PRIMEIRA EDIÇÃO DE 15-9-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
QUINTA-FEIRA, 15 DE SETEMBRO DE 2016
A denúncia devastadora contra o ex-presidente Lula, apresentada nesta quarta-feira (14) pela força-tarefa da Lava Jato, provoca a pergunta que não quer calar: “Por que o ‘comandante máximo da propinocracia’ ainda não foi preso?” O meticuloso procurador Deltan Dallagnol mostrou como Lula, seu PT e cúmplices implantaram um esquema criminoso que resultou, só na Petrobras, num roubo de R$6,2 bilhões.
Num primeiro momento, o MPF exige na Justiça que o ex-presidente Lula devolva R$87 milhões aos cofres públicos em apenas um caso.
Segundo Dallagnol, o objetivo de Lula com a ladroagem era “garantir a governabilidade”. Mas só assegurou a “governabilidade corrompida”.
Procuradores verificaram que o esquema de Lula chegou ao ponto de não ser mais necessário cobrar propina. Já havia virado regra.
Lula é acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio, enriquecimento ilícito, falsidade ideológica etc.
A Polícia Federal monitora Lula por não poder descartar a hipótese de fuga. Afinal, há possibilidade concreta de decretação de sua prisão. O ex-presidente tem dito que não “reconhece” a autoridade do juiz Sérgio Moro e insiste em ser julgado só pelo Supremo Tribunal Federal. Mas foi a fuga de Mauricio Funes, ex-presidente de El Salvador, amigo de Lula, acusado de corrupção, que ligou o “alerta” na força-tarefa.
Mauricio Funes se diz “petista”, o marqueteiro João Santana fez sua campanha e ele era casado com uma brasileira filiada ao PT.
Investigadores apuram contatos de Lula com governantes da América do Sul e da África que seu governo financiou fortemente.
Além do Uruguai, Lula tem relações próximas com governantes da Venezuela e Equador e outros países integrantes do “Foro São Paulo”.
O procurador Deltan Dallagnol não informou se havia pedido a prisão de Lula, lembrando que o MPF jamais divulga o que pretende fazer. Mas a verdade é que a prisão de Lula foi mesmo solicitada.
A devastadora denúncia contra Lula terá efeito colateral: o Tribunal Superior Eleitoral retoma o processo da extinção do PT, cancelando seu registro por “doações” de dinheiro roubado da Petrobras.
Enquanto a força-tarefa da Lava Jato revelava detalhes da denúncia contra o “poderoso chefão”, a pergunta se recusava a calar: quando é que Lula, que para o MPF é o “chefe supremo da corrupção”, vai se juntar na cadeia a José Dirceu, o “gerente da organização criminosa”?
Deputado Pedro Uczai (PT-SC) viaja na maionese, na Câmara. Ele disse que Lula, denunciado pelo Ministério Público por corrupção, é “perseguido”. Ele não vê qualquer caso envolvendo o ex-presidente.
Na Câmara, deputados ficaram estarrecidos com a morte do labrador Nego, cão sacrificado pela ex-presidente Dilma após o impeachment. "Não estava acreditando", disse o perplexo Laércio Oliveira (SD-SE).
Os senadores Reguffe (Sem partido-DF) e Eunício Oliveira (PMDB-CE) não participaram da farra de pedidos de “ressarcimento” de gastos. Esse tipo de despesa já nos custou R$ 12,18 milhões só até agosto.
A Câmara retornou ao ritmo normal... de falta de trabalho. Após a cassação de Eduardo Cunha, só meia dúzia de gatos pingados apareceu para trabalhar, ontem. Mas os salários não serão cortados.
Dos dez senadores do PT e de Dilma, sete são investigados ou respondem a processos. Ângela Portela (RR), Gleisi Hoffmann (PR), Humberto Costa (PE), Jorge Viana (AC), Lindbergh Farias (RJ) e Paulo Rocha (PA) são alvos de investigação no Supremo Tribunal Federal.
...não foi a casa que caiu; foi o tríplex.

