PRIMEIRA EDIÇÃO DE 12-12-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SEGUNDA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO DE 2016
Criticado por um certo ativismo em sua atuação no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luís Barroso precisa se habituar à reversão de sua tese de descriminalizar aborto até o terceiro mês de gestação, endossada pela Primeira Turma do STF. Ministros consideram “muito difícil” evitar a derrota do entendimento de Barroso, que declarou inconstitucional a lei que criminaliza o aborto até o 3º mês de gestação.
Causou revolta em ministros a afirmação de um juiz goiano dizendo-se disposto a autorizar aborto de gestante, em caso de microcefalia e zika.
A decisão da Primeira Turma, ainda pendente de confirmação no Plenário, fortaleceu os defensores da liberação do aborto.
A criminalização do aborto nos três primeiros meses da gestação, diz o ministro Barroso, viola os direitos sexuais e reprodutivos da mulher.
Calou fundo no STF o protesto do Bispo de Palmares (PE), nas redes sociais, criticando a hipocrisia de proibir vaquejada e liberar o aborto.
Fontes ligadas à Operação Zelotes acham que a mudança do filho do ex-Presidente Lula para o Uruguai, há dois meses, a pretexto de trabalhar nas categorias de base de um time de futebol de segunda divisão, teve o objetivo de ficar longe do alcance da Justiça brasileira. Luiz Cláudio Lula da Silva foi denunciado à Justiça, com o pai, por tráfico de influência, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A presença do filho de Lula no Uruguai somente foi revelada depois que ele já estava no país e com contrato assinado no clube.
Luiz Cláudio estaria sob “proteção” do governo do presidente Tabaré Vasquez, um “bolivariano” amigo pessoal de Lula.
Se o Governo do Uruguai considerar que o processo ou ação contra Luiz Claudio for político, pode não cumprir o acordo de extradição.
“Quando a investigação chegar ao Rio de Janeiro, tenho certeza absoluta que vamos pegá-lo", afirma o presidente da CPI da Lei Rouanet, Alberto Fraga (DEM-DF), sobre o ex-Ministro Marcelo Calero.
O Supremo Tribunal Federal também instituiu um programa de trabalho em casa, reduzindo custos operacionais. Parece sério: quem aderir terá de comprovar produtividade 15% superior aos demais servidores.
O Senado mudou regras sobre uso de imóvel funcional. Pessoas não previstas pagarão mensalmente pelo “uso das residências, as taxas de ocupação, administração, conservação e de renovação de mobiliário”.
Por decisão do Conselho Federal, as 27 seccionais da OAB reajustarão as anuidades em 2017. O clima é de revolta. Na Bahia, por exemplo, os atuais R$600 pagos por ano pelos advogados, passam a R$800.
Favorito para Presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) dá sua receita para combater a crise. “Mudar a pauta e tratar do que interessa à população, que é melhorar a economia”, afirma.
Em Guarulhos, funcionários da Latam que preparavam o voo 3582 (SP-BSB) mostravam pouco zelo pelo passageiro. Derrubaram cinco malas da esteira e atiravam malas como se fosse competição de arremesso.
Ao analisar a grave crise brasileira, o ex-Presidente do STF, Carlos Ayres Britto recomendou que os políticos se adaptem aos novos tempos de cidadania digital: “É tempo de se dar exemplo e não mais do palavrório”. Para ele, ninguém se legitima “sem dar exemplo”.
Deputados federais estarão em Brasília para trabalhar nesta segunda-feira (12), caso raro na Câmara. Devem votar a nova divisão do ICMS para os Municípios e debater a reforma do Ensino Médio.
...na defesa de Lula foto é prova, mas gravação autorizada é “golpe”.

NO DIÁRIO DO PODER
SÓ UM MAREMOTO RESOLVERIA
Por Carlos Chagas
Apesar de escandaloso, o primeiro vazamento da lista de delatores da Odebrecht não despertou tempestades de indignação nas ruas. O mais que telejornais e outros meios de comunicação ensejaram foi um comentário generalizado na opinião pública: “eu já sabia”. Realmente, nenhuma surpresa a lista causou. Os nomes divulgados e publicados formam a linha de frente dos acusados de corrupção. Caberá ao Supremo Tribunal Federal provar se houve recebimento de dinheiro podre ou doações legais para candidaturas recentes, assim como quais as compensações promovidas pelos montes de políticos envolvidos nas tramoias.
