1ª EDIÇÃO DE HOJE DO "DA MÍDIA SEM MORDAÇA"

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
04 DE NOVEMBRO DE 2015
Relatório preliminar do Tribunal de Contas da União (TCU), sobre a auditoria que realizou nas fronteiras brasileiras, aponta uma fuga de R$ 100 bilhões dos cofres públicos, devido à sonegação decorrente do contrabando. O valor é mais do que o dobro do déficit já previsto pelo governo federal para o Orçamento de 2016. Em resumo, isso ocorre porque faltam planejamento e coordenação, e sobra incompetência.
De acordo com o TCU, o Brasil é vítima da desarticulação das políticas públicas e a pulverização de recursos em investimentos mal pensados.
O TCU avalia que as diferenças legais e socioeconômicas entre o Brasil e os países vizinhos contribuem para a “sangria” nas fronteiras.
Outro fator apontado pela auditoria do TCU é o valor destinado às políticas de fronteira, muito abaixo do que prevê o próprio Orçamento.
Em 2012, foram aplicados 80% do Orçamento; em 2013, 25%; em 2014, menos de 40%. O governo abandonou as fronteiras do Brasil.
O ex-ministro e atual secretário especial da Previdência Carlos Gabas – personagem da fase “Pixuleco” da Operação Lava Jato – afastou o corregedor que denunciou seu “cumpanhero” Carlos de Paula, que ele tornou chefe da Previc, a Superintendência Nacional de Previdência Complementar. O corregedor Nilo Silva Thé Pontes, admirado auditor da Receita Federal do Brasil, acabou devolvido ao órgão de origem.
O atrito do corregedor com o superintendente da Previc foi ocasionado pela estranha transferência de uma servidora do Rio para Brasília.
A apuração do caso indicou que a servidora ligada ao chefe da Previc teria recebido pagamento irregular de diárias e passagens aéreas.
O corregedor afastado denunciou as irregularidades de Carlos de Paula, protegido de Gabas, à Controladoria Geral da União (CGU).
Os tucanos deram prazo de quinze dias para que Eduardo Cunha decida sobre o impeachment de Dilma. Caso não indefira a pretensão, o peemedebista perderá apoio no Conselho de Ética.
Relator do caso do mensalão, Júlio Delgado (PSB-MG) diz que o relator do processo contra Eduardo Cunha no Conselho de Ética pode fazer história. Todos os indicados são ilustres desconhecidos.
O presidente da CPI dos Fundos de Pensão, Efraim Filho (DEM-PB), acredita que a comissão entrará em nova fase, de aprofundamento das investigações. Porque chegou nova remessa de quebras de sigilos.
Estatal de energia de Alagoas absorvida pela Eletrobrás, a Ceal aplicou golpe em um cliente que, tolo, autorizou débito em conta: surrupiou-lhe R$ 9.988,00 a pretexto de consumo “excedente” por 1 ano em casa de praia usada eventualmente, de conta mensal nunca superior de R$ 300.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), preferiu não ouvir seus munícipes e criminalizou o Uber para fazer demagogia com taxistas. Mas a Justiça fluminense confirmou a legalidade do aplicativo.
O crime de racismo contra a atriz Tais Araújo já é demasiado doloroso para que ela, a vítima, ainda seja submetida ao constrangimento de “prestar esclarecimentos” à polícia do Rio de Janeiro. Até parece que o objetivo da oitiva é outro: garantir holofotes à turma da delegacia.
Sindicalistas ligados a partidos radicais tentam asfixiar, com greves, o governo quebrado do DF. Após a do Metrô, iniciada ontem, juntando-se a outras 30 categorias, a próxima será a do pessoal de limpeza pública.
Líder do PSOL, Chico Alencar (RJ) reagiu às ameaças de Paulinho da Força (Solidariedade-SP) de apresentar suas “notas frias”: “Delicada mesmo é a situação dele, como réu no Supremo Tribunal Federal”.
... a vaia que Dilma recebeu nos Jogos Mundiais Indígenas repercutiu mal no mundo todo, mas não no Brasil. É que no Brasil é praxe.

NO DIÁRIO DO PODER
CEDERAM À TENTAÇÃO
Carlos Chagas
04-11-2015
A pergunta é dirigida tanto à pessoa quanto ao partido: até quando o Lula e o PT suportarão o bombardeio que os atinge de todos os lados? O ex-presidente se exaspera contra as oposições, a imprensa, os empresários, os aliados e o governo, acentuando que vai resistir diante de toda a pancadaria. Os companheiros voltam a frequentar os microfones parlamentares e adotam a tática retórica de exaltar as virtudes do chefe e da sucessora.