NO DIÁRIO DO PODER
MPF DENUNCIA 'COMANDANTE MÁXIMO' DA CORRUPÇÃO
MPF: LULA É O COMANDANTE MÁXIMO DA CORRUPÇÃO INVESTIGADA PELA LAVA JATO
LAVA JATO APONTA LULA COMO O COMANDANTE MÁXIMO DA CORRUPÇÃO
Publicado: quarta-feira,14 de setembro de 2016 às 16:30 - Atualizado às 00:00
Redação
DALLAGNOL DETALHOU ESQUEMA DE CORRUPÇÃO QUE TEVE LULA COMO "COMANDANTE MÁXIMO"

O procurador da República Deltan Dallagnol detalhou a denúncia contra o ex-presidente Lula e afirmou que o petista é o "comandante máximo do esquema de corrupção investigado pela Lava Jato". De acordo com o comandante da força-tarefa da Lava Jato, Lula chefiou uma verdadeira "propinocracia", sistema de governo baseado na divisão de propina para manter controle do Congresso.
FOTO: REPRODUÇÃO GNEWS 

Dallagnol explicou que o esquema funcionou de 2006 a 2016 com um total de R$ 87 milhões desviados por meio de contratos superfaturados ou fictícios e R$ 3,7 milhões relacionados à lavagem de dinheiro. No caso da lavagem de dinheiro o valor corresponde ao total de "valores indevidos" remetidos ao ex-presidente por meio da compra e reforma do triplex no edifício Solaris, no Guarujá-SP, pela OAS.
Para o Ministério Público Federal (MPF), assim que chegou ao poder, o governo Lula se empenhou em atingir a "governabilidade corrompida" por meio de pagamento de propina, a "perpetuação criminosa no poder" e o "enriquecimento ilícito" utilizando não apenas a Petrobras, mas a Eletrobras, os ministérios do Planejamento e da Saúde, além da Caixa e outros órgãos.
FOTO: REPRODUÇÃO GNEWS

Apesar do esquema classificado como "sofisticado e difuso" a Petrobras era tida como a "galinha dos ovos de ouro" para o governo Lula. Segundo a denúncia, o ex-presidente incumbiu diretores e gerentes, entre eles Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Pedro Barusco, de garantir as propinas milionárias junto às empreiteiras vencedoras de contratos com a estatal.

LAVA JATO
STF NEGA HABEAS CORPUS A PECUARISTA JOSÉ CARLOS BUMLAI
ZAVASCKI DIZ QUE CABE A SÉRGIO MORO ANALISAR ESTADO DE SAÚDE
Publicado: quarta-feira,14 de setembro de 2016 às 15:48 - Atualizado às 16:47
Redação
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou um pedido de habeas corpus feito pelo pecuarista José Carlos Bumlai, que se encontra preso preventivamente na carceragem da Polícia Federal de Curitiba desde o último dia 6.
Apesar de indeferir o habeas corpus, Zavascki solicitou informações sobre o estado de saúde de Bumlai e determinou que o juiz Sergio Moro, da Justiça Federal do Paraná, as avalie com mais cautela ao analisar uma possível prisão domiciliar.
“As condições de saúde do paciente podem e devem ser avaliadas pelo magistrado de primeiro grau, sem que isso se confunda com a prisão cautelar, objeto da impetração. Necessário, assim, aguardar-se as informações solicitadas”, disse Zavascki, relator da Operação Lava Jato no STF, no pedido.
Bumlai é investigado pelos crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de bens e teve a prisão preventiva decretada em novembro de 2015, na Operação Passe Livre, 21ª fase da Lava Jato. Em março deste ano, ele teve permissão para cumprir detenção domiciliar, por causa do tratamento de um câncer na bexiga e de problemas no coração.
Moro ordenou que ele se reapresentasse à carceragem da Polícia Federal em Curitiba no início deste mês, alegando que os atestados apresentados para justificar a prisão domiciliar são vagos e não trazem previsão de alta.
O magistrado também levou em consideração indícios de que Bumlai “auxiliou terceiros a subornar criminoso a fim de evitar que esse celebrasse acordo de colaboração premiada”, o que a defesa nega.
Inquérito
Bumlai, que é apontado pelos investigadores como amigo pessoal do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, é suspeito de ter contraído um empréstimo de R$ 12 milhões junto ao Banco Schahin com o objetivo de financiar gastos do PT.
O MPF acredita que parte do dinheiro foi utilizado pelo partido para pagar o empresário Ronan Maria Pinto, dono do jornal Diário do Grande ABC. Ele estaria chantageando líderes da sigla porque tinha informações que ligavam integrantes do partido à morte do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel.
