DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
21 DE AGOSTO DE 2015
O governo comemorou o primeiro passo do acordão para “salvar” Dilma: a denúncia do Procurador-Geral da República contra Eduardo Cunha, presidente da Câmara. A avaliação é de que a crise foi “transferida” para o Congresso. Agora, a estratégia do governo e do PT é insuflar partidos nanicos a pedirem o afastamento de Cunha. Para o governo, o diálogo será reaberto, mas o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), garante: ‘não há conversa com o presidente da Câmara dos Deputados’.
A presidente Dilma calcula o possível estrago da estratégia: há temor de grande dificuldade para aprovar projetos e evitar as “pautas-bomba”.
O governo também torce para que a denúncia ao STF obrigue Cunha a deixar o comando da Câmara, abrindo espaço para diálogo com a base.
O governo ordenou atenção especial aos pedidos de impeachment contra Dilma. Ela acredita que Cunha irá “retaliar” após ser denunciado.
Outra grande preocupação do governo são as manifestações: se Cunha tiver apoio popular, seu impedimento no cargo deve cair por terra.
A crise econômica não tem atrapalhado a farra das diárias no governo Dilma, que consumiu mais de R$ 284 milhões só no primeiro semestre de 2015, sem sinais de diminuição. O Ministério da Saúde domina a lista com os quinze maiores ‘diaristas’, que já embolsaram, em média, R$ 63,5 mil cada. Quase todos são funcionários da Anvisa envolvidos no Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde, realizado no exterior.
Após a “patota da Anvisa”, o ministro Joaquim Levy (Fazenda), mentor do arrocho fiscal de Dilma, foi quem mais recebeu diárias: R$ 52,5 mil.
O governo pagou diárias a mais de 142,7 mil servidores do Executivo federal. Parece muito, mas são “só” 20% do total de funcionários.
Do total de diárias gastas pelo governo Dilma, mais de R$ 40 milhões são sigilosos, não discriminados, protegidos por “motivo de segurança”.
Denunciado por corrupção na Lava Jato, Eduardo Cunha prepara sua retaliação à presidente Dilma e ao governo: uma equipe de advogados analisa as contas de Dilma, além dos pedidos de impeachment.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não vai, por ora, pedir o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da Presidência da Câmara. A avaliação é de que se Cunha for derrotado primeiro no Supremo Tribunal Federal, a condenação deve enfraquecê-lo.
A senadora Marta Suplicy (ex-PT-SP) deve oficializar sua filiação ao PMDB em setembro. Sua entrada no partido inviabiliza a chapa do secretário municipal de Educação, Gabriel Chalita, com Fernando Haddad (PT); coligação criada por Lula para prender o rabo do PMDB.
Acendeu o sinal amarelo na oposição, que está dividida em relação a Eduardo Cunha. Para uma minoria, apoiá-lo é sinal de conivência com a corrupção. Outro grupo diz que ele é o melhor caminho contra Dilma.
O governo escalou o ministro Armando Monteiro para acompanhar a CPI do BNDES. Obediente, Armando mandou documento à comissão colocando-se à disposição para fazer os esclarecimentos necessários.
Foi lançada no Congresso a frente parlamentar de defesa da indústria nacional de bebidas. Pequenos produtores querem se proteger do lobby das grandes e das multinacionais. A cachaça agradece.
A agiotagem avança na crise e na falta de autoridade do governo. Em estados como Piauí, virou praga. Empresários pagam cinco vezes mais o que tomaram e seguem devedores. Perdem o dinheiro, o patrimônio e o negócio que tentavam salvar. E a Justiça cada vez mais impotente.
A pressão popular tem surtido efeito no Paraná e vereadores de três cidades cortaram o próprio salário para até R$ 820. Em Jacarezinho, o presidente deixou a Câmara de camburão para não encarar eleitores.
Se a crise foi “transferida ao Congresso”, Dilma agora é deputada ou senadora?

NO O ANTAGONISTA
Brasil 21.08.15 06:23 Comentários (6)
A denúncia contra Eduardo Cunha ainda vai explodir no colo do PT e de Lula.
