidiu o PMDB de Eduardo Cunha por quinze anos, teve convívio próximo com os seis Ministros que se afastaram por problemas judiciais, admite ter recebido um empresário do ramo de doações ilícitas (que, na delação premiada, citou seu nome como captador de recursos) mas garante que não tratou disso com ele. É inocente, diz. Não mexia com essas coisas.
É bonito saber que o ambiente depravado em que circularam com tanto êxito, sem saber que era depravado, não afetou sua inocência. Lula sustenta que o apartamento triplex e o sítio de Atibaia não são dele, que a propósito nem imaginava que os voos em jatinhos fossem algo mais que uma gentileza. Temer ofereceu um jantar ao empresário Marcelo Odebrecht em sua residência oficial de Vice-Presidente da República, o Palácio do Jaburu, após o qual a Odebrecht ficou R$ 10 milhões mais pobre. O delator Cláudio Melo Filho diz que o dinheiro foi para o Caixa 2 (o que é confirmado por Marcelo Odebrecht). Temer explica que não, que todas as doações recebidas foram legais, nada de Caixa 2.
Aliás, o que é Caixa 2?
Fique tranquilo
Estiveram no jantar do Jaburu o então Vice-Presidente Temer, o Deputado Eliseu Padilha, Odebrecht, Cláudio Melo Filho. Como a conta foi paga pelo caro leitor, esta coluna informa que pode ficar tranquilo: Temer é pessoa cultivada, de fino trato, e com certeza comida e vinhos foram bons.
Balanço geral
1 – Temer foi acusado pela segunda vez, nas delações da Odebrecht, de pedir pixulecos de campanha em troca de favorecimentos à empreiteira.
2 – Lula, que já é réu em quatro processos, foi denunciado pela quinta vez pela Lava Jato, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
3 – O quarto processo, da Operação Zelotes, foi recebido anteontem pela Justiça. Refere-se à acusação de tráfico de influência na compra dos 36 caças supersônicos suecos Grippen.
4 – Lula abriu processo por danos morais contra o Promotor Deltan Dallagnol. Pede indenização de R$ 1 milhão.
5 – O Promotor Deltan Dallagnol critica o Congresso, por modificar o projeto das medidas anticorrupção. “Congresso: nos deixem trabalhar”.
6 – Lembra da liminar do Ministro Luiz Fux, mandando, sob críticas do ministro Gilmar Mendes, que o Senado devolvesse à Câmara as “medidas anticorrupção”? Pois o Presidente do Senado, Renan Calheiros, se recusa a cumpri-la. Renan já tinha se recusado a cumprir uma liminar do Ministro Marco Aurélio, que o afastava do cargo. Daquela vez ganhou a parada.
Sem fantasia
Já ouvimos autoridades dizer que não podem combater a barbárie que acompanha algumas manifestações de rua por não haver lei específica sobre o tema. Já estamos cansados de ouvir que a manifestação era pacífica, que a Polícia é que atacou os manifestantes e de repente, naquele grupo de pessoas ordeiras e pacíficas, surgiram rojões, morteiros, correntes, socos ingleses e outros objetos que em geral todo mundo traz nos bolsos. Já estamos carecas de aguentar a pregação de que os pacíficos manifestantes, contra sua pacífica vontade, sofreram infiltração de black blocs.
Chega. Chega. A brincadeira já cansou. Os vândalos são filmados, podem ser identificados, mas apenas um ou outro vai preso, e destes, muitos são liberados em seguida. Não há infiltração nenhuma: os vândalos lamentavelmente são parte do grupo, que os aceita e não age de maneira nenhuma contra eles. O que houve na avenida Paulista, há dias, é inaceitável: os vândalos destruindo o teatro do SESI, que apresenta espetáculos gratuitos, e invadindo o prédio da Fiesp, depois de arrebentar sua fachada, e ninguém é preso? O Governo, que detém legalmente o monopólio do uso da força, desistiu da segurança?
Se o Governo deixa de cumprir sua obrigação legal, não estará cometendo prevaricação? Estará ainda dentro da lei?