Do Presidente da República a líderes de todos os partidos, ministros, governadores e parlamentares, saem todos enlameados, apesar das negativas.
Muito tempo transcorrerá até que sejam julgados e talvez condenados os integrantes dessa quadrilha variada que em momento algum surpreendeu o País. Para muita gente nem valeria à pena ficar comparando um por um os nomes dos denunciados. Que tal reunir as listas de presença da Câmara e do Senado, mais a relação dos ministros e altos funcionários, para selecionar apenas os que não estão implicados na roubalheira? Muito tempo e fartos recursos seriam poupados.
Para limpar as cavalariças do rei Áugias, Hércules precisou desviar o curso de um rio. Aqui, dada a extensão do território nacional, seria necessário um maremoto.
POR ENQUANTO, ESCAPOU
Até prova em contrário, o nome do Lula não apareceu na primeira versão da lista da Odebrecht. É verdade que já se tornou réu num processo de corrupção, tornando-se candidato a mais três. Mesmo assim, o Ministério Público do Distrito Federal gostaria de ver o ex-Presidente arrolado na lista da empreiteira.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
A distância entre o Sérgio Cabral do Carnaval de 2010 e o prisioneiro de Curitiba deve ser medida em anos-luz
O alegre assassino da língua inglesa na Sapucaí hoje é apenas mais um reizinho algemado
Por: Augusto Nunes 
Segunda-feira,  12/12/2016 às 7:04
Decidido a escapulir da cadeia antes da chegada do verão, o ex-Governador Sérgio Cabral resolveu tapear o Juiz Federal Marcelo Bretas. Para justificar mais um pedido de liberdade, seu advogado alegou que, se continuasse engaiolado em Bangu, o cliente estaria em perigo: alojados em alas próximas, traficantes de drogas planejavam vingar-se do famoso colega de ofício que ousara instalar nos morros que dominavam unidades da chamada polícia pacificadora.
Em vez do direito de ir e vir, Cabral conseguiu do juiz Bretas uma passagem só de ida para Curitiba, onde começou a dormir sem sustos no último sábado. Fez um mau negócio. Em Bangu desde 17 de novembro, o chefão do assalto ao Rio desfrutava da companhia de velhos comparsas e podia consolar-se com a proximidade da mulher, Adriana Ancelmo, instalada há dias no setor feminino do mesmo complexo penitenciário. Na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, virou vizinho de cela do concorrente, Eduardo Cunha, e ficou mais perto do juiz Sérgio Moro.
Geograficamente, o carioca Sérgio Cabral nem está tão longe assim da cidade natal: por via aérea, os 676 quilômetros em linha reta que separam as duas capitais podem ser vencidos em 51 minutos. O que agora deve ser medido em anos-luz é a distância escavada pelas descobertas da Operação Calicute (uma ramificação da Lava Jato) entre o prisioneiro deste dezembro e o folião à solta que protagoniza a gravação feita há quase sete anos.
No Carnaval de 2010, Sérgio Cabral era mais que um governador a caminho da reeleição sem sobressaltos: o que se vê e ouve no vídeo (https://youtu.be/d_S7VtdlwGM) é um reizinho do Rio. Amigão de Lula, cabo eleitoral predileto da candidata Dilma Rousseff, saboreava a sabujice de diferentes partidos interessados em cooptar aquilo que parecia um nome perfeito para a Vice-Presidência em 2014. Poucos brasileiros imaginavam que o Tesouro Estadual estava na mira do Governador e de um segundo Cavendish ainda mais guloso que o corsário inglês de outros séculos.
Não faltavam motivos, portanto, para Cabral exibir a euforia de passista de escola campeã no vídeo que o mostra em ação no camarote da Sapucaí. Ao apresentar a cantora Madonna à candidata Dilma Rousseff, o anfitrião assassina a língua inglesa (com requintes de selvageria) para informar que aquela mulher ao seu lado será a primeira a presidir o Brasil. Quem não viu precisa aproveitar imediatamente a chance de conhecer essa relíquia audiovisual. Quem já viu vai adorar a reprise.
Sérgio Cabral anda choramingando que a falta do que fazer torna infinito o dia na gaiola. Que tal usar o tempo que agora tem de sobra para aprender inglês?