Posteriormente, o Grupo Schahin firmou um contrato de US$ 1,6 bilhão com a Petrobras para a operação de um navio sonda. A força-tarefa da Lava Jato suspeita que o negócio tenha sido uma compensação para que não fosse cobrada a dívida assumida por Bumlai, que nunca pagou o empréstimo. (ABr)

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Vamos torcer pela “boulosização” do PT. Assim, o partido acaba mais depressa
Qual vai ser a reação do PT ao anúncio de que Lula é chefe de uma organização criminosa? Aposta na prudência e na eventual absolvição de Lula ou apressa seu fim?
Por: Reinaldo Azevedo 
Quinta-feira, 15/09/2016 às 5:21
Qual vai ser a reação do PT ao mais duro golpe sofrido até agora?
Que os métodos e as heterodoxias de Deltan Dallagnol colaboram com a defesa de Lula no médio e no longo prazos, eis algo evidente. Mas não é menos claro que, no curto prazo, o partido fica ainda mais acuado. O que fazer? Apelando a uma ironia, o pior erro seria tentar acordar a múmia de Lênin…
Vamos lá. Quando Sérgio Moro cometeu aquele exagero óbvio e determinou a condução coercitiva do chefão petista, este fez um discurso contundente e chamou a sua militância à rua. Os companheiros resolveram se encher de brios. Parecia que o mostro vermelho poderia acordar ali de seu sono. A esperança durou pouco. O dia 13 de março assistiu à maior manifestação da História do País: em favor do impeachment. Três dias depois, Moro resolveu divulgar o conteúdo de grampos que mostravam o claro esforço de Lula de melar a investigação. O que restava de reputação ao governo Dilma foi tragado. A partir daquele momento, a legenda não se encontrou mais e foi cometendo erros em série. Uma das decisões estúpidas foi apressar a nomeação de Lula para chefe da Casa Civil. Deu no que deu.
Pouco coisa restou ao PT senão esperar a deposição de Dilma. Já ali, os petistas que ainda conservavam uma capacidade mínima de ler a realidade não acreditavam mais na sobrevivência da então presidente. Sem poder de reação, a legenda se entregou às vontades dos ditos “movimentos sociais”.
É evidente que uma certa excitação estava em curso, embalada, em boa parte, pela, digamos assim, “militância qualificada” na imprensa e no meio artístico. Lula e o PT resolveram se pintar para a guerra e combater a suposta “agenda conservadora” do governo Temer. A legenda teve de cair nos braços de tipos como Guilherme Boulos. Os black blocs fizeram o trabalho de difamação da Polícia Militar, especialmente em São Paulo, e a coisa ameaçava ganhar corpo.
Pois é… Haja ânimo para um próximo protesto. Em nome de quê? Quem será conduzido em triunfo? O chefe da organização criminosa?
A pior saída para o PT, obviamente, será inflamar o discurso. Em situações assim, quanto menor é o protesto, mais radical se mostra. Os estúpidos costumam ser particularmente convincentes nesses casos, e os extremistas parecem ter razão prática. Fica fácil secretar o ódio.
Se o PT tiver um mínimo de juízo e prudência, vai aliviar a tensão da corda, em vez de puxá-la ainda mais. A única chance de sobrevivência do PT está na absolvição de Lula, caminho que a porra-louquice de Dallagnol, sem dúvida, abriu. Se, no entanto, se entregar à condução de mestres como Guilherme Boulos, aí o fim da legenda se antecipa.
Pensando bem, que tal a gente torcer por Boulos, se é que me entendem?…

Sempre foi assim, sempre será: escrevo e falo o que quero, não o que querem que eu escreva e fale
Quem leu ou ouviu com o entendimento, não com o seu ódio, o que escrevi ou falei sabe que lamentei na coletiva a ajuda involuntária que a força-tarefa prestou à defesa de Lula
Por: Reinaldo Azevedo 
Quinta-feira, 15/09/2016 às 4:08
Se há uma coisa que aprendi em mais de 10 anos de Internet — no papel, isso não era tão visível porque a reação tardava a chegar — é que um texto nunca está só. Ele se faz acompanhar por milhares de outros. Quais outros? Os que derivam do entendimento dos leitores. Especialmente nos dias em curso, em que pensar parece ser um pecado mortal, e só vale torcer: tudo vira Facebook, propaganda ou gritaria. Nunca me importei com o alarido. Não vou começar agora. É, para mim, uma oportunidade a mais de reflexão. E isso vale também para o que digo no rádio ou na televisão.