Uma história de verdade
Dentro de poucos dias ocorrerá o terceiro aniversário do assassínio do cinegrafista Santiago Andrade, da Rede Bandeirantes. Foi morto por um rojão na nuca quando trabalhava na cobertura de uma manifestação no Rio. Os dois acusados do assassínio foram presos em poucos dias. Até hoje não foram julgados (e estão soltos). Até há pouco a Justiça discutia se o caso deve ir a júri. O STJ decidiu que sim. Mas o caso precisou ir a Brasília para a decisão sobre a forma de julgamento. É bom-mocismo demais.

De onde vêm as palavras: Olho no olho, o corpo fala e diz mais
Deonísio da Silva escreve sobre como o corpo é capaz de evidenciar verdades ocultas e realçar ainda mais as mentiras profissionais
Domingo,18 dez 2016, 09h44 - Atualizado em 18 dez 2016, 18h26
Miss Bahia, Marta Rocha, desfilando no concurso de Miss Brasil de 1954, cena do curta “Bossa Nova Beach”.

Um pinta ou implanta cabelos. Outro ajeita a gravata bem abaixo ou bem acima do cinto ao pé do ventre, contrariando todas as regras da etiqueta. E não faltam também outras que, mesmo sem repetir o vestido e os sapatos, têm cabeleireiros e maquiadores que seriam reprovados ainda na preparação das múmias do Egito antigo!
Todos devemos muito a fotógrafos e cinegrafistas. Uma coisa é ler a frase proferida pelo parlamentar que não domina sequer a língua falada, sua ferramenta de trabalho por excelência, ou ouvi-la de terceiros. Mas outra, bem diferente, é ver a cara dos brutos proferindo a infâmia. E que delícia contemplá-los naquelas vestes e pompas!
Mas ainda mais forte é ver e ouvir o cara de pau olhando meio de lado para a câmera e atestando o contrário, não apenas do que diz, mas do que sente e pensa.
O corpo fala, mede, fixa a altura, a profundidade, a largura, o tamanho e é capaz de evidenciar verdades ocultas e realçar ainda mais as mentiras profissionais.
A língua portuguesa mostra isso em numerosas palavras e expressões. A polegada, medida fixada em dois centímetros e meio pelo Rei inglês Eduardo I, no século XVI, ainda hoje mede a tela de celulares, smartphones, tablets e televisores em que contemplamos a face mais sinistra daqueles que elegemos.
O que vimos em tantos deles para os elevar a tão altos cargos, sem que possamos imputar a má escolha a ninguém mais, só mesmo aos eleitores, isto é, a nós mesmos, que votamos protegidos no último reduto da liberdade, a sacrossanta urna?
Dois dedos de prosa podem servir para descomplicar a questão emaranhada. O dedo-duro, simbolizado no gesto do alcagueta esticando o indicador, espanta-nos à simples menção, mesmo tanto tempo depois de governos impostos contra a democracia, quando se mostrou ferramenta de exercício do poder.
Nos tempos atuais, o gesto migrou da mão para a língua no bater de línguas nos dentes nas delações premiadas, sem as quais provavelmente jamais o distinto público saberia de coisa alguma. Só sabe porque os arrependidos ou flagrados com a boca na botija resolveram falar para salvar a própria pele.
Estes políticos que traíram o público serão julgados olho por olho, dente por dente ou vão cumprir as sentenças apenas com o adereço da tornozeleira eletrônica?
A coisa pode também não nos cheirar bem, por faltar vergonha na cara de quem proferiu, expressou ou escreveu a infâmia da semana passada.
A Democracia, à semelhança da baiana, tem ‘graça como ninguém’ e ‘requebra bem’, itens que as réguas não medem, para evitar equívocos. Afinal, por duas polegadas a mais, já passaram a baiana pra trás. E sempre restará a questão vista de outro modo: Marta Rocha tinha duas polegadas a mais ou a americana Miriam Stevenson tinha duas polegadas a menos?