Só que não tem adiantado. Estão perdendo a batalha. As virtudes do Lula são superadas por seus defeitos e o PT cai nas pesquisas. Fica difícil para ele explicar sua evolução patrimonial e de sua família, assim como para os petistas, superar a incompetência do atual governo.
A pressão aumenta e nem será preciso argumentar com as eleições municipais do ano que vem para saber que a derrota será monumental. Pelas pesquisas, o Lula não conseguirá a reeleição de Fernando Haddad, muito menos o PT emplacará os prefeitos das grandes e até das pequenas capitais. Poupa-se o ex-presidente, não comparecendo a atividades públicas, preferindo refugiar-se nas reuniões do partido. Encolhe-se o PT quando se trata de aprovar projetos do interesse do palácio do Planalto.
Atravessam, ambos, período de amargura e desespero. Também, não haverá como desmentir, por culpa deles. A tentação foi grande demais. Um, por não resistir ao estilo de vida que nunca teve, mas invejava, entendendo que sua liderança e a sensação do dever cumprido permitiam o uso de mecanismos próprios das elites por ele beneficiadas. Outros, por abandonarem as raízes e os anseios populares em troca de benefícios inerentes ao poder.
O resultado aí está: um ex-presidente e um partido expostos ao bombardeio dos principais setores da vida nacional. Cederam à tentação. Agora aguentem...

NO BLOG DO CORONEL
TERÇA-FEIRA, 3 DE NOVEMBRO DE 2015
(Época) A agência de comunicação Pepper Interativa, investigada por corrupção e lavagem de dinheiro pela Polícia Federal, recebeu recursos considerados suspeitos do Partido dos Trabalhadores, segundo relatório sigiloso do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), obtido por ÉPOCA. No documento, os técnicos do Coaf, órgão do Ministério da Fazenda de combate à lavagem de dinheiro, relatam que a Pepper movimentou R$ 63,2 milhões entre 2007 e 2015. 
Desse total, R$ 58,3 milhões – ou seja, 92,2% – passaram pela conta bancária da Pepper de janeiro de 2013 a maio de 2015. A maior parte desse dinheiro de origem duvidosa saiu dos cofres do PT. Ao todo, o partido transferiu R$ 15,2 milhões à agência nos últimos três anos. Nesse período, a Pepper virou a principal agência digital do meio político, sobretudo prestando serviços para campanhas petistas e órgãos públicos.
Foram identificados ao menos três indícios de irregularidades nas contas da Pepper, de acordo com o Coaf. O primeiro deles tem a ver com a “movimentação de valores vultosos na conta, aparentemente superiores à capacidade econômico-financeira da empresa”. 
O segundo está relacionado com o fato de que “alguns beneficiários e remetentes de recursos não desempenham atividade profissional que tenha relação com aquela exercida pela empresa analisada”. Por fim, o mais alarmante de todos: “O comunicante suspeita que a origem do dinheiro seja proveniente de recursos obtidos ilicitamente”. 
A Pepper está sob investigação da PF na Operação Acrônimo -- que apura um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro encabeçado pelo Governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, Ministro do Desenvolvimento no primeiro mandato de Dilma Rousseff e coordenador da campanha presidencial da petista em 2010. Investigadores suspeitam que a Pepper tenha sido utilizada pela organização criminosa como um canal de repasses de dinheiro dos cofres públicos e de campanhas eleitorais para políticos e agentes públicos.
Uma parte do dinheiro que saiu do caixa da Pepper foi destinada a investimentos cuja “origem dos recursos suspeita-se que seja ilícita”, segundo o relatório do Coaf. A empresa aplicou R$ 4,8 milhões em fundos do Banco do Brasil. A outra parte foi direta para o bolso da sócia majoritária da agência, Danielle Miranda Fonteles. A jornalista e empresária recebeu R$ 6,9 milhões, segundo o Coaf. Com uma renda de R$ 80 mil e um patrimônio R$ 211.758, Danielle movimentou R$ 15,1 milhões entre 7 de dezembro de 2010 e 27 de agosto de 2015. Desse total, R$ 8,1 milhões decorrem de operações a crédito e R$ 7 milhões a débito. 
