DA MÍDIA SEM MORDAÇA - PRIMEIRAS DO DIA DE HOJE

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
29 DE MAIO DE 2015
A Polícia Federal apreendeu no computador pessoal do ex-deputado André Vargas (ex-PT-PR) uma planilha com as empresas suspeitas de pagar propina ao político desde dezembro de 2011, durante seu mandato, e até 28 de março de 2014, onze dias depois da Operação Lava Jato. No total, 193 empresas pagaram à LSI Solução em Serviços Empresariais Ltda, de Vargas, um total de R$3.170.292,02.
Parte da lista da corrupção é de fornecedores que pagavam à LSI, de André Vargas, as comissões devidas à Borghi/Lowe Propaganda.
A suspeita na Lava Jato é que a agência de propaganda Borghi/Lowe obteve contrato milionário na Caixa graças ao lobby de André Vargas.
Entre as empresas da planilha de André Vargas estão fornecedoras da Borghi/Lowe e também outras empresas com interesses no governo.
André Vargas, ainda preso, foi denunciado pelo Ministério Público este mês por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O Tribunal de Contas pegou o governo do DF na mentira. Auditoria contábil-financeira constatou que a disponibilidade de caixa, no início do governo, era de R$ 1,4 bilhão, e não R$ 64 mil, que o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) citou para ilustrar o “desgoverno” de Agnelo Queiroz (PT), o antecessor. Na época, o portal DiáriodoPoder.com.br apurou e divulgou o saldo correto, destaca o relatório do TC-DF.
Apesar do flagrante da mentira, o relatório do Tribunal de Contas foi elegante com o governo: atribui o erro a “equívoco metodológico”.
O deputado Chico Vigilante (PT) apontava o saldo bilionário, quando Rollemberg assumiu. O TCDF atestou que ele dizia a verdade.
Rollemberg disse que não encontrou dinheiro em caixa ao justificar o não pagamento de salários, do 13º e de fornecedores do governo.
O governo articula no Senado a indicação da ministra Izabela Teixeira (Meio Ambiente) para chefiar a missão do Brasil na Organização dos Estados Americanos (OEA), após a rejeição de Guilherme Patriota.
A ministra Izabela Teixeira é do tipo gente boa, mas sua eventual indicação à OEA pode criar problemas no Itamaraty, que se orgulha de uma conquista, estabelecida no governo Lula, de indicar só diplomatas de carreira para cargos de representação do Brasil no exterior.
O Planalto, que aposta na briga da dupla, anda borocoxô com a súbita aproximação de Renan Calheiros (AL) e Eduardo Cunha (RJ). Dilma sabe que, juntos, eles podem abrir as portas do inferno para o governo.
João Rodrigues (PSD-SC) causou constrangimento na Câmara: foi flagrado curtindo vídeo pornô em plena discussão da reforma política. Ele admitiu ter visto as imagens, mas reclamou do SBT, que o flagrou.
A direção nacional do PSDB concentra as esperanças da oposição na nova geração de políticos, na qual se destaca o prefeito de Maceió, Rui Palmeira. É filho de Guilherme Palmeira, ministro aposentado do TCU.
O clã Sarney deixou o governo estadual, mas mantém influência no plano federal, apesar de José Sarney e a filha Roseana não terem mandato. O governador Flávio Dino (PCdoB), que os derrotou, não conseguiu indicar ninguém para qualquer cargo federal do Maranhão.
O PMDB avalia que Eduardo Cunha conseguiu o que mais queria na reforma política: deixou uma só janela de transferência para políticos trocarem de partidos e emparedou o ministro Gilberto Kassab.
Jerônimo Goergen (PP-RS) quer o apoio de prefeitos à PEC que acaba com as emendas parlamentares, transferindo o recurso para o Fundo de Participação dos Munícipios. Ele falará na Marcha dos Prefeitos.
...durante a campanha presidencial, a única afirmação de Dilma confirmada pelos fatos foi a de que seu governo seria “padrão Fifa”.

NO DIÁRIO DO PODER
Carlos Chagas
COERENTES NA INCOERÊNCIA
Para proteger as galinhas, o cidadão trancou o galinheiro com cadeado. No dia seguinte, entregou a chave para a raposa. Nenhuma imagem definirá melhor o que se passou na Câmara, terça e quarta-feira. Num dia os deputados votaram a proibição de as empresas doarem dinheiro para as campanhas eleitorais. No outro, aprovaram as doações das empresas para os partidos políticos financiarem as campanhas dos candidatos.