O que apontei nesta quarta-feira, 14 — e estou ainda mais convicto nesta quinta-feira, depois de ler a denúncia — não foi, obviamente, a inocência de Lula. Eu me ative àquilo que todo advogado percebeu de imediato, àquilo que todo juiz sabe, àquilo que qualquer representante do Ministério Público constatou: houve uma dissintonia entre a narrativa feita por Deltan Dallagnol, o coordenador da força-tarefa, e os tipos penais da acusação. Não se diz que um ex-presidente da República, quando no exercício do cargo, atuou como o grande chefe de uma organização criminosa para, na peça encaminhada ao juiz, acusá-lo, formalmente, de corrupção passiva e lavagem de dinheiro apenas.
Impressionante! Eu não disse que Lula é inocente no caso do apartamento. Eu não disse que Lula é inocente no caso da organização criminosa. Tendo a achar, inclusive, que o organograma apresentado por Dallagnol está correto. Deve ser aquilo mesmo. Apontei o que me parece uma óbvia incorreção de natureza técnica. Se e quando o Ministério Público Federal reunir, então, as provas de que Lula é mesmo o chefe da organização criminosa, que ele seja disso acusado.
Chegar a essa conclusão a parir de um conjunto de elementos de convicção para embasar uma denúncia que diz respeito a um apartamento, bem…, qualquer um reconhece a heterodoxia do procedimento. Que acabará, obviamente, por beneficiar o ex-presidente em juízo.
Ocorre que, em momentos assim, boa parte das pessoas quer ouvir apenas a reiteração daquilo que já pensa. Apontar fragilidades na denúncia e censurar os métodos empregados pela força-tarefa corresponderiam a dizer que Lula é inocente. O que, obviamente, não acho. Mas também não deixarei que o mau leitor, que o mau ouvinte e que o mau telespectador pautem a minha análise. Escrevo e falo para quem sabe ler e ouvir.
Não contem comigo para endossar procedimentos heterodoxos nem a favor das pessoas de que gosto nem contra as pessoas de que não gosto. A minha profissão, reitero, é jornalismo, não animador de torcida.
De resto, sugiro que os leitores, os ouvintes, os telespectadores — aqueles todos que acompanham o meu trabalho, gostem ou não dele — conversem com advogados e outros profissionais ligados ao Direito para saber se a minha crítica é ou não procedente do ponto de vista técnico. “Ah, eu não dou bola para o Direito”…
Pois é… Sem ele, a gente volta à conversa mediada por pedras e paus.
Quem leu ou ouviu com o entendimento, não com o seu ódio, o que escrevi ou falei sabe que lamentei na coletiva a ajuda involuntária que a força-tarefa prestou à defesa de Lula.

Teori envia ação contra Cunha para Moro e arquiva pedido de prisão
O outro processo foi encaminhado para a Justiça Federal no Rio de Janeiro porque envolve a ex-deputada Solange Almeida (PMDB). Como ela é prefeita de Rio Bonito, possui foro na segunda instância
Por: Reinaldo Azevedo 
Quarta-feira, 14/09/2016 às 21:40
Por Gabriel Mascarenhas, na Folha. Comento mais tarde:
O ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu nesta quarta-feira enviar a instâncias inferiores as duas ações penais em que o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é réu.
Uma delas ficará sob a responsabilidade do juiz Sérgio Moro, na primeira instância da Justiça Federal no Paraná, e a outra seguirá para o Tribunal Regional Federal, do Rio de Janeiro.
Moro cuidará do processo pelo qual o ex-parlamentar é acusado de manter contas não declaradas na Suíça.
De acordo com a denúncia da PGR, nesse caso, ele recebeu mais de R$ 5 milhões em propina por viabilizar a aquisição de um campo de petróleo em Benin, na África, pela Petrobras.
As transferências ocorreram entre 2010 e 2011. Foram feitas pelo lobista João Augusto Henriques, por meio de uma instituição financeira no exterior, para contas ligadas a Cunha.