O sócio e marido de Danielle, Amauri dos Santos Teixeira, cuja renda é de R$ 30 mil e tem patrimônio estimado em R$ 3 milhões, também fez transações financeiras suspeitas. Ao todo, ele movimentou R$ 6,3 milhões de 17 de maio de 2011 a 27 de agosto de 2015, sendo R$ 3,3 milhões a crédito e R$ 2,9 milhões a débito. Entre os destinatários das transferências feitas pela Pepper também está a Oli Comunicação e Imagem, empresa de Carolina Oliveira, mulher de Pimentel – que recebeu ao menos R$ 260 mil.
O Coaf também registra que, conforme revelou ÉPOCA, Danielle tinha uma conta secreta na Suíça, na qual recebia recursos das empreiteiras do Petrolão, como Queiroz Galvão. Ela fechou a conta após ser procurada pela revista para explicar a origem dos recursos e o fato de não ter declarado a conta.
O crescimento do faturamento da Pepper coincide com a sua ascensão no cenário político. Em 2010, a empresa assumiu a campanha presidencial que elegeu Dilma Rousseff. Um mês após a vitória, foi feito um saque suspeito em dinheiro vivo em nome da agência no valor de R$ 107.000, segundo o Coaf. De lá para cá, a Pepper passou a ser contratada indiretamente por suas concorrentes que prestam serviços para ministérios e órgãos públicos. 
Recebeu cerca de R$ 4 milhões indiretamente dos cofres da União. Em 2014, a empresa também trabalhou nas campanhas para governador que elegeram Rui Costa (PT), na Bahia, e Renan Filho (PMDB), na Alagoas. Na folha de pagamentos da Pepper constava Jeferson Monteiro, criador do personagem Dilma Bolada, sucesso nas redes sociais – que recebia R$ 20 mil por mês
Em setembro deste ano, pressionada pelo avanço das investigações da Acrônimo, Monteiro e a Pepper resolveram romper contrato com o PT. Ficou combinado, então, que o acordo entre a agência e o partido seria honrado apenas até o fim deste ano. Apesar desse distanciamento, Danielle Fonteles ainda mantém contato com pessoas ligadas ao Planalto.
Os dados das contas da Pepper e de seus sócios fazem parte do relatório 18.340, produzido pelo Coaf, que também fez um pente-fino na vida financeira das principais estrelas do PT como Lula, Antonio Palocci, Pimentel e Erenice Guerra. O órgão de combate à lavagem de dinheiro não arbitra sobre as operações. Ele apenas aponta as movimentações que são consideradas suspeitas de acordo com a lei e as regras do mercado, como saque em dinheiro vivo ou recebimentos de valores acima da capacidade econômica do cliente. 
Essas informações são enviadas diretamente pelos bancos e pelas corretoras. A partir daí, os dados são consolidados em relatórios de inteligência, encaminhados pelo Coaf ao Ministério Público e à Polícia Federal para que possam aprofundar as investigações.
Procurada, a Pepper disse em nota que “não comentará o assunto porque desconhece o documento e por se tratar de informação bancária, protegida por sigilo”. “De qualquer maneira, a natureza da atividade da empresa implica em típicas variações sazonais de faturamento e a movimentação financeira da Pepper e de seus sócios está de acordo com a legislação vigente”, afirma a agência. O PT não respondeu até a publicação desta matéria.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 18:56:00

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
04-11-2015 À 1:56
03/11/2015 ÀS 22:28
03/11/2015 ÀS 21:35
03/11/2015 ÀS 20:31
03/11/2015 ÀS 17:02

NO O ANTAGONISTA
Brasil 04.11.15 06:49 Comentários (30)
A anistia para quem remeteu dinheiro ilegalmente para o exterior será votada hoje.
Com isso, o Tesouro Nacional se torna a maior lavanderia de dinheiro sujo do mundo...
Brasil 04.11.15 07:01 Comentários (5)
Valeska Teixeira Zanin Martins, filha de Roberto Teixeira, é candidata a vice-presidente da OAB-SP, na chapa de Ricardo Sayeg.
Como lembra a Folha de S. Paulo, ela é proprietária do apartamento em que Lulinhazinho mora, sem pagar aluguel...
Brasil 04.11.15 00:04 Comentários (214)
Amanhã, o PSDB divulgará o relatório final da auditoria que mandou fazer no sistema de urnas eletrônicas...
