DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
22 DE JULHO DE 2015
De um modo geral, ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) não acreditam que seu presidente, Aroldo Cedraz, tenha condições de concluir seu mandato, no final do ano, considerando a gravidade das acusações de tráfico de influência envolvendo seu filho na corte. Mas, ainda que “sobreviva” até lá, seu mandato tende a não ser renovado, como é da tradição. Mandato de presidente do TCU é de um ano.
É praxe no TCU o presidente cumprir dois mandatos de um ano, até para coincidir com mandatos de tribunais superiores do Judiciário.
Os ministros são sempre elegantes, quando se referem à iminente queda de Aroldo Cedraz, condicionando-a ao agravamento da situação.
O pedido de vista de processo de Ricardo Pessoa (UTC) demoliu a alegação de Cedraz de não tratar de casos envolvendo o filho Tiago.
Só os ex-presidentes Guilherme Palmeira, e Élvia Castello Branco, por aposentadoria, não foram reconduzidos no TCU.
O Partido Progressista (PP), que tem o maior número de políticos investigados pela Polícia Federal, na Operação Lava Jato, articula a destituição do líder da bancada na Câmara, Eduardo da Fonte (PE). Os deputados progressistas dizem que não há “a menor condição” de serem representados por Eduardo da Fonte após mandado de busca e apreensão cumprido pela Polícia Federal na casa do parlamentar.
A Lava Jato chegou a Portugal. O Ministério Público português investiga as negociações envolvendo a Vivo, Telefónica e a Oi. O elo do escândalo é Otávio Azevedo, ex-acionista da Portugal Telecom e presidente da Andrade Gutierrez, enrolado na Lava Jato preso pela PF.
Nem parece que o Congresso está em recesso. Após divulgação do arraso na popularidade do governo Dilma (7,7%), vários parlamentares voltaram a Brasília. E foram direto para a Presidência da Câmara.
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), nitidamente despreparado, não tem ajuda do padrinho, ministro Jaques Wagner (Defesa), empenhado em ajudar a salvar Dilma. E substituir Aloizio Mercadante na Casa Civil.
A situação do ministro Henrique Alves (Turismo) se complicou. Após o rompimento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) com o governo, ele tenta apoio do vice-presidente Michel Temer para se segurar no ministério.
Encerra-se nesta quarta (22) o prazo para Dilma se explicar sobre as pedaladas do governo. As pedaladas são a maior aposta da oposição para iniciar o processo de impeachment de Dilma na Câmara.
O PCdoB, conhecido como linha auxiliar do governo, orientou os parlamentares da Câmara a evitar confrontos com o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desafeto público do Planalto.
O presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB), promete esclarecer as declaração do delator Júlio Camargo, que acusou Eduardo Cunha de cobrar propina. Na CPI, Cunha estará “blindado”.
... se continuar a queda no mesmo ritmo, a aprovação de Dilma (7,7%) deve terminar 2015 não só menor que a inflação: pode perder até para o PIBinho.

NO DIÁRIO DO PODER
EM NOME DOS LADRÕES DE GALINHA
Carlos Chagas
Merecem o Prêmio Nobel da Justiça, se um dia vier a ser inventado, os integrantes do Judiciário, do Ministério Público, da Polícia Federal e demais entidades empenhadas na Operação Lava-Jato. Os mesmos que antes acionaram os processos do mensalão. Cumpriram e cumprem seu dever apesar de obstáculos e pressões, levando montes de corruptos e corruptores para a cadeia.
Feito o preâmbulo, vale passar às peculiaridades, nem sempre tão elogiáveis. Tem empresários condenados no mensalão passando apertado, mas a maioria, nem tanto. Dos oriundos da classe política, todos estão em casa, mesmo submetidos a penas variadas, cumpridas fora da cadeia. O mesmo vai acontecendo com réus do chamado petrolão. Vigaristas que meteram a mão nos dinheiros públicos encontram fórmulas para não cumprir as pesadas penas a que foram ou serão condenados. Beneficiados pela delação premiada e outros artifícios da lei, gozam do privilégio de ficar presos em suas luxuosas residências, no convívio de suas famílias e de seus amigos, comendo (e bebendo) do bom e do melhor, com ou sem tornozeleiras. Por tempo curto dormiram nas penitenciárias.
