QUE PAIS É ESTE?
-QUE PAÍS É ESTE?
Por Estênio Negreiros
estenionegreiros@hotmail.com
Fortaleza, Ceará
“(…) Só não creio, Brasil,
Nos teus políticos,
Demônios tão ridículos
A infernar o País.
E eu te pergunto, Brasil,
Qual será o teu futuro?...
Quero sair deste escuro
E vislumbrar uma luz.
Brasil, meu novo Cristo traído,
Poderoso e escarnecido
Enfim pregado na cruz”.
(Trecho do soneto <Credo>, no livro <À Sombra do Tamarineiro>, de Maria Eunice Martins Melo Aragão, professora e poetisa, nascida e residente no Ipu,CE)
Ciclicamente, o Brasil passa por crises as mais diversas que invariavelmente interferem negativamente sobretudo na vida do cidadão comum, aquele que é considerado como o “morador do andar de baixo”, o abastecedor compulsório das burras da Nação, via pagamento dos impostos extorsivos, considerados os mais altos do Planeta.
Neste momento estamos perdidos no interior de um furacão que envolve os mais variados tipos de crise: econômico, político, moral, ético, hídrico, energético e institucional.
Conjunturas diversas causam, por exemplo, rupturas periódicas da ordem econômica, sem que se possa individualizar quem seja o agente causador. É a lei da Economia de mercado.
O mesmo não se pode afirmar no que diz respeito aos eventos das outras ordens acima afirmadas, uma vez que todos eles se originam nos procedimentos equivocados ou mal intencionados de um indivíduo, de um partido político, de uma facção criminosa ou de uma instituição corrompida, agindo conjuntamente.
No momento presente o País está às voltas com o maior escândalo político-financeiro de todo o mundo e de todos os tempos, cujo epicentro é a nossa maior empresa estatal – a Petrobras – que não sai um dia sequer das páginas da Imprensa e das telas de todas as mídias. Causa principal desse descalabro: o procedimento corrupto, imoral e anético de centenas de pessoas inescrupulosas, representantes de empresas e de partidos políticos, que se macomunaram com o único fito de assaltar os cofres daquela gigante do petróleo para beneficiá-las individualmente ou aos seus grupos partidários.
Não bastasse isso, recrudesceu a crise econômica que estava camuflada, latente sob as mentiras e os engodos dos governantes falastrões que dão plantão no Palácio do Planalto há mais de doze anos. A inflação instalou-se com todos os seus efeitos maléficos, corroendo sobretudo os salários dos que ganham pouco, tornando a vida do brasileiro ainda mais difícil.
Para corroborar o aforismo “Desgraça pouca é tiquinho”, estourou a realidade da frágil estrutura hídrica e energética do País – há longo tempo também escamoteada pelos mendazes mandarins da República - que reflete os seus efeitos em quase todas as regiões do País, agravada pelas fracas precipitações pluviométricas que perduram desde 2013.
Até podemos viver e conviver com desmandos políticos, corrupção, economia frágil e outros males, mas não sobreviveremos se nos faltar o finito bem natural que é a água. E a falta desse líquido precioso, que há mais de quatro anos fustiga e castiga a Região Nordeste, agora também mostra a sua horrenda face aos nossos patrícios de outras áreas do País.
Respeitando os humores da Natureza, que não deve explicações ao Homem, bem que esses percalços hídrico e energético poderiam ser amenizados ou até mesmo evitados se o País fosse dirigido por governantes probos, verdadeiramente preocupados com o bem-estar comum, planejando e agindo preventivamente, não dando margem para a instalação de crises como a que ora vivenciamos. Não podemos esquecer a parcela de culpa que cabe também à população deseducada que não respeita os seus mananciais, neles jogando lixo e detritos de toda espécie, a par de fazer mau uso da água, não se preocupando em poupá-la. No mesmo rol devemos incluir aquelas empresas que poluem rios e lagos com os seus efluentes químicos deletérios.
Como o mal está irremediavelmente consumado, resta às populações afetadas pela falta d'água munir-se de paciência e de valer-se da criatividade individual, da temperança, da parcimônia no uso do líquido vital que nos sustenta, formando um todo coletivo para vencer mais uma situação adversa, gerada principalmente pelos desmandos de governantes incompetentes e corruptos, que devem ser pressionados pela sociedade em geral a por em prática inumeráveis planos estruturantes - elaborados por técnicos competentes -, mas que dormem, esquecidos, nas gavetas dos seus confortáveis gabinetes.
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