DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
13 DE AGOSTO DE 2015
Os relatórios sobre as contas da presidente Dilma que serão julgados pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral – e que poderão definir o destino do governo – têm a impressão digital de um velho companheiro do PT, de José Dirceu e do próprio ministro Dias Toffoli, presidente da Corte. O chefe da Assessoria de Exame de Contas Eleitorais do TSE, Eron Pessoa, foi assessor na Casa Civil dos tempos de José Dirceu.
Eron Pessoa ajudou o então advogado Antônio Dias Toffoli a defender o governo Lula e petistas. Eleito presidente, Toffoli o levou para o TSE.
O cargo de Eron Pessoa no TSE é estratégico para a manutenção da lisura da análise das prestações de contas eleitoras.
A análise das contas eleitorais no TSE requer isenção e distanciamento da vida partidária, entre outros atributos.
Ministros que irão apreciar esses relatórios, escritos sob o crivo e as peneiras de Eron Pessoa, afirmam não saber do seu passado recente.
A decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de dar uma “extensão amiga” para Dilma apresentar sua defesa no caso das “pedaladas fiscais” jogou um balde de água fria nas manifestações marcadas em todo o País para o próximo dia 16. Causou grande surpresa a rápida decisão do Tribunal de Contas, que, no dia seguinte após receber pedido de uma comissão do Senado, concedeu a “extensão” à Dilma.
Foi a Comissão de Meio Ambiente e Fiscalização do Senado que pediu ao TCU, órgão subsidiário do Congresso, a extensão para a defesa.
Apesar de dar tempo a Dilma, a “extensão” foi dada por dois motivos: o pedido do Senado e nova manobra identificada na área técnica do TCU
“Os protestos do dia 16 não dependem do julgamento das pedaladas”, diz Álvaro Dias (PSDB). “Não vai ter manobra sorrateira que impeça”.
Conhecida “raposa” política, o presidente do Senado, Renan Calheiros, preencheu uma lacuna de poder ao se reaproximar do governo. Mas ele não contava a rebordosa: após os acordos com Dilma, Calheiros foi marcado como alvo das manifestações de 16 de agosto próximo.
Presidente da Câmara, Eduardo Cunha aguarda ansiosamente a decisão do TCU sobre as “pedaladas fiscais” de Dilma. Ele quer articular para que o impeachment seja “filho do Congresso”, não dele.
Depois das pedaladas da presidente Dilma, o condicionamento físico virou prioridade máxima no Planalto, que lançou um edital de R$ 49 mil para compra de bolas e halteres, além de kits para avaliação física.
O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), cobrou retratação da presidente da Comissão de Orçamento, Rose de Freitas (PMDB), que foi ao STF tentar impedir votação das contas dos ex-presidentes
Senadores que participaram de jantar com a presidente Dilma saíram cabisbaixos. Ficaram irritados após o governo divulgar que seria um “encontro com aliados”. Eles temem se desgastar nos próprios estados.
Relator do processo das “pedaladas” de Dilma no TCU, o ministro Augusto Nardes comparecerá à Câmara dos Deputados no final de agosto para explicar o que são e como ocorrem as “pedaladas fiscais”.
O ministro Manoel Dias (Trabalho) quer tapar o Sol com a peneira e garante que o PDT ainda apoia Dilma. Na Câmara, a história é outra. Deputados estão em guerra contra o líder do governo, José Guimarães.
O Planalto vai acompanhar de perto as manifestações contra Dilma, no dia 16. Mas outro protesto interessa, e muito, ao governo: quer ver a repercussão do ‘Fora, Cunha’, marcado para a mesma semana.
Foi extraviado o convite do juiz Sérgio Moro para participar do jantar promovido por Dilma a personalidades do Judiciário?

NO DIÁRIO DO PODER
LAVA JATO
PF APREENDEU COM IRMÃO DE DIRCEU 'CADERNO DE PAGAMENTOS' DO ESQUEMA
IRMÃO DO EX-MINISTRO TINHA ANOTAÇÕES DAS PROPINAS DO ESQUEMA
Publicado: 12 de agosto de 2015 às 23:25 - Atualizado às 23:26
Redação
A Polícia Federal apreendeu na casa do irmão de José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil do Governo Lula, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, um caderno com indicações de pagamentos vinculados a obras da Petrobras e empreiteiras cartelizadas. Os federais também encontraram uma planilha de controle de valores provenientes da empreiteira Engevix, além de notas fiscais emitidas pela JD Assessoria e Consultoria - empresa de Dirceu.