Rodrigo Janot acusou Eduardo Cunha de ter recebido propina para favorecer Samsung e Mitsui no contrato do navio-sonda Vitória 10.000. Quando o Vitória 10.000 ficou pronto, a Petrobras melou o negócio de Eduardo Cunha contratando a Schahin para operá-lo, por 1,6 bilhão de dólares...
A chave é Schahin
Brasil 21.08.15 06:00 Comentários (15)
Acorda, Diogo.
Já são 6 da manhã e a PF pode estar prendendo José Sérgio Gabrielli, Fernando Schahin, José Filippi Júnior e o resto da turma denunciada por Nestor Cerveró na fraude do navio-sonda Vitória 10.000, realizada para pagar a campanha de Lula.
Brasil 20.08.15 22:49 Comentários (11)
Michel Temer decidiu entregar de vez a articulação política...
Brasil 20.08.15 22:45 Comentários (3)
Na sentença em favor de Danilo Gentili, há um parágrafo em que o juiz Carlos Eduardo Lora Franco concede que a veracidade do ataque ao Institulo Lula é, sim, passível de discussão:
Nem se faz necessário, também, mencionar que, por outro lado, num país com histórico de tantos “aloprados” de direita e esquerda forjando fatos para prejudicar grupos opostos, no qual inclusive já houve um caso de ataque a bomba feito por um grupo para incriminar outro (caso Rio Centro), trazer à tona tal possibilidade e discussão é algo até saudável historicamente.
Brasil 20.08.15 22:14 Comentários (33)
Ontem, publicamos uma carta de Danilo Gentili ao Instituto Lula. Hoje, com uma sentença exemplar, o juiz Carlos Eduardo Lora Franco anulou a tentativa do "pretenso instituto" de intimidar judicialmente Danilo Gentili por causa de uma piada que ele divulgou no Twitter. Só para lembrar, a piada foi: "Instituto Lula forja ataque para sair de vítima e o máximo q conseguem com isso é todo mundo dizendo "q pena que o Lula não tava lá na hora'".
Escreveu o juiz Carlos Eduardo Lora Franco...
Brasil 20.08.15 21:34 Comentários (64)
O Antagonista apurou que Rodrigo Janot não divulgou o conteúdo da denúncia de Fernando Collor por conta de uma colaboração premiada que ainda está sob sigilo. Caberá ao ministro Teori Zavascki decidir o que fazer. 
Brasil 20.08.15 20:19 Comentários (101)
Embora a denúncia contra Eduardo Cunha fosse "pedra cantada", a cúpula do PMDB até agora não sabe o que dizer. Parece que a ficha não caiu. O silêncio só anima o Palácio do Planalto que repete a cantilena de que Cunha está isolado. 
Brasil 20.08.15 20:11 Comentários (31)
A Caixa fez nova oferta de uma carteira de créditos inadimplentes no valor de R$ 2 bilhões. A entrega das propostas ocorreu no dia 3 após convite a algumas poucas empresas selecionadas...
Brasil 20.08.15 19:40 Comentários (139)
Rodrigo Janot que nos perdoe, mas não há qualquer menção na denúncia contra Eduardo Cunha sobre como a Schahin entrou no contrato fraudulento do navio-sonda Vitoria 10.000 e quanto levou nisso.
Além de ser o negócio com maior volume de propina, uma auditoria da Petrobras indicou superfaturamento e falhas no contrato feito sem licitação. Além disso, a Schahin é notadamente inimiga de Cunha por causa de uma disputa judicial com Lucio Funaro, seu velho aliado...
Brasil 20.08.15 19:29 Comentários (135)
Eduardo Cunha divulgou uma nota no Facebook. Ele ataca Rodrigo Janot, como era de esperar, e diz que o petrolão foi patrocinado pelo PT e seu governo e que "não seria possível retirar do colo deles e tampouco colocar no colo de quem sempre contestou o PT os inúmeros ilícitos praticados na Petrobras".
