PRIMEIRA EDIÇÃO DE 30-11-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
QUARTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO DE 2016
O ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero pressionou contra a instalação da CPI da Lei Rouanet na Câmara dos Deputados, tanto quanto foi pressionado por Geddel Vieira Lima a levantar o embargo do Iphan à obra do edifício dele, em Salvador. Calero não queria CPI investigando a farra milionária usando a lei de incentivo à cultura. Ele telefonou três vezes ao deputado Alberto Fraga (DEM-DF), presidente da CPI, tentando impedir sua instalação.
Alberto Fraga confirma a pressão do ex-ministro Marcelo Calero contra a CPI da Lei Rouanet. “Quem cometeu tráfico de influência?”, questiona.
Tanto quanto a CPI, a Operação Boca Livre, da Polícia Federal, deflagrada em outubro, investiga a utilização corrupta da Lei Rouanet.
“Ele me pediu várias vezes para não instalar a CPI”, denunciou o deputado Alberto Fraga, referindo-se ao ex-ministro Marcelo Calero.
Além de Fraga, Calero foi à Câmara pressionar deputados do PMDB e de outros partidos contra a CPI. Mas sua pressão foi inútil.
A violência desta terça (29) em Brasília revelou alteração de estratégia de entidades como CUT e MST: a ordem agora é “tocar o terror” e não apenas “protestar” contra o limite dos gastos públicos, dos quais se locupletaram nos governos do PT. O objetivo de invadir o Congresso, para impedir sessões na Câmara e no Senado, foi frustrado pela pronta ação da Polícia Militar do DF. Adotou-se o “plano B”, para destruir ou depredar lixeiras, cones, banheiros químicos, automóveis e prédios.
A inteligência policial detectou bandidos comuns associados aos organizadores do protesto violento. Sete ministérios foram depredados.
Antes de incendiar, os bandidos do “protesto” de Brasília saquearam os carros, nas proximidades da Catedral de Brasília.
Além de promoverem destruição, os bandidos também agrediram covardemente cidadãos que tentavam se afastar da área de conflito.
A violência de bandidos e gastões, em Brasília, talvez sirva de “pedala” para autoridades que nunca punem os vândalos, como manda a lei, com medo de serem acusados de “criminalizar movimentos sociais”.
É falso afirmar que o protesto foi contra o limite dos gastos públicos ou reforma do ensino médio. Os bandidos e a pelegada do PT que os recrutou estão indóceis com as bocas-livres que perderam no governo.
A ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, marcou vigorosa posição contra as ameaças do Senado de Renan Calheiros à magistratura. E lembrou que “juiz sem independência não é juiz, é carimbador de despachos”.
Deputados de oposição suspeitam que Geddel Viera Lima não pagou um só centavo dos R$2,5 milhões do apartamento comprado no edifício La Vue, em Salvador. Eles querem CPI investigando o negócio.
Simpatizante de Jair Bolsonaro (PSC-RJ) filmava o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), no cafezinho da Câmara. Irritado, Wyllys tomou a câmera da mão do cinegrafista amador e o acusou de fascista.
Um servidor do Senado, que se aposentará em março, tietou Gilmar Mendes, durante audiência na Câmara: sacou um pau de selfie e arrancou uma foto com o ministro do Supremo Tribunal Federal.
O programa de milhagem da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) anima as companhias aéreas. De janeiro a novembro, gastou R$127 mil com “emissão de bilhete aéreo”. Tudo, é claro, por nossa conta.
Em outubro, a manifestação pró-vaquejadas reuniu cerca de 10 mil pessoas em Brasília contra a pretendida proibição da em todo o País. Três vezes maior que os bandidos que tocaram o terror, ontem.
...somos todos Chapecoense.

NO DIÁRIO DO PODER
GOLEADA DE TEMER
PAÍS COMEÇA A PÔR ORDEM NAS CONTAS PÚBLICAS APROVANDO PEC DO TETO
PEC QUE LIMITA GASTOS PÚBLICOS É APROVADA POR 61 X 14 NO SENADO
Publicado: quarta-feira, 30 de novembro de 2016 às 00:38 - Atualizado às 01:39
Redação
O Senado aprovou na noite desta terça-feira (29), em primeiro turno, o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição nº 55, que estabelece um teto para os gastos públicos nos próximos 20 anos. A vitória do governo Michel Temer foi de goleada e reafirmou a sólida maioria: 61 votos favoráveis e 14 contrários.