Os documentos embasam pedido de prisão preventiva de Luiz Eduardo, alvo da Operação Pixuleco, 17º capítulo da Operação Lava Jato, feito pela Procuradoria da República nesta quarta-feira, 12. O irmão do ex-ministro foi preso no dia 3 de agosto em regime temporário. Na sexta-feira, 7, o juiz federal Sérgio Moro prorrogou por mais cinco dias a custódia temporária de Luiz Eduardo.
Ao requerer a preventiva do irmão do ex-ministro, o Ministério Público Federal destacou trechos do caderno que citam a UTC Engenharia. A empreiteira é apontada como líder do cartel da Petrobras. Seu presidente, Ricardo Pessoa, fez delação premiada e confessou os crimes de corrupção na estatal petrolífera.
A força-tarefa da Lava Jato assinala que a JD Assessoria firmou contrato de prestação de serviços 'com indícios de simulação com a UTC, além de ter recebido cerca de R$ 2,8 milhões da empreiteira'.
Ainda segundo a Procuradoria, as contas da JD Assessoria receberam créditos da UTC, até 22 de outubro de 2014), 'em época bem posterior à deflagração da Operação Lava Jato'.
"Há elementos de prova no sentido de que os recebimentos em favor de JD Assessoria tenham sido provenientes das construtoras cartelizadas e tinham origem em propina decorrente de contratos da Petrobras. Também, há fundadas razões de que Luiz Eduardo não só tinha conhecimento dessas movimentações como executava atos em relação a tais valores. Há anotações em caderno apreendido com ele pelas quais se infere que Luiz Eduardo tinha controle sobre tais montantes vinculados a essas empreiteiras cartelizadas, inclusive da própria UTC", .
Segundo o Ministério Público Federal, a JD Assessoria recebeu da Engevix cerca de R$ 1,1 milhão, 'com base em contratos com indícios de serem ideologicamente falsos'.
Para a defesa de Luiz Eduardo, "a manifestação do Ministério Público Federal revela uma verdadeira confusão entre questões de mérito, que ainda devem ser apuradas, com requisitos de cautelaridade para uma prisão preventiva".

SEM NOÇÃO
MINISTROS DO STF QUEREM AUMENTO DE 16% DO PRÓPRIO SALÁRIO
COM REAJUSTE ELES PASSAM A GANHAR R$ 39,2 MIL
Publicado: 12 de agosto de 2015 às 19:09
Em sessão administrativa, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) aprovaram o aumento dos próprios salários para o ano que vem, com reajuste no porcentual de 16,38% sobre os subsídios recebidos. Na prática, os vencimentos dos ministros passariam de R$ 33,7 mil, aproximadamente, para R$ 39,2 mil a partir do ano que vem. O projeto precisa ser encaminhado ao Poder Executivo e aprovado pelo Congresso.
O presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, afirmou que o índice de reajuste para salário dos ministros levou em conta a recomposição de perdas inflacionárias de 2009 a 2014, a estimativa do IPCA de 2015 e um "resíduo" de reajuste que não foi atendido em pleito anterior. 
Como no Brasil o teto salarial do funcionalismo é a remuneração dos ministros do STF, se a proposta for aprovada haverá efeito cascata nos subsídios dos demais integrantes da magistratura e de outros Poderes. Ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por exemplo, recebem 95% da remuneração de um ministro do STF. Os demais juízes recebem rendimentos de forma escalonada. O presidente do STF, no entanto, frisou que não há "reajuste automático" a partir do subsídio dos ministro da Corte.
"Nós configuramos o teto de todos os servidores, mas isso não significa automaticamente que haja efeito cascata. Como o próprio STF já decidiu, somente por lei formal é que os aumentos podem ser colocados em prática. Não há nenhum efeito automático cascata", afirmou Lewandowski. Ele destacou que a última palavra "evidentemente" será do Congresso. 