O bicho vai pegar. Leiam a íntegra, por favor:
Estou absolutamente sereno e refuto com veemência todas as ilações constantes da peça do Procurador Geral da República...
Brasil 20.08.15 18:58 Comentários (23)
Dos famosos US$ 5 milhões que Camargo aceitou pagar, a primeira parcela de US$ 2.350.000 foi entregue...
Brasil 20.08.15 18:58 Comentários (101)
O ato pró-pixulecos patrocinado pelo PT e pela CUT reuniu 3 mil pessoas no Largo da Batata, em São Paulo, segundo a PM. Para o UOL, foram 15 mil.
É essa a ciência do Uol e do Datafolha: quando é a favor do governo petista, o portal contabiliza cinco vezes mais; quando é contra o governo petista, o portal contabiliza cerca de um terço.
Brasil 20.08.15 18:36 Comentários (85)
A Folha publicou que ministros de Dilma Rousseff acham que a denúncia de Eduardo Cunha enfraquece o impeachment. Leia o que um deles disse ao jornal...
Brasil 20.08.15 18:33 Comentários (48)
Júlio Camargo, em sua delação, conta que recorreu em vão a Alberto Youssef e a Edison Lobão para dissuadir Eduardo Cunha. Resolveu então tratar do problema pessoalmente e marcou um encontro na empresa SIDUS, do advogado de Baiano, no número 110 da avenida Afrânio de Mello Franco, no edifício Leblon Empresarial. A reunião ocorreu no dia 18 de setembro de 2011, entre 19h e 20h.
Cunha e Baiano chegaram juntos numa Range Rover placa EIZ 8877, em nome da empresa Technis, do lobista...
Brasil 20.08.15 18:24 Comentários (27)
Angela Merkel, depois de encontro com Dilma Rousseff: "Podemos ampliar nosso comércio. Precisamos de condições confiáveis de investimento".
Condições favoráveis de investimento? O Antagonista ficou com a impressão de que Angela Merkel pediu o impeachment da petista.
Brasil 20.08.15 18:16 Comentários (270)
O Antagonista sugere a Eduardo Cunha que contrate como advogados vários dos leitores que vêm se manifestando na nossa área de comentários.
Assim como os petistas que exigem que Danilo Gentili deixe de fazer piadas, eles exigem que nós deixemos de dar notícias.
Brasil 20.08.15 18:08 Comentários (67)
No total, Rodrigo Janot exige que Eduardo Cunha pague 80 milhões de dólares. 40 milhões de restituição da propina que recebeu e 40 milhões de indenização pelos danos causados à Petrobras e à Administração Pública.
Brasil 20.08.15 17:59 Comentários (32)
Na denúncia, Rodrigo Janot afirma que Eduardo Cunha, entre fevereiro de 2007 e outubro de 2012, solicitou e aceitou para seu esquema de corrupção 25 milhões de dólares, para a contratação do navio-sonda Vitória-10.000, da Samsung.
Está totalizado, assim, o valor de 40 milhões de dólares que Rodrigo Janot exige de restituição do nobre deputado.
Brasil 20.08.15 17:45 Comentários (37)
O esquema de Cunha, segundo a PGR, amealhou US$ 40 milhões em propinas pelos contratos de dois navios-sonda fretados pela Petrobras. Foram US$ 15 milhões no primeiro negócio (Petrobras 10.000) e US$ 25 milhões no segundo (Vitória 10.000). Os pixulecos eram distribuídos entre Cunha, Cerveró e Baiano. Julio Camargo também colocava a sua parte (US$ 5 milhões)...
Brasil 20.08.15 17:43 Comentários (24)
Pensava-se até hoje que Eduardo Cunha se achava "merecedor" de 5 milhões de dólares de propina por um único navio-sonda. Agora se sabe que o seu esquema teria levado, só nesse contrato, três vezes mais: 15 milhões de dólares.
O Antagonista explicará tudo.
