DA MÍDIA SEM MORDAÇA

16 DE JULHO DE 2015
Além do filho, advogado Tiago Cedraz, também está sob investigação da força-tarefa da Operação Lava Jato um primo em primeiro grau do ministro Aroldo Cedraz, presidente do Tribunal de Contas da União (TCU). Luciano Araújo, sócio de Tiago em uma “consultoria”, recebeu pagamentos da construtora UTC como R$ 1 milhão supostamente destinados ao ministro Raimundo Carreiro, amigo e parceiro de Cedraz.
O pai de Luciano Araújo é irmão do pai do ministro Aroldo Cedraz. Luciano é homem de confiança do sobrinho Tiago e do primo Aroldo.
Tesoureiro do partido Solidariedade, Luciano Araújo não esconde haver iniciado sua “militância política” ao lado do primo Aroldo Cedraz.
O partido Solidariedade tem também na sua cúpula Tiago Cedraz, que é o “secretário de assuntos jurídicos” do partido, e é alvo da Lava Jato.
Tiago Cedraz foi citado em 2007, em investigação policial, por solicitar supostamente vantagem indevida para influir em decisão do TCU.
Levantamento realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas no Rio de Janeiro aponta que o partido mais rejeitado pelo eleitor é o PT de Lula e Dilma, com 48% dos “votos”. O PSDB de Aécio Neves é o segundo mais rejeitado, com 8,3%, seguido por PMDB, maior aliado do governo, com 6,9%. PSOL e PV têm, respectivamente, 1,6% e 1%. A soma de outros partidos é de 3,1% e 31,1% não sabem ou não rejeitam partidos.
No quesito “partido que mais gosta ou simpatiza” o PT também é o campeão, com 11,6%; seguido por PMDB e PSDB, com 9,6% cada.
O PSB de Marina Silva e do falecido ex-governador Eduardo Campos é o partido que menos tem a simpatia do eleitor: apenas 1,2%.
O levantamento foi realizado pelo Paraná Pesquisas entre os dias 8 e 12 de julho, com 908 eleitores no município do Rio de Janeiro.
Reunião ontem no Senado entre o articulador-geral Michel Temer e Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente da Casa, e Humberto Costa (PT-PE), além de recém-eleitos, como Romário (PSB-RJ), definiu o que realmente importa na Esplanada: divisão de emendas parlamentares.
A reunião no Senado entre Temer e a “governança” da Casa tinha o objetivo de “dispersar boatos” de que emendas de parlamentares não-reeleitos seriam canceladas, entre elas, as do ex-presidente da Câmara e atual ministro do Turismo, Henrique Alves. Todos saíram satisfeitos.
A internação do mensaleiro José Genoíno preocupou um brasileiro ilustre: o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. É dos maiores admiradores do ex-deputado que o Supremo condenou por corrupção.
No dia em que a Polícia Federal deflagrava nova fase da Operação Lava Jato, fazendo até “batida” no Senado, o Congresso lançava a Frente em Defesa da Petrobras, a estatal alvo do afano investigado.
Sem mandato, o ex-presidente do Senado José Sarney (PMDB-MA) continua com influência no Congresso. Nesta quarta-feira, Sarney participou, bem cedo, de reuniões com líderes peemedebistas.
Pseudo-especialistas se dizem estarrecidos com 11 milhões de gregos obrigados a viver com €60 por dia, mas nada falam dos 22 milhões de brasileiros aposentados que ganham salário mínimo; ou R$26 por dia.
Taxistas do aeroporto de Brasília confundiram um motorista de van turística com um profissional do aplicativo Uber. Sobraram empurrões e sopapos no coitado. Agora o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) precisa zelar pela “livre concorrência”.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), bateu à porta do vice-presidente Michel Temer e contou sua preocupação com a Lava Jato. O Ministério Público pode indiciá-lo na roubalheira à Petrobras.
Após a demorada reunião com a presidente em Brasília, Lula desabafou, desolado, a um líder do PT: “A Dilma até escuta, mas não ouve”.

NO DIÁRIO DO PODER
PARA QUE VOTAR?