Melhor fechar a extinta Casa do Povo. Pelo menos, deixar que o Supremo Tribunal Federal legisle contra a corrupção. Hoje os empreiteiros amanheceram em festa. Os banqueiros também. E outros empresários. Todos garantiram seus investimentos até o final do século. Basta que cada um escolha o seu parlamentar, adiantando-lhe recursos para comprar um mandato nas próximas eleições. Depois, será exigir a compensação através de emendas, de leis, facilidades e benesses. A Câmara acaba de decretar a República dos Contrários. No espaço de 24 horas votou contra e a favor. Claro que vai prevalecer a doação desenfreada. Não se votará teto algum.
O pior nessa história de horror é que a imensa maioria da Câmara apoiou a segunda proposta. Eduardo Cunha e Celso Russomano puxaram a fila, mas não se exime culpa de ninguém.
Na mesma quarta-feira da aprovação de doações empresariais, a Câmara extinguiu o princípio da reeleição para presidentes da República, governadores e prefeitos, por 452 votos a 19. A Constituição exige outra votação. A dúvida é se Suas Excelências da próxima vez votarão em massa pelo segundo mandato. Estariam, ao menos, sendo coerentes na incoerência.
O GRANDE DERROTADO
Ninguém se lembrou de consultar Fernando Henrique a respeito do fim da reeleição. Ele também preferiu ficar calado. Dezenove anos atrás, foi o grande beneficiário da mudança, que impôs ao Congresso junto com a aberração de que a desincompatibilização não era necessária.
Lula e Dilma aproveitaram-se da maré, mas fica claro que a Nação rejeita a disputa pelo segundo mandato imediatamente após o primeiro, com o candidato dispondo da caneta e do diário oficial.

NO BLOG DO CORONEL
QUINTA-FEIRA, 28 DE MAIO DE 2015
(Estadão) Com o corte de repasses do governo federal às universidades federais desde o início do ano e a falta de negociação sobre o reajuste salarial, professores e funcionários de 39 instituições decidiram nesta quinta-feira, 28, pela greve.
A paralisação de docentes foi aprovada em 18 universidades e a de funcionários técnico-administrativos, em 39. Eles pedem reposição de 27% de perdas salariais durante o governo Dilma Rousseff e revisão do contingenciamento de recursos às instituições. “O governo não negocia conosco, as federais vão fechar por inanição nos próximos meses se nada for feito”, disse Paulo Rizzo, presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes).
Com R$ 7,5 milhões em dívidas e uma das situações mais críticas, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) enfrenta a partir de segunda, 1º, greve dos funcionários. A paralisação vai afetar também o Hospital São Paulo. Em nota, a universidade disse entender a importância da pauta dos servidores.
Na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a biblioteca ficou fechada nesta quinta e, a partir desta sexta, 29, o restaurante universitário só servirá refeições para os alunos bolsistas. Em nota, o Ministério da Educação disse que mantém diálogo com todos os setores das universidades federais e que sempre atende “tanto quanto pode, segundo realidades conjunturais, recursos disponíveis, agendas e acordos consagrados”. Também criticou a decisão pela greve sem que “seja precedida por um amplo diálogo”.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 20:16:00


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
29/05/2015 às 4:03
O senador Romário (PSB-RJ) precisava de 27 assinaturas para protocolar um pedido de CPI da CBF. Na voragem que colheu a Fifa mundo afora e engolfou José Maria Marin, ex-presidente da confederação, conseguiu, segundo o site do Senado, 53. O requerimento foi lido nesta quinta (28). Uma CPI precisa ter fato determinado — ou, para ser mais preciso, em linguagem não-técnica, precisa ter suspeita determinada. Nesse caso, há um penca.
No requerimento, Romário pede que sejam investigadas supostas irregularidades na realização de partidas da Seleção Brasileira, em campeonatos organizados pela CBF, na Copa das Confederações de 2013, e na Copa do Mundo de 2014. Esses campeonatos, que se saiba, não estão na mira da Justiça americana, ao contrário do que chegou a ser inicialmente noticiado. Essas são suspeitas surgidas em solo nativo.