De onde vêm as palavras: Dura lex, sed lex: no cabelo só Gumex
Deonísio da Silva comenta as palavras por trás da fogueira de vaidades no STF
Por: Augusto Nunes 
Domingo, 11/12/2016 às 12:11

“Os dois não podem estar certos”, disse o escrivão ao sufi, designação de soberano persa que atuava também como juiz supremo e dera razão a cada um dos litigantes. Replicou o sufi: “O senhor também tem razão”.
“Sufi” no Árabe é lã, provável alusão à capa do magistrado, equivalente à toga usada sobre a túnica pelos cidadãos da Roma antiga em ocasiões solenes e hoje vestimenta privativa de juízes e ministros de tribunais superiores como o STF.
Toga, que passou ao Português com a mesma grafia do Latim, é do mesmo étimo de coisas que servem para cobrir, como telha, tugúrio, teto; de detetive, originalmente o policial encarregado de procurar o transgressor ou o ladrão onde ele se escondera, em geral no teto de residências ou prédios.
A etimologia tem destes encantos e curiosidades. Certas palavras não significam mais o que no berço significaram. Diferentemente do que fizeram nos primórdios do Direito romano, os juízes não precisam mais espetar uma vara no chão, cuja ponta superior possa ser avistada de longe pela turba, identificando o tipo de litígio que atendem (se cível, se criminal, se questões familiares, se outras disputas), nem pendurar suas sentenças em varas erguidas na horizontal ou na transversal para delas os interessados tomarem conhecimento. Assim nasceu também a comarca, que em Latim significa “com marca”, isto é, identifica a área de atuação dos juizados.
A propósito, juiz designou originalmente aquele que dizia ou escrevia a Justiça, o Direito, que não é torto nem tortuoso sequer na etimologia: direito é do mesmo étimo de direto.
Mas sentença é do mesmo étimo do verbo sentir. Cada cabeça produz uma sentença diferente, uma vez que cada juiz sente diferentemente um mesmo problema.
O Supremo, como é conhecido o STF, é palavra que aparece em muitos outros contextos. O mais conhecido é o da culinária: supremo de frango, supremo de chocolate, supremo de abacaxi, embora não exista supremo de pizza! Supremo designa o que é ou está superior a tudo ou a todos.
Alguns advogados, adeptos do juridiquês, já se referiram ao Supremo, em desjeitosas petições, como “alcândor conselho”, esquecendo-se de que o étimo árabe desta palavra dá conta de que alcândor é poleiro de papagaios. Mas o fizeram sem ironia, apesar da insuportável enxúndia das intervenções de alguns ministros.
Não são poucos os que identificam uma fogueira de vaidades no STF. A vaidade parece inerente a certos cargos. Múmias de mais de três mil anos conservaram para a posteridade o costume de homens arrumarem as madeixas com glostora ou gumex quando estes fixadores eram conhecidos por outros nomes.
A votação de 6 x 3 foi acachapante para os que venceram, e gloriosa para os que perderam. A palavra acachapante veio justamente do modo com o guazapo, espécie de coelho em Espanhol, se estende sobre o chão antes de receber a cajadada do caçador. E glória, de que se formou glorioso/a, veio do Latim, que por sua vez se radica em dois verbos gregos: klýo e kléo, que significam respectivamente entender e celebrar.
Que os Ministros perdedores recebam deste modesto escritor e professor os mais sinceros cumprimentos. Seus colegas vencedores mostraram que glostora e gumex são menos maleáveis do que a dura lex.

NA VEJA.COM
STF aceita abrir mão de atribuições jurídicas para fazer política
O Supremo vira alvo de críticas nas redes, pela primeira vez, por manter no cargo o réu Renan Calheiros, que 24 horas antes desafiara a Corte
Por Da redação
Domingo, 11 dez 2016, 20h43
“MOMENTOS DIFÍCEIS” -   A presidente do STF, Cármen Lúcia: voto constrangido em favor do senador-réu (Cristiano Mariz/VEJA)

Foi um episódio sem ganhadores, mas alguns perderam mais que outros. Por 6 votos a 3, o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou abrir mão de suas atribuições jurídicas para fazer política. “Vivemos momentos difíceis”, declarou uma constrangida Cármen Lúcia. “Impõe-se, de uma forma muito especial, a prudência do Direito e dos magistrados.” Pouco antes, seis ministros do STF, ela incluída, haviam derrubado a liminar do ministro Marco Aurélio Mello que afastava Renan Calheiros do cargo de Presidente do Senado. Em novembro, o mesmo número de magistrados declarara inconstitucional a manutenção de um réu na linha de substituição da Presidência da República — precisamente o caso do Senador agora tornado réu.