Por Carlos Chagas
Não é de hoje que a sujeira escorre das estruturas do poder público. Do privado também. Apenas, haverá que estabelecer um marco para não nos perdermos nas sombras do passado. A roubalheira acentuou-se, não há como negar, a partir do governo Lula, quando se descobriram o mensalão e suas fontes de corrupção. De lá para cá, tudo piorou. Suposições e boatos viram-se substituídos por fatos, denúncias, evidências, provas e delações envolvendo altos integrantes do Executivo, com ramificações no Legislativo. E no empresariado.
A Polícia Federal, o Ministério Público e o Judiciário cumprem suas obrigações e vão desbastando o cipoal. Já tem gente presa e condenada. Mais terá.
O fato novo é que as investigações e as provas chegaram ao Legislativo. A operação da Polícia Federal, do Ministério Público e do Judiciário, terça-feira (14), podem ter espantado desavisados, mas despertou indignação e perplexidade saber que o senador Fernando Collor dispunha de pelo menos três automóveis de altíssimo luxo em sua garagem na Casa da Dinda. Além disso, foram confiscados milhões em espécie, em empresas a ele ligadas em São Paulo e Alagoas. Haverá como justificar um patrimônio que excede de muito a banda automobilística? Será possível que as organizações Arnon de Mello, de comunicação social, de propriedade do ex-presidente, venham dando tanto lucro assim em meio às dificuldades crescentes dos congêneres? Pode ser, mas é difícil.
Collor protestou por estar sendo investigado há dois anos e não ter, até anteontem, recebido qualquer solicitação para explicar-se. Viu sua residência particular invadida e parte de seus bens recolhidos.
A pergunta é se houve intervenção do Executivo no Legislativo, como denunciou o presidente do Senado, Renan Calheiros. A resposta é “não”, pela inexistência constitucional da presença no país de cidadãos de primeira e de segunda classe. Ninguém está acima da lei. Há outros senadores sofrendo o mesmo constrangimento, assim como deputados, mas é preciso verificar que essas operações foram autorizadas por três ministros do Supremo Tribunal Federal, com acesso aos processos sigilosos contra parlamentares.
Chega-se à conclusão de que a cada dia que passa mais se iluminam os porões da sujeira praticada sob a égide do poder público e com a participação do poder privado. Há investigados, como condenados, em todos os partidos. Parece provável que também nas estruturas do governo.
A indignação nacional só faz aumentar, abrindo-se o risco de a Nação real dissociar-se da Nação formal. Para que votar e participar da vida política se no fim dá tudo no mesmo, com a corrupção estendendo-se por todo o conjunto? Claro que há pessoas honestas, no governo, no Congresso e nas empresas, mas a extensão da sujeira chegou a níveis inimagináveis.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
16/07/2015 às 4:35
Eita! A coisa virou uma quizomba danada, o que pode indicar que, de fato, os políticos não têm lá muita disposição para fazer reforma nenhuma. Nesta quarta (15), a Câmara começou a votar o texto da reforma política que reúne as emendas antes aprovadas.
Pois bem, na votação dos destaques, novos retrocessos. Faltaram 12 votos para confirmar o mandato de cinco anos para todos os cargos. O destaque com esse conteúdo obteve 296 votos favoráveis — eram necessários 308 — e 154 contrários. Assim, o texto que sair da Câmara para o Senado prevê mandato de oito anos para senador e de quatro para todos os outros cargos. Como hoje. Foi mantida a proibição de reeleição para o Executivo.
Até um detalhe tolo, de mero bom senso, retrocedeu. As posses de governadores e presidente voltaram para o dia 1º de janeiro. Na versão anterior, dar-se-iam, respectivamente, nos dias 4 e 5. Pior para os jornalistas, coitados!, obrigados a ouvir discursos aborrecidos no Réveillon.
