PRIMEIRA EDIÇÃO DE 13-12-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
TERÇA-FEIRA, 13 DE DEZEMBRO DE 2016
A delação do ex-executivo da Odebrecht, Cláudio Melo Filho implica políticos em esquemas de corrupção da empreiteira, mas também surpreende isentando o Senador Romário (PSB-RJ). A Odebrecht bem que tentou comprar o baixinho: Melo se aproximou do Senador, mas os entendimentos deram em nada porque em sua campanha Romário gravou críticas à Odebrecht tendo como pano de fundo a reforma do Maracanã: “ele falou mal dos estádios construídos por nós”.
A delação revela a estratégia da empreiteira: ao contrário do que é dito por advogados, a iniciativa de procurar o político foi da Odebrecht.
O diretor de Relações Institucionais da empresa, Eduardo Martins, sugeriu que Melo se aproximasse do Senador Romário em Brasília.
O diretor de RI da Odebrecht queria contribuir financeiramente para a campanha de Romário, mas houve “veto” da empreiteira no Rio.
Leandro Azevedo, da Odebrecht no Rio, lembrou que Romário “falou mal” da empresa em frente a uma placa com o logo da empreiteira.
O Ministério Público Federal foi acionado para investigar malandragem em uma licitação no setor de comunicação da Infraero. Em abril de 2015 a Infraero fez licitação para a exploração da publicidade de revistas em dez aeroportos. O problema é que em vez de editar e imprimir a revista, como previa o edital, a vencedora foi vendida três meses após a licitação e agora se concentra em pontos digitais com grande telas para propaganda. Tudo sem alterar o objeto da licitação.
A vencedora para fazer a revista, “Agência de Texto Final de Notícias” foi vendida à empresa mineira de mídia aeroportuária J Chebly.
A licitação pretendia “explorar publicidade com revista”. Chama-se “Voa Comigo”, mas o principal produto vendido é a publicidade em telas.
A empresa vende por R$250 mil anúncio de página dupla na revista cuja tiragem é de 150 mil, combinado a 480 mil anúncios nas TVs.
O Ministro José Múcio Monteiro, do Tribunal de Contas da União, já identificou os crimes e os responsáveis pelo prejuízo da venda dos ativos da Petrobras na Argentina à Pampa Energía. Falta definir a data de julgamento da ação. Múcio é relator do processo no TCU.
Segundo a Ação na Justiça Federal do Rio de Janeiro, a operação de venda da Petrobras Argentina, liderada por Aldemir Bendine na Petrobras, teria provocado prejuízo imediato de US$1 bilhão à estatal.
O líder do Governo na Câmara, André Moura, reagiu ao pedido do PT pela renúncia do presidente Michel Temer. “Que legitimidade tem o PT? É o partido mais corrupto. Só falta a prisão do Lula”.
O Governo encaminhará ao Congresso até a próxima quinta-feira (15) um pacote de medidas que visam principalmente a retomada do emprego e da renda. Atualmente são mais de 12 milhões de desempregados.
Os líderes aliados do Governo acertaram os ponteiros. Prevendo ataques do PT ao presidente Michel Temer, a ordem é rebater todos os ataques em comissões e plenários da Câmara e do Senado.
Um levantamento do Instituto Paraná mostra que 59,2% dos brasileiros rechaçam a ideia de intervenção militar no País. Essa possibilidade, além de criminosa e inconstitucional, agrada a poucos: 30%.
Em meio à confusão da PEC do Teto, Previdência etc, parlamentares conseguiram antecipar o recesso em uma semana. A Constituição (Art. 42) os obriga a trabalhar até o dia 22, mas eles vão embora quinta-feira (15).
A consultoria Arko Advice fez pesquisa com 104 deputados federais sobre a convocação extraordinária do Congresso em janeiro: 100% deles responderam que não haverá trabalho extra durante o recesso.
...o único acordo de cooperação a não tirar o sono de políticos foi o celebrado entre as associações da cachaça e do whisky.

