EXPLICA, VACCARI!

Juiz da Lava-Jato pede a Vaccari esclarecimentos sobre depósitos bancários
Defesa pede a revogação da prisão preventiva do petista, mas Sérgio Moro afirmou ser necessário esclarecer a origem de R$ 583,4 mil
POR RENATO ONOFRE / GERMANO OLIVEIRA
O GLOBO - 07/05/2015 16:17/ATUALIZADO 07/05/2015 17:07
SÃO PAULO — O juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, condicionou nesta quinta-feira a revogação da prisão preventiva do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, ao esclarecimento da origem dos R$ 583,4 mil depositados na conta de sua mulher, Giselda Rouse de Lima. Os investigadores da Operação Lava-Jato suspeitam que o dinheiro pode ter origem ilícita.

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“Em vista da louvável disposição da Defesa para esclarecer os fatos e considerando a relevância do ponto para a prisão preventiva, intime-se a Defesa para, querendo, esclarecer os aludidos depósitos em dinheiro de R$ 583.400,00 entre 2008 e 2014 na conta de Giselda Rouse de Lima, aparentemente sem origem comprovada, demonstrando origem e natureza dos valores”, determinou Moro.
No final de abril, o advogado de Vaccari, Luiz Flávio Borges D’Urso, entrou com um pedido de revisão da prisão preventiva do petista. O defensor alegou não existir provas que sustentem os depoimentos do doleiro Alberto Youssef e do ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco. Os delatores afirmam que Vaccari operava o pagamento de propina ao PT.
D’Urso diz ainda que só a “palavra” do empresário Augusto Mendonça, proprietário da Setal e delator do esquema de corrupção, afirmando que ele o obrigou a depositar recursos conta da Editora Gráfica Atitude “não pode corroborar” contra ele.
Vaccari diz ainda através de seu advogado que as movimentações financeiras feitas à sua filha, Nayara Vaccari, e esposa foram legais. Assim como o empréstimo de sua cunhada, Marice Côrrea de Lima, a sua filha é uma relação natural entre “tia e sobrinha”.
Além disso, a defesa assinala que Vaccari deixou suas funções de tesoureiro do partido, o que afasta a hipótese da força tarefa da Lava Jato de que no comando dessa secretaria do PT ele poderia interferir na investigação ou até mesmo na instrução dos processos criminais.
COMPRA DA CASA DE IRMÃO DO PETISTA SOB SUSPEITA
A Polícia Civil de São Paulo encaminhou aos investigadores da Força Tarefa da Operação Lava-Jato a investigação da origem de R$ 300 mil que um zelador usou para comprar uma casa em Bastos (SP). O comprador é Antônio Carlos Vaccari, irmão do ex-tesoureiro. De acordo com informações da polícia, Antônio não teria renda para comprar o imóvel, Como como zelador, ele ganha R$ 1 mil por mês.
Em depoimento à Polícia, Antônio disse que ganhou o dinheiro do irmão. A defesa de Vaccari informou que a “doação” foi feita de maneira “absolutamente legal, pois João Vaccari tem caixa suficiente para essa operação, fruto de recebimento pelo seu trabalho”.
D’Urso disse que Antônio recebeu R$ 80 mil reais de seu irmão, João Vaccari, como parte da propriedade de uma casa deixada em herança pela mãe deles. O restante, no valor de R$ 170 mil, o ex-tesoureiro petista teria transferido. “Não há qualquer sombra de dúvida quanto à origem lícita desses recursos”, afirmou o advogado em nota.
DEPOIMENTOS SOBRE POLÍTICOS
Pela manhã, o juiz autorizou os depoimentos dos empresários Ricardo Pessoa, da UTC, e José Adelmário Pinheiro Filho, presidente da OAS, na sede da Superintendência Regional da Polícia Federal em São Paulo no próximo dia 15 de maio. Eles serão ouvidos em depoimentos sobre em processos envolvendo políticos que correm no Supremo Tribunal Federal (STF).

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