Naquela oportunidade, quem decidiu, usou outras medidas ou usou as medidas de outro modo, como hoje fazem tantos Poderes da República, esta nossa frágil plantinha, nascida de um golpe de Estado liderado por um marechal monarquista amigo do imperador mais republicano que tivemos, a quem o amigo depôs e despachou para o exílio no meio da noite, pois se aguardasse a manhã, o povo talvez o entronizasse de volta.
E com que medida os novos aliados medirão os antigos? Afinal, eles são sempre os mesmos, não são? Eles sempre se entenderam. Não se entenderão apenas desta vez? O que mudou para eles mudarem tanto, se é que vão mudar?


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
As ideias golpistas e cheias de charme da Rede e de Marina Silva
Líder do partido que quer antecipar diretas e converter Parlamento em Constituinte sugere a renúncia a Temer e dá uma ideia estupefaciente sobre PEC do Teto
Por Reinaldo Azevedo
Segunda-feira,19 dez 2016, 06h55
Ainda não dá para saber se Marina Silva é a nova cara da velha esquerda, a velha cara da nova esquerda, a velha cara da velha esquerda ou só um amontoado de ideias confusas e conceitos mal digeridos. Acho que é só um amontado de ideias confusas e conceitos mal digeridos.
Para lembrar: seu partido patrocina duas ideias doidivanas, que fariam o Pais mergulhar no caos: antecipação de eleições diretas e transformação do atual Parlamento em Congresso Constituinte. A primeira ideia pode ser definida como um golpe. E a segunda também. Mas ela segue adiante, com seu ar de oráculo.
Memória rápida: ela atuou contra o impeachment de Dilma. Só aderiu quando já se tratava de algo irreversível. Em recente entrevista ao Estadão, disse coisas assombrosas, com ênfase, claro!, num convite para que o Presidente Michel Temer… renuncie. Marina acha que fogo se apaga é com gasolina.
Logo de cara, lá vai ela a apontar a crise da velha política (sim, ela é a “nova”)… Diz que a Lava Jato está fazendo uma reforma política, que é preciso saber o que vai sobrar de cada partido para, então, se pensar um projeto de país. Sabem, leitores, o quer dizer “projeto de país”? Nada! Porcaria nenhuma. É o que as pessoas dizem quando não têm o que dizer.
O Governo Temer conseguiu: 1: aprovar uma PEC de gastos que, quando menos, impedirá o Brasil de virar um Rio de Janeiro de dimensões continentais:
2: aprovar na Câmara a Medida Provisória do Ensino Médio, depois de enfrentar um cipoal de mistificações e desinformação;
3: aprovar a MP do setor elétrico, área especialmente devastada pelo Governo de Dilma Rousseff, a dita especialista;
4: aprovar o projeto que desobriga a Petrobras de participar da exploração do pré-sal — e contratos já foram fechados sob os auspícios do novo texto;
5: aprovar a Lei da Governança das Estatais, que é o palco principal da farra;
6: apresentar uma boa proposta de reforma da Previdência, que vai, sim, enfrentar muita resistência;
7: no BNDES, ultima-se o levantamento do estrago petista, e o banco se prepara para retomar financiamentos.
E já tem o texto da reforma trabalhista. Atenção! No fim do Jornal da Manhã, anuncio, com exclusividade, os pilares da mudança.
O que é isso? Chama-se reforma de algumas coisas ruins que há no Brasil. “Projeto de país” é coisa de fascista de esquerda ou de direta, que acha que o povo é massa de manobra de experimentos.
Pior: Marina investe na farsa de que está em curso uma ação para debelar a Lava-Jato. Olhem o resultado da operação e digam onde está essa tal ação. Como exemplo, recorre à votação das tais medidas contra a corrupção na Câmara. Parece defender o projeto original do MP, que abrigava ao menos quatro propostas… fascistoides.
Marina ou tenta ser profunda e é incompreensível porque as ideias se desconjuntam ou é clara, mas é rasa, quando diz que não pode imaginar, nos EUA, alguém descumprindo uma ação da Suprema Corte. Ela se refere à negativa da Mesa do Senado em atender à liminar de Marco Aurélio.
