Pular para o conteúdo principal

MAIS UM PETRALHA DO ESQUEMA DO DIRCEU

Ex-vereador petista atuava em esquema de arrecadação de propina a Dirceu
Alexandre Romano, conhecido como “Chambinho”, preso hoje, pode fortalecer ainda mais a produção de provas contra o ex-ministro da Casa Civil
Por: Laryssa Borges, de Brasília13/08/2015 às 13:28 - Atualizado em 13/08/2015 às 13:38
Veja on line
O ex-vereador Alexandre Romano, preso temporariamente nesta quinta-feira (13) na 18ª fase da Operação Lava Jato, antecedeu o lobista Milton Pascowitch em um dos esquemas investigados no petrolão - o de recolhimento de propina da empresa para campanhas eleitorais do PT. Para o Ministério Público, porém, a atuação do advogado e político petista, conhecido como "Chambinho" e detido hoje pela Polícia Federal, pode fortalecer ainda mais a produção de provas contra o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Dirceu está preso desde a semana passada após Pascowitch, atuando como um dos delatores da Lava Jato, ter afirmado que repassava propina ao ex-todo poderoso do governo Lula.
"Analisando-se os fatos narrados com os elementos e provas já colhidos ao longo da investigação é inequívoca a conclusão de que Alexandre Romano precedeu Milton Pascowitch nas práticas ilícitas que propiciaram a obtenção de recursos espúrios para campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores e para o pagamento de José Dirceu, propiciando, sem sombra de dúvidas, a corrupção de agentes públicos", disse o MP no pedido de prisão de Romano.
Os procuradores alegaram que apenas a prisão preventiva, que é aquela sem prazo de duração pré-determinado, seria capaz de estancar a atuação do grupo, que tinha tentáculos no Ministério do Planejamento. O juiz Sergio Moro, porém, decretou apenas a prisão temporária, de 5 dias, do ex-vereador. Segundo o procurador da República Roberson Pozzobon, o lobista Milton Pascowitch afirmou aos investigadores que "represava" o dinheiro recebido das empresas que pagavam propina no petrolão para "abrir as comportas" a João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, no esquema em vigor no Planejamento. "Portanto, a ligação entre os casos é visceral", explicou.
De acordo com as investigações do MP, Alexandre Romano atuava há pelo menos cinco anos como operador do esquema de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro do petrolão. Ele cobrava da empresa Consist uma espécie de "taxa de manutenção" de contratos com o governo federal, simulando a prestação de serviços por meio de notas fiscais falsas. "Esta taxa, na realidade, nada mais era do que a destinação de recursos ao Partido dos Trabalhadores e outros agentes públicos ainda não identificados. É plausível que José Dirceu, dentre outros, também tenha recebido através das empresas vinculadas direta ou indiretamente à Alexandre Romano, assim como agentes públicos com poder decisório no âmbito do Ministério do Planejamento", afirma a acusação. No braço do petrolão no Ministério do Planejamento, a força-tarefa da Lava Jato afirma haver indícios de que Romano atuou para que a pasta desse aval à celebração de contratos com a Associação Brasileira de Bancos e com o Sindicato das Entidades Abertas de Previdência Privada (SINAPP).
Conforme depoimentos do delator Milton Pascowitch, Romano era o operador do PT na empresa Consist e tinha como função repassar a Vaccari valores de propina devidos por causa de "contratos que mantinham com o governo". "Inevitável considerar que Alexandre Romano também integrou organização criminosa - e continua a integrar, dado o recebimento de pagamentos até julho do presente ano -, possuindo papel importante na divisão de trabalhos delimitada para a prática de crimes no bojo de entidades públicas brasileiras", diz a acusação. Um desentendimento pessoal entre Romano e o então tesoureiro do PT João Vaccari Neto teria provocado a entrada de Pascowitch no esquema.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Notícias em Destaque

Brasil tem menor média de casos de covid do ano(Ler mais)   Mourão nega renúncia e diz que segue no governo ‘até o fim’ Relação entre o vice e Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a ser alvo de especulações após o presidente dizer que o general ‘por vezes atrapalha(Ler mais) A economia a gente vê depois: Governadores e Prefeitos ainda não se pronunciaram em como vão ajudar a população: “o depois chegou, e agora?”(Ler mais) Com ódio: Governo Doria multa o presidente Bolsonaro e sua comitiva: “pode chegar a 290 mil reais”(Ler mais) Ministros do STF querem resposta imediata de Luiz Fux sobre declarações do presidente alegando fraude nas urnas eletrônicas(Ler mais) Renan Calheiros e Humberto Costa querem sigilos bancários de Jornalismo independente “disseminadores de fake”(Ler mais) Justiça prorroga prisão de autor do vandalismo em estátua de Borba Gato(Ler mais)

Notícias em Destaque

  Bolsonaro entrega moradias populares no Cariri nesta sexta (13); veja agenda da visita (Ler mais) Relator conta que PT e PSOL queriam alterar cassação de Flordelis para ‘suspensão’ Manobra foi abortada após ter sido percebida pelos demais parlamentares (Ler mais) Presidente sugere que estados não cobrem ICMS sobre bandeiras tarifárias Proibido ICMS sobre bandeiras tarifárias, valor da conta de luz cairia (Ler mais) Diretor da Vitamedic diz que não vendeu Ivermectina ao governo Diretor da Vitamedic foi mais um depoimento inócuo na CPI no Senado (Ler mais) Lobby bilionário tentará barrar MP dos combustíveis (Ler mais) Câmara rejeita ‘distritão’ e aprova coligações na PEC da Reforma Eleitoral (Ler mais) Pacheco: “Voto impresso não será debatido no Senado e o assunto está encerrado” (Ler mais) Doria pede desculpas por fake news contra Bolsonaro no Twitter (Ler mais)