Mas as acusações e investigações que constam do processo que corre nos EUA também devem ser alvos dos senadores: Marin teria negociado propina no valor de R$346 milhões na cessão de direitos, até 2023, de transmissão da Copa América. A comissão poderá se ocupar ainda de contratos firmados entre a CBF e a Nike, intermediados pela Traffic, que pertence ao empresário brasileiro J. Hawilla, uma espécie de epicentro da investigação. Ele está sob prisão domiciliar nos EUA e já aceitou pagar à Justiça americana US$ 151 milhões.
Romário não esconde de ninguém — e os fatos pedem que assim seja — que ele pretende investigar também a atuação do atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, que sucedeu Marin, com as suas bênçãos. E, por óbvio, ou, à sua maneira, o já lendário Ricardo Teixeira deve entrar na mira. Quem acompanha o caso acha que, de Marin, a Justiça americana já se dará conta. A CPI deve centrar seus esforços é em Del Nero mesmo, que não é oficialmente investigado por lá.
A CPI, uma vez instalada, terá 180 dias para realizar seus trabalhos. Certamente é pouco, dada a dimensão do que está vindo à luz. Agora, a Polícia Federal também decidiu abrir uma investigação, à esteira das informações horripilantes que chegam dos EUA. Como a gente vê, há certos tipo de brasileiro que só fica mesmo seguros em solo nativo…
Sumiu
Del Nero, diga-se, estava em Zurique, gozando da boa-vida oferecida pelo hotel Baur Au Lac, mas, por alguma razão, não quis esperar pela eleição da Fifa, que ocorre nesta sexta (29). Ele se mandou da Suíça sem nem dar um aviso e voltou para o Brasil.
Já houve outras tentativas de investigar desmandos na CBF. Sempre deram em nada. Seu poder é mais tentacular do que se pensa à primeira vista. Não faço aqui acusações. Lido apenas com obviedades. Embora, em princípio, a Copa do Mundo de 2014 não esteja sob investigação nos EUA, todos sabemos como os interesses do governo, da CBF e da Fifa se estreitaram num abraço insano.
O petrolão nos dias como o governo faz as coisas.
A investigação que corre nos EUA indica como a CBF e a Fifa fazem as coisas.
Quando tudo isso se mistura, é difícil supor que se tenha criado um ambiente de convento, não é mesmo?Por Reinaldo Azevedo

NO O ANTAGONISTA
Blatter é do PT
Mundo 28.05.15 16:17
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse que não deixará a reputação da entidade ser arrastada para a lama.
Joseph Blatter é do PT.
Responde aí, peixe
Brasil 28.05.15 16:22
A respeito do escândalo na Fifa, o senador Romário disse que lugar de ladrão é na cadeia.
Então por que ele retirou a sua assinatura do pedido de abertura da CPI do BNDES?
"Unificar um entendimento"
Brasil 28.05.15 16:30
José Eduardo Cardozo, sobre o escândalo na Fifa: "Hoje procurei um contato com o procurador-geral da República para que possamos unificar um entendimento sobre essa questão, para que possamos ter Ministério Público e a Polícia Federal alinhados na análise da situação para verificar em que plano existe a necessidade e o dever de investigar e, ao se configurar isso, para que possamos ter investigações em absoluta profundidade e com rapidez necessária."
A principal preocupação de José Eduardo Cardozo é "unificar um entendimento" sobre se há elos entre a lambança da Fifa e as do PT.
Evasão esportiva
Brasil 28.05.15 16:53
O Painel, da Folha, informa que a apuração preliminar da PF sobre os brasileiros envolvidos no escândalo da Fifa mostra que já indícios de evasão de divisas.
Para os investigadores, executivos e empresários esportivos usavam o esquema da Fifa para remeter dinheiro ao exterior ilegalmente.
A PF apreendeu ontem material na sede da Klefer, do cartola e empresário Kleber Leite. Os documentos só podem ser usados no Brasil após autorização da Justiça americana.
Os aditivos da CPI
Brasil 28.05.15 17:56
O contrato da Câmara com a Kroll, que investiga contas bancárias para a CPI da Petrobras, terá um aumento de valor, segundo a Folha. Hugo Motta informou que a empresa está encerrando a segunda fase do trabalho e, para continuar, precisa de um valor extra.
Ele se recusou a classifcar a negociação como "aditivo". Preferiu o termo "recontratação". O novo valor ainda não foi divulgado. Até o momento, a Kroll já recebeu 1,1 milhão de reais.