Quem compara tem de ir até o fim. Certamente, no sistema americano, um único juiz não depõe o Presidente do Senado — que, no caso, é o Vice-Presidente da República… Pior: Marina acusa seis Ministros do Supremo de terem desrespeitado a lei para manter Renan. É ignorância ou má-fé. A decisão de Marco Aurélio é que era ilegal.
Aliás, Dona Marina, nos EUA, uma ação como aquela movida pela Rede jamais chegaria à Suprema Corte, especialmente porque assinada por um ex-assessor e ex-sócio de um ministro do Supremo. Refiro-me a Eduardo Bastos Furtado de Mendonça, cujo escritório ainda leva o nome de Roberto Barroso. Fica com cheiro de ação entre amigos. Marina pertence àquela categoria que acha que a Justiça é justa e independente só quando decide segundo o seu gosto.
A propósito: o amigo de Barroso moveu a ADPF sustentando que réu não pode estar na linha de sucessão. O pedido de liminar para afastar Renan, o segundo tempo da ação, só foi apresentado porque a turma ficou sabendo que Marco Aurélio estava disposto a aceitá-lo. Eis algumas coisas que, nos EUA, não acontecem. Ou seus protagonistas acabam em maus lençóis.
Indagada se é a favor ou contra a PEC do Teto, ela deu esta resposta formidável: “Em 2010, quando fui candidata pela primeira vez, propus que o aumento do gasto público seria o crescimento do PIB considerando a correção da inflação. É uma diferença básica desta proposta do Governo”. Hein??? O quê? No caso de uma recessão de 3,5%, aconteceria o quê? Em vez de corrigir o valor nominal do Orçamento pela inflação, a gente passaria a faca até nesse valor, é isso?
Marina quer mudar a política brasileira. Deveria pensar melhor. Em que outro sistema político, em qualquer outro lugar do mundo, ela seria levada a sério?

NO O ANTAGONISTA
Maioria favorável à cassação de Temer
Brasil Segunda-feira,19.12.16 08:13
Herman Benjamin vai pedir a cassação da chapa Dilma Rousseff - Michel Temer.
E, como disse Andréia Sadi, na GloboNews, Gilmar Mendes sinalizou que pautará a ação assim que o voto for apresentado.
Herman Benjamin não vai ouvir os delatores da Odebrecht, porque isso só atrasaria o julgamento.
O Antagonista foi informado também de que, se o julgamento fosse hoje, haveria maioria no TSE favorável à cassação de Michel Temer.
Pela cassação de Temer
Brasil 19.12.16 07:51
“O Planalto não tem dúvidas de que Herman Benjamin votará no TSE pela cassação da chapa Dilma-Temer”, diz a Folha de S. Paulo.
O Antagonista foi informado de que o Planalto está certo.
Herman Benjamin defenderá a cassação da chapa e, consequentemente, do mandato de Michel Temer.
O amigo incógnito
Brasil 19.12.16 08:08
A Folha de S. Paulo diz que "Grisalhão e Encostado seguem incógnitos nas planilhas da Odebrecht".
E "Amigo" segue incógnito na Folha de S. Paulo.
Corrida no TSE
Brasil 19.12.16 08:01
A Folha de S. Paulo informa que Michel Temer “tenta empurrar o julgamento do TSE para maio, quando ele terá o poder de indicar dois novos membros do Tribunal.
Admar Gonzaga e Tarcisio Vieira Carvalho Neto seguem como os nomes mais fortes para as vagas da corte hoje ocupadas por Luciana Lóssio e Henrique Neves”.
Gilmar Mendes, porém, promete pautar o julgamento assim que Herman Benjamin liberá-lo.
E ele está certo.
A força-tarefa de Teori Zavascki
Brasil 19.12.16 06:30
Cármen Lúcia determinou a criação de uma força-tarefa para ajudar Teori Zavascki na análise dos depoimentos da Odebrecht, diz O Globo.
O Ministro “terá um reforço de pessoal e de espaço físico para trabalhar. Somente o relator e seus juízes auxiliares terão acesso ao material e a uma sala-cofre onde ficarão armazenados arquivos, pen drives e CDs”.
O Antagonista espera que, depois de homologados, os depoimentos sejam divulgados pelo STF.