Após a análise de destaques apresentados pela oposição para fazer mudanças no texto — todos eles rejeitados — a sessão foi encerrada à 0h35 desta quarta-feira (30). A votação em segundo turno da PEC do Teto de Gastos está programada para 13 de dezembro próximo.
Pouco antes das 18h, o presidente do Senado chamou o item 1 da pauta, a PEC 55, e o relator, Eunício Oliveira (PMDB-CE), apresentou seu relatório favorável à aprovação da proposta e contrário às emendas apresentadas. Ele rechaçou as acusações da oposição de que o teto de gastos vai diminuir os investimentos públicos nas áreas de saúde e educação e reforçou que programas como o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e o Programa de Financiamento Estudantil (Fies) não terão prejuízos. A partir daí, foram quase sete horas de intensos debates no Plenário.
Teto de gastos
De acordo com o texto aprovado, a partir de 2018 e pelos próximos 20 anos, os gastos federais só poderão aumentar de acordo com a inflação acumulada conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O novo regime fiscal valerá para os orçamentos Fiscal e da Seguridade Social e para todos os órgãos e poderes da República. Dentro de um mesmo poder, haverá limites por órgão. Existirão, por exemplo, limites individualizados para tribunais, Conselho Nacional de Justiça, Senado, Câmara, Tribunal de Contas da União (TCU), Ministério Público da União, Conselho Nacional do Ministério Público e Defensoria Pública da União.
O órgão que desrespeitar seu teto ficará impedido de, no ano seguinte, dar aumento salarial, contratar pessoal, criar novas despesas ou conceder incentivos fiscais, no caso do Executivo.
A partir do décimo ano, o presidente da República poderá rever o critério uma vez a cada mandato presidencial, enviando um projeto de lei complementar ao Congresso Nacional.
Regra geral
A inflação a ser considerada para o cálculo dos gastos será a medida nos últimos 12 meses, até junho do ano anterior. Assim, em 2018, por exemplo, a inflação usada será a medida entre julho de 2016 e junho de 2017.
Para o primeiro ano de vigência da PEC, que é 2017, o teto será definido com base na despesa primária paga em 2016 (incluídos os restos a pagar), com a correção de 7,2%, que é a inflação prevista para este ano.
Exceções
Algumas despesas não vão ficar sujeitas ao teto. É o caso das transferências de recursos da União para Estados e Municípios. Também escapam gastos para realização de eleições e verbas para o Fundeb.
Saúde e educação também terão tratamento diferenciado. Esses dois pontos vêm gerando embates entre governistas e oposição desde que a PEC foi anunciada pelo presidente Michel Temer. Para 2017, a saúde terá 15% da Receita Corrente Líquida, que é o somatório arrecadado pelo governo, deduzido das transferências obrigatórias previstas na Constituição.
A educação, por sua vez, ficará com 18% da arrecadação de impostos. A partir de 2018, as duas áreas passarão a seguir o critério da inflação (IPCA).

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Texto contra a corrupção está longe do ideal, mas é um avanço — a menos que você pense como um esquerdista “revolucionário”
Não estamos vivendo um período revolucionário, felizmente! Democracia só avança com reformas permanentes. Evite a abordagem apocalíptica de desesperados ou oportunistas
Por: ricardojensen 
Quarta-feira, 30/11/2016 às 9:18
Delinquentes de esquerda, bandidos os mais variados, vândalos de toda natureza promoveram um espetáculo de selvageria nesta terça-feira (29) no entorno do Congresso. Carros foram virados e incendiados. Um policial recebeu uma facada. Outro levou uma pedrada na cabeça. A canalha queria invadir o Senado, onde se votava a PEC do teto de gastos. Protestava-se também contra a MP do ensino médio e se pedia o impeachment de Michel Temer. Em essência, os marginais entendiam que o Parlamento brasileiro não tem legitimidade para votar a medida que limita os gastos públicos. E é quase certo que a maioria dos não esquerdistas repudia a barbárie e é favorável à emenda, certo?