Após a aprovação da proposta salarial para o próximo ano e da análise do reajuste para servidores do Judiciário, os ministros do Supremo passaram a debater a minuta para o novo Estatuto da Magistratura, que substituirá a Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman), de 1979. Ao iniciar as discussões, o ministro Gilmar Mendes criticou os diversos benefícios concedidos nos Estados a juízes, classificando-os como uma "árvore de Natal". "Com o teto, estamos criando o piso", criticou Gilmar. O ministro sugeriu que o salário de ministro do STF deixe de ser atrelado aos de demais categorias. O ministro Luiz Fux ponderou que a mudança exigiria uma proposta de emenda constitucional (PEC), pois altera a Constituição. (AE)

REBELIÃO OU RENDIÇÃO DAS MASSAS?
Carlos Chagas
Em função de Renan Calheiros, o mandato da presidente Dilma pode estar momentaneamente preservado, ainda que não se tenha certeza do que poderá acontecer com as manifestações de protesto do próximo domingo. Ou também porque se desconhece todo o potencial do pacote de maldades do deputado Eduardo Cunha. Mesmo que Madame consiga superar o permanente inferno zodiacal fora de seu aniversário, ficarão cicatrizes difíceis de superar.
Como ela explicará, para seus biógrafos, haver renegado o ideário do PT para governar o país? Noves fora as mentiras da recente campanha presidencial, vale alinhar algumas iniciativas adotadas pela presidente desde o dia de sua segunda posse.
Prometendo não investir contra os direitos trabalhistas, mas até ampliá-los, Dilma reduziu o salário desemprego, destroçou o abono salarial e as pensões das viúvas, estabeleceu que devem ser pagos os serviços prestados pelo SUS e vetou o aumento das aposentadorias de acordo com o reajuste do salário mínimo.
No reverso da medalha, também propôs revogar a desoneração da folha de pagamento das empresas, aumentou os juros e acabou com a isenção dos produtos da cesta básica. Engajou-se por inteiro na concessão de benesses ao sistema financeiro e não mexeu na escandalosa remessa de lucros para o exterior. Quase matou o FIES e cortou o sonho de milhares de estudantes pobres. Pior ainda, nenhuma solução apresentou para conter o desemprego em massa que assola o país. Tudo ao contrário do que havia sustentado ao pedir votos para sua reeleição. Também beneficiou os planos de saúde e não hesitou em cortar 10 bilhões da reais das dotações orçamentárias para a educação pública. E 40 bilhões da saúde.
Ainda que possa escapar da degola, expectativa ainda por ser demonstrada, Dilma carregará até o final de seu período de governo a mancha de haver-se tornado neoliberal, renegando o programa do PT. Coisa que o Lula fez no varejo, ela pratica no atacado. Talvez por isso ainda evite a defenestração, porque conta com o apoio das elites, às quais acaba de aderir por inteiro. Basta ver a súbita reviravolta no noticiário dos jornalões e penduricalhos da mídia, com algumas exceções. Querem preservá-la para preservar-se.
A conclusão surge lamentável: mais uma vez os anseios de mudança profunda nas estruturas sociais saem pelo ralo, permanecendo o mesmo modelo que predomina no planeta, do domínio dos poucos privilegiados sobre os ignorados. Cada vez mais revela-se a impossibilidade da pronta rebelião das massas, restando como consolo uma única saída: a rendição das massas. Exangues, algum poder precisará cuidar delas, caso venham a levantar os braços e render-se.

NO BLOG DO CORONEL
QUINTA-FEIRA, 13 DE AGOSTO DE 2015
(Estadão) O Tribunal de Contas da União (TCU) detectou sobrepreço de R$ 673 milhões nas obras das unidades de coqueamento retardado da Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, tocadas por um consórcio integrado pela Camargo Corrêa, investigada na Operação Lava Jato, e a CNEC Engenharia. 
Os auditores do tribunal analisaram itens que custaram R$ 1,4 bilhão à Petrobrás. O valor inflado irregularmente corresponde, portanto, a quase a metade dos componentes, que poderiam ter custado R$ 785 milhões à estatal. O contrato e seus 16 aditivos alcançaram, no total, R$ 3,8 bilhões.
Conforme as análises, o sobrepreço chegou a até 174%. Em seu voto, o ministro Benjamin Zymler destacou que os porcentuais excedem, e muito, os valores por ora apurados na investigação do esquema de corrupção da Petrobrás. “Na Lava Jato, é dito e repetido que as propinas corresponderam a 1%, 2%, 3% dos contratos. Estamos falando de 114%. Os números são muito maiores que esses absurdos números que nos causam perplexidade. Muito provavelmente, vão superar a casa de dezenas milhões de reais”, disse.