No dia seguinte à decisão que o afastara da Presidência da Casa, enquanto o Executivo tentava mediar o conflito entre Legislativo e Judiciário, Renan coordenou a reunião da Mesa Diretora da Casa que divulgaria uma carta na qual simplesmente comunicava que não iria cumprir a ordem judicial. O resultado da pressão sobre a Corte pôde ser visto na votação de quarta-­feira, quando o STF pariu uma jabuticaba jurídica. Decidiu manter Renan no cargo e retirá-lo da linha de sucessão presidencial. Ninguém duvida que o STF agiu movido pela preocupação com a estabilidade institucional do País. Mas da Corte Suprema não se espera que seja “patriótica”, como afirmou Renan à guisa de elogio. Espera-se que faça justiça, custe o que custar.

NO BLOG DO JOSIAS
Governo Temer termina com ele ainda no cargo
Josias de Souza
Segunda-feira, 12/12/2016 04:34
O Governo Temer começou a terminar neste domingo, 11 de dezembro de 2016, quando o Presidente da República esboçou sua reação à delação coletiva da Odebrecht. De saída, concluiu que nada justifica a demissão de auxiliares como Eliseu Padilha e Moreira Franco. Não se deu conta de que nada, neste caso, é uma palavra que ultrapassa tudo. De resto, Temer estimulou aliados a questionarem o vazamento de delação ainda não homologada pela Justiça. Ficou entendido que, incapaz de curar a doença, opera para esconder a radiografia.
Temer está diante de uma adversidade que lhe sonega o único papel que desempenhou nos seis meses de sua gestão. Não pode mais culpar a herança de Dilma Rousseff por tudo. O apodrecimento do PMDB é culpa dos políticos que o controlam. Temer preside a legenda há 15 anos. Não demite padilhas e moreiras porque eles não fizeram nada que não estivesse combinado. Não se afasta de renans e jucás porque todos os gatunos ficaram pardos depois que o PMDB virou apenas mais uma organização partidária com fins lucrativos.
Em política, não adianta brigar com o inevitável. Diante de um pé d’água, a primeira coisa a fazer é encontrar um guarda-chuva. A segunda, é abrir o guarda-chuva. A terceira, é tentar se molhar o mínimo possível. Alcançado por um temporal, Temer está ensopado. Começou a se molhar quando ainda era Vice-Presidente. Convidou Marcelo Odebrecht para jantar no Jaburu. Antes que fosse servida a sobremesa, mordeu o comensal em R$ 10 milhões. Ao liberar a grana para os destinatários combinados, o príncipe das empreiteiras transformou o guarda-chuva de Temer numa armação sem pano.
Na fase de montagem do seu Ministério, Temer reuniu os amigos em São Paulo para definir o posto que cada um ocuparia no seu Governo provisório. Nesse encontro, firmou-se um entendimento prévio: auxiliares pilhados em escândalos deveriam tomar a iniciativa de se afastar dos respectivos cargos. Participaram da conversa, além de Temer: Romero Jucá, Geddel Vieira Lima. Eliseu Padilha e Moreira Franco. Jucá e Geddel já deixaram a Esplanada. Padilha e Moreira também já caíram, só que Temer finge que não percebeu.
O governo de Michel Temer, tal como o Presidente imagina existir, já acabou. Ainda que permaneça no Planalto até 2018, Temer será um presidente coxo. Constrangido e rejeitado, promete reformas e crescimento econômico arrastando as correntes da Odebrecht como um zumbi.

Aliados vêem risco de Temer cair antes de 2018
Josias de Souza
Domingo, 11/12/2016 04:55
A delação do ex-Diretor da Odebrecht, Claudio Melo Filho levou o governo de Michel Temer para outro patamar. Um patamar mais rebaixado. Políticos dos partidos governistas incluíram em suas análises a hipótese de o Presidente não concluir o mandato-tampão que vai até 2018. Formaram-se entre aliados do Presidente dois sólidos consensos: 1) as revelações do delator feriram gravemente o Governo; 2) Temer precisa reagir rapidamente, sob pena de ser carbonizado pela Lava Jato.