Atenção! Você precisa decidir, neste momento, se repudia aquela turba só porque é contra a pauta dos vermelhos ou se combate também aqueles métodos. Mais: você também precisa decidir se reconhece a prerrogativa do Congresso de votar leis, mesmo aquelas de que você discorda… Sigamos.
Na Câmara, votava-se o tal projeto originalmente chamada de “Dez Medidas da Corrupção”. O cerco a essa Casa não era físico, como aquele feito pelas esquerdas, mas era virtual. Assim como os comunas não reconhecem ao Senado o direito de votar a PEC dos gastos, muitos não esquerdistas, infelizmente, não reconheciam à Câmara o direito de se opor a parte das medidas propostas pelo Ministério Público. Setores da imprensa estão tratando o resultado como o Apocalipse. Vamos ver.
As medidas mais deletérias já tinham sido eliminadas do relatório de Onyx Lorenzoni, como a admissão de provas ilegais, a quase extinção do habeas corpus, o teste aleatório de honestidade e a ampliação das possibilidades de prisão preventiva. Assim, o texto me parecia aceitável, ainda que com exageros. Mas os deputados mudaram muita coisa, o que está levando muita gente e o próprio Lorenzoni a falar em projeto desfigurado.
Vamos lá. Prefiro destacar os avanços:
– criminalização do Caixa Dois;
– aumento da punição para crimes de corrupção;
– obrigação de os tribunais informarem o andamento dos processos, explicando a razão de eventuais atrasos;
– limitação de recursos protelatórios.
A gritaria
A gritaria se dá em razão do que foi suprimido ou acrescentado.
Acuados pelo Ministério Público Federal — afinal, um dos procuradores chegou a dizer que era hora de usar luvas de boxe —, os deputados tiveram um comportamento reativo. Incluíram, por exemplo, e já tratei do assunto aqui, a caracterização de crime de responsabilidade para juízes e membros do MP. O texto é vago e tende a ir parar no Supremo, sendo declarada a sua inconstitucionalidade.
Uma emenda patrocinada pela OAB prevê a punição de membros do MP, juízes e policiais que violarem os direitos e prerrogativas de advogados. Também foi suprimida do texto a figura do “reportante do bem”. Em que consistia? Quem fizesse uma denúncia que ajudasse a desvendar o crime contra os cofres públicos poderia receber até 20% do valor que fosse recuperado desde que não estivesse envolvido com a causa. Sinceramente, não vejo com bons olhos. Não me parece grave que tenha sido retirado do texto.
O Ministério Público certamente ficará descontente porque os deputados recusaram a proposta que lhe dava ainda mais poderes para tratar de acordos de leniência com pessoas físicas e jurídicas. Dizer o quê? Creio que o órgão já tem bastante poder hoje em dia. Não vejo como essa hipertrofia poderia fortalecer o combate a corrupção. O que me parece claro é que fortalecia ainda mais o Ministério Público.
A Câmara derrubou também a responsabilização dos partidos políticos e dirigentes partidários por atos cometidos por pessoas filiadas à sigla. Pois é… O nome disso, infelizmente, é “responsabilização objetiva” e creio que seria barrada no Supremo se prosperasse e alguém recorresse. Ora, se há provas de envolvimento dos dirigentes, é certo que serão responsabilizados. Culpá-los em razão da função que ocupam é o mesmo que tentar culpar Rodrigo Janot se algum procurador cometer alguma ilegalidade.
O que realmente me parece ruim, além da inoportuna caracterização do crime de responsabilidade para juízes e membros do MP (que tende a ser derrubada pelo Supremo), é a recusa da tipificação do crime de enriquecimento ilícito. É claro que pode ter muita gente sem-vergonha que está apenas tentando se proteger. Mas há pessoas de boa-fé que acreditam que isso tem de se dar no bojo de uma reforma do Código Penal. Aliás, a comissão que foi criada com esse fim abrigou essa proposta.
