DA MÍDIA SEM MORDAÇA

08 DE JUNHO DE 2015
Para abrir a “caixa preta” do BNDES e investigar minuciosamente mais de 50 contratos, metade deles no exterior, encontrando motivos para os mais de 60 pedidos de prisão de diretores e executivos do banco e de empresários beneficiados por financiamentos, procuradores do MPF (Ministério Público Federal) adotaram a antiga estratégia preconizada por investigadores de crimes financeiros: seguiram o dinheiro.
Com longo prazo de carência, juros irrisórios e contratos secretos, os financiamentos do BNDES no exterior são considerados irrecusáveis.
O MPF apura se obras com financiamento de pai para filho no exterior foram condicionadas à contratação de empreiteiras como a Odebrecht.
Obras bancadas pelo BNDES no exterior não são auditadas no Brasil, nem órgãos de controle como TCU ou MPF podem fiscalizá-las lá fora.
A devassa do MPF no BNDES lava a alma dos ministros do Tribunal de Contas da União. A caixa preta do banco parecia ter algo a esconder.
Deputados federais têm até R$ 45 mil por mês de verba indenizatória, valor cedido a cada parlamentar para “compensar” gastos aleatórios. Até maio deste ano, a “cota parlamentar” custou ao contribuinte R$ 46 milhões. As bancadas petista e tucana gastaram R$ 6,4 milhões e R$ 4,3 milhões, respectivamente. Sibá Machado, líder do PT, já pediu R$ 158,1 mil em ressarcimentos e o líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP), R$ 110,2 mil. O DEM já utilizou R$ 1,9 milhão e PCdoB, R$ 1,3 milhão.
O deputado Mendonça Filho (DEM-PE), líder dos democratas, usou R$ 82.329,18; e a líder do PCdoB, Jandira Feghali (RJ), R$ 97.596,53.
O PEN, formado por apenas dois deputados, gastou R$ 222,6 mil, mais da metade na conta do líder, Júnior Marreca (MA): R$ 139,2 mil.
Se o ritmo de gastança da cota continuar, a Câmara vai torrar cerca de R$ 140 milhões até o fim do ano só em gastos aleatórios de deputados.
Declarações do governador Geraldo Alckmin (SP) contra o fim da reeleição expõem o desgaste entre deputados e senadores tucanos. Parlamentares começam a abandonar o barco de Aécio Neves.
O banqueiro André Esteves enfrenta uma bronca judicial na China. Seu banco BTG Pactual é objeto de carta rogatória recebida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) do Alto Juizado de Hong Kong.
Petistas são ousados, como mostram seus escândalos. Integra agora o Conselho de Recursos da Previdência Complemenar, o “Carf” dos fundos de pensão, Gema de Jesus Ribeiro Martins, mulher de Sérgio Rosa, que presidiu a Previ, o enroladíssimo fundo do Banco do Brasil.
Alô, Banco Central: o banco Santander deve estar com a corda no pescoço. Contratou biroscas de cobrança não para cobrar clientes em atraso, mas para atormentá-los no exato dia do vencimento de boletos.
O Banco do Brasil desocupou um edifício de 20 andares em Brasília e alugou torre inteira em um shopping novo em São Paulo, mas nega planos de esvaziar a sede da Capital. Ninguém acredita em duendes.
Depois do PR lançar o fenômeno puxador de votos Tiririca e o PRB conseguir emplacar Sérgio Reis na Câmara, o PTB já tem uma celebridade para chamar de sua, Rita Cadillac se filiou ao partido.
O ex-juiz do TRE-DF Evandro Pertence, filho do ministro Sepúlveda Pertence, a advogada Daniane Maangia Furtado e o próprio ministro Admar Gonzaga, que hoje ocupa a vaga, estarão na lista tríplice para a vaga de ministro-substituto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Está na pauta do plenário, no Senado, o projeto que torna crime hediondo o assassinato de policiais e seus familiares. As penas por lesão corporal grave também serão aumentadas de um a dois terços.