Brasil 20.08.15 17:38 Comentários (35)
No encontro para acertar a propina do contrato do primeiro navio-sonda, Fernando Baiano comemorou: "Nós vamos ter sucesso".

Brasil 20.08.15 17:28 Comentários (29)
Entre junho de 2006 e outubro de 2012, diz a denúncia, Eduardo Cunha solicitou e aceitou "promessa de vantagem indevida" de 15 milhões de dólares, pela contratação do navio-sonda Petrobras-1000, da Samsung.
Brasil 20.08.15 17:25 Comentários (14)
Uma reunião ocorrida em 18 de setembro de 2011, no Rio de Janeiro, selou a retomada do pagamento de propinas -- no valor restante de dez milhões de dólares -- a Eduardo Cunha, segundo a denúncia da PGR. O encontro contou com a presença de Baiano e Júlio Camargo...
Brasil 20.08.15 17:15 Comentários (14)
Na denúncia contra Fernando Collor, o procurador-geral informa que ele recebeu 26 milhões de reais, entre 2010 e 2014.
É mais do que se imaginava.
Brasil 20.08.15 17:05 Comentários (22)
Na denúncia, a PGR acusa Eduardo Cunha de agir como "sócio oculto" do lobista Fernando Baiano. 
Exatamente como afirmou o lobista Júlio Camargo.
Brasil 20.08.15 17:05 Comentários (54)
Rodrigo Janot afirma que os pagamentos de propina a Eduardo Cunha, feitos por Júlio Camargo, via Fernando Baiano, foram realizados de quatro formas:
a) em contas no exterior;
b) em espécie;
c) por meio de contratos fraudulentos de consultoria;
d) transferências para uma igreja vinculada a Cunha, sob a alegação falsa de doações religiosas.
Brasil 20.08.15 17:03 Comentários (64)
Um assessor de Gleisi Hoffmann na Casa Civil de Dilma Rousseff pegou cento e um anos de prisão.
Eduardo André Gaievski não foi condenado pelo petrolão, e sim por estupro de adolescentes e abuso sexual de menores.
É sempre bom ver um petista preso
Brasil 20.08.15 17:00 Comentários (33)
Rodrigo Janot quer que Eduardo Cunha restitua 40 milhões de dólares de propina à Petrobras.
Brasil 20.08.15 16:50 Comentários (65)
Rodrigo Janot registrou denúncia contra Eduardo Cunha e também contra a deputada Solange Almeida, sua aliada...


NO DIÁRIO DO PODER
LAVA JATO
EDUARDO CUNHA ACHOU 'FRACA' A DENÚNCIA DE JANOT CONTRA ELE
O LÍDER DO PMDB ARTICULA NOTA DE APOIO AO PRESIDENTE DA CÂMARA
Publicado: 20 de agosto de 2015 às 20:17 - Atualizado às 20:20
O deputado Leonardo Picciani (RJ), líder da bancada do PMDB, reuniu-se com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, logo após a apresentação da denúncia do procurador-geral Rodrigo Janot, e saiu do encontro afirmando que seu aliado está muito tranquilo:
- Ele achou a denúncia fraca e está aliviado.
Picciani está telefonando para os deputados do PMDB para reunir apoio e divulgar, ainda nesta quinta-feira (20), uma moção de apoio ao dirigente. A nota defenderá que o presidente da Câmara tem direito à "presunção de inocência".
Cunha foi denunciado pela Procuradoria Geral da República pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção, supostamente praticados dentro do esquema da Lava Jato.

AS DUAS VEZES EM QUE BRASÍLIA GANHOU ALMA
Carlos Chagas
Sábado (22) completam-se 39 anos da morte de Juscelino Kubitschek, em desastre de carro na via Dutra. Fenômeno singular aconteceu dois dias depois, quando foi sepultado em Brasília. Multidão calculada em um milhão de pessoas acompanhou o corpo do morto ilustre, da Catedral ao cemitério Campo da Esperança. A capital inaugurada em 1960 ganhava alma. Indiferentes à ameaça de que os militares então no poder perturbariam a despedida, os populares marcharam os poucos quilômetros do trajeto levando o esquife nos ombros. JK descansaria para sempre na cidade que fundara.