À diferença de Onyx Lorenzoni, que ficou consternado, prefiro dar destaque aos avanços, que existem, apostando que o texto ainda pode ser aperfeiçoado no Senado, sendo certo que pode ter no Supremo o seu crivo final.
Não estamos vivendo um período revolucionário, em que ou se aceitam todas as demandas das forças da nova ordem, ou se começa a organizar a fila da guilhotina. A democracia é um processo que se faz com sucessivas e permanentes reformas. É só assim que se muda o que tem de ser mudado e se conserva o que tem de ser conservado, até para que as mudanças continuem.
É preciso tirar do horizonte esse clima de Comitê de Salvação Nacional.
Isso sempre dana tudo.
Sim, é possível melhorar o que foi aprovado. Mas você precisa responder: à diferença do PT, do PCdoB, do PSOL e afins, você reconhece a prerrogativa do Congresso de votar leis ou também fica com vontade de invadir e quebrar tudo quando eles não fazem aquilo que você quer?
O País avançou. E pode caminhar ainda mais. Que os Poderes constituídos e o Ministério Público se atenham a seus papéis institucionais, cumprindo as funções que lhes reservam a Constituição.

Jandira, esse borrão de deputada, culpa MBL e outros não esquerdistas por vandalismo de seus amiguinhos comunistas
Deveria haver um limite para a estupidez, claro!, mas não há. Em casos assim, só os eleitores podem fazer o saneamento
Por: Reinaldo Azevedo 
Terça-feira, 29/11/2016 às 21:16
Os comunistas viraram carros (um deles da imprensa), bateram em jornalistas, tentaram invadir o Congresso…
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) atribuiu tudo aos infiltrados… Disse ser coisa, entre outros, do… MBL!!!
Entenderam?
Ah, sim: também hoje, Jandirão lastimou o acidente aéreo que matou a equipe da Chapecoense e profissionais da imprensa. Uma tragédia da aviação, para ela.
E aproveitou para lamentar uma perda sofrida pela “Humanidade” (sim, ela disse isso): Fidel Castro.
Jandira não é uma deputada, é uma caricatura.
Erro. Jandira não é uma caricatura. É um borrão.

NO BLOG DO JOSIAS
‘Câmara sai menor desse processo’, diz relator
Josias de Souza
Quarta-feira, 30/11/2016 06:18
Para o deputado Onyx Lorenzoni, a Câmara desperdiçou uma oportunidade de elevar sua estatura na votação do pacote de medidas anticorrupção. Preferiu rebaixar o pé-direito. “A câmara perdeu uma oportunidade de se reconciliar com a sociedade”, disse Onyx ao blog, na madrugada desta quarta-feira.
O deputado acrescentou: “O que é mais triste é que, entre a população e a corporação, a Câmara optou por olhar para dentro. Ficou com a corporação. Perdeu a chance de recuperar alguma credibilidade. Sai muito menor desse episódio. E os próximos meses serão muito ruins. O risco de abrir uma crise institucional entre Poderes é gigantesca. Judiciário e Ministério Público vão reagir.”
Para Onyx, as emendas que foram penduradas no pacote anticorrupção durante a madrugada “desfiguraram tudo.” Ele enfatizou: “Foi uma destruição.” O projeto seguirá para o Senado. E o relator receia que o texto fique ainda pior depois que passar pelo filtro do Senado.

Câmara injeta vingança contra juízes e procuradores no pacote anticorrupção
Josias de Souza
Quarta-feira, 30/11/2016 03:30
Depois de abandonar, sob pressão popular, a ideia de se autoconceder uma anistia para os crimes de Caixa Dois, corrupção, lavagem de dinheiro e um enorme etcétera, os deputados aprovaram na madrugada desta quarta-feira uma emenda com gostinho de vingança. O texto foi empurrado para dentro do pacote anticorrupção que chegou à Câmara apoiado por 2,4 milhões de brasileiros. Trata da punição de juízes como Sergio Moro e de procuradores como os membros da força tarefa da Lava Jato por “abuso de autoridade”.