O outro processo foi encaminhado para a Justiça Federal no Rio de Janeiro porque envolve a ex-deputada Solange Almeida (PMDB). Como ela é prefeita de Rio Bonito, possui foro na segunda instância.
Cunha e sua correligionária são acusados de terem atuado num esquema de pagamento de suborno referente a contratos da Petrobras para a aquisição de navios-sonda. Neste caso, o ex-deputado teria recebido R$ 5 milhões, de acordo com as investigações.
“A jurisprudência consolidada do Supremo é no sentido de não mais subsistir a sua competência penal originária se, no curso do inquérito ou da ação penal, sobrevém a cessação da investidura do investigado ou acusado no cargo, função ou mandato cuja titularidade justificava a outorga de prerrogativa de foro”, escreveu Teori, ao justificar o envio à Justiça Federal do Rio.
PRISÃO
Ao pleitear a prisão de Cunha, a PGR argumentou que ele estava se utilizando da condição de deputado para atrapalhar as investigações. Teori entendeu que, ao perder o mandato, o pedido da PGR não se justificaria mais.
OUTRO LADO
Os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo, que representam Eduardo Cunha, afirmaram que não tiveram acesso aos despachos. “Tão logo isso ocorra, vai-se analisar quais medidas poderão ser adotadas”, afirmou Figueiredo.
A defesa recorreu à Câmara nesta quarta-feira contra a decisão do plenário da Casa. Por isso, segundo o advogado, o julgamento da cassação ainda não foi concluído e, para Figueiredo, Cunha mantém as suas prerrogativas de parlamentar.

NO BLOG DO JOSIAS
Defesa terá de provar que Lula é míope e bobo
Josias de Souza
Quinta-feira,15/09/2016 04:30
A defesa de Lula se autoimpôs uma missão irrealizável. Para refutar a acusação de que seu cliente era “o comandante máximo” do Petrolão, os advogados de Lula se esforçam para provar que aquele ex-operário que chegou à Presidência como um mito e deixou o Planalto como um recordista de popularidade era, na verdade, um míope meio bobo — indigno dos milhões de votos que o elegeram duas vezes.
Os defensores de Lula optaram por uma linha desconstrutiva. É como se tentassem livrar Lula de suas culpas imolando-o. A grandeza de sua vista curta o impediu de enxergar a roubalheira que se implantou sob suas barbas. A doce ingenuidade de sua alma não permitiu que Lula constatasse que o patriotismo dos aliados era movido a propinas.
Coordenador da força-tarefa de Curitiba, o procurador Deltan Dellagnol foi mais respeitoso com Lula do que os advogados do ex-presidente. Homenageou-lhe a inteligência e a fama de cérebro solitário do petismo grudando nele três denominações: 1) “comandante máximo do esquema de corrupção identificado na Lava-Jato”; 2) “maestro da orquestra concatenada para saquear os cofres da Petrobras e outros órgãos públicos”; e 3) “grande general do esquema de corrupção.”
Em entrevista concedida nas pegadas da divulgação da denúncia de Curitiba, um dos advogados de Lula, Cristiano Zanin Martins, disse que a “verborragia” do procurador Dellagnol teve conotação “política”. Como assim? ''O Ministério Público Federal elegeu Lula como 'maestro de uma organização criminosa', mas esqueceu do principal: a apresentação de provas dos crimes imputados.''
O doutor talvez não se recorde — ou esquece de lembrar — que o procurador Dellagnol e a força-tarefa de Curitiba não estão sozinhos em suas conclusões. Numa petição que protocolou em maio no Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral da República Rodrigo Janot requereu a inclusão de Lula no “quadrilhão”, como é conhecido o principal inquérito da Lava Jato. Na peça, Janot referiu-se a Lula em termos dignos de um epitáfio.
Escreveu o procurador-geral: ''Essa organização criminosa jamais poderia ter funcionado por tantos anos e de uma forma tão ampla e agressiva no âmbito do governo federal sem que o ex-presidente Lula dela participasse.'' O procurador Dellagnol apenas ecoou: “Só o poder de decisão de Lula fazia o esquema de governabilidade corrompida viável. Ele nomeou diretores para que arrecadassem propina. Sem o poder de decisão de Lula, esse esquema seria impossível.”