NO DIÁRIO DO PODER
LAVA JATO
PF INDICIA LULA, MARISA E PALOCCI POR CORRUPÇÃO PASSIVA E LAVAGEM DE DINHEIRO
ADVOGADO E COMPADRE DE LULA, TEIXEIRA TAMBÉM FOI INDICIADO
Publicado: 
Terça-feira,13 de dezembro de 2016 às 00:23 - Atualizado às 00:34
Redação
Lula, sua mulher Marisa Letícia, seu advogado e compadre Roberto Teixeira, o ex-Ministro da Fazenda, Antônio Palocci, e mais três pessoas foram indiciados pela Polícia Federal, na Operação Lava Jato, pelos crimes de corrupção passiva (no caso do ex-Presidente) e lavagem de dinheiro (as demais).
O crime de corrupção passiva, do qual Lula é acusado, está previsto no artigo 317 do Código Penal Brasileiro, e incrimina aquele que solicita ou recebe vantagem indevida em razão do cargo que ocupa. Também é alcançado pela lei aquele que, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, recebe vantagem indevida ou aceita promessa de tal vantagem. 
Além desses quatro personagens, foram indiciados pela PF Glaucos da Costamarques, primo do pecuarista José Carlos Bumlai, já condenado na Lava Jato; Demerval de Souza Gusmão Filho, dono da empresa DAG Construtora e Branislav Kontic, assessor do ex-Ministro Palocci.
O ex-Presidente do Grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht não foi indiciado porque já responde pelo crime de corrupção ativa, que lhe poderia ser imputado.
Do mesmo modo, José Carlos Bumlai deixou de ser incluído entre os indiciados por falta de "novos elementos que amparassem a participação do mesmo nos fatos".
A assessoria de imprensa do Instituto Lula informou que o ex-Presidente aluga o apartamento vizinho ao seu e que o Instituto funciona no mesmo local há anos e que nunca foi proprietário do terreno em questão.
A defesa do ex-Presidente Lula afirmou que a transação do terreno onde seria edificado o Instituto Lula é um "delírio acusatório".

VERGONHA
LOBBY PREVALECE E ANAC DESOBRIGA EMPRESAS DE TRANSPORTAR MALAS DE GRAÇA
ANAC CRIA PARA AÉREAS MILIONÁRIO NEGÓCIO DE TRANSPORTAR MALAS
Publicado: 
Segunda-feira,12 de dezembro de 2016 às 23:14
Redação
O lobby das empresas aéreas triunfou novamente: a partir de março, já não serão obrigadas a oferecer franquia de bagagens para os passageiros. A cobrança pelo transporte de malas representará um acréscimo milionário ao faturamento das companhias aéreas. Afinal, repete como mantra a Agencia Nacional de Aviação Civil (Anac) que “no Brasil, prevalece o regime de liberdade tarifária”. E liberdade para o lobby das empresas agirem à vontade.
A partir da vigência da nova norma da Anac, em 14 de março de 2017, as empresas aéreas ficam desobrigadas de transportar gratuitamente um volume de 23 quilos nos vôos domésticos e 32 quilos em vôos internacionais.
As novas regras para o transporte aéreo de passageiros estão em “consulta pública” desde março, mas, apesar dessa formalidade criada para enganar desavisados, já está decidido: serão aprovadas pela diretoria da Anac nesta terça-feira (13). E o pior é que a “liberalização das franquias”, que é como os burocratas espertos da Anac chamam esse absurdo, “vai trazer benefícios aos passageiros.”
As palavras do superintendente de Acompanhamento de Serviços Aéreos da Anac, Ricardo Catanant, em entrevista transmitida pelo Facebook, são um exercício de caradurismo: “A Anac não vai mais dizer que o passageiro vai ter que pagar necessariamente por uma peça de 23 quilos. Pode ser 23 quilos, 10 quilos, 15 quilos. O que não faz sentido é a Anac continuar estipulando que as empresas são obrigadas a seguir esse modelo no mercado doméstico e também internacional”, afirmou.