Não há como deixar de reconhecer a existência de condenados de primeira classe, ao tempo em que os de segunda, os ladrões de galinha permanecem no abominável sistema penal que nos assola. Os privilegiados sofreram e ainda sofrem, é claro, o desconforto e o constrangimento moral das condenações e, possivelmente, da perda de parte de seus bens, mas não de milionários padrões de vida. Não dá para comparar sua sorte com a dos milhares de presos comuns. Dirão os ingênuos que a causa está na lei, ao conceder tantos recursos e vantagens a quem possuir bons advogados. A culpa não é dos juízes que aplicaram as sentenças. Mais ou menos.
Chama a atenção, por exemplo, Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, pivô de toda a roubalheira na estatal, condenado a mais de 20 anos de prisão mas destinado a cumprir no máximo dois anos no regime semiaberto domiciliar. Ou Alberto Yussef, doleiro e distribuidor da tramoia, permanecer só três anos em regime fechado, apesar de condenado a oito anos e três meses. Assim como eles, uma legião de privilegiados que tendo recebido ou estando por receber pesadas condenações, tornarão letra morta a voz da Justiça...
Os crimes de fraude em licitações, corrupção passiva, lavagem de dinheiro, formação de cartel, superfaturamento, desvio de recursos públicos, tráfico de influência e outros serão menos graves do que pular a cerca do vizinho, entrar no galinheiro e levar algumas penosas para alimentar a família?

NO BLOG DO CORONEL
Quarta-feira, 22 de julho de 2015.
(Estado) A diplomacia americana monitorou os negócios da empreiteira brasileira Odebrecht no exterior e apontou para suspeitas de corrupção em obras espalhadas pelo mundo na segunda gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência (2007-2010).
Telegramas confidenciais do Departamento de Estado norte-americano revelados pelo grupo WikiLeaks relatam ações da empresa brasileira e suas relações com governantes estrangeiros. Lula é citado em iniciativas para defender os interesses da Odebrecht no exterior. No dia 21 de outubro de 2008, a embaixada americana em Quito (Equador) descreve a pressão imposta sobre as empresas brasileiras pelo presidente daquele país, Rafael Correa. O governo equatoriano ameaçava expulsar tanto a Odebrecht quanto a Petrobrás, alegando descumprimento de contratos.
A embaixada americana em Quito, porém, alerta ao Departamento de Estado dos EUA que o motivo da pressão seria outro: corrupção. “Alfredo Vera, chefe da Secretaria Anticorrupção do Equador, levantou questões sobre os preços e financiamento dos contratos da Odebrecht”, indicou o telegrama.
“Apesar de não termos informações de bastidores no projeto San Francisco (usina), o posto ouviu alegações com credibilidade de corrupção envolvendo o projeto de irrigação da Odebrecht em Manabi de um ex-ministro de Finanças que se recusou a assinar os documentos do projeto diante de suas preocupações sobre a corrupção”, afirmaram os EUA.
Outro alerta feito nos bastidores aos americanos se referia às condições do empréstimo do BNDES, para o mesmo projeto. “O posto também ouviu preocupações de um funcionário do Banco Central sobre termos desfavoráveis nos empréstimos do BNDES que apoiariam o projeto de irrigação”, constata o telegrama. Segundo os EUA, ambos problemas teriam ocorrido em 2006, no último ano do governo de Alfredo Palácio. “Apesar de não termos a história completa da ira de Correa contra a Odebrecht, suspeitamos que a corrupção e a pobre construção da empresa amplamente devem explicar suas ações (em relação a Correa)”, indicou a diplomacia.
Lula 
Um ano depois, num telegrama de 5 de outubro de 2009, a embaixada americana no Panamá relata a Washington a situação delicada que vivia o então presidente local, Ricardo Martinelli. Numa conversa entre os diplomatas e um ministro do governo, Jimmy Papadimitriu, os americanos são alertados de que um escândalo de corrupção estaria prestes a eclodir, envolvendo a Odebrecht.
“O administrador da campanha de Martinelli, e hoje ministro da presidência, Jimmy Papadimitriu, disse à Emboff (sigla em inglês para “oficial da embaixada”) que notícias estavam a ponto de sair de que Martinelli recebeu uma grande contribuição para sua campanha da construtora brasileira Odebrecht, que estava conduzindo várias grandes obras públicas no Panamá”, indicou o telegrama e que cita como Martinelli passou a ser alvo de ataques quando deu à empresa brasileira um contrato de US$ 60 milhões para a construção de uma estrada “sem licitação”.