A CPI investiga justamente aditivos excessivos em contratos da Petrobras que foram desviados.

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 29/05/2015 05:05
— Senhor presidente, senhoras e senhores deputados, eu quero começar pedindo desculpas prévias aos companheiros dos chamados partidos pequenos. Não quero agredir nenhum companheiro de partido pequeno. Agora, eu sou radicalmente a favor da proibição de coligação.
Estamos no plenário da Câmara. Casa cheia. Presentes, 448 dos 513 deputados. Coisa inusual para uma tarde de quinta-feira, dia em que os congressistas voam para os seus Estados. A maratona da reforma política retardou as decolagens. E o deputado Silvio Costa (PSC-PE) discursava para um plenário repleto. Defendia a proibição das coligações partidárias em eleições proporcionais. Era esse o tema da emenda constitucional que estava prestes a ser votada.
— Nós precisamos proibir coligação. Por quê? Primeiro, nós vamos começar logo acabando com a indústria. Qual é a indústria? O dono do partido monta uma chapa. […] Aí o dono do partido pega um partido grande que dá dinheiro — e a palavra é essa mesma, todo mundo aqui sabe que existe essa negociação — o partido grande dá dinheiro ao dono de partido [pequeno], para fazer a chapa com os outros.
Apenas uma pessoa em um milhão é capaz de entender o significado de uma coligação partidária em eleições proporcionais. Mas Silvio Costa, com hediondo didatismo, parecia decidido a provar à audiência da TV Câmara que mesmo quem não entende nada de política é capaz de entender de politicagem.
— Existem duas indústrias: a indústria da chapa proporcional, para vender aqueles candidatos mais fracos, e a indústria majoritária do tempo de televisão. O partido tem lá o tempo de televisão, procura um candidato majoritário e vai vender o tempo. Todo mundo sabe que é assim. Tem que acabar com essa safadeza!
Muitos parlamentares acreditam que o que mais aniquila a imagem dos políticos é a imprensa que imprensa. Bobagem. O que costuma desgraçar os congressistas, além, obviamente, dos próprios desatinos, é a TV. As TVs do Legislativo estão sempre lá. Mostram os discursos insossos dos deputados e dos senadores. Até que…
De repente, entre uma e outra proclamação burocrática do presidente da Mesa, surge diante das câmeras um espetáculo de desnudamento. Nessas horas, emissoras como a TV Câmara até parecem TVs de verdade. Sabendo que a relevância da pauta potencializava a audiência, Sílvio Costa discursava para fora.
— A senhora e o senhor que estão em casa me ouvindo sabem quanto é um voto? R$ 10. Dez reais! Há partido pequeno que não tem um deputado federal. Mas teve 500 mil votos. E recebe R$ 5 milhões por ano do fundo partidário [verbas públicas destinadas ao custeio dos partidos]. O maior negócio deste país é ser dono de partido.
 Temos que acabar com essa indústria! Vamos proibir a coligação!
Pronto. O telespectador da TV Câmara começava a entender o que é uma coligação em eleição proporcional. Serve para que pequenos partidos se juntem aos maiores. Assim, agrupados numa coligação, disputam as cadeiras no Legislativo. Às grande legendas interessa aumentar o seu tempo de propaganda no rádio e na televisão. Aos partidos nanicos, esclareceu Sílvio Costa, interessa fazer dinheiro. Além de vender o tempo de propaganda de que dispõem, indicam candidatos para pedir votos pela coligação. Quanto mais votos obtiveram, maior a quantidade de dinheiro público que arrancarão do fundo partidário. Com sorte, ainda elegem algum deputado.
Nas pegadas de Sílvio Costa, escalou a tribuna da Câmara o deputado Giovani Cherini (PDT-RS). Com idêntico didatismo, ele continuou arrancando véus defronte das câmeras.
— …Eu penso que o povo brasileiro, todo o tempo, vem dizendo para nós: é preciso diminuir o número de partidos. Cada cidadão que fica contrário a alguma coisa forma um novo partido, e, na largada, ele já tem R$ 3 milhões do fundo partidário. E depois, na época da eleição, ele negocia o seu espaço em televisão, por R$ 1 milhão, R$ 2 milhões, R$ 5 milhões, R$ 10 milhões… E vira um partido de negócios, partido sociedade anônima, que visa arrecadar fundos para que alguns malandros enriqueçam.