“Acreditamos que isso deverá se refletir em melhores e mais diferenciados serviços”, disse o superintendente, viajando em sua lógica criativa.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
JUSTIÇA QUEBRA SIGILOS BANCÁRIO E FISCAL DE EDUARDO PAES
PREFEITO É ACUSADO DE IMPROBIDADE EM OBRA PARA OLIMPÍADAS
Publicado: 
Segunda-feira, 12 de dezembro de 2016 às 19:16 - Atualizado às 23:18
Redação
O Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB) teve o sigilo bancário e fiscal quebrados pelo Juiz da 8ª Vara de Fazenda Pública, Leonardo Grandmasson Ferreira Chave. Paes é acusado de improbidade administrativa na construção do campo de golfe olímpico da Barra da Tijuca, na zona oeste. Na semana passada, Grandmasson havia bloqueado os bens de Paes e o Prefeito recorreu. "Como forma de melhor analisar o requerimento da defesa do Sr. Prefeito, determino a quebra de seu sigilo fiscal/bancário", escreveu o Juiz, em despacho liberado nesta segunda-feira, 12. O Juiz decretou ainda segredo de Justiça no processo.
A ação de improbidade administrativa foi ajuizada pelo Ministério Público do Rio. De acordo com a denúncia, a construtora Fiori Empreendimentos Imobiliários, responsável pela construção do campo de golfe, teria deixado de pagar R$ 1,8 milhão em licenças ambientais devidas pela remoção de "vegetação exótica" numa área de 61 mil metros quadrados. Ainda de acordo com os Promotores, a Fiori pediu a Paes, em 14 de março de 2013, que arcasse com os custos do licenciamento sob o argumento de que "não teria sido contemplado nos custos do contrato o pagamento da citada taxa e que tal cobrança iria criar ônus adicional superior aos benefícios que lhes foram concedidos".
Na ação, o MP pede a devolução do valor corrigido, calculado em R$ 2,3 milhões. Na decisão da semana passada, Grandmasson argumentou que o anúncio de que o Prefeito vai viver nos Estados Unidos em 2017 fez com que ele se decidisse pelo bloqueio, porque a mudança poderia "dificultar ainda mais a recomposição dos danos causados".
Paes disse que a Prefeitura cobrou da empresa os custos com o licenciamento ambiental. "Como algo isento teria um documento de cobrança e um pedido de inscrição em dívida ativa?", escreveu, em uma rede social. Em nota, informou que estava recorrendo do bloqueio e repudiou "insinuação do Ministério Público de que sua ida aos Estados Unidos em 2017 representaria uma forma de não cumprir eventuais responsabilidades referentes ao período do seu governo". Paes ainda não se posicionou sobre a decisão de quebra do sigilo bancário e fiscal. (AE)

LAVA JATO
JANOT DIZ QUE TEMER E EUNÍCIO SÃO ‘NOTÓRIOS ALIADOS’ DE RENAN
PGR FEZ NOVA DENÚNCIA CONTRA O PRESIDENTE DO SENADO POR CORRUPÇÃO
Publicado: 
Segunda-feira, 12 de dezembro de 2016 às 17:10 - Atualizado às 17:39
Redação
Na primeira denúncia da Operação Lava Jato contra o Presidente do Congresso – por corrupção passiva e lavagem de dinheiro -, o Procurador-Geral da República assinalou que o Presidente da República, Michel Temer e o Senador Eunício Oliveira (PMDB/CE) ‘são notórios aliados’ de Renan Calheiros (PMDB/AL).
Janot afirma que Renan pegou propina de R$ 800 mil em 2010 da empresa Serveng, via deputado Aníbal Gomes (PMDB/CE), para intermediar contrato da empresa com a Petrobras.
Na época, assinala o Procurador, o Presidente do Diretório Nacional do PMDB era Michel Temer, ao passo que o Tesoureiro era Eunício Oliveira, ‘ambos notórios aliados de Renan Calheiros’.
Segundo Janot, do Diretório Nacional do partido ‘o dinheiro saiu’.