É preciso rapidez nos julgamentos. E é preciso, sobretudo, transparência.
Cunha 2017
Brasil Domingo,18.12.16 20:14
Os Ministros do Supremo se reúnem amanhã para a última sessão do ano. Cármen Lúcia preferiu não pautar temas sensíveis e adiou para fevereiro a análise do HC de Eduardo Cunha.
O PMDB é um PT sem ideologia
Brasil 18.12.16 16:24
Veja.com:
"O Planalto vestirá sua melhor roupa para a festa desta terça-feira, (20). Haverá a cerimônia de sanção do projeto de lei que moderniza as regras do setor de telecomunicações, ainda gerido por normas defasadas dos anos 90. No pacote, o Governo está dando de bandeja às teles um patrimônio bilionário — coisa de 20 bilhões de reais, pelas estimativas mais modestas —, exatamente num momento de penúria e no qual se pede tanto sacrifício para o ajuste das contas públicas. Paralelamente, promove-se um perdão de outros 20 bilhões de reais em multas dessas mesmas teles, totalizando um presentaço fenomenal de 40 bilhões de reais em bondades. A maior agraciada com o pacote natalino é a enrolada Oi."
O PMDB é um PT sem ideologia. A falta de vergonha é a mesma.
Lindbergh é manchete!
Brasil 18.12.16 16:15
Lindbergh Farias, que teve os direitos políticos suspensos por quatro anos -- leia aqui --, é destaque na imprensa local de Nova Iguaçu, onde se autopromoveu com a distribuição de caixas de leite com o logotipo de sua gestão como Prefeito.

Exclusivo: UTC repassou R$ 54 milhões a SM Terraplenagem
Brasil 18.12.16 11:51
Uma tabela de pagamentos da UCT à SM Terraplenagem, obtida com exclusividade por O Antagonista, revela repasses mensais à empresa supostamente controlada por Adir Assad num total de R$ 54 milhões.
Em sua delação, Ricardo Pessoa disse que pagou propina, dos contratos da UTC com a Petrobras, ao PT em "parcelas fixas e mensais". Pessoa confirmou que celebrou contratos fictícios de prestação de serviços com a SM Terraplanagem para justificar os repasses e gerar recursos em espécie.
Do total de R$ 54 milhões recebidos pela SM Terraplenagem, mais de R$ 24 milhões foram pagos entre 2007 e 2009 - período em que Luis Roberto Satriani era sócio da empresa. O primeiro repasse ocorreu em 17/09/2007, um mês depois dele entrar formalmente no quadro societário da SM.
Como revelou O Antagonista, Satriani foi quem vendeu a cobertura duplex onde mora Lula em São Bernardo do Campo - outro negócio imobiliário do ex-Presidente cercado de mistério.
Exclusivo: Vendedor do duplex de Lula pode ter elo com Adir Assad
Brasil 18.12.16 10:24
O Antagonista descobriu que a S.M. Terraplanagem, uma das empresas usadas por Adir Assad para lavar dinheiro do Petrolão, teve como sócio Luis Roberto Satriani, vendedor da cobertura onde Lula vive em São Bernardo do Campo há 20 anos.
Alvo de investigação no passado, o imóvel oficial do ex-Presidente foi adquirido com ajuda de Roberto Teixeira.
O advogado e compadre de Lula foi denunciado há poucos dias por participar da aquisição da cobertura vizinha, no mesmo edifício Green Hill, e do terreno onde seria erguido o Instituto Lula - tudo propina da Odebrecht, segundo o MPF.
No caso do duplex oficial, suspeitou-se na época de que a incorporadora Dalmiro Lorenzoni Construções, que fez o prédio, teria sido beneficiada por uma decisão da Prefeitura de São Bernardo do Campo, sob comando do PT.
Lula comprou o apartamento de Satriani, que prestava serviços de terraplanagem para Dalmiro, que tinha Teixeira como advogado. A investigação, iniciada pelo MP em 1998, foi arquivada em 2003 pelo STF a pedido da PGR.
Satriani entrou no quadro societário da S.M. Terraplanagem em 2007 e saiu de lá dois anos depois.

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