De fato, em nenhum outro país do mundo políticos e eleitores têm tanta opção partidária como no Brasil. O sujeito pode ser de esquerda, de centro esquerda, de meia esquerda, de um quarto de esquerda, de três quartos de esquerda, de direita responsável, de extrema direita, de direita disfarçada ou de direita escrachada… Não importa a ideologia do cidadão. Ele sempre encontra um partido feito sob medida. Hoje, há 32 legendas com registro no TSE, das quais 28 têm assento na Câmara. Outras três dezenas aguardam pela emissão da certidão de nascimento na fila do cartório da Justiça Eleitoral. O deputado Giovani Cherini exaspera-se:
— Nós não podemos ter — e qualquer filósofo, sociólogo neste país sabe que é impossível— 32 ideologias no Brasil, 32 pensamentos diferentes. Afinal, qual é a ideologia do seu partido? Às vezes, os jovens perguntam: Qual é a ideologia do seu partido? […] Acho que esta Casa pode dar um grande exemplo, terminando com as coligações. Chega de partido maior ter de comprar, a custo de milhões, o espaço de partidos menores, para eleger um ou dois deputados.
Cada partido tem de buscar o seu espaço. Terminando com as coligações, nós vamos ter, no máximo, 20 partidos no Brasil, e a sociedade vai entender qual é a ideologia daquele partido. Essa é a hora!
Chama-se Marcus Pestana (PSDB-MG) o autor da emenda que propunha a proibição das coligações partidárias em eleições para vereador, deputado estadual e deputado federal. Vem a ser um dos políticos mais próximos do presidente do tucanato, o senador Aécio Neves. Pestana também subiu à tribuna para defender sua proposta.
— Este é um momento crucial. Nós vamos decidir aqui se faremos uma reforma que mereça o nome, ou se a montanha vai parir um rato. Criamos uma enorme expectativa na sociedade. A tradução líquida será: fica tudo como está, para ver como é que fica.
A democracia no Brasil está sob risco, pelo esgotamento do modelo político-partidário eleitoral. As coligações proporcionais viraram um instrumento de perda de qualidade do sistema político decisório brasileiro. Um partido A faz uma aliança com o PSDB no Rio Grande do Norte e com o PT em São Paulo. Um partido B faz uma aliança com o PT em Pernambuco e com o PSDB em Minas Gerais. Há um desalinhamento ideológico e político, há um falseamento completo, que induz a sociedade ao erro.
A alturas tantas, Pestana comparou o descalabro brasileiro com a situacão verificada em outros países.
— O Parlamento da França tem dez partidos; o da Alemanha, sete partidos. […] Nós temos 28 partidos nesta Casa; na próxima Legislatura, teremos 35; na outra, talvez, 50. Assim, a hegemonia, a governabilidade não será possível. Coitados dos próximos presidentes da República, sejam eles quem forem! 
Nós não podemos, não temos o direito de criar essa expectativa na sociedade e fazer uma reforma pífia, a montanha parindo um rato.
 Por isso, somos pelo fim das coligações proporcionais, pela autenticidade do quadro partidário brasileiro, pela fidelidade à vontade do eleitor.
Vencida a fase dos discursos, o modelo das coligações estava com as vísceras expostas. Os expectadores da TV Câmara testemunharam dois tipos de performances. Numa, os oradores atacando o sistema, expondo-lhe os vício$ em discursos dramáticos. Noutra, o silêncio da banda muda do plenário, paralisada diante da exposição de cifras e tramóias. E as câmeras ali, a desnudar-lhes as expressões faciais, as ênfases, as hesitações e os silêncios.
Na presidência da Mesa, Eduardo Cunha finalmente submeteu a proposta à votação. Para ser aprovada, a emenda precisava arrebanhar 308 votos. Os líderes orientaram suas bancadas. Os deputados digitaram seus votos. Abriu-se o painel eletrônico. E o fim das coligações foi rejeitado. Votaram “não” 236 deputados. Disseram “Sim”, 206. Muito longe dos 308 necessários. Deu-se o que o autor da proposta temia: a montanha da pseudoreforma política pariu um rato. Em verdade, deu à luz dois camundongos.
No segunda votação realizada nesta quinta-feira, os deputados deliberaram sobre a criação de uma cláusula de barreira para dificultar o acesso dos partidos de aluguel às verbas e benesses públicas. Por um placar acachapante — 369 votos a 39 — os deputados aprovaram uma cláusula de barreira que, por pífia, não constitui um obstáculo real ao funcionamento da indústria de partidos.
