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O upgrade e o downgrade do Brazil (II)
Por: caioblinder
Veja on line - 17/08/2015 às 6:00
A foto brasiliense escolhida pelo Financial Times para ilustrar sua cobertura: bom enquadramento
Como o mundo aqui fora enquadrou a nova onda de protestos no Brasil? Claro que o interesse maior está patente no caviar da imprensa econômica. Desde a tarde do domingão, jornais como o Financial Times e o Wall Street Journal destacaram nos seus sites as manifestações contra o governo e o lulopetismo. O FT enquadrou inclusive com a foto acima. Melhor enquadramento impossível (melhor dizendo, exceto quando o destino do personagem for além da criatividade alegórica de manifestantes, exibindo o boneco inflável).
E eu também destaco o enquadramento analítico do britânico Financial Times. O jornal salienta que a recessão massacrante e os escândalos de corrupção motivam manifestantes furiosos, enfraquecendo ainda mais o governo e redobrando o chamado pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. Até aí, análise para inglês ver.
No entanto, o mesmo jornal que fala da zanga popular contra o lulopetismo escolhe para o chamado povo-fala (o depoimento de pessoas nas ruas), Fernando Andrade, um professor paulista de meia idade. Ele diz que existe um “sentimento de desesperança. Cinco anos atrás, os brasileiros pensavam que estavam à beira do desenvolvimento. Não mais, a esperança partiu”. O desalento pode ser uma companhia perigosa para a mobilização popular.
Já a voz dos especialistas no Financial Times fica a cargo de João Augusto de Castro Neves, da consultoria de risco Eurasia, familiar aqui no Instituto Blinder & Blainder, com o jornal estampando a mesma avaliação que está na coluna domingueira de que o protesto por si não aumenta a probabilidade de impeachment de Dilma (a Eurasia mantém a cifra de 30%).
Para Castro Neves, a coisa complica para a presidente se os protestos maçiços continuarem frequentes e forem acrescidos de manifestações da base sindical do lulopetismo contra o ajuste fiscal.
Analistas não identificados pelo jornal observam que a crise política provavelmente irá se agravar nos próximos meses e que o maior risco para Dilma não está nos protestos públicos, mas nas contínuas investigações da Operação Lava-Jato. Se for assim, uma multidão será enquadrada e não apenas na foto do boneco inflável do Financial Times.

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