A investigação da Procuradoria-Geral da República indica que no dia seguinte ao da primeira doação da Serveng, em 19 de agosto de 2010, o Diretório Nacional do PMDB, à época sob a responsabilidade e controle de Michel Temer, com a tesouraria a cargo de Eunício Oliveira, transferiu R$ 375 mil ao Comitê Financeiro Estadual para o Senador da República do Estado de Alagoas, representado por Maria Inez Santos’.
Apenas seis dias depois, em 25 de agosto, houve nova transferência do Diretório Nacional ao Comitê, agora de R$ 200 mil. O montante total foi de R$ 575 mil, ‘suficientes para abranger os R$ 500 mil ‘doados’ pela Serveng’.
Ainda de acordo com a denúncia do Procurador-Geral, levada ao Supremo Tribunal Federal, o Comitê Financeiro do PMDB transferiu para a campanha de Renan Calheiros, R$ 200 mil em 21 de agosto de 2010, R$ 100 mil em 26 de agosto de 2010 e R$ 400 mil em 3 de setembro de 2010.
“Portanto, os R$ 500 mil transferidos pela Serveng ao Diretório Nacional do PMDB em 19 de agosto de 2010 chegaram em apenas doze dias úteis a Renan Calheiros, como forma de pagamento de vantagem indevida a partir do ajuste prévio”, afirma Janot.
Após a segunda doação da Serveng, em 24 de setembro de 2010, o Diretório Nacional do PMDB repassou, em duas parcelas, nos dias 27 de setembro e 28 de setembro de 2010 os valores de R$ 200 mil e R$ 125 mil ao Comitê Financeiro Estadual para o Senador da República do Estado de Alagoas.
“Uma vez mais, o Comitê Financeiro Estadual para o Senador da República do Estado de Alagoas transferiu para Renan Calheiros, mediante depósito em sua conta de campanha. Em 29 de setembro de 2010, houve uma doação de exatos R$ 300 mil. Assim, em apenas 4 dias úteis, os R$ 300 mil saíram da Serveng e favoreceram diretamente Renan Calheiros, revelando o fechamento do ciclo do pagamento da vantagem indevida por intermédio de doação eleitoral travestida de propina”, afirma Janot.
“Não bastasse isso, há elementos de prova aptos a demonstrar que o esquema foi engendrado para que o destinatário final da vantagem indevida fosse Renan Calheiros, um dos principais expoentes do PMDB, que apoiava Paulo Roberto Costa (então diretor de Abastecimento da Petrobras)”, segue o Procurador.
Segundo a denúncia, ‘a vantagem indevida foi solicitada por intermédio de Aníbal Gomes, em união de desígnios com Renan Calheiros’.
A empresa Serveng, de Paulo Twiaschor, pagou por duas vezes propina mediante doação ao Diretório Nacional do PMDB, destaca o Procurador.
O Comitê Financeiro Estadual para Senador da República, naquele ano, era presidido por Maria Inez Santos, filiada ao PMDB, partido pelo qual se candidatou a vereadora e a deputada federal. No site de Renan consta que Maria Inez já faleceu.
“Assim, desde o início não havia dúvida de que, pelos mecanismos de ocultação e dissimulação da origem, o dinheiro, por meio de seus aliados, chegaria a Renan Calheiros, perpetuando-o no poder.”
“A organização criminosa espelhada na estrutura do Estado, visava à manutenção de seus integrantes no Poder, fundamentalmente mediante a obtenção de recursos para emprego em suas campanhas políticas, de formal oficial ou à margem da contabilidade”, destaca a denúncia contra Renan, Aníbal e o empresário da Serveng. “Para tanto, a prática mais usual consistia na indicação e manutenção de alto dirigentes de órgãos públicos e estatais, incluindo a Petrobras, para cobrar das empresas contratadas o pagamento de vantagens indevidas.” (AE)

NO BLOG DO JOSIAS
Para Temer, Procuradoria não pode processá-lo
Josias de Souza
Terça-feira, 13/12/2016 05:08
Michel Temer avaliou com auxiliares e aliados as consequências jurídicas da delação do ex-Diretor da Odebrecht, Claudio Melo Filho. O Presidente concluiu que o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, não tem como processá-lo. Temer considera-se protegido pelo parágrafo 4º do artigo 86 da Constituição. Nesse trecho, o texto constitucional prevê que um Presidente da República, no curso do mandato, não pode ser processado por atos não relacionados ao exercício das suas funções.