Em nota, o consórcio integrado pela Camargo Corrêa informou que apresentará ao TCU “os esclarecimentos de que não procede a acusação de sobrepreço, apresentada em atualização de relatório preliminar”.
A auditoria foi possível pelo compartilhamento de informações da 13.ª Vara da Justiça Federal no Paraná. O tribunal analisou os contratos e cruzou informações com as notas fiscais apresentadas pelas empresas. Os executivos da Camargo Corrêa fecharam acordos de delação premiada com a Justiça do Paraná e admitiram o pagamento de propina envolvendo a obra da Refinaria de Abreu e Lima.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 00:06:00


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
13/08/2015 às 4:17
Opa! “Parem as máquinas”, como se dizia antigamente! Por que eu realmente não estou surpreso, e igualmente não estão os leitores deste blog? Então o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que, até outro dia, estava inclinado a criar embaraços para pôr em votação a recondução de Rodrigo Janot à Procuradoria-Geral da República, decidiu, agora, acelerar o processo?
Eita!
Nesta quarta (12), também ficamos sabendo que o TCU resolveu dar mais um prazo para a votação das contas de Dilma. A manobra nasceu justamente no Senado. Um parlamentar da base, do PSD, partido do ministro Gilberto Kassab, resolveu que tinha duas outas dúvidas sobre as contas… O esforço oficial é empurrar essa votação com a barriga o máximo possível.
Noticiei ontem aqui o sonho de impunidade que se sonha em Brasília. Segundo a narrativa, Rodrigo Janot não oferece denúncia contra Renan Calheiros — ou oferece uma bem fraquinha, do tipo que não pode ser aceita pelo Supremo —, e o agora novo condestável da República fica livre do peso do petrolão, à diferença de seu congênere na Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cada vez mais hostilizado pelo governo.
Agora, até a Caixa Econômica Federal, o BNDES e Itaipu financiam protestos contra o deputado.
Renan está tão confiante no futuro que se ofereceu para ser uma espécie de primeiro-ministro, com uma tal pauta da governabilidade e de retomada dos investimentos. Joaquim Levy fingindo ontem que se trata de algo realmente importante chegou a ser patético. É só espuma mesmo, como definiu Cunha. Mas, como vimos, faz barulho. Renan parece vislumbrar uma longa estrada adiante.
O presidente do Senado tem alguns trunfos que a muitos interessa. Exerce inequívoca liderança na Casa e pode, sim, ser definidor na aprovação ou reprovação do nome de Janot. Também é ouvido com carinho por pelo menos três ministros do TCU que tendiam a votar contra as contas de Dilma: Raimundo Carreiro, Bruno Dantas e Vital do Rêgo. Todos já entenderam a natureza do jogo, não? Se o TCU recusar o relatório de Augusto Nardes e recomendar, então, a aprovação das contas de Dilma, é evidente que o impeachment fica um pouquinho mais distante.
Vejam como são as coisas. Escrevi aqui ontem de manhã que se sonhava em Brasília o tal sonho da impunidade, com as características dadas. De lá pra cá:
a: TCU adiou a votação do relatório de Nardes;
b: Renan passou de opositor a entusiasta da recondução de Rodrigo Janot à Procuradoria-Geral da República.
Janot é aquele procurador-geral que, em vez de denunciar Dilma (sim, ele pode!) ou, ao menos, pedir a abertura de inquérito, conforme autoriza jurisprudência do Supremo, prefere ir jantar com a presidente para comemorar o “Dia do Advogado”.
Sem contar, não é?, que a oposição aguarda desde o dia 26 de maio, há quase três meses, que ele responda ao pedido de abertura de uma ação contra Dilma com base no Artigo 359 do Código Penal.
O que falta ao procurador? Tempo? Mão de obra? Disposição?
Por Reinaldo Azevedo

12/08/2015 às 20:31
Na VEJA.com:
O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, determinou nesta quarta-feira (12) que seja libertado o advogado Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Ele já estava preso temporariamente desde o início da semana passada, assim como o irmão petista, por suspeitas de integrar um esquema de arrecadação de propina junto a empreiteiras. Além de Luiz Eduardo, também serão colocados em liberdade o ex-assessor de Dirceu Roberto ‘Bob’ Marques e o empresário Pablo Kipersmit. Os três estavam na carceragem da Polícia Federal na capital paranaense.