Brasil 03.11.15 22:42 Comentários (126)
O PT de São Paulo organiza um ato de apoio a João Vaccari Neto, comparando-o a um preso político. "O Vaccari é mantido em uma prisão política, é legítimo que petistas se organizem em torno disso", diz Emídio de Souza...
Brasil 03.11.15 22:10 Comentários (75)
O leilão dos bens de PRC e Alberto Youssef animou Rodrigo Janot a enviar a Teori Zavascki um parecer no qual reitera ser a favor da venda dos bens de Fernando Collor.
Há duas semanas, Teori determinou a devolução de veículos de luxo do senador por demandarem cuidados especiais. Collor ficou como fiel depositário de seus próprios bens.
Lamborghini de R$ 3,4 milhões. Só existem três no Brasil. Quem serão os outros dois proprietários?
Carlo Manfredini 9 horas atrás
Vish...a macumba vai correr solta. Recomendo muitos banhos de ervas ao Janot.
Brasil 03.11.15 21:30 Comentários (18)
O Antagonista mostrou ontem à noite que a CGU paraguaia investiga suspeita de superfaturamento na construção de uma linha de transmissão com dinheiro do Focem, um fundo de desenvolvimento da infraestrutura do Mercosul. A maior parte do dinheiro do Focem é brasileira...
Mundo 03.11.15 21:12 Comentários (19)
No dia em que José Maria Marin foi extraditado aos Estados Unidos, a polícia alemã cumpriu mandados de busca e apreensão na sede da DFB, a federação alemã de futebol...
Brasil 03.11.15 20:56 
Os bens de Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, que serão leiloados nos dias 13 e 23 de novembro, refletem a vida boa que os meliantes da Lava Jato levavam às custas do dinheiro público.
O Estadão listou os bens...
O crime compensou até Sérgio Moro pegá-los
João Angelo 10 horas atrás
Navegaram, navegaram e acabaram na praia. Pena que, já não existam em nossas costas os valentes Caetés. Estes boas-vidas dariam uma boa canja.
Brasil 03.11.15 20:35 
O deputado Sergio Vidigal, do PDT, apresentou hoje um requerimento para a convocação de José Carlos Bumlai pela CPI do BNDES.
Na justificativa do requerimento, Vidigal alega que o BNDES "contornou uma norma interna e concedeu crédito de R$ 101,5 milhões ao pecuarista, amigo do ex-presidente Lula e que se tornou um dos alvos da Lava Jato"...
Brasil 03.11.15 20:20 
Eduardo Cunha se defende na base do ataque, ainda que indireto. Disse ele ao virar alvo formal de processo de cassação no Conselho de Ética...
Brasil 03.11.15 19:47 
A Polícia Federal remarcou para a próxima quinta-feira, 05, o depoimento de Luís Cláudio Lula da Silva, filho caçula do ex-presidente Lula. Ele falará à PF em São Paulo, acompanhado do advogado Cristiano Martins...

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 04/11/2015 06:01
Na sessão noturna desta terça-feira, 03, Dilma Rousseff sofreu dois constrangimentos no plenário da Câmara. Deu-se durante o processo de votação da medida provisória 685, que cria um programa para facilitar o pagamento de dívidas tributárias em litígio. O plenário aprovou duas emendas que excluíram do texto tópicos que o governo considerava vitais. As derrotas foram urdidas pela oposição. Mas não teriam ocorrido sem os votos de governistas inssurretos.
Na principal derrota da noite, foram suprimidos da medida provisória artigos que obrigavam as empresas a informar à Receita Federal todos os procedimentos adotados para aproveitar brechas legais e pagar menos impostos. Esse tipo de prática é conhecido como “planejamento tributário”. Ou “elisão fiscal”. Apresentada pelo oposicionista PPS, a emenda que modificou o texto foi aprovada por 239 votos a 179.
Na segunda derrota, o plenário referendou emenda do PSDB. A medida provisória autoriza a União a reajustar por decreto taxas cobradas por nove repartições públicas federais e agências reguladoras. Entre elas a Polícia Federal, a Anvisa e a Aneel. Mas o governo não se auto-impunha nenhum limite para a adoção do reajuste. A emenda do tucanato cuidou limitar os reajustes anuais à variação da inflação.