Em 30 de outubro de 2007, outro telegrama apontou para as relações da Odebrecht com políticos estrangeiros. O caso se referia à viagem de Lula para Angola, naquele ano. A embaixada americana em Luanda escreveria naquele dia para Washington para descrever “uma produtiva visita de Lula”.
Segundo a mensagem, “a visita de Silva (Lula) ajudou a concluir um acordo entre a gigante construtora brasileira Odebrecht, a paraestatal angolana no setor do petróleo Sonangol, e a Damer, até então desconhecida empresa angolana, para construir uma usina capaz de produzir não apenas etanol para exportação, mas gerar 140 megawatts de eletricidade por ano pela queima de bagaço”.
O papel de Lula não é colocado em questão. Mas a diplomacia dos EUA levanta questões sobre a parceria fechada pela Odebrecht: “O acordo, chamado na imprensa de um entendimento entre a Sonangol e a Odebrecht, aloca 40% das ações para a Odebrecht, 20% para a Sonangol, e os restantes 40% para a Damer”. “Fontes na embaixada brasileira afirmaram que a Odebrecht foi “evasiva” quando questionada sobre a Damer, enquanto outras fontes apontam que a Damer está conectada com o presidente angolano (José Eduardo) dos Santos”.
A relação entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a empreiteira Odebrecht e o governo da Venezuela também foi alvo de um exame por parte da diplomacia norte-americana.Um telegrama enviado pela embaixada dos EUA em Caracas para o Departamento de Estado em 7 de dezembro de 2006 fala sobre como o apoio de Lula à campanha para a reeleição de Hugo Chávez “poderia parecer um passo diplomático errado, mas realmente foi simplesmente um bom negócio”.
O apoio de Lula ocorreu durante a inauguração da segunda ponte sobre o rio Orinoco, ligando os dois países naquele ano. Mas estaria ligado a licitações vencidas pela empresa brasileira. “A ponte foi construída pela empresa de construção brasileira Odebrecht e financiada pelo banco de desenvolvimento do Brasil, BNDES”, diz o telegrama. “Supostamente, ela custou à Venezuela entre US$ 1,1 bilhão e US$ 1,2 bilhão (supostamente 40% acima do orçamento) e planos já existem para uma ponte número 3”, indicou.
“Apesar de a Odebrecht ter também ‘vencido’ o contrato para a 3.ª ponte, pelo que sabemos não houve um processo de licitação”, indicam os americanos. No mesmo e-mail, a diplomacia dos EUA aponta como a Odebrecht também é a principal empresa nas obras das linhas 3 e 4 do metrô de Caracas.
Em 13 de novembro de 2007, outro telegrama voltava a falar das relações entre a Odebrecht a diplomacia venezuelana. Desta vez, o alerta havia partido do então senador Heráclito Fortes, ex-DEM e atualmente deputado pelo PSB do Piauí. No dia 5 de novembro, ele telefonou para o embaixador americano em Brasília, Clifford Sobel, para pedir para ter uma conversa “ao vivo” com o diplomata.“Ele pediu um encontro urgente para levantar um assunto que ele não poderia falar pelo telefone”, explicou o telegrama.
O assunto era a relação entre Venezuela, Irã, Rússia e o governo brasileiro. Fortes explicaria no encontro com o embaixador que “a diplomacia oficial venezuelana é cada vez mais comercial, com enormes contratos para empresas como a gigante brasileira Odebrecht, que então faria lobby pela Venezuela”.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 08:20:00


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
22/07/2015 às 7:21
Ai, ai… Dilma já renunciou às promessas do que faria, às promessas do que não faria, já renunciou ao comando da política, já renunciou ao comando da economia e, agora, vai renunciar à meta de superávit fiscal. Santo Deus! Dilma só não renuncia mesmo é ao mandato, o que seria um bem imenso ao país.
Por que escrevo isso? Atenção! O senador Romero Jucá (PMDB-RR) decidiu apresentar uma emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2015 baixando o superávit primário de 1,1% do PIB para 0,4%. Já seria reduzir o dito-cujo a 36,36% do original, certo?
Mas ainda é muito. Não vai ter dinheiro para economizar o que, percentualmente, já seria uma mixuruquice. Notem: aquele 1,1% correspondia a R$ 66,3 bilhões; o 0,4% de Jucá já baixaria a economia para o pagamento da dívida para R$ 24,1 bilhões. Mas ainda é estupidamente mais do que o governo vai conseguir fazer.