O blog conversou com um congressistas amigo de Temer. Ele disse ter passado o sábado (10) recolhendo impressões de outros parlamentares e de autoridades do Governo. Pendurado ao celular, falou com onze pessoas, algumas delas citadas na delação. Não quis revelar os nomes. Mas contou que nenhum dos seus interlocutores menosprezou o potencial de combustão das revelações do ex-responsável pelo lobby da Odebrecht em Brasília.
Há, porém, uma divisão entre os governistas. A parte do grupo que inclui os delatados avalia que Temer ainda exibe capacidade de reação. Bastaria perseverar nas reformas. O outro pedaço receia que o Governo Temer esteja irremediavelmente comprometido. Nessa visão, Temer está diante de uma adversidade que compromete sua pose de reformador. Além de estar pessoalmente envolvido, o Presidente rodeou-se de amigos e auxiliares tóxicos. Pessoas das quais ele tem dificuldades de se livrar.
De resto, a encrenca tende a aumentar. No total, 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht estão suando o dedo. Ainda há muita lama por escorrer. Logo, logo Marcelo Odebrecht prestará depoimento confirmando, por exemplo, que participou de um jantar no Palácio do Jaburu, em 2014, em que foi mordido em R$ 10 milhões pelo então Vice-Presidente Michel Temer. Dinheiro saído das arcas do Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht (pode me chamar de “Departamento de Propinas.)”.

NO O ANTAGONISTA
O caju abusado
Brasil Segunda-feira,12.12.16 07:22
Romero Jucá, codinome Caju, acossado pelos delatores da Odebrecht, quer intimidar os Procuradores desengavetando o projeto de lei do abuso de autoridade.
O Globo perguntou-lhe se ele negava as denúncias de Cláudio Melo Filho.
Ele respondeu:
"Se vaza o que não está homologado e ainda se criminaliza antecipadamente as pessoas. Tem algo de maldade nisso que vai ter que ser enfrentado na legislação. Quem fez isso está reabrindo a discussão que tínhamos amortecido no Senado, de votar a lei do abuso de autoridade".
O operário-padrão
Brasil 12.12.16 07:10
Lula é rejeitado por 44% dos eleitores, segundo o Datafolha.
Seis meses atrás, ele era rejeitado por 46%.
Esse número vai explodir nas próximas semanas.
Os maiores delatores da Odebrecht vão explicar como compraram Lula e o PT.
E os milhões de reais contabilizados na subplanilha Amigo vão desmascarar de uma vez por todas o operário-padrão da empreiteira.
Mas não é só isso.
Outros delatores, de outras empresas, se preparam para denunciá-lo.
A transportadora de kibe
Brasil 12.12.16 06:54
Gilberto Kassab recebeu 14 milhões de reais no Caixa Dois em 2013 e 2014, quando era Ministro de Dilma Rousseff.
Segundo O Globo, o fato foi relatado à PGR por Paulo Cesena, delator da Odebrecht Transportes.
Mas há mais denúncias contra ele.
Foco em Lula e no PT
Brasil 12.12.16 06:40
A Folha de S. Paulo diz que “aliados de Geraldo Alckmin apostam que as denúncias contra ele, de receber dinheiro de Caixa Dois da Odebrecht por meio do próprio cunhado, vão se diluir em meio a tantas outras que aparecerão nos relatos da empreiteira”.
Isso vale também para Michel Temer.
Quando forem publicados os anexos dos cinco maiores delatores da empreiteira, o foco será concentrado em Lula e no PT.
Os cinco maiores delatores da Odebrecht
Brasil 12.12.16 06:29
A Odebrecht tem 77 delatores.
Mas há uma escala de valores entre eles.
Cláudio Melo Filho atuava no Congresso Nacional e é o delator mais explosivo no que se refere ao varejo parlamentar.
Os cinco delatores mais importantes da empreiteira, porém, são outros: Emílio Odebrecht, Marcelo Odebrecht, Alexandrino Alencar, Pedro Novis e Benedicto Júnior.
Eles compraram o Poder Executivo.
Em particular, eles compraram o PT, repassando propina a dois Presidentes da República – Lula e Dilma Rousseff – e a dois Ministros da Fazenda – Antonio Palocci e Guido Mantega –, que atuavam como tesoureiros clandestinos do esquema.