Nesse ponto, o texto da oposição prevaleceu com uma diferença de apenas um voto. O Planalto perdeu por 201 votos a 200. Houve uma abstenção. O deputado Eduardo Cunha, que presidia a sessão, não conseguiu conter o riso. Riu como se zombasse da fragilidade do governo. “Sem a abstenção, talvez ocorresse um empate. E eu teria que dar o voto de Minerva.”
O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) ironizou o governo, afirmando no microfone de apartes que a reforma ministerial de Dilma não surtiu efeitos. Líder do DEM, o deputado Mendonça Filho (PE) foi à jugular. Disse que alguém precisa avisar para Dilma que o “o governo acabou.”
Nesta quarta-feira, Dilma espera que os partidos de sua coligação partidária enviem ao plenário da Câmara uma infantaria fiel o bastante para aprovar a proposta que autoriza os brasileiros que esconderam dinheiro no exterior a trazê-lo de volta mediante o pagamento de Imposto de Renda e multa de 30% sobre o valor declarado. A proposta deveria ter sido votada na semana passada. Mas a oposição, vitaminada pela dissidência governista, não deixou.

Josias de Souza - 04/11/2015 04:18
Deputado de primeiro mandato, Fausto Pinato (PRB-SP) foi dormir na noite passada saboreando a condição de favorito para o posto de relator do processo aberto contra Eduardo Cunha no Conselho de Ética da Câmara. A exemplo de Cunha, Pinato é evangélico. Tomado pelas mensagens que dirigia aos eleitores no pleito do ano passado, ele não ousará redigir um eventual relatório sobre a conduta ética do colega sem aconselhar-se com Deus.
Pinato ensinou na sua propaganda eleitoral da tevê que “Deus sempre esteve envolvido nas decisões dos países.” Segundo as suas palavras, “todo poder na Terra só existe se Deus permitir que seja concedido ao homem. Deus só não se envolve na corrupção, mas ele tem interesse nos destinos políticos de uma nação.”
Guiando-se por essa percepção de que a corrupção não é coisa de Deus, Pinato talvez se anime a ser implacável com Cunha. Sobretudo se levar em conta que o presidente da Câmara cometeu a blasfêmia de colocar em nome de uma empresa chamada Jesus.com os carros que compõem a sua frota de luxo, entre eles um Porsche Cayenne.
O partido de Fausto Pinato, o PRB, fechou com Eduardo Cunha na disputa pela presidência da Câmara, em fevereiro passado. Um pequeno grupo discordou. Mas a legenda, vinculada à Igreja Universal, integrou formalmente o sacrossanto bloco de apoio a Cunha.
Defensor da família nos seus moldes tradicionais e de teses como a redução da maioridade penal, Pinato associou-se à pauta legislativa da Bancada da Bíblia, vitaminada por Cunha. A despeito disso, seu nome foi visto como o mais próximo que o Conselho de Ética conseguiria chegar da imparcialidade entre os três deputados que foram sorteados como potenciais relatores do processo que, em tese, pode levar à cassação do mandato de Cunha.
Os outros dois são José Geraldo (PT-PA) e Vinicius Gurgel (PR-AP). O primeiro, petista de mostruário, está sujeito às influências de Lula e do Planalto, que travam com Cunha um relacionamento do tipo uma mão suja a outra. Quanto a Gurgel, segundo candidato a relator do caso Cunha, trata-se de um notório aliado do presidente da Câmara.
Pinato leva outra vantagem sobre os demais candidatos a relator. Ele é advogado. Assim, além de ouvir o Todo-Poderoso, poderá consultar as evidências que fazem de Eduardo Cunha e de familiares dele beneficiários de contas que o deputado assegurou em depoimento à CPI da Petrobras que jamais possuiu na Suíça.
Manuseando o papelório enviado ao Brasil pela Promotoria da Suíça, o deputado Pinato decerto será tomado de assalto pela revelação de que Deus, embora exista, não é full time.

Josias de Souza - 03/11/2015 18:56
O contrário do anti-Cunha primário é um pró-Cunha inocente, que aceita toda a presunção de honestidade do presidente da Câmara a seu próprio respeito. Em matéria de ética, isso inclui concordar com a alegação segundo a qual Eduardo Cunha, por imaculado, não abriu quatro contas clandestinas na Suíça para esconder dinheiro de má origem.