Inconformados com a derrota antes sofrida, PT e PPS apresentaram um destaque para, ora vejam, proibir a doação de empresas privadas a campanhas, matéria que já tinha sido superada. PMDB e DEM apresentaram questão de ordem contra o destaque. Eduardo Cunha, presidente da Câmara, suspendeu, então, a votação, que será retomada só em agosto, depois do recesso. Os petistas protestaram. Diziam que, se a votação tivesse ocorrido nesta quarta, teriam revertido o revés anterior.
Senado
No Senado, também está em curso uma reforma política. Foi aprovada uma boa proposta: na prática, o texto acaba com as coligações nas eleições proporcionais. Por quê? Ainda que partidos nanicos estejam formalmente coligados a legendas maiores, terão de alcançar, com os seus próprios votos, o coeficiente eleitoral para eleger seus representantes. Vale dizer: ao fazer a distribuição de cadeiras, contam-se os votos de cada legenda, não da coligação.
O Senado já havia aprovado texto parecido, mas foi rejeitado pela Câmara, que, na sua própria reforma, decidiu manter as coligações proporcionais, que é o maior incentivo que se pode dar a nanicos e à fragmentação partidária, um processo sem dúvida nefasto da política brasileira. O texto do Senado, por sua vez, migrará para a Câmara, onde pode ser de novo rejeitado.
Como se nota, fazer uma reforma política é coisa bem mais complicada do que parecia à primeira vista, não é mesmo?
Por Reinaldo Azevedo

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
16/07/2015 às 6:47 \ Feira Livre
Os azares desta vida
O escritor francês André Maurois dizia que “tais são os azares da vida que todo acaso se faz possível”. O presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, é do tipo que atravessa a rua para pisar numa casca de banana do outro lado.
Quando o Supremo aceitou a ação penal do Mensalão, ele foi jantar num restaurante e falou por celular com seu irmão. Disse que a tendência era amaciar para José Dirceu mas que todos votaram com a faca no pescoço, acuados pela imprensa. Na mesa ao lado, uma boa repórter que Lewandowski não conhecia, Vera Magalhães, da Folha de S. Paulo, anotou tudo e tudo publicou.
Desta vez, ele estava em Coimbra, e soube que o avião de Dilma, em vez de fazer escala em Lisboa, por acaso desceria no Porto. Viajou então uns 130 km e, no Porto, se encontrou por acaso com a presidente. Sigilo total. Ou quase total: o repórter Gérson Camarotti, de O Globo, soube do encontro e o divulgou. Os dois presidentes, da República e do Supremo, explicaram que a conversa tinha sido apenas sobre o aumento dos servidores do Judiciário. Então, tá.
Poderiam ter conversado em Brasília, onde um trabalha a pouco mais de cem metros do outro, e sem precisar do sigilo.
E mais ainda
O caro leitor acha que é muita falta de sorte? Pois tem mais: o terceiro participante do encontro Dilma-Lewandowski, ministro José Eduardo Cardozo, depôs na CPI da Petrobras nesta quarta-feira (15).
Qual foi o assunto preferido das perguntas?
A Grécia é aqui
Na discussão (já chatamente partidarizada) sobre a Grécia, pouco se diz como os gregos se enfiaram no buraco. Nada que nos espante, a nós, brasileiros.
1- Cada carro oficial dispõe de 50 motoristas contratados pelo Governo;
2- O Lago Kopais é protegido por 1.763 funcionários públicos. Pena que o lago não mais exista: secou há 85 anos. Dele só restou a equipe administrativa;
3 – O Metrô de Atenas fatura €19 milhões por ano. E custa €500 milhões. Um ministro propôs que fosse fechado e que os passageiros usassem táxi, por conta do governo. Seria mais barato;
4 – Como em todo o mundo, há aposentadorias especiais, precoces, para quem exerce profissões perigosas. Na Grécia, entre os beneficiados, há músicos especializados em instrumentos de sopro, cabeleireiros, apresentadores de TV.
Com esse estudo da Comissão Europeia fica mais fácil entender as coisas.

NO O ANTAGONISTA
A embaixada, a Venezuela e as Ilhas Cayman
Brasil 15.07.15 19:36
O MPF investiga uma denúncia do diplomata Renato de Ávila Viana. Ele afirma que a embaixada brasileira na Venezuela mantém uma conta bancária nas Ilhas Cayman. Segundo o diplomata, a conta irregular existia para manter o Instituto Cultural Brasil-Venezuela, bancado pelo governo brasileiro.