No despacho em que revoga a prisão temporária dos três, o juiz Sergio Moro afirmou que existem indícios de que Bob Marques e Luiz Eduardo seriam “auxiliares de José Dirceu na operacionalização de recebimento de propinas e lavagem de dinheiro”, mas disse esperar que a prisão de José Dirceu já seja suficiente para estancar as atividades criminosas do grupo.
Luiz Eduardo, sócio da JD até 2013, é apontado pelos investigadores como a pessoa que pedia propina para o esquema corrupto do irmão. Ele foi preso na 17ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada no último dia 3. Em depoimento aos investigadores, ele admitiu que empreiteiras repassaram dinheiro para a JD, mas disse que os recursos representam um “auxílio financeiro” a Dirceu.
Apesar de ter decretado a liberdade dos três suspeitos, o juiz afirmou que as investigações do escândalo do petrolão indicam um “contexto de criminalidade desenvolvida de forma habitual, profissional e sofisticada”. Para Moro, a prisão do irmão de Dirceu, de Bob e de Kipersmit neste momento não seria mais necessária porque antes é preciso “aprofundar a investigação”. “Em relação aos três, especialmente Luiz Eduardo e Pablo Kipersmit, embora não se possa falar que houve propriamente colaboração com a justiça criminal, houve, pelo menos, a admissão parcial de fatos importantes, o que também deve ser levado em conta nesse momento, pois pelo menos indicam menor risco às investigações que se seguirão”, disse ele.
Na decisão em que autorizou a libertação, o juiz Sergio Moro listou uma série de exigências a serem cumpridas por eles, como a proibição de deixar o país ou de mudar de endereço, obrigação de entregar o passaporte e proibição de entrar em contato com outros investigados ou com delatores da Lava Jato. No caso de Bob Marques, ele também terá de se afastar do cargo que tem na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
Na tentativa de revogar a prisão temporária, a defesa de Bob havia alegado a Moro que não havia risco de o assessor fugir do país ou atrapalhar na coleta de provas do petrolão. Os advogados do ‘faz-tudo’ de Dirceu também pediram o desbloqueio de contas bancárias porque ele tem a mãe como dependente e alegaram que a conversão da prisão temporária em preventiva seria desnecessária porque Bob Marques “não é um marginal”. “Não é, definitivamente, um marginal. Não tem bens ou quantias no exterior. Com certeza, não enriqueceu ilicitamente. Se outros investigados se conduziram mal, isso não significa que o acusado assim se comportará”, disse. Em depoimento à Justiça, Bob Marques admitiu ter recebido mesada de 30.000 reais em 2011, retiradas na JD Consultoria, porque estaria em dificuldades financeiras.
Por Reinaldo Azevedo

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 13/08/2015 04:49
Uma pessoa pode mudar. Pode até mudar radicalmente de vida — mesmo que uma migração de Che Guevara para Joaquim Levy pareça exagerada. Mas quem conhece Dilma Rousseff se pergunta se algum dia ela imaginou que seu destino estaria tão dependente de um personagem como Renan Calheiros. Na definição de um auxiliar, a reaproximação com o presidente do Senado deixou Dilma “aliviada”. Sobretudo “depois do que ela sofreu na semana passada.”
Referia-se à humilhação que o plenário da Câmara impôs a Dilma ao aprovar uma ‘bomba fiscal’ pelo elástico placar de 445 a 16. Nem o PT fechou com o Planalto. Num cenário assim, tão deteriorado, ter Renan de novo do seu lado, para fazer o contraponto a Eduardo Cunha, presidente da Câmara, deixou Dilma “aliviada” às vésperas de um novo ronco das ruas contra o seu governo, programado para soar no domingo em cerca de 200 cidades.
A esse ponto chegou Dilma: em troca de algumas noites de sono, tolera como sedativo um pesadelo investigado na Lava Jato. Afora o rastro pegajoso, Renan lhe impõe um pacote de projetos cuja viabilidade é inversamente proporcional ao seu tamanho. Eram 28 propostas. Nesta quarta-feira (13), após reunião de Renan e um grupo de senadores com os ministros da área econômica, o embrulho passou a conter 43 projetos.