Todos os políticos cultivam seus mitos de honorabilidade. Porém, depois que vieram à luz os dados oficiais sobre as contas que Cunha jura que não abriu na Suíça — do passaporte do beneficiário às faturas do cartão de crédito da madame — a pretensão do deputado de ser uma potência moral aproximou-o do Paulo Maluf — ou do ridículo, que muitos acham que é a mesma coisa.
Nesta terça-feira (3), Eduardo Cunha requisitou pela segunda vez ao ministro Teori Zavascki, do STF, a decretação do sigilo dos dados sobre as contas suíças que ele jura que não são suas. Com o primeiro pedido, indeferido por Teori, Cunha tornara-se um personagem sem nexo. Com a reiteração, Cunha se autodesnudou. Por ironia, o deputado ficou nu exatamente no dia em que o Conselho de Ética da Câmara abriu o processo que, em tese, pode levar à sua cassação.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Quarta-feira, 4 de novembro de 2015
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
A estupidez estratégica da Comandanta-em-chefa Dilma Rousseff conseguiu produzir uma crise militar com a exoneração e transferência do General de Exército Antônio Mourão para a "geladeira" (apelido dado a um cargo burocrático em Brasília). O erro de Dilma e seu ministro comunista da Defesa, Aldo Rebello, sacramentado pela canetada do General Comandante Eduardo Villas-Bôas, fez crescer, nas forças armadas, o apoio à tese da "Intervenção Constitucional".
Essa ação, que não será um "golpe militar" no estilo clássico, é o maior medo da petelândia e comparsas, porque tem o apoio de esmagadora parcela da população brasileira, completamente de saco cheio com os rumos do desgoverno do crime organizado. Inédita no mundo em termos de formato, mas prevista claramente na Constituição Federal Brasileira, a intervenção será feita pela legitimidade e legalidade civil - e não por uma mera "quartelada". Trata-se de uma consequência inevitável diante da ruptura institucional claramente configurada no Brasil.
O agravamento da crise econômica, a maior e nunca antes vista e sentida na História do Brasil, vai forçar a maioria da população, induzida pelos seus segmentos esclarecidos, a dar sustentação para uma mudança estrutural. Além do econômico, tem outro fator gerado pela desgovernança criminosa sobre as instituições desmoralizadas: a violência fora de controle, beirando à barbárie, que gera, ao mesmo tempo, os sentimentos de medo e revolta.
O Brasil, tecnicamente, vive em "guerra civil". Nada menos que 200 mil pessoas desaparecem por ano, 100 mil são assassinadas e 60 mil morrem no trânsito. Alheia a esse massacre, a classe política trai a Pátria e rouba sem parar. As instituições foram rompidas pela ação dos agentes criminosos - servindo a eles mesmos ou agindo em favor de interesses mafiosos transnacionais, muito acima deles.
A única saída para o Brasil é restabelecer as instituições. A saída mais segura e menos traumática é a Intervenção Constitucional. Por isso, não adianta que o Comandante do Exército venha a público afirmar que as forças armadas não têm intenção de tomada do poder. Até porque, elas não vão fazer isso, como em outros "golpes", "contragolpes" ou intervenções ao longo da História brasileira. Agora, os militares serão forçados, naturalmente, a apoiar as mudanças estruturais demandadas pela verdadeira Elite da sociedade - que não deseja mais ser governada pela zelite ou oligarquia do crime, que só explora e rouba a sociedade aparelhando a máquina estatal capimunista (centralizadora, cartelizada, cartorial, cooptadora, corrupta e canalha).
A maioria dos militares quer a mudança estrutural. Um mero discurso contrário de alguns membros da cúpula do Alto Comando, mesmo do Comandante do Exército, não vai mudar uma vontade irreversível. A "Revolução Brasileira" está em andamento. Só não ver quem não quer. A mudança só não vai ocorrer em um "golpe de mágica", nem na "mágica de um golpe".
Adeque o discurso.
Let's Dance?
Tudo que a Dilma Rousseff, sua amiga Graça Foster e a Petrobras não queriam...
O juiz Jed Rackoff, da Corte de Nova York, onde tramitam os processos contra a Petrobras, decidiu agrupar em um só julgamento a ação coletiva e as outras 19 individuais contra a petrolífera brasileira.
O magistrado deu até um prazo limite para o julgamento ocorrer: não antes de 8 de agosto e não depois de 17 de outubro de 2016, com tudo terminando em um prazo máximo de oito semanas.
(...)

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