O delator da Odebrecht contou que, em maio de 2014, num jantar ocorrido no Palácio do Jaburu, o então Vice-Presidente Michel Temer pediu R$ 10 milhões a Marcelo Odebrecht, então Presidente da construtora. Na versão do delator, os recursos saíram do departamento de propinas da Odebrecht. E a fatura foi paga em dinheiro vivo — R$ 6 milhões desceram à caixa registradora da campanha de Paulo Skaff ao Governo de São Paulo. E R$ 4 milhões foram às mãos do hoje Ministro Eliseu Padilha (Casa Civil).
Temer admite o jantar e o pedido. Mas diz que o dinheiro chegou ao PMDB por ordem bancária e foi declarado à Justiça Eleitoral. Seja como for, o Presidente sustenta que a Constituição lhe serve de escudo contra investidas de Janot, já que o episódio ocorreu antes do início do atual mandato e não tem relação com o exercício de suas atribuições como Presidente da República.
Recorda-se no Planalto que o Procurador-Geral já invocou o parágrafo 4º do artigo 86 da Constituição em favor de Dilma Rousseff. A Presidente deposta foi citada em depoimentos de dois delatores da Lava Jato: o ex-Diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. O primeiro contou que, em 2010, Youssef lhe trouxe um pedido de Antonio Palocci, então coordenador da campanha presidencial de Dilma. Queria que fossem cedidos do caixa de propinas do PP, o Partido Progressista, R$ 2 milhões para a campanha petista. Youssef foi autorizado a realizar o repasse. Ouvido, o doleiro negou.
Em petição dirigida ao Ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, Janot pediu a exclusão de Dilma do caso e o envio do processo para o Juiz Sergio Moro, a quem caberia apurar a conduta de Palocci. O pedido foi deferido.
No seu despacho, de março de 2015, Teori dera razão ao Procurador-Geral, nos seguintes termos: “A rigor, nada há a arquivar em relação à Presidente da República. Aliás, ainda que assim não fosse, é certo que, nos termos da Constituição Federal, ‘o Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções’.” A decisão pode ser lida aqui. Constitucionalista, Temer considera-se beneficiário da mesma norma.

Para ganhar tempo, Temer requisita ao Procurador algo que sabe que não terá
Josias de Souza
Segunda-feira, 12/12/2016 21:18
Em petição que assinou junto com a Advogada-Geral da União, Grace Mendonça, Michel Temer pediu ao Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, um tipo de mercadoria indisponível na gôndola da Lava Jato: pressa. O Presidente alega que divulgações “ilegítimas” de delações ainda não homologadas pela Justiça, como a do ex-Diretor da Odebrecht, Claudio Melo Flores, exercem “interferência” sobre “políticas públicas” — o combate às crises econômica e política, por exemplo.
“…A União pleiteia que Vossa Excelência examine a possibilidade de imprimir celeridade na conclusão das investigações em curso”, anotou Temer. “Requer também que as colaborações premiadas porventura existentes sejam, o quanto antes, finalizadas, remetidas ao Juízo competente para análise e eventual homologação e divulgação por completo. Com isso, a eventual responsabilidade criminal dos investigados será logo aferida.”
Ao solicitar uma pressa que sabe indisponível, Temer ganha tempo. Caberá ao Ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, homologar os acordos de colaboração dos 77 executivos da Odebrecht. Os procedimentos não devem ser efetivados antes de meados de fevereiro de 2017. Só então os dados poderão ser usados como matéria-prima de inquéritos. Até lá, Temer poderá alegar que denúncias como as de Claudio Melo Flores, já divulgadas, e todas as que estão por vir não passam de alegações pendentes de aval jurídico e de comprovação factual.