Nesta quarta, informa a Folha, o Planalto vai sugerir a Jucá que baixe o número de sua emenda para 0,15% do PIB. Os números, assim, podem enganar. Em relação à proposta feita no começo do ano, a meta, então, será reduzida a meros 13,6% do original. Vamos botar em reais: o governo que dizia, há cinco meses, que iria economizar R$ 66,3 bilhões diz, agora, que a economia será de apenas R$ 9,01 bilhões. Não vai nem fazer cosquinha na amortização da dívida.
O curioso é que, há coisa de três dias, o ministro Joaquim Levy se mostrava contrário até mesmo a que se baixasse a meta de 1,1% para 0,4%. Considerava que já contribuiria para desmoralizar um pouco o governo. Ora, a desmoralização será bem maior. E atenção! Mesmo para economizar a merreca de R$ 9 bilhões, Dilma terá de fazer novos cortes no Orçamento.
Um dos fatores que pesaram na decisão foi a queda real de 2,9% da receita no primeiro semestre. Pois é… A recessão tem seu ciclo: elevam-se juros, cortam-se gastos, derruba-se a atividade econômica, e a arrecadação… cai. Caindo a arrecadação, piora a situação fiscal do governo, que está obrigado a cortar gastos, que vai derrubar a atividade econômica, que deteriora a situação fiscal…
Como se chegou a esse ciclo do capeta? Perguntem aos 13 anos de gestão petista. Sim, caros, cabe indagar: como é que se pode cometer em tão pouco tempo um erro de imodestos R$ 57,29 bilhões?
Lá vou eu. Sou lógico: quem opera com essa margem de imprecisão e promete agora economizar apenas R$ 9 bilhões está a um passo de produzir déficit primário, não superávit, certo? A menos que se dedique a novas pedaladas. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) resumiu assim esse imodesto ajuste no superávit: “A mistura de incompetência com descrédito é mortal”. Bingo!
Nos EUA, Michel Temer deu a entender que, se chegar ao trono de Dilma, mantém Joaquim Levy. Huuummm… Então teria de trocar todo o resto, né?
Para encerrar: as agências de classificação de risco deixaram claro que a situação fiscal do país teria um peso definidor na avaliação que fazem da nossa economia. Disparou o alarme.
Por Reinaldo Azevedo

NO BLOG DO JOSIAS
Mensagens de Odebrecht expõem o vale-tudo
Josias de Souza22/07/2015 05:49
Existe a Odebrecht e existe a “Odebrecht”. Existe a maior empreiteira do país e existe tudo o que está implícito quanto se diz “Odebrecht”. É uma entidade além dos canteiros de obras. É o poder sem trono, que usa o Brasil como laboratório dos seus excessos.
A “Odebrecht” está furiosa com a divulgação das mensagens que a Polícia Federal fisgou no celular do seu presidente, Marcelo Odecrecht. Acha que foi um desserviço. Algo que apenas confunde a opinião pública com interpretações distorcidas e descontextualizadas.
Os textos revelam a inquietação do mandachuva da Odebrecht com a Lava Jato. Neles, encontram-se preciosidades como a referência a um Plano B associado às iniciais da operação policial: LJ. Está escrito “trabalhar para parar/anular (dissidentes PF…)”.
Sérgio Moro, juiz da Lava Jato, deu prazo para que a empreiteira se explique. Achou “perturbadora” a insinuação de que silvérios da PF seriam usados numa trama para melar a apuração do escândalo que expõe as vísceras da promiscuidade que marca as relações do capital privado com o poder estatal.
O doutor Moro exagera. Apinhadas de referências a políticos e de orientações heterodoxas —“vazar doações de campanha”, “asseguraremos a família” e “vamos segurar até o fim”— as mensagens de Marcelo Odebrecht não são perturbadoras nem tranquilizadoras. São apenas dados de um fenômeno.