Era presidente da República o general Ernesto Geisel, que até as quatro horas da tarde hesitou em decretar luto oficial e determinar fosse a bandeira hasteada a meio pau, no palácio do Planalto. Desde a manhã que o presidente do Senado, Magalhães Pinto, tomara essa providência defronte ao Congresso, mesmo contrariando o humor do ministro Silvio Frota, do Exército. O presidente da Câmara, Célio Borja, não acompanhou o senador mineiro. Só tomou a mesma providência depois de olhar pela janela e verificar o gesto do Executivo, ainda que com atraso.
Anos depois, já presidente o general João Figueiredo, coube-lhe reparar as agressões feitas ao antecessor, cassado, processado e exilado, oferecendo à viúva e às filhas do presidente a mais nobre colina de Brasília, para ser erguido lá o memorial ao fundador da cidade. Os milhões de cidadãos que desde então o visitam podem ver, numa vitrina posta no salão de entrada, os objetos que levava no bolso. Seu bilhete de identidade, uma medalha de Nossa Senhora Aparecida, sua fotografia em três por quatro e, dobradinha para caber na carteira de couro, a copia de um artigo publicado anos antes no jornal “Estado de S. Paulo”, sob o título “Brasília não vê JK chorar”. O texto reportava uma travessura dele, nos anos mais bicudos da ditadura. Estava proibido de entrar na capital, obrigando-se a contornar o Distrito Federal para sair de sua fazendinha e entrar num teco-teco, no pequeno aeroporto de Formosa, em Goiás. Uma das violentas tempestades, comuns no Planalto Central, impedia a visão dos motoristas além de dois ou três metros da estrada. Ele sugeriu ao amigo que o transportava na cabina de um caminhão para dobrar à direita, ou seja, entrar no território proibido. Afinal, há anos que não podia ver sua obra. Entrou no Catetinho, primeiro barracão de madeira que o abrigava quando Brasília ainda não existia. Pregou um susto imenso no vigia da entrada, que jurou nunca mais beber. Extasiou-se com a catedral, que só conhecera nos desenhos de Oscar Niemayer. Depois a Esplanada dos Ministérios, já completada, e a Praça dos Três Poderes, com os palácios e o pequeno museu erigido em sua homenagem. Chovia como nunca, mas foram suas lágrimas a expressão de que, apesar de tudo, a cidade tinha dado certo. Sentiu-se, como diria depois, um súdito das Gálias pela primeira vez visitando Roma. Antes de morrer, a alma incorporava-se à matéria. É fascinante notar como 39 anos passam rápido.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
21/08/2015 às 4:48
Um partido contra o povo brasileiro. Eis o PT, no que é um fim merecido e melancólico. Grupos que não dispõem nem de aparelhos nem de recursos que não a força de seus integrantes puseram na rua, no domingo, quase 700 mil pessoas. O PT, as demais legendas de esquerda, os sedizentes movimentos sociais, sindicatos e centrais conseguiram juntar, segundo as PMs, 73 mil no país inteiro — pouco mais de 10% do que aqueles que pediram publicamente a saída de Dilma Rousseff.
Eis aí os revolucionários de Vagner Freitas e Guilherme Boulos, que tiveram o topete, cada um a seu tempo, de fazer ameaças. O primeiro propôs recorrer às armas para defender Dilma e Lula; o outro sugeriu uma guerra dos pobres contra a população dos Jardins, em São Paulo. Eis as esquerdas de hoje: trocaram o antigo conceito de luta de classes por briga campal, por arranca-rabo. É patético!
E olhem que Rodrigo Janot, o procurador-geral da República, deu uma forcinha. No dia em que a companheirada foi às ruas, ofereceu a denúncia contra Eduardo Cunha, um dos alvos dos esquerdistas nesta quinta. Mas quê… A população não compareceu. Setenta e três mil pessoas. É o que restou ao governo.