Noves fora os R$ 30 milhões em palestras financiadas pelas 'cleptoconstrutoras' e o sítio de Atibaia, duas denúncias que estão na fila, as evidências de que Lula se beneficiou financeiramente do esquema constam da primeira denúncia da Lava Jato. Ao dizer que faltam provas sem refutá-las adequadamente, a defesa pede à plateia que também se finja de boba para que Lula possa continuar executando no palco o papel de um Napoleão se descoroando.
De acordo com esta primeira denúncia, Lula recebeu R$ 3,7 milhões em propinas da OAS, uma das empreiteiras que assaltaram a Petrobras. O dinheiro foi aplicado no célebre tríplex do Guarujá e no aluguel de contêineres para guardar os bens e presentes que Lula ganhou durante o exercício da Presidência.
Apenas no armazenamento daquilo que Lula chama de “tralhas”, a OAS torrou R$ 1,3 milhão. No apartamento que Lula diz não possuir, a construtora enterrou R$ 1,1 milhão na aquisição do imóvel, R$ 926 mil na reforma e R$ 350 mil na instalação de uma cozinha gourmet. Lula, sua mulher Marisa e seu filho Fábio Luiz vistoriaram o imóvel.
A defesa de Lula sustenta que a família Silva não se interessou pela compra do tríplex. E se abstém de explicar por que diabos a OAS enterraria uma fortuna para dotar o apartamento de facilidades como um elevador e uma cozinha de luxo se não tivesse um compromisso com Lula. O advogado se escora no registro cartorial como se a ocultação da propriedade não fosse a essência do crime de lavagem de dinheiro.
A denúncia não faz de Lula um culpado automático. Antes de proferir uma sentença, o juiz Sérgio Moro terá de atestar o nexo das acusações do Ministério Público, enviando o ex-presidente e os outros acusados ao banco dos réus. Vencida a fase do contraditório, virá o veredicto. Seja qual for o desfecho, Lula sairá mal do processo.
Condenado, pode passar uma temporada no xadrez. Absolvido, passará à História como um cego atoleimado que presidiu o País sem notar que sob os fios do seu bigode desenrolava-se uma roubalheira sem precedentes. E o Petrolão se eternizará como a corrupção acéfala, a máfia sem capo. O sucesso da defesa de Lula depende do talento dos seus advogados para desmoralizar a reputação do cliente.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Quinta-feira, 15 de setembro de 2016
Previsão é que Lula acabe condenado daqui a seis meses e acabe preso no primeiro semestre de 2018
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Quem diria... Luiz Inácio Lula da Silva, que sonhava e ameaçava voltar ao Palácio do Planalto em 2018, agora corre o risco de estar na cadeia pouco depois da posse do novo Presidente. Nos bastidores da Lava Jato, a previsão é que, em seis meses, Lula seja condenado, em primeira instância, pelo juiz Sérgio Moro, na 13ª Vara Federal. Como vai recorrer e o Tribunal Regional Federal da 4ª Região demora a média de um ano para (provavelmente) ratificar a condenação em segunda instância, Lula tem enormes chances de estar preso no primeiro semestre de 2018, caso o Supremo Tribunal Federal não modifique a inconstitucional decisão que manda prender antes do famoso "transitado em julgado".
Sem foro privilegiado, mesmo que não acabe preso, Lula tem a chance concreta de ficar enquadrado na Lei da Ficha Limpa, assim que houver a confirmação de uma eventual condenação imposta por Sérgio Moro - que é dada como "muito previsível". Sem foro privilegiado, os advogados de Lula terão de fazer um dantesco malabarismo jurídico para que ele consiga ter direito a disputar a próxima eleição presidencial. O cenário mais provável de agora em diante é de radicalização da petelândia em defesa de seu ídolo decadente. Embora diga o contrário em público, intimamente Lula aposta que perde em breve. Sua esperança é uma remota chance de salvação no STF que "apadrinhou" e "aparelhou" pessoalmente. A tática defensiva do craque $talinácio será a chicana judicial, tentando protelar o ritmo dos processos e decisões. 