A Odebrecht conseguiu, por meio do seu presidente preso, a proeza de se dissociar das ações da “Odebrecht”, de se manter incólume a si mesma. O que as mensagens do celular do mandarim da Odebrecht informam, com outras palavras, é que a “Odebrecht”, espécie de benemérita das campanhas, considera-se indultada pelos serviços prestados à democracia. Seus negócios têm todo o direito de recorrer ao vale-tudo. E seus líderes não devem nada a ninguém. Muito menos explicações.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Quarta-feira, 22 de julho de 2015
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Constatando o óbvio ululante - que pegou mal o questionamento supremo feito por seus advogados contra o popular juiz Sérgio Fernando Moro -, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, publicou em seu facebook, às 16h desta terça-feira (ontem), um post tentando negar que tenha pedido o afastamento do condutor dos processos da Lava Jato na 13a Vara Federal em Curitiba. O texto, escrito em terceira pessoa, gerou polêmica, mas não desmente, na prática, a manobra de Cunha contra Moro. Mais surreal que a postagem de Cunha só um eventual pedido de Lula para se tornar uma espécie de "investigado em segredo"...
Eduardo Cunha postou, mas não convenceu: "Cuidado, não acredite em tudo que você lê. Saiba o que está acontecendo de verdade sobre a questão que envolve Eduardo Cunha e Sergio Moro. Agora estão publicando notícias dizendo que Cunha quer tirar Sergio Moro da Lava Jato ou Cunha quer derrubar Sergio Moro. Na verdade, o que está ocorrendo é que Eduardo Cunha, por ser um político em pleno exercício de seu cargo, quer que o processo envolvendo Fernando Baiano e Julio Camargo, que estariam supostamente relacionados a ele, fosse transferido para o STF".
O Alerta Total repete por 13 x 13. Não tem a menor consistência acusar Sérgio Moro de "tentar usurpar o papel do STF", porque, simplesmente, Moro não ofereceu denúncia contra o poderoso Eduardo Cunha - que tem foro privilegiado. Assim, a tese da defesa de Cunha se transforma em um gol contra absoluto ou em uma estúpida e inimaginável confissão antecipada de que ele teria alguma culpa a ser apurada pelo cartório do judiciário tupiniquim. Se Moro não investiga nem processa Cunha, não teria motivo para o presidente da Câmara soltar seus advogados para acionarem o STF contra Moro. Simples, assim...
O resultado prático da jogada de Cunha. O poderoso Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal, pediu que Sérgio Moro apresente informações e explicações sobre o processo de delação premiada de réus e acusados. Lewandowski age a partir de uma ação dos advogados de Eduardo Cunha. Um deles, o ex-Procurador-Geral da República, Antônio Fernando de Souza, escreveu que Moro "usurpou de forma flagrante a competência desta Suprema Corte".
O raciocínio prático é bem simples. Se o STF aceitar a "tese", anula-se tudo que Moro fez e o popular juiz pode ser colocado para fora do processo, na prática... Espertamente, Cunha sai a público e tenta bancar o inocente, porque a repercussão da jogada dele contra Moro foi negativa. Qualquer bebê de colo sabe que Cunha não é investigado nem processado pelo juiz Sérgio Moro - que (também todo mundo sabe) não tem prerrogativa para agir contra ele. Cunha tem foro privilegiado e qualquer ação contra ele só pode ser tocada no âmbito do STF.
Eduardo Cunha joga, novamente, para a galera. Ele cometeu um erro estratégico que pode lhe ser fatal. Incomodado com a citação de seu nome na Lava Jato, pelo delator premiado Júlio Camargo, como recebedor de US$ 10 milhões em propinas, o Presidente da Câmara declarou guerra contra a figura pública mais popular do Brasil: o juiz Sérgio Fernando Moro. Tal jogada não tem mais volta.
Não adiantam as desculpas pregadas pelos fieis seguidores de Cunha. O fato objetivo é que ele jogou contra Sérgio Moro. Muita gente saiu ontem na defesa cega de Cunha, alegando que ele merece ser preservado por ser "o único homem capaz de derrubar a Presidenta Dilma Rousseff". Mesmo que Cunha tenha tal mérito e capacidade, ele não fica acima da Justiça e muito menos do poder judiciário. Se existem denúncias contra ele, tudo tem de ser apurado, com amplo direito de defesa ao parlamentar.
A desculpa impessoal de Cunha, via Facebook, não convence. Cunha deveria ter agido, de forma mais contundente que um mero "rompimento pessoal" com o desgoverno que ajudou a eleger e reeleger, ao fato objetivo de que denunciou ter sido vítima: uma devassa em sua vida fiscal feita pelo Núcleo de Inteligência da Receita Federal. Cunha está devendo uma reação mais dura a este evento, que pode afetar qualquer brasileiro. O resto é conversinha de quem deseja assumir a Presidência da República, nem que seja pelos 90 dias em que Dilma e Michel Temer forem afastados, pela via do impedimento.