“Ah, Reinaldo, então os que querem a saída de Dilma se resumem aos quase 700 mil?” Não! São coisas muito distintas. Existe uma brutal diferença entre a maioria silenciosa, de que os 700 mil eram a expressão sonora, e a minoria ruidosa de esquerda. Os que se manifestaram em defesa do governo exprimem hoje o tamanho do PT e do esquerdismo, mesmo dominando máquinas milionárias, fartamente alimentadas por dinheiro oficial, como é o caso da CUT, do MST, do MTST e da UNE.
O PT perdeu o bonde e as ruas. Desta feita, a gritaria estúpida acusando uma suposta tentativa de golpe não colou. Vimos nas ruas aquela gente de sempre, com suas bandeiras vermelhas, suas palavras de ordem incompreensíveis à larga maioria, sua estética que ainda remete às primeiras décadas do século 20 com ideias sobre economia que remontam ao século 19.
Por trás das bandeiras, mal se viam pessoas, convertidas todas elas em portadoras de uma causa. No domingo (16), os manifestantes tinham rosto, tinham história, tinham família, tinham mãe, tinham pai, tinham mulher, tinham namorada, tinham namorado, tinha avô, tinham avó, tinham cachorro, tinham uma vida que independe do Estado, tinham autonomia, tinham livre-arbítrio, tinham senso de decoro, tinham alegria, tinham esperança, tinham sorriso no rosto.
Nesta quinta (20), deu para constatar, viam-se rostos enfezados, os dos profissionais das causas, ou abestalhados — nesse caso, provavelmente, tratava-se de seguradores de bandeira a soldo ou na esperança de um soldo, mal sabendo o que faziam na rua.
No domingo, indivíduos livres decidiram se manifestar no espaço público contra a roubalheira, contra a sem-vergonhice, contra o assalto ao Estado de Direito. Quem a tanto os obrigava senão a própria consciência? Sabemos que as coisas não são assim no MST e no MTST. Há até um sistema interno de pontuação que impõe aos membros desses movimentos comparecer às manifestações. Boulos e Stedile não lidam com homens e mulheres livres, mas com soldados de uma causa, que devem obediência a seus respectivos generais. Ou são punidos pelas corporações.
Critiquei ontem uma tal “Carta à Nação” de quatro entidades — OAB, CNI, CNS e CNT — que pregava a união de todos os brasileiros e de todos os políticos, acima das paixões, em defesa do país. Considerei uma bobagem porque, a) isso não passa de retórica oca; b) cabe ao governo usar os instrumentos que lhe faculta a democracia, então, para criar uma agenda mínima.
Em vez disso, por vias ainda que oblíquas, as forças oficiais do petismo, às quais Dilma não é estranha, promoveram aquela revoada de pterodáctilos que vimos ontem. Sim, estavam na rua, disseram, em defesa de Dilma, mas também se opunham justamente ao que poderia ser considerado virtuoso nesse governo se fosse a sério: ao ajuste fiscal.
Por todos os aspectos que se queira, resta evidenciado que Dilma está mesmo no mato sem cachorro e que hoje a sua única tarefa, a sua única função, o seu único objetivo é, vejam que fabuloso, não ser impichada. Temos, em suma, um governo cuja medida do sucesso é não cair. E o protesto desta quinta foi mais uma prova escancarada disso. Por quê? Porque nós vimos qual é a verdadeira, como direi?, base social do governo. Caso ele decida apelar a seus fiéis, nós vimos que tipo de mentalidade Dilma e o PT ainda mobilizam.
Os gatos-pingados do partido e da extrema esquerda me encheram de esperança no futuro. Eis o tamanho da oposição que um governo não petista enfrentará.
Digam-me: alguém ficou com medo da cara feia de Boulos ou da pança de Vagner Freitas?
Vamos, sim, usar uma arma poderosa e definitiva contra a dupla: o Século 21!