Oficialmente, apontado como o comandante máximo do esquema de corrupção na Petrobras, investigado pela Lava Jato, Lula enfrenta a fase mais aguda de sua desmoralização e desconstrução de imagem. O Procurador da República, Deltan Dallagnol acusou Lula de ser beneficiário, de maneira disfarçada, de pelo menos R$ 3 milhões 729 mil 784 reais e 92 centavos. A grana vem das falcatruas com a OAS, em crimes entre 2006 a 2016. Por enquanto, a Força-Tarefa preferiu não pedir a prisão temporária ou preventiva que a petelândia espera para incendiar o cenário. Mas se Lula fizer algum movimento brusco que indique tentativa de obstrução judicial, pode ser levado coercitivamente ao gelado cárcere curitibano. 
Lula ainda não responde por crime de organização criminosa - que só poderia ser oferecida pela Procuradoria Geral da República. Em tese, mesmo sem foro privilegiado, é como se Lula continuasse com tal privilégio. Foi por isso que os procuradores da Lava Jato, por prudência tática, preferiram não pedir a prisão de quem tinha o poder político e partidário para comandar a "Propinocacia" - um governo dirigido pelo pagamento de propinas em negócios entre o Estado, empresas de economia mista e empreiteiras. A Propinocracia é a base do Capimunismo Rentista tupiniquim.
A novidade de agora é que o Ministério Público Federal conseguiu mínimas provas para confirmar que Lula sabia de tudo. Fica quase impossível sugerir que ele não poderia saber de nada, como sempre alegou em insustentável defesa própria. O chefão Lula foi definitivamente colocado no centro do esquema criminoso descoberto pela Lava Jato. Agora, "o grande general que comandou a prática dos crimes" será denunciado e julgado pelo juiz Sérgio Fernando Moro. Lula é acusado de gerir o famoso "Petrolão" e a "propinocracia" (um neologismo criado pela "República de Curitiba". As falcatruas sistêmicas se desenvolviam em torno de quatro núcleos: político, empresarial, operacional e administrativo - todos tendo Luiz Inácio Lula da Silva em seu núcleo.
A Força-Tarefa da Lava Jato contabilizou, até agora, R$ 6,2 bilhões em propinas pagas. O prejuízo da Petrobras é estimado em R$ 42 bilhões de reais. A "propinocracia" operava em regime de trocas de favores entre partidos políticos e o Presidente da República. Os apadrinhados políticos assumiam os cargos com a missão de apanhar, receber e distribuir propina para três propósitos: alcançar governabilidade mediante corrupção, perpetuar o PT criminosamente no poder com colchão de recursos usados em campanhas eleitorais e promover o enriquecimento de agentes políticos.
A Lava Jato descobriu que o esquema envolvia a Petrobras, a Eletrobras, o Ministério do Planejamento, o Ministério da Saúde e na Caixa Econômica Federal. Ou seja, pelo que detalhou Deltan Dallagnol, as investigações estão no começo. Deltan explicou que a propinocracia queria atingir a governabilidade, perpetuação no poder e enriquecimento. O problema é que os métodos alcançados contaminavam os fins com corrupção, crimes e ilicitudes.
Agora, tudo indica que o chefão $talinácio, oficialmente reconhecido e tratado como General da Propinocracia, tem chances enormes de acertar suas contas com o Judiciário. Na primeira instância, Lula certamente vai se ferrar. A esperança de Lula é que sua influência política fale mais alto nos tribunais superiores, sobretudo no Supremo Tribunal Federal, no qual o petismo indicou ministros. A esperança da sociedade brasileira é que o STF não se deixe levar por tamanha canalhice institucionalizada pela governabilidade corrupta que Lula efetivamente liderou e comandou.
O Brasil do Bem espera que Lula acerte suas contas com o Judiciário.
(...)

NO O ANTAGONISTA
Trinta anos de cadeia para Lula
Brasil 15.09.16 07:39
O apartamento de Lula no Guarujá foi comprado e decorado com dinheiro roubado da Petrobras.
Foi o que disse Léo Pinheiro à PGR, confessando que a OAS abateu o valor do imóvel da propina devida ao PT.
E por que ele fez isso?
Porque Lula era o comandante máximo do esquema criminoso - o presidente que nomeou os diretores da Petrobras responsáveis por assinar os contratos fraudulentos com a empreiteira.
Para pegar Lula, a Lava Jato tinha de revelar o esquema completo. E o esquema completo foi revelado.