O resultado da votação, por acachapante, revela o tamanho do desejo da Câmara — apinhada de investigados — de enquadrar investigadores e julgadores. Votaram a favor da proposta 313 deputados. Contra, 132. Houve 5 abstenções. Pressionando aqui, você chega à íntegra da lista de votação. Supremo paradoxo: 69,6% dos presentes, que tinham votado a favor do pacote anticorrupção, aprovaram a emenda que visa a constranger magistrados e membros do Ministério Público. Apertando aqui, você vai à integra da emenda.
Pelo texto aprovado, ficam sujeitos a punições que vão de dois meses a dois anos de cadeia, mais multa, aqueles que ajuizarem “ação civil pública e de improbidade temerárias, com má-fé, manifesta intenção de promoção pessoal ou visando a perseguição política.'' Com base nesses critérios subjetivos, qualquer pessoa pode representar contra um agente público, inclusive investigados e processados. Ficam sujeitos a punição também juízes que concederem entrevistas sobre processos pendentes de julgamento. Ou que fizerem “juízo depreciativo” sobre despachos, votos ou sentenças alheias.
A emenda da vingança foi apenas uma num lote de propostas penduradas no pacto anticorrupção com o propósito de desfigurá-lo. Primeiro, os deputados aprovaram o texto com as medidas saneadoras sugeridas pela força tarefa da Lava Jato, ressalvadas as emendas. O placar sinalizava um apoio maciço à cruzada em favor da moralidade: 450 votos a favor, 1 contra e 3 abstenções. Na sequência, vieram as emendas que promoveram uma lipoaspiração no projeto original.
Num instante em que há uma fome de limpeza no País, os deputados passaram a madrugada votando para mostrar de que é feito o Legislativo brasileiro. Já não há muitos inocentes no prédio projetado por Oscar Niemeyer como templo da democracia. Há apenas culpados e cúmplices.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Quarta-feira, 30 de novembro de 2016
Corruptos não querem combater corrupção
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Com o poder de influência da mídia atraindo toda a atenção das pessoas para a tragédia com o time da Chapecoense, era previsível que os deputados e senadores iriam aproveitar para fazer suas armações. Não deu outra. O plenário da Câmara desfigurou o projeto de medidas de combate à corrupção. Os deputados aprovaram todos os relatórios para mudar o texto produzido pelo relator Onyx Lorenzoni.
Completamente contrariado e abatido, às 4h30min da madrugada, o derrotado Lorenzoni resumiu o que aconteceu: “Lamentavelmente o que a gente viu foi uma desconfiguração completa do relatório, e trouxeram essa famigerada situação de ameaça, de cala a boca, de agressão ao trabalho dos investigadores brasileiros. A Câmara perdeu uma excelente oportunidade de prestar um serviço ao Brasil e, movidos por sede de vingança contra o Ministério Público e o Judiciário, começaram uma crise institucional que deve se agravar”.
Os deputados detonaram vários pontos do projeto de combate à corrupção: criminalização do enriquecimento ilícito, a criação do figura do "reportante do bem" - que recebe recompensa por denunciar ilegalidades -, o aumento do prazo de prescrição dos crimes e passar a contá-lo a partir do oferecimento da denúncia e não do seu recebimento. Os parlamentares excluíram o acordo penal - onde a sanção possa ser negociada e aceita pelo autor do crime. Também eliminaram todas as regras sobre celebração de acordo leniência. Para piorar, ainda incluíram no projeto a tipificação do crime de abuso de autoridade para magistrados e integrantes do Ministério Público.
Daquelas dez medidas originais apresentadas pelo Ministério Público, com o apoio de mais de dois milhões de assinaturas de cidadãos, os deputados só salvaram duas: a criminalização do caixa dois e o artigo que exige que os tribunais de Justiça e o Ministério Público divulguem informações sobre tempo de tramitação de processos e que se identifiquem as razões da demora de julgá-los. Permaneceu parcialmente a limitação do uso de recursos que protelam o andamento dos processos e a medida que torna corrupção em crime hediondo quando a vantagem ou prejuízo para a administração pública for igual ou superior a dez mil salários mínimos vigentes à época do fato.