Por Reinaldo Azevedo

21/08/2015 às 3:47
Leiam trecho:
A atual política brasileira é filha da paranoia e da esquizofrenia. É paranoica porque a força política ainda dominante no establishment vê, ou finge ver, inimigos em todos os cantos, hostilizando mesmo aqueles que se dedicam à simples advertência sobre seus desmandos. Mas essa política é, sobretudo, esquizofrênica. E isso explica por que não há saída para a presidente Dilma Rousseff. Ela vai cair.
Vocês notaram? Os que a querem fora da cadeira – e eu quero! – foram às ruas no domingo passado, dia 16, contra a roubalheira, contra a incompetência, contra o mundo “petralha”, vocábulo já dicionarizado, que criei no ano 2000, ainda antes de o PT chegar à Presidência. A minha referência era o que eu sabia que o partido já andava fazendo em municípios e Estados. Celso Daniel, por exemplo, foi assassinado em janeiro de 2002 e estava no quinto ano de sua volta à Prefeitura de Santo André. Os petralhas – petistas que aderiam à ética dos Irmãos Metralha – diziam roubar os cofres públicos para nos salvar. Eu me nego a ser salvo por bandidos.
Pois é… Embora muitas pessoas tenham dito para si mesmas e para os outros, no domingo passado, que não podem ser obrigadas a arcar com o custo da irresponsabilidade petista, a quase todos era claro que o ajuste fiscal é necessário; que ele é a correção fatal das bobagens feitas pelo petismo. Vale dizer: não batemos panela, bumbo ou boca contra o ajuste fiscal. Mas contra Lula, o boneco inflado, e contra Dilma, a Lírica da Mandioca, que não sabe cortar gastos nem fazer… ajuste fiscal!
(…)
Íntegra aqui
Por Reinaldo Azevedo

21/08/2015 às 2:34
Ah, sim: segundo o delator premiado Milton Pascowitch, João Vaccari Neto, então tesoureiro do PT, deu ordem para que parte da propina que lhe estava reservada fosse repassada a uma “mulher humilde”: R$ 120 mil. Ela teria até constituído uma empresa para poder receber a grana.
O que será? Vai ver Vaccari, de vez em quando, lembrava de que pertencia a um partido que, para todos os efeitos, se dizia socialista.
Quem disse que a máquina corrupta nunca se lembrava dos pobres? Ao menos R$ 120 mil teriam ido parar nas mãos do povo…
Por Reinaldo Azevedo

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 21/08/2015 04:43
A denúncia da Procuradoria contra Eduardo Cunha levou a oposição a promover um ajuste na sua estratégia. Articula-se agora a formalização de um pedido de impeachment sem o aval do presidente da Câmara. Nesse formato, Cunha rejeitaria o requerimento de abertura de processo para o afastamento de Dilma. E a oposição recorreria ao plenário, para evitar que a decisão seja qualificada como uma vingança pessoal do denunciado contra o governo.
A aprovação do recurso exigiria maioria simples. Significa dizer que, alcançado o quórum mínimo para a abertura da sessão — 257 dos 513 deputados —, bastaria que metade mais um dos presentes votassem a favor para que o indeferimento de Cunha fosse revisto. Com isso, o pedido de abertura de processo de impeachment poderia ser levado a voto. Sua aprovação exige quantidade bem maior de votos: 342. Um placar que a oposição está longe de atingir.
A fórmula que combina o indeferimento de Cunha com o recurso ao plenário já vinha sendo discutida com o presidente da Câmara. Ganhou força nesta quinta-feira (20), com a formalização da denúncia do procurador-geral Rodrigo Janot no STF. O tema será discutido no início da próxima semana, numa reunião dos líderes dos partidos oposicionistas com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves.
Conforme já noticiado aqui, a oposição se equipa para lançar uma frente suprapartidária. Em reunião preparatória, realizada há dois dias, os líderes oposicionistas fizeram as contas. Concluíram que, por ora, o grupo tem potencial para reunir no máximo 170 deputados dispostos a votar a favor da abertura do processo de impeachment (o jugamento cabe ao Senado). Se a soma estiver correta, faltam notáveis 172 votos para alcançar os 342 necessários.