O escândalo do mensalão completa dez anos, e começou quase simultaneamente ao petrolão. Ambos no primeiro governo Lula.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
08/06/2015 às 6:17
A Folha deste domingo (07) trouxe uma evidência sobre a qual já escrevi muitas vezes. O Brasil não sabe quantos homicídios — ou crimes hediondos, mais amplamente — são cometidos por menores. O governo se opõe à redução da maioridade penal de 18 para 16 anos alegando que menos de 1% dos assassinatos são cometidos por pessoas abaixo de 18. É chute e mentira. Como a polícia identifica menos de 10% das autorias — apenas 8% —, de onde saiu aquele dado? A própria presidente Dilma o citou e atribuiu a conta ao Ministério da Justiça. Este diz que é do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que, por sua vez, nega que o tenha produzido. Pronto! Está desmoralizada mais uma daquelas verdades incontestáveis das esquerdas, fundadas sobre o nada!!!
Lembram-se do tempo em que se sustentava que morriam 200 mil mulheres por ano no Brasil em decorrência do aborto? Esses dados falsos chegaram a ser levados para a ONU pela ministra das Mulheres, Eleonora Menicucci. Informação: as mortes são pouco superiores a mil. Não quer dizer que sejam irrelevantes. Quer dizer que não são 200 mil.
No livro “O Retrato”, editado pela primeira vez em 1962 e reeditado recentemente pela editora Três Estrelas, o jornalista Osvaldo Peralva (1918-1992) narra o ódio que a velha-guarda stalinista do PCB tinha aos números — geralmente, estes negavam suas teses. Se Luiz Carlos Prestes escrevia, sob as ordens de Moscou, que o Brasil estava regredindo à condição de colônia, pouco importava que os dados demonstrassem o contrário. Tratava-se, na cabeça dos dinossauros, apenas de um desvio burguês. Aliás, recomendo vivamente o livro. A esquerda continua odiando os números e os dados. E defende seus preconceitos como se fossem sabedoria universal.
A própria reportagem da Folha faz um trajeto curioso. Informa, sim, como se vê, que o governo chuta um número inexistente, mas resta evidente o viés crítico àqueles que propõem a redução da maioridade penal, já que estariam a defender uma tese no escuro. Será? Ora, para que se chegasse a uma estatística confiável, convenham, seria necessário que a eficiência da Polícia aumentasse brutalmente na apuração das autorias. Como isso pode levar décadas, tudo ficaria como está.
Mas esperem: o jornal traz informações preciosas, e todos os números a seguir se referem a assassinatos com autoria conhecida: nos Estados Unidos, menores respondem por 7% das ocorrências. Na Inglaterra e País de Gales, por 18%; no Uruguai, por 17%. Pergunta óbvia: por que, no Brasil, as autorias nessa faixa etária estariam em menos de 1%?
De resto, essa estatística, que agora ficou sem pai nem mãe, nega a realidade mais evidente. Segundo dados do Distrito Federal, menores de 18 anos respondem por 30% dos homicídios com autoria conhecida; no Ceará, por 30,9%; no Maranhão, por 15,2%.
Faltam dados, mas
Sim, faltam dados no país para que tenhamos um retrato fiel do que está em curso. Falta uma Polícia mais eficiente na investigação que possa produzi-los. Mas nada disso é motivo para que não se reduza a maioridade penal e não se aumente o tempo de internação dos menores de 16 que praticarem crimes hediondos. A experiência internacional, mesmo em países com um número muito menor de ocorrências, indica a alta frequência de assassinos juvenis. No Brasil, por fatores vários, as porcentagens devem ser maiores do que nos países citados.
Não! Essa medida, por si, não “resolve” o problema da violência. Aliás, lançar tal questão é de uma desonestidade intelectual escandalosa. Não há “uma medida” para pôr fim ao problema; nem duas nem três. Nem dez. Trata-se apenas de não deixar na rua, impune, um assassino, depois dos quase nunca cumpridos meros três anos de internação. A vida humana tem de valer um pouco mais do que isso.
O pacote
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB-SP), patrocinou em 2013 um projeto que ampliava o tempo de internação, de três para oito anos, do menor que pratica crime hediondo. Foi bombardeado pelo PT. Agora, os companheiros parecem buscar se ancorar em Alckmin para que essa proposta tome o lugar da redução da maioridade penal.
Tomara que o tucano não caia no truque. Já escrevi aqui e reitero que as duas medidas — ou mais — são necessárias: redução da maioridade de 18 para 16 e ampliação do tempo de internação para os menores de 16 que cometerem homicídios e outros crimes hediondos. Também se pode agravar a pena de quem aliciar adolescentes para o crime. Essas medidas compõem um pacote contra a impunidade e em favor da segurança.