Não chega a resolver o problema do Presidente, dos seus auxiliares e dos correligionários do PMDB. Mas permite a Temer dizer que, embora o Governo não tenha receio de investigações, não é possível afastar ministros com base em delações precárias. 
(...)

NO O ANTAGONISTA
Amigo! Amigo! Amigo!
Brasil 13.12.16 07:56
É preciso fechar as fronteiras.
A planilha "Amigo", com os pagamentos do departamento de propinas da Odebrecht a Lula, finalmente foi apresentada pela PF.
Agora só falta prender.
PF pega presidente do TCE
Brasil 13.12.16 07:51
Os delatores da Odebrecht já estão mandando seus comparsas para a delegacia.
Lauro Jardim informa que o Presidente do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Jonas Lopes, está sendo conduzido coercitivamente à sede da PF.
O Diretor de contratos da Odebrecht, Leandro Azevedo, acusou o Presidente do TCE de ter pedido propina para aprovar obras do Maracanã e da Linha 4 do Metrô.
Meirelles a conferir
Economia 13.12.16 07:53
Henrique Meirelles disse que o pacote para estimular a economia pode incluir a expansão do crédito para empresas, registra a Folha, mas disse que não vai "repetir os erros" do que foi feito anteriormente.
A conferir.
China desafia Trump
Economia 13.12.16 07:46
A China abriu guerra comercial contra Estados Unidos e Europa, registra o Estadão. O país asiático quer ser reconhecido como economia de mercado e pede a suspensão de barreiras comerciais a seus produtos.
O jornal diz que o caso pode aprofundar ainda mais a tensão com Donald Trump.
Uruguai ou Nicarágua?
Brasil 13.12.16 07:39
De ontem para hoje:
1 - Lula, ou “LL Barbudo”, mandou Dilma Rousseff editar uma Medida Provisória favorecendo os clientes de Luleco.
2 - Lula, ou “Amigo”, foi indiciado pela PF porque ganhou um terreno de uma empresa de fachada da Odebrecht. Mais importante do que isso: o pagamento foi descontado da cota de propina do PT.
3 - Lula, ou “Brahma”, será denunciado por Léo Pinheiro, da OAS, que retomou seu acordo com a PGR, segundo o Valor.
O laranja de Lula no Bundestag
Brasil 13.12.16 07:26
Roberto Teixeira, o advogado de Lula, é um judeu perseguido pelo nazismo.
Essa é a tese do outro advogado de Lula, José Roberto Batochio.
Ele disse, com sua gramática peculiar:
“O primeiro ato do nacional-socialismo em 1930 quando este partido chegou ao poder e fez maioria no Bundestag, a primeira lei foi, proibir os judeus de advogarem, tornando crime qualquer ação de judeus em relação a advocacia”.
No caso de Roberto Teixeira, ele foi indiciado pela PF por ter negociado a compra do prédio do Instituto Lula com dinheiro do departamento de propinas da Odebrecht.
Os codinomes de Lula
Brasil 13.12.16 07:01
Na OAS, Lula era o “Brahma”.
Na Odebrecht, ele era o “Amigo”.
Na M&M, ele era o “LL Barbudo”.
Na Lava Jato, ele é o “Comandante Máximo da ORCRIM”.
Na cadeia, ele será apenas um número.
"Acho que essa é a pedra"
Brasil 13.12.16 06:35
Lula, o “Amigo” do departamento de propinas da Odebrecht, pautava o dono da Carta Capital, que recebeu dois repasses do departamento de propinas da Odebrecht.
Vale a pena reler a conversa gravada pela Lava Jato entre Lula e Jaques Wagner, o “Polo” do departamento de propinas da Odebrecht:
Lula: Como foi a manifestação na Bahia?
Wagner: Ah, teve 10, 15 mil. O Aleluia foi falar, tomou uma vaia da porra, e ninguém mais quis falar. Na verdade generalizou porque é uma manifestação contra a política.
Lula: Acho que essa é a pedra. Acabei de falar com o Mino Carta aqui, para ele escrever um artigo mostrando que teve duas coisas: primeiro a vontade das pessoas que o combate a corrupção continue, e o Moro representa isso fortemente. Segundo, que a negação política é total. E o resultado disso, você sabe o que é?