De acordo com a denúncia, o Itamaraty liberava a verba, por meio do Departamento Cultural do MRE, e o pagamento era feito pela embaixada em Caracas. Não foram citados valores. Além do próprio Itamaraty, afirma o denunciante, fazem parte da entidade diversas empresas brasileiras que trabalham na Venezuela. Entre elas, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa.
“Não está clara a utilidade do repasse dos recursos pelas construtoras; informalmente, comenta-se que o objetivo é manter uma política de boa vinhança com a Embaixada, para que esta patrocine seus interesses junto ao governo bolivariano", diz trecho.
A informação é do site Notibras.
CPI: fidelidade simiesca
Brasil 15.07.15 23:23
"Eu tenho absoluta certeza de que nenhum fato relacionado a desvio de dinheiro público, corrupção e improbidade chegará próximo a Dilma Rousseff", disse José Eduardo Cardozo.
A fidelidade de José Eduardo Cardozo à Orcrim não é canina, é simiesca, tamanha a quantidade de afirmações semelhantes de outros próceres petistas, nos últimos 378 escândalos protagonizados pelo bando.
Dilma sabia do petrolão, segundo o PP
Brasil 15.07.15 23:46
Leiam o que Gerson Camarotti, do G1, publicou:
"Diante dos mandados de busca e apreensão que colocaram em situação extremamente delicada dois caciques do PP – o presidente da legenda, senador Ciro Nogueira, e o líder da bancada, deputado Dudu da Fonte – integrantes da cúpula do partido ensaiam uma reação que pode deixar a presidente Dilma Rousseff numa saia justa. Ao Blog, três dirigentes do partido apresentaram a versão de que a presidente sabia do esquema de corrupção na Petrobras. E, segundo eles, argumentava que era uma herança do governo Lula."
O PP está hidrófobo.
A pena e a galinha
Brasil 16.07.15 06:03
Por que Dilma Rousseff pode perder o mandato? Por que Lula pode ser preso? Por que o PT pode ser extinto?
A resposta é simples:
"O ministro Teori Zavascki, do STF, tem dito aos raros interlocutores em quem confia que está impressionado com o processo da Lava Jato. As informações seriam, nas palavras dele, volumosas e muito bem documentadas: 'Puxam uma pena, vem uma galinha'".
A nota é da Folha de S. Paulo.
Guerra!
Brasil 16.07.15 06:20
Eduardo Cunha deve ser indiciado na semana que vem.
Lauro Jardim:
"As novas delações premiadas feitas na Lava Jato estão tirando o sono de Cunha já há algumas semanas. Ontem, por exemplo, ele passou parte do dia ao telefone com seus advogados, acompanhando a cada hora o andamento do inquérito contra ele no STF.
A vários parlamentares já disse neste período ter a certeza de que Rodrigo Janot irá indiciá-lo. A todos, Cunha mostra-se preparado para uma guerra. Até amanhã pelo menos, ele poderá dormir até mais tarde.
Já na semana que vem…".
A crise sairá completamente do controle quando a PF entrar na casa de Eduardo Cunha. O Antagonista aguarda com ansiedade.
O depoimento devastador contra Cunha
Brasil 16.07.15 06:34
Ainda a propósito de Eduardo Cunha, Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, publica a seguinte nota:
"Pelas informações que circulam entre advogados que atuam na Lava Jato, o depoimento do delator Júlio Camargo que comprometeria o presidente da Câmara seria 'devastador'".
Mônica Bergamo é uma espécie de porta-voz dos advogados das empreiteiras e, nesse ponto, é uma fonte segura.