Léo Pinheiro vai repetir seu depoimento ao juiz Sérgio Moro. E Lula será condenado a trinta anos de cadeia.
O choro de Lula
Brasil 15.09.16 07:25
A denúncia contra Lula foi um marco na História do Brasil.
A grandeza daquele momento impediu que O Antagonista se concentrasse num fato que vai multiplicar por dez o poder de fogo da Lava Jato: a Odebrecht fechou acordo com o Ministério Público Federal.
Lula na delegacia
Brasil 15.09.16 07:21
Surpresa!
A coluna do Estadão informa que Lula, na última segunda-feira, 12, além de comparecer à posse de Cármen Lúcia no STF, compareceu também a uma delegacia da PF em Brasília, para prestar depoimento num dos inquéritos em que é investigado.
"Combo de aeroportos"
O Financista 15.09.16 07:25
O Globo informa que o governo tem pronta uma lista de dez aeroportos para serem concedidos ao setor privado na nova rodada de privatizações do setor, a partir do segundo semestre de 2017:
- Fortaleza
- Salvador
- Porto Alegre
- Florianópolis
- Curitiba
- Recife
- Belém
- Vitória
- São Luís
- Foz do Iguaçu.
Nono dia
O Financista 15.09.16 07:19
A "greve" dos "bancários" chegou ao nono dia.
O Antagonista repete: eles não querem aumento.
O fracasso continuado
Brasil 15.09.16 07:12
“O PT promete contra-atacar a denúncia do Ministério Público sobre Lula”, diz a Folha de S. Paulo.
“A tática é subir o tom e dizer que está em curso um ‘golpe continuado’ para impedi-lo de voltar à Presidência em 2018. A sigla quer intensificar a campanha internacional iniciada no impeachment”.
Depois de fracassar em sua tentativa de vender o impeachment como um golpe, o PT decidiu repetir a dose.
É o fracasso continuado.
O convencimento de Lula
Brasil 15.09.16 07:00
Os asseclas de Lula no Estadão disseram que ele “fará nesta quinta-feira sua própria defesa política, ao abrir a reunião do Diretório Nacional do PT.
O tom adotado será emocional, não jurídico. Lula está convencido de que a Lava Jato tem o objetivo de desconstruir sua imagem, acabar com o PT e barrar uma eventual candidatura dele ao Palácio do Planalto, em 2018, tornando-o ficha suja”.
Isso é propaganda da ORCRIM.
Na verdade, Lula está convencido de que a Lava Jato vai provar que ele recebeu propina da OAS e da Odebrecht. Ele está convencido também de que não há a menor chance de obter uma vitória jurídica.
O único objetivo dos procuradores de Curitiba é mandar os criminosos para a cadeia, e Lula sabe disso. Só os seus asseclas na imprensa pensam o contrário.
O bolso cheio da Lava Jato
Brasil 15.09.16 06:35
O Antagonista sabe de um monte de surpresas contra Lula no bolso dos procuradores da Lava Jato.
A Folha de S. Paulo também deveria saber.
A inteligência dos brasileiros
Brasil 15.09.16 06:15
Quando Marcelo Odebrecht foi preso, seus esbirros na imprensa espernearam dizendo que não havia provas contra ele, que a Lava Jato quebraria a cara e que os procuradores atentavam contra o estado democrático de direito.
E o que aconteceu?
Marcelo Odebrecht continua preso e sua empreiteira, anteontem, fechou um acordo com os procuradores confessando todos os seus crimes.
O advogado de Lula, ontem à tarde, repetiu os mesmos argumentos dos esbirros de Marcelo Odebrecht:
“O MPF elegeu Lula como maestro de uma organização criminosa, mas esqueceu do principal, a apresentação de provas dos crimes imputados”.
E também:
“A farsa lulocêntrica criada ataca o estado democrático de direito e a inteligência dos cidadãos brasileiros”.
Em breve, quando todas as provas forem apresentadas ao juiz Sérgio Moro, o advogado de Lula terá de inventar outras mentiras.
Dallagnol sabe mais do que nós
Brasil 14.09.16 21:33
Quem afirma que Deltan Dallagnol exagerou na denúncia contra Lula se esquece de um fato: ele e os demais procuradores da Lava Jato sabem muito mais do que nós sobre os crimes do petista.
Será no processo que o MPF usará toda a sua munição.

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