Wagner: Lógico, o caminho pro autoritarismo.
Lula não precisa mais pautar Mino Carta, porque a Veja já comprou sua tese.
O caixa da Carta Capital
Brasil 13.12.16 06:14
A Carta Capital recebeu dois repasses do departamento de propinas da Odebrecht.
O primeiro, de 3 milhões de reais, em 2007.
O segundo, de 500 mil reais, em 2009.
De acordo com a reportagem de O Globo, Paulo Cesena, da Odebrecht Transportes, disse que “o pagamento se deu na forma de mútuo oriundo do Caixa Dois da Construtora Norberto Odebrecht”.
O pós-italiano Mino Carta
Brasil 13.12.16 06:01
A Carta Capital embolsou dinheiro do departamento de propinas da Odebrecht.
O pagamento foi feito a pedido de Guido Mantega, codinome Pós-Itália, tesoureiro clandestino do esquema do PT.
Paulo Cesena, da Odebrecht Transportes, relatou à PGR, segundo O Globo:
“Marcelo Odebrecht me chamou para uma reunião em sua sala e me informou que a companhia faria um aporte de recursos para apoiar financeiramente a revista Carta Capital, a qual passava por dificuldades financeiras. Marcelo me narrou que esse apoio era um pedido de Guido Mantega”.
E depois:
“Entendi que esse aporte financeiro tinha por finalidade atender a uma solicitação do Governo Federal/Partido dos Trabalhadores, pois essa revista era editada por pessoas ligadas ao partido”.
LULA E CUNHA DE MÃOS DADAS
Brasil  Segunda-feira,12.12.16 19:38
Na denúncia contra Lula por praticar tráfico de influência para a aprovação da MP 627, o MPF diz que os pagamentos a Luleco se iniciaram menos de um mês depois da sanção presidencial.
Dilma Rousseff, mesmo contrariada, não vetou o artigo que garantia a prorrogação dos benefícios fiscais para a Caoa e a MMC até 2020. Os Procuradores ressaltam que Eduardo Cunha foi responsável por incluir no texto da MP o Artigo 100, feito sob medida para as montadoras.
Será que Lula e Cunha atuaram juntos?
LULA SE REUNIU COM FILHO E LOBISTA
Brasil 12.12.16 18:17
As quebras do sigilo telemático dos investigados na Operação Zelotes revelou ao MPF que Lula se reuniu, ao menos uma vez, com o filho Luís Cláudio e o lobista Mauro Marcondes.
"No dia 18/03/2014, Leandro Martins, do Instituto Lula, marcou reunião para o meio-dia entre três."
A data antecedeu em sete dias a apresentação do relatório complementar pelo relator da MP 627, que incluiu o Artigo 100 dos benefícios fiscais proporcionados à MMC e à Caoa.
Para o MPF, desse encontro com Lula "saíram as diretrizes dos pagamentos ao filho e a forma de ocultação da natureza desses repasses".
Luleco, em email de 19 de maio, diz a Mauro Marcondes que preferia usar a LFT, e não a Touchdown, para "os recebimentos dos valores".
Os investigadores identificaram ainda outros quatro encontros de Luleco com Marcondes, entre fevereiro e junho de 2014, período de tramitação da Medida Provisória.
LULECO SUPERSÔNICO
Brasil 12.12.16 17:43
O Antagonista obteve a íntegra da denúncia contra Lula, Luleco e o casal de lobistas Mauro e Cristina, responsáveis pelos repasses de propina ao filho do ex-Presidente.
A denúncia foi apresentada na sexta-feira (09), mas acabou atropelada pelo noticiário da delação de Claudio Melo Filho, da Odebrecht. Não tem problema, a gente lembra que o MPF acusou Lula de tráfico de influência na compra dos jatos Gripen NG.
Abaixo, a tabela dos pagamentos - incluídos repasses do Corinthians e da Transportadora São Fernando, do amigão José Carlos Bumlai.

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