"Não tenho conhecimento"
Brasil 12.12.16 06:05
Michel Temer deve estar feliz.
O delator Cláudio Melo Filho disse que ele pediu 10 milhões de reais à Odebrecht.
Disso nós já sabíamos.
Michel Temer tem até uma estratégia de defesa para rebater a denúncia.
Quatro meses atrás, ele a apresentou em O Antagonista:
A noite dos delatados
Brasil Domingo, 11.12.16 21:25
Depois da reunião com Eliseu Padilha e Moreira Franco, no Jaburu, Michel Temer partiu para jantar na casa de Rodrigo Maia.
Oficialmente, os encontros pretendem afinar a pauta de interesse do Governo no Congresso, informa o Estadão.
Extra-oficialmente o assunto a gente sabe qual é.
A ala petista da PGR
Brasil 11.12.16 14:28
Os mesmos repórteres da Veja que publicaram os depoimentos de Cláudio Melo Filho publicaram também os anexos de Léo Pinheiro.
Quem vazou esse material para a revista?
O Antagonista suspeita da ala petista da PGR.
Vazar para melar
Brasil 11.12.16 10:34
Se a PGR anular a delação de Claudio Melo Filho, ficará claro que, assim como no caso de Léo Pinheiro, a intenção de quem vazou era essa mesma: melar a Lava Jato.
Nas duas vezes, a Veja foi usada.
Acordo suspenso?
Brasil 11.12.16 10:26
A PGR pode suspender o acordo com Cláudio Melo Filho porque seus depoimentos foram vazados para a imprensa.
Isso já ocorreu no caso de Léo Pinheiro, da OAS.
Trata-se de um erro monumental.
Se a PGR suspender o acordo com o lobista da Odebrecht, os criminosos vão se livrar das denúncias vazando todas as delações.
O varejo da propina e o quadrilhão
Brasil 11.12.16 09:44
Cláudio Melo Filho delatou 48 deputados e senadores.
Seu parceiro José Filho vai delatar outros tantos.
Alguns deles foram associados a pagamentos de Caixa Dois.
Esses casos serão encaminhados pela PGR aos tribunais eleitorais e engavetados. No Brasil, ninguém é condenado por Caixa Dois.
Outros deputados e senadores foram pagos pela Odebrecht para aprovar leis e medidas provisórias.
Alguns deles serão denunciados pela PGR e, possivelmente, condenados.
Mas o processo que realmente importa é o do quadrilhão, o esquema comandado por Lula para assaltar o Estado em favor das empreiteiras.
Cláudio Melo Filho delatou o varejo. O Antagonista está interessado no atacado.
O esquema da Odebrecht
Brasil 11.12.16 08:47
O organograma da propina da Odebrecht foi descrito por Cláudio Melo Filho.
Alexandrino Alencar era o lobista mais importante da empreiteira.
Ele negociava com Lula e Gilberto Carvalho os contratos da Odebrecht; em seguida, os pagamentos eram operacionalizados por Antonio Palocci e seu assessor Branislav Kontic.
Gilberto Carvalho recebia os pedidos da empreiteira no Governo Lula e continuou a desempenhar esse papel no Governo Dilma Rousseff.
Cláudio Melo Filho, por sua vez, negociava o varejo do Congresso Nacional, juntamente com José Filho.
Além disso, cada empresa do grupo dispunha de seu próprio lobista: Marcelo Amaral na Braskem, José Carlos Nogueira na Odebrecht Internacional, Amaury Pekelman na Odebrecht Agroindustrial e assim por diante.
A empreiteira tinha também lobistas espalhados pelo Brasil, que negociavam contratos junto a Governos Estaduais e Municipais.
Os lobistas acertavam o valor da propina com os políticos e, em seguida, encaminhavam os pedidos ao Setor de Operações Estruturadas, que realizava os pagamentos e contabilizava as despesas em suas planilhas.
Cláudio Melo Filho entregou uma parte do Congresso Nacional. Os outros lobistas vão entregar o resto.
O topo do esquema, porém, passa por Lula, Emílio Odebrecht e Marcelo Odebrecht, com seus operadores Alexandrino Alencar, Antonio Palocci e, a partir de 2013, Guido Mantega.
Dilma Rousseff?
Ela era a principal executiva do esquema.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 10/12/2023 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 05/8/2023 - SÁBADO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 08/4/2024 - SEGUNDA-FEIRA