“Ah, mas vai resolver?” Resolver o quê, cara pálida? A violência não tem uma solução. Ela pede combate. Se combatida com eficiência, diminui. E sempre será eficiente manter um assassino trancafiado.
(Texto publicado originalmente às 4h52)
Por Reinaldo Azevedo

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza
08/06/2015 04:26
No dia 13 de agosto de 2013, Dilma Rousseff sancionou a Lei Anticorrupção. Trombeteou-se na época a versão segundo a qual haveria uma onda de probidade no país. Isso porque, nos casos de assalto aos cofres públicos, a nova lei permitiria a punição também das empresas corruptoras, não apenas dos seus executivos. O cerco da Lava Jato às empreiteiras silenciou as trombetas. Entoa-se agora um coro de inspiração ecológica: “antes das baleias, salvem as empreiteiras.”
O governo negocia acordos de leniência que livrem as empreiteiras da proibição de firmar novos contratos com o Estado. E um grupo de deputados trama modificar a lei para impedir que empresas corruptas sejam declaradas inidôneas e excluídas dos negócios estatais. Alega-se que as empresas são grandes e importantes demais para quebrar. Se é assim, haveria uma forma mais eficaz de resolver o problema: em vez de ser comprado pelas empreiteiras, o governo seria administrado por elas, mediante terceirização.
Um governo do cartel das empreiteiras substituiria o governo constitucional com muitas vantagens. Todos as obras públicas seriam, naturalmente, tocadas pelo cartel. O que eliminaria as licitações e a roubalheira que elas ensejam. Congressistas e servidores públicos passariam a receber salários do cartel. Além de não poder mais se vender, teriam de bater ponto.
Não haveria riscos à democracia. A cada quatro anos, o povo seria chamado a eleger uma das empreiteiras do cartel para assumir o comando do país. Camargo Corrêa, Odebrecht, Engevix, OAS, Galvão Engenharia, UTC, Toyo Setal… A abundância de alternativas propiciaria uma sensação de alternância no poder. Com uma vantagem: ninguém poderia acusar as empreiteiras de receber dinheiro delas mesmas para fazer um caixa dois de campanha.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
Segunda-feira, junho 08, 2015
As manchetes acima são recentes, veiculadas nos jornais de maior circulação do País.
Ainda assim, não transmitem a real dimensão do problema. Por isso, passaram relativamente despercebidas do grande público. Os jornais e seus leitores ainda não capturaram os desdobramentos materiais que essa dinâmica pode assumir. E há um motivo para isso: seus impactos ainda não foram sentidos de fato e estão sendo subestimados.
O alerta em questão envolve o verdadeiro confisco da poupança e o risco de quebra estrutural do setor imobiliário como um todo, o que afetará tanto o preço das moradias quanto dos aluguéis e das parcelas de quem possui imóvel financiado.
Ninguém está livre desses impactos. Veja algumas dicas que podem ser úteis


NO O ANTAGONISTA
"Templo religioso: empresa com gastos altos"
Brasil 07.06.15 18:10
...Como empresa de visitação pública, uma igreja tem diversos gastos com água, luz, telefone, etc. Todas essas contas podem receber até 40% de desconto, além de isenção total de IPTU e a recuperação dos valores pagos nos últimos cinco anos. Tamanha economia com certeza vem a calhar em uma empresa com gastos tão altos quanto um templo religioso."
O Lula mexicano
Mundo 08.06.15 07:17
O México, ontem, votou para o Parlamento.
O partido de esquerda, PRD, perdeu metade de seus deputados. E o partido Morena, de Andrés Manuel López Obrador, aquele que prometia se transformar no Lula mexicano, conseguiu menos de 10% dos votos.
Nem tudo é desolação na América Latina.
Dilma pedala
Brasil 08.06.15 06:16
Dilma Rousseff deu uma entrevista exclusiva ao Estadão.
A entrevista foi feita durante um passeio de bicicleta. Dilma Rousseff pedalava sua "Specialized", a repórter do Estadão a acompanhava em sua "Giant".
A entrevista só vale por causa disso: descobrimos que, para tentar recuperar a popularidade perdida, Dilma Rousseff decidiu nos constranger mortalmente com esses espetáculos vergonhosos.
Um trecho da entrevista:
"Bem-humorada e animada por ter perdido mais de 15 quilos com a dieta Ravenna, que prossegue fazendo, a presidente recomendou que a repórter colocasse corretamente o seu capacete".