Resumindo a parada: Um parlamento com centenas de políticos enrolados em casos de corrupção, naturalmente, não iria jogar contra o próprio patrimônio. A corrupta politicagem tupiniquim, embora às vezes pose de idiota, raramente dá tiro no próprio pé. Agora, ficou ainda mais escancarada a guerra entre o Executivo e o Legislativo contra o Judiciário e o Ministério Público. 
Uma coisa é certa: se as coisas estão institucionalmente ruins no Brasil, podem ficar ainda piores...
Tudo louco

O Senado aprovou a louca PEC dos Gastos, com alto risco de engessar a administração pública por duas décadas, sem que isto represente uma real redução da gastança...
O Supremo Tribunal Federal decidiu que não é crime o aborto no Brasil, caso seja feito antes do terceiro mês de gestação...
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) não aprovou a fusão entre a BM&F Bovespa e a Cetip nos termos propostos, o que deve render muita polêmica, judicialização e prejuízos.
As gravações indiscretas feitas pelo ex-ministro da Cultura, Alexandre Calero, contra seu Presidente da República confirmam que Michel Temer pediu uma ajudazinha em favor de Geddel Vieira Lima para liberar a obra milionária do prédio de alto luxo em área tombada de Salvador. 
E o avião que levava a Chapecoense pode ter caído por “pane seca” – falta de combustível...

NO O ANTAGONISTA
O responsável pelo crime de responsabilidade
Brasil Quarta-feira, 30.11.16 11:07
Weverton Rocha mereceu uma reportagem de O Globo, que cita alguns dos fatos que publicamos ontem e acrescenta outros:
"O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Weverton Rocha (MA), autor da emenda que desfigurou as chamadas dez medidas de combate à corrupção, é investigado no STF em ao menos dois inquéritos por crimes contra a administração pública. A emenda apresentada pelo pedetista incorporou ao texto a previsão de crime de responsabilidade de juízes e promotores, em clara resposta à operação Lava Jato e às medidas que endurecem o combate à corrupção.
De acordo com a Transparência Brasil, organização não-governamental que analisa a conduta e a atuação de parlamentares, Weverton Rocha é investigado por peculato e corrupção, por suposto envolvimento com o desvio de verbas do Ministério do Trabalho, por meio a contratação irregular de ONGs. Ele também é investigado por suposto crime contra a Lei de Licitação à época em que comandava a Secretaria de Esporte do Maranhão. Segundo a denúncia, ele teria favorecido uma empresa para a reforma de um ginásio, dispensando a licitação de forma indevida".
Eles não querem o fim do foro!
Brasil 30.11.16 10:57
Aloysio Nunes, líder do governo no Senado, diz que a PEC do fim do foro encontrará "inúmeros obstáculos" na sua tramitação.
Claro.
O tucano defende mudanças no texto de Randolfe Rodrigues.
Os profissionais
Brasil 30.11.16 10:56
De um personagem importante em Brasília:
"Enfrentar Vanessa Grazziotin e Lindbergh Farias era fácil; combater Renan Calheiros e Romero Jucá é coisa muito diferente. Esses são profissionais."
"Não há razão para suspender"
Brasil 30.11.16 10:54
Álvaro Dias rebate a sugestão de Romero Jucá para adiar a discussão do fim do foro.
Ele repete o que sabemos e os pares fingem que não: foro virou sinônimo de impunidade.
Jucá quer melar o fim do foro
Brasil 30.11.16 10:44
A vez de Romero Jucá comentar o fim do foro:
"Acho importante tomarmos algumas medidas. Não é ser contra ou a favor."
O líder do governo no Congresso defende adiamento da discussão.
Piloto de avião teria omitido falta de combustível
Brasil 30.11.16 10:46
Circula na Colômbia uma gravação em que um suposto piloto descreve o que teria acontecido no trágico voo da Chapecoense.
Ele diz que, ao se aproximar para aterrissagem em Medellín, o piloto da LaMia foi avisado pela torre de comando que um Airbus da VivaColômbia havia declarado emergência por vazamento de combustível, o que daria a ele preferência no pouso.