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 16/07/2015 03:29
Num instante em que o cerco aos políticos investigados na Lava Jato começa a se fechar, a Câmara prepara a votação de uma emenda à Constituição que altera profundamente o processo de escolha dos ministros do STF, tribunal que julga os congressistas. A proposta foi apresentada nesta quarta-feira numa comissão especial constituída por iniciativa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
O relator é o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). Seu texto prevê que, em vez de indicar os 11 ministros que integram o plenário do Supremo, a Presidência da Republica passará a preencher apenas quatro vagas. O Congresso indicará outros quatro ministros, num revezamento entre Câmara e Senado. E o próprio STF se encarregará de escolher os ocupantes das três cadeiras restantes.
A emenda fixa um mandato de 12 anos para os ministros do STF. Proíbe a recondução. Ao deixar o tribunal, os ministros não poderão advogar ou disputar eleições pelo prazo de dois anos.
Embora o objetivo da proposta seja o de reformular a sistemática de escolha dos ministros do STF, o relator Serraglio incorporou ao seu parecer uma emenda que proíbe a recondução do procurador-geral da República. A novidade surge num instante em que o atual chefe do Ministério Público Federal, Rodrigo Janot, cuja gestão termina em setembro, reivindica um segundo mandato de dois anos.
Serraglio disse ao blog que não se considera autor da emenda. “Eu não propus nada. Apenas peguei as propostas de emenda que tratavam desse assunto e já tramitavam na Câmara. Fiz o que me cabia: sistematizei os textos de modo a compor um conjunto orgânico.”
Por que incluiu no texto a proibição de um segundo mandato para o procurador-geral da República? “Nao fui eu que acrescentei”, disse Serraglio. “Isso veio numa emenda que foi apresentada com o apoio de mais de um terço da Casa. Tem mais de 171 assinaturas. Não me considerei com poderes para simplesmente rejeitar. Vai a voto. E a maioria decidirá.”
A comissão que debate a matéria reuniu-se no início da tarde desta quarta-feira. Serraglio distribuiu seu parecer. Como o quórum estava baixíssimo, o deputado Alessandro Molon (PT-RJ) sugeriu o adiamento da discussão. A próxima reunião do colegiado ocorrerá depois das férias do Congresso, em agosto. Votada na comissão, a emenda seguirá para o plenário da Câmara. Dali, vai para o Senado.
Na exposição de motivos que acompanha a proposta de emenda à Constituição, Serraglio anotou: “A indicação dos ministros [do STF] pelo chefe do Executivo, pelo Judiciário, pelo Senado Federal e pela Câmara dos Deputados proporciona um balanceamento entre os poderes na designação dos membros do tribunal.”
Numa tentativa de evitar que Câmara e Senado se percam pelas indicações políticas, o relatório de Serraglio prevê que os nomes dos indicados pelas duas Casas do Legislativo serão extraídos de listas tríplices elaboradas pelo Ministérioo Público Federal e pela Ordem dos Advogados do Brasil.
Os indicados do STF também serão pinçados de listas tríplices preparadas pelos tribunais superiores, Tribunais Regionais Federais e tribunais de Justiça dos Estados. Respeitados os critérios constitucionais da “reputação ilibada” e do “notório saber jurídico”, a Presidência da República terá liberdade para escolher seus nomes. Mas só até certo ponto.
Pela proposta, os inquilinos do Planalto não poderão indicar para o Supremo pessoas que, nos dois anos anteriores, tenham exercido mandatos eletivos, ocupado a presidência de partidos ou desempenhado as seguintes funções: ministro de Estado, porocurador-geral da República, Defensor Público-Geral da União e Advogado-Geral da União.
Há mais: a emenda obriga o presidente da República a indicar novos ministros para o STF num prazo máximo de três meses, a contar da data da vacância do cargo —Dilma demorou mais de oito meses para escolher Luiz Edson Fachin para a vaga aberta com a aposentadoria de Joaquim Barbosa.
Não é só: se por alguma razão um presidente da República demorar mais do que 15 dias para enviar ao Diário Oficial um nome escolhido pelo Legislativo, caberá ao presidente do Supremo nomear e dar posse ao preferido dos parlamentares.
– Serviço: Aqui, a íntegra da emenda constitucional redigida por Osmar Serraglio, incluindo uma exposição de motivos.


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