Ao voltar ao Palácio da Alvorada, depois de pedalar por seis quilômetros, Dilma Rousseff disse à repórter:
“Agora vamos fazer alongamento”.
E em seguida:
"A presidente comeu banana colocada por um minuto no micro-ondas. Pediu café duas vezes e tomou um copo de whey protein, suplemento à base de proteína".
A certa altura, Dilma Rousseff também disse que Joaquim Levy não pode virar um Judas, porque o arrocho fiscal "não é responsabilidade exclusiva dele".
Mas, francamente, isso não tem a menor importância.
Dilma Rousseff e a repórter do Estadão

NO BLOG ALERTA TOTAL
Segunda-feira, 8 de junho de 2015
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Luiz Inácio Lula da Silva pode ter prolongado seus segundinhos de fama na 39ª Conferência das Organizações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, na Itália, onde chegou depois de uma vaia no aeroporto e após refúgio na cabine do avião. No entanto, o brilho do final de semana de Lula foi completamente ofuscado por uma matéria plantada pelo estrategista José Dirceu de Oliveira e Silva, citado por amigos como fontes, para mandar um recado importante ao chefão-mor do PT: “De que serve toda covardia que o Lula e a Dilma fizeram na ação penal 470 e estão repetindo na Lava Jato? Agora estamos todos no mesmo saco, eu, o Lula, a Dilma”.
Na mesma reportagem, os "amigos" de Dirceu reproduzem o temor dele em voltar à prisão, depois de 11 meses na Papuda, em função das investigações da Operação Lava Jato. “Querem me condenar ou me colocar outra vez na cadeia. Imagine o estardalhaço”. O medo de voltar ao cárcere é a principal motivação do recadinho dado a Lula e Dilma - agora "todos no mesmo saco", na visão terceirizada pelo ideólogo Dirceu. Só faltou ele prever e explicitar que Lula corre risco também de ver o sol nascer quadrado, na hora em que a Lava Jato chegar ao ponto de ebulição, o que estaria programado para os próximos 90 dias...
Dirceu aproveitou até a entrevista dada por amigos, certamente com todo aval dele, para desdenhar da candidatura de Lula à Presidência no distante ano de 2018. Dirceu só ressalvou que Lula pode ser beneficiado pela leniência do PT em relação a sua liderança: “Se chegar em maio de 2018 e o Lula disser que é candidato ninguém vai se opor”. Na reportagem do Estadão, assinada por Ricardo Galhardo, Dirceu também fez uma previsão sobre o futuro próximo do PT: "Para Dirceu, o processo de reorganização do PT “é coisa para 4, 6 ou 8 anos”. Ele prevê que em 2016 o partido conquiste menos de 10% dos votos nas eleições municipais, uma redução em relação aos 13% alcançados em 2012".
A vantagem de tudo é que, como foi um "amigo" que falou mal de Lula para a reportagem, se for conveniente mais adiante, Dirceu pode declarar que não sabia de nada do que foi dito...
Mais detonação
Outra matéria do mesmo Estadão de domingo também detona Lula:
"À medida em que a popularidade de Lula - e seus índices de intenção de votos - são corroídos pelas denúncias de corrupção na Petrobrás, trapalhadas do governo Dilma Rousseff e pelo fraco desempenho da economia, as reclamações em relação ao líder máximo do PT afloram".
"Nas últimas semanas virou moda no PT dizer que o grande erro do partido foi ter promovido a ascensão social de milhões de brasileiros sem, no entanto, politizar esta fatia do eleitorado. No passivo de Lula também consta não ter feito a reforma política no momento em que os ventos sopravam a favor. Há ainda o fantasma de que Lula seja envolvido em investigações sobre corrupção, embora até hoje não existam provas contra ele".
Morte anunciada
O psicanalista Mtnos Calil, coordenador do grupo Mãos Limpas Brasil, faz uma tradução das duas reportagens:
"Morte anunciada de Lula e do PT? É o que sugerem estas duas matérias do Estadão. Mas independentemente disso, a arrasadora crise econômica vai continuar sacrificando a sociedade brasileira, vivam ou morram Lula e o PT. A onda de desemprego está sendo avassaladora. E o Brasil está sendo governado de forma esquizofrênica, tendo uma presidenta que faz de conta que preside, assistindo à governança do seu primeiro ministro banqueiro. Pelo visto, Deus não é brasileiro." 
(...)

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