O controlador teria perguntado se o avião da LaMia poderia retardar seu pouso, recebendo sinal positivo do piloto.
Depois de dar duas voltas, o piloto retomou o contato com a torre, que informou que ele era o terceiro da fila: depois do Airbus, deveriam pousar um "avião da Lan Chile e outro da Copa".
Três minutos depois, já sem combustível, o piloto falou novamente com a torre: disse que tinha uma pane elétrica.
"Ele falou isso para não ser multado. Falta de combustível pode levar ao pagamento de multas altíssimas, que quebram a empresa", conta o homem na gravação.
"Sem combustível para chegar até a pista, ele bateu contro o morro".
Viva Cármen
Brasil 30.11.16 10:37
Quem deve assumir a presidência caso Michel Temer seja cassado?
127 empresários, chefes de financeiras e de grandes escritórios de advocacia foram ouvidos pela newsletter "Relatório reservado".
O resultado da pesquisa foi publicado por Ancelmo Gois, em O Globo.
Cármen Lúcia foi escolhida por 29% dos entrevistados.
Nelson Jobim recebeu 23% das preferências (estão doidos?).
Gilmar Mendes e Fernando Henrique Cardoso ganharam 15% cada um.
Lula defende Cunha
Brasil 30.11.16 08:55
Lula vai depor hoje na Lava Jato como testemunha de defesa de Eduardo Cunha.
O comandante máximo vai defender um de seus mais valorosos coronéis.
Dois milhões de manifestantes
Brasil 30.11.16 08:36
A sociedade é refém do bando que tomou conta do Congresso Nacional.
Mas quem assinou o pacote das Dez Medidas tem o dever de reagir.
Dois milhões de assinaturas precisam se transformar em dois milhões de manifestantes.

Acrônimo nas ruas
Brasil 30.11.16 08:10
Fernando Pimentel pode estar solto, mas a PF não desistiu.
A 12° fase da Acrônimo está nas ruas.
Boi de piranha
Brasil 30.11.16 07:52
Renan Calheiros ganhou.
A emenda aprovada nesta madrugada pelos deputados, que estabelece o crime de responsabilidade para magistrados e procuradores, é claramente inconstitucional.
Mas Weverton Rocha é boi de piranha.
Sua Lei do Terror será substituída, em 6 de dezembro, por aquela de Renan Calheiros, o homem dos 12 inquéritos.
ANTRO DE GOLPISTAS
Brasil 30.11.16 06:36
No domingo, no Palácio do Planalto, Michel Temer, Rodrigo Maia e Renan Calheiros prometeram vetar a anistia para os membros da ORCRIM.
Naquela noite, Rodrigo Maia e Moreira Franco - representante de Michel Temer - foram à casa de Renan Calheiros.
Durante o encontro, eles montaram o pacote contra a Lava Jato que os deputados aprovaram nesta madrugada, com o apoio de Lula e do resto do quadrilhão.
A desonestidade dessa gente não tem limite.
Lava Jato arrasada
Brasil 30.11.16 06:16
O triunfo da ORCRIM foi bem resumido em reportagem de O Globo:
"O plenário da Câmara desfigurou completamente o relatório de medidas de combate à corrupção e tirou do texto pontos-chave como a criminalização do enriquecimento ilícito, a criação do figura do 'reportante do bem' - que recebe recompensa por denunciar ilegalidades -, o aumento do prazo de prescrição dos crimes e passar a contá-lo a partir do oferecimento da denúncia e não do seu recebimento, excluiu o acordo penal - onde a sanção possa ser negociada e aceita pelo autor do crime - e tira todas as regras sobre celebração de acordo leniência. Os parlamentares ainda incluíram no projeto a tipificação do crime de abuso de autoridade para magistrados e integrantes do Ministério Público.
Das dez medidas originais apresentadas pelo Ministério Público, autor do pacote, duas permaneceram integralmente - criminalização do Caixa Dois e o artigo que exige que os tribunais de Justiça e o Ministério Público divulguem informações sobre tempo de tramitação de processos e que se identifiquem as razões da demora de julgá-los".

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