Josias de Souza - 20/08/2015 19:05
O contrário do antigovernismo primário é um pró-governismo inocente, que aceita todas as presunções do Palácio do Planalto a seu próprio respeito. Em matéria de Lava Jato, isso inclui concordar com a tese de que o governo tem razões para celebrar a conversão de Eduardo Cunha de investigado em denunciado pela Procuradoria no STF.
Em privado, alguns dos principais auxiliares de Dilma Rousseff soltam fogos como se o governo fosse uma potência moral que não deve explicações à sociedade sobre as facilidades que ofereceu ao denunciado. É uma pena que o presidente da Câmara tenha escolhido para si o papel de perseguido. Melhoraria o enredo se adotasse outro figurino.
Se quisesse, Eduardo Cunha poderia desfilar em cena como vítima da cultura política brasileira, exacerbada durante os governos do PT. Nessa linha, Cunha basearia sua defesa nas circunstâncias.
Os advogados de defesa sustentariam que a culpa é do governo, que quase obrigou Eduardo Cunha a ser o que é, com todas as facilidades que lhe propiciou e as portas que lhe escancarou na Petrobras. Não fosse a Lava Jato, a pilhagem continuaria.
Enquanto soarem fogos no Planalto, Eduardo Cunha ficará à vontade para se autoproclamar uma inocente criatura no meio apodrecido que o produziu. Nesse meio, não há culpados nem inocentes, só há cúmplices. Nele, até um velho adversário como Fernando Collor pode virar heroi da resistência.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Sexta-feira, 21 de agosto de 2015
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Enquanto a guerra de todos contra todos em Brasília se aprofunda, com previsão de grandes danos e baixas para Lula da Silva, Dilma Rousseff, Eduardo Cunha, Renan Calheiros (podendo sobrar até para o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot), dois recados vindos do Judiciário servem de alento para quem sonha e trabalha por um Brasil mais honesto. A vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, e o juiz Sérgio Moro, que condena as falcatruas da Lava Jato na 13a Vara Federal em Curitiba, lançaram importantes reflexões aos brasileiros de bem.
"Nós, brasileiros, precisamos assumir a ousadia que os canalhas têm. O arrojo não pode ser de pessoas que não cumprem as leis, que usam o espaço público para interesses particulares’’. Foi a recomendação de Cármen Lúcia em palestra na Associação Comercial do Rio de Janeiro. A ministra pontuou que chegou a hora de a população mudar de postura, passando a reivindicar mais, em vez de só reclamar: "Reclamação nunca levou a lugar algum".
Sérgio Moro também deu sua contribuição ao choque de realidade, com um sincero questionamento feito no V Simpósio de Direito Empresarial, em São Paulo, onde participou da mesa sobre “O combate à corrupção empresarial no direito brasileiro”: "Fico me perguntando se, por vezes, estamos adotando uma posição muito cômoda em acreditar que casos como esse (Lava-Jato) são uma solução (para combater a corrupção no País)". Moro criticou a morosidade da Justiça e pregou uma mudança na cultura das empresas como instrumento dos setores privados em combater a corrupção:
"Estamos no mundo cada vez mais globalizado. Esses custos da corrupção, além de nos envergonhar moralmente, é algo que prejudica sobremaneira nossa economia. Esse também não é um dos fatores de nossas dificuldades de desenvolvimento? Será que nossas empresas vão estar prontas para competir num mundo que está por vir com esses custos de corrupção? Realmente, quem sabe, se esse caso e a evolução das instituições podem diminuir esse peso que é carregar um sistema de propina nos contratos públicos".
Todos devemos dar ouvidos ao que disseram Cármen Lúcia e Sérgio Moro... Basta de cumplicidade e conivência com o Governo do Crime Institucionalizado. Mudança, já, no Brasil. Intervenção Constitucional, imediatamente, é a única solução. O resto é paliativo para tudo ficar como dantes no tribunal do Abrantes...
(...)

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