A despeito do peso dos seus interesses, Renan move-se com a desenvoltura de um presidente acidental. Antes de coordenar uma reunião de duas horas com os ministros Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento), ele havia sido festejado em café da manhã com Lula e a caciquia do PMDB. Deu-se no Jaburu, residência oficial do vice-presidente Michel Temer. Longe dos refletores, Lula elogiou o protagonismo de Renan e, numa crítica velada a Levy, disse que o governo tem de mudar de assunto. Acha que ninguém aguenta falar de ajuste fiscal.
Líder do DEM, o deputado Mendonça Filho ironiza: “Eu já tinha ouvido falar de estacionamento rotativo. Mas presidência rotativa é a primeira vez que vejo. Como Dilma não tem agenda, a Presidência é ocupada semanalmente por um personagem diferente —ora o Eduardo Cunha, ora Renan Calheiros.”

NO O ANTAGONISTA
Brasil 13.08.15 07:11 Comentários (12)
Alguns dias atrás, a Folha de S. Paulo disse que Emilio Odebrecht se reuniu com Lula e Fernando Henrique Cardoso para tratar da “imagem” da empresa depois da Lava Jato.
Hoje o jornal revela o verdadeiro motivo daqueles encontros...
Emilio Odebrecht despachou seu lobista para Brasília
Brasil 13.08.15 07:08 Comentários (11)
“Não dá para esperar toda segunda-feira e ver se mais alguém foi preso”.
Lula disse isso ontem, durante reunião com Michel Temer e os ministros do PMDB, e causou “espanto geral”, segundo a Folha de S. Paulo...
Muito medo
Brasil 13.08.15 06:47 Comentários (20)
Aécio Neves, segundo Josias de Souza, “informou a amigos e correligionários que pretende participar das manifestações contra Dilma Rousseff no próximo domingo”.
Faz muito bem.
O Antagonista o incentiva a informar também, além de amigos e correligionários, todos os seus eleitores...
Ele vai
Brasil 13.08.15 06:42 Comentários (8)
Lauro Jardim acaba de publicar mais uma nota sobre Freud Godoy:
"Algo estranho acontece com a Caso Sistemas de Segurança na prestação de contas eleitorais ao TSE na eleição de 2010. A empresa de Freud Godoy aparece identificada como fornecedora de campanha em dois CNPJs...
Brasil 13.08.15 06:34 Comentários (6)
Se você tiver paciência, leia este artigo sobre Freud Godoy que eu, Diogo, publiquei em 25 de agosto de 2006, na Veja.
Os fatos relatados por mim jamais foram investigados. Ninguém interrogou o policial que retirou 150 mil reais da conta de Marcos Valério um dia antes que Freud Godoy depositasse 150 mil reais na conta de sua mulher. Talvez a Laja Jato possa se interessar pelo assunto...
Brasil 13.08.15 06:13 Comentários (8)
Freud Godoy está de volta.
Segundo Lauro Jardim, o relatório da PF que analisou as contas bancárias da JD Consultoria encontrou 14 repasses de dinheiro, num total de 87 mil reais, da empresa de José Dirceu para a empresa de Freud Godoy, o guarda-costas de Lula enrolado no mensalão e no escândalo dos aloprados.
Gorilas
Brasil 13.08.15 06:08 Comentários (5)
Ricardo Hoffmann disse ao juiz Sergio Moro que os pagamentos às empresas de fachada de André Vargas foram ordenados pela agência de publicidade Borghi/Lowe.
A Lava Jato sabe que Ricardo Hoffmann mente e que está tentando proteger alguém. Na cadeia, ele foi procurado por emissários de André Vargas. O que os investigadores suspeitam é que os dois tenham feito um acordo financeiro...
A campanha da Caixa e a Mega-Sena de Hoffmann
Brasil 13.08.15 05:54 Comentários (13)
Dilma Rousseff “jamais cogitou renunciar”.
O Antagonista jamais cogitou renunciar ao impeachment.
Faltam três dias
Brasil 12.08.15 22:44 Comentários (15)
"Jamais cogito renunciar", disse Dilma Rousseff, em entrevista a Kennedy Alencar, irmão de Beckembauer Rivelino, dono da gráfica VTPB, aquela.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 26/02/2024 - SEGUNDA-FEIRA