Ficou decidido o seguinte: basta que o partido eleja um mísero deputado ou senador para ter acesso às burras do fundo partidário e à vitrine da propaganda eletrônica no rádio e na tevê. Supondo-se que essa norma seja confirmada pela Câmara e ratificada pelo Senado, apenas quatro dos atuais 32 partidos em funcionamento no Brasil seriam privados das benesses: PPL, PCB, PCO e PSTU.
Deve-se o duplo desastre a um acordo firmado por Eduardo Cunha, o morubixaba da Câmara, com a tribo dos pequenos partidos. Em troca dos votos dos nanicos à emenda que enfiou na Constituição o financiamento privado das eleições, Cunha ajeitou para que as coligações fossem mantidas e para que a barreira não barrasse.
Desse modo, ficou entendido que toda aquela conversa, todo aquele idealismo, toda aquela vontade de servir à sociedade, toda aquela busca por um sistema político mais razoável, tudo isso está impulsionado pela mesma força que empurra o noticiário político para a editoria de polícia: o dinheiro.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Sexta-feira, 29 de maio de 2015
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
As investigações do Departamento de Justiça dos EUA contra brasileiros suspeitos de corrupção vão muito além do Fifagate, do Petrolão. Auditores e investigadores federais norte-americanos já têm um mapa completo de todos os brasileiros que abriram empresas por lá com segundas intenções: criar filiais delas em paraísos fiscal, para posterior lavagem de dinheiro desviado de negociatas ou assaltos contra a administração pública no Brasil. Já foi mapeado, inclusive, como a grana retornou ao Brasil, disfarçada de investimentos estrangeiros diretos na aquisição de empresas, via mercado de capitais.
O FBI pode prender, a qualquer momento e de surpresa, ilustres políticos tupiniquins que forem passear ou movimentar grana no exterior. Ontem, vazou que, além dos envolvidos no intergaláctico escândalo da transnacional Federação Internacional de Futebol Association, autoridades norte-americanas já reuniram elementos comprobatórios para punir quem tirou proveito do sistema empresarial e fiscal dos EUA para fins delitivos. Nos bastidores das investigações, já se dá como certo que os altos dirigentes petistas serão os primeiros alvos de pedidos de prisão e processos judiciais.
Desde o ano passado, os EUA promovem um pente fino em negócios feitos na BM&F Bovespa por brasileiros ou laranjas deles que montaram empresas nos EUA e em paraísos fiscais. Recentemente, uma operação conjunta do Departamento de Fronteiras e do Fisco convocou brasileiros com residência e negócios em território norte-americano para uma verdadeira inquisição e devassa documental. Vai se dar mal quem não conseguiu provar que seus negócios por lá não têm relação promíscua com negociatas ligadas ao governo daqui. Como a fase de mapeamento está concluída, começa agora a etapa de indiciamentos e prisões pelo FBI.
O escândalo da Fifa foi apenas um pontapé inicial no esquema que pretende punir corruptos da América do Sul e da África que operam em formato de consórcio mafioso intercontinental, em parceria com os principais paraísos fiscais. Os norte-americanos resolveram partir para esta ofensiva porque grandes empresas de lá sofrem prejuízos bilionários com a concorrência desleal imposta pelos "bandidos cucarachos" (como estão sendo chamados os mafiosos africanos e brasileiros, geralmente grandes e poderosos políticos).
Boa observação
Recebo do leitor Nunes uma observação relevante:
Tenho observado que alguns políticos estão fazendo um 'toma lá dá cá', para a aprovar as MPs do ajuste fiscal. Estão fazendo isso em troca de cargos no segundo escalão para seus apadrinhados, e cobrado as conduções dos mesmos aos cargos, para que não votem contra o governo. 
Ou seja, não estão nem ai com o trabalhador, e sim com cargos estratégicos de seus interesses. O TRABALHADO E APOSENTADOS DE QUE F... 
Outra coisa é: COM ESSE AJUSTE, ESTAMOS PAGANDO OS DESMANDOS E GASTOS EFETUADOS COM A COPA DO MUNDO, E RENUNCIA FISCAL FEITA PELO GOVERNO????
Nota do editor-chefe: O caro leitor quer mesmo que a gente responda...
(...)

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