No fundo, nesta briga de foice no escuro, Cunha está realmente preocupado porque virou alvo preferencial do Grupo Globo - que também tem batido duríssimo na petelândia, e ajudado a transformar o juiz Sérgio Moro em um "Mito da Justiça". A Globo sabe que, se o Brasil não mudar, os negócios dela vão para o saco. Logo será engolida por concorrentes transnacionais mais poderosos. Por isso, a Globo parte para a ofensiva, saindo do tradicional morde-e-assopra que sempre promoveu contra todos os governos. A Globo consegue ser tão ou mais governista que o PMDB - do qual Cunha é um dos líderes.
Esse é o jogo real de poder no Brasil. O resto é mera aparência... A alta pressão levará muita gente poderosa, como Cunha, a cometer muitos erros estratégicos... No que Cunha agir corretamente para a independência institucional, parabéns a ele. No que agir em direção e sentido contrários, cabe a crítica.
(...)

NO O ANTAGONISTA
Brasil 22.07.15 08:46 
Merval Pereira, em O Globo, comparou as mensagens de Marcelo Odebrecht a uma delação premiada: "Por exemplo, ele questiona em uma delas seu vice-presidente jurídico se é necessário avisar Edinho (Silva?) que nas campanhas dela (Dilma Rousseff?) e também de (Fernando?) Haddad pode aparecer dinheiro de uma conta na Suíça. Seria um aviso amigo ou uma ameaça? Quer dizer o que todos nós imaginamos, que a campanha presidencial de Dilma foi financiada por dinheiro ilegal?"
Brasil 22.07.15 08:12 
Lauro Jardim informa que o corregedor nacional do Ministério Público ameaça punir o procurador que investiga Lula por tráfico de influência a favor da Odebrecht.
O nome do corregedor - anotem - é Alesandro Tramujas Assad.
Brasil 22.07.15 07:52 
Dilma Rousseff está tentando adivinhar um número para a meta fiscal. O Globo disse que agora ela decidiu reduzir o superávit primário para 0,15% do PIB.
Nada disso importa, claro. O governo vai fechar as contas de 2015 com mais um déficit primário, exatamente como no ano passado.
Brasil 22.07.15 07:32 
Rodrigo Janot, em parecer enviado ao STF, disse que há "elementos muito fortes" para investigar Eduardo Cunha, acusado de ter recebido 5 milhões de dólares em propinas da Suíça.
Desde ontem, com a revelação de que a campanha presidencial de 2014 foi financiada com dinheiro sujo da Odebrecht, depositado na Suíça, há elementos igualmente fortes para investigar Dilma Rousseff.
Brasil 22.07.15 07:05 
A CPI da Petrobras contratou a Kroll para rastrear o dinheiro das empreiteiras no exterior. Depois das mensagens encontradas pela PF nos telefones celulares de Marcelo Odebrecht, esse trabalho ficou muito mais simples.
Primeiro: onde está a conta Tau, que precisava ser "blindada", de acordo com o empreiteiro?
Segundo: como a campanha de Dilma Rousseff embolsou o dinheiro sujo vindo da Suíça?
Brasil 22.07.15 06:43 
Marcelo Odebrecht “teve encontros secretos com petistas e advogados próximos a Dilma e a Lula. Transmitiu o mesmo recado: não cairia sozinho. Ao menos uma dessas mensagens foi repassada diretamente à presidente da República”.
Isso foi publicado por Época quatro semanas atrás.
Brasil 22.07.15 06:09 
A revelação de que Marcelo Odebrecht financiou a campanha de Dilma Rousseff com dinheiro roubado da Petrobras e depositado na Suíça foi ignorada pelos jornais.
Obrigado, Folha de S. Paulo. Obrigado, O Globo. Obrigado, Estadão. Continuem assim, por favor. Ontem quebramos todos os nossos recordes de leitura.
Brasil 22.07.15 06:07 
Sergio Moro disse que “o trecho mais perturbador” das mensagens de Marcelo Odebrecht refere-se ao uso da banda podre da PF para melar a Lava Jato.
O Antagonista discorda.
Brasil 22.07.15 05:06 
Assim como Dilma Rousseff, José Dirceu é acusado de receber propina proveniente de contas secretas das empreiteiras na Suíça.
Mas só ele será preso. Talvez hoje. Acorde, Dirceu.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 26/02/2024 - SEGUNDA-FEIRA