DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
25 DE FEVEREIRO DE 2015
Azedaram as relações do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias Toffoli, com Dilma Rousseff. Assim como há sete meses ela não consegue escolher o substituto de Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal, não se define quanto a outra vaga no TSE, ignorando o apoio de Toffoli à recondução de ministro Henrique Neves. Tampouco escolhe outro, deixando o TSE desfalcado de um ministro.
Toffoli acertou no Supremo que só será definida a lista tríplice para a vaga de Lóssio quando Dilma preencher a vaga de Henrique Neves.
A Câmara dos Deputados gastou mais de R$ 243 mil, neste início do ano, para instalar armários novos para suas excelências.
A indefinição de Dilma sobre o segundo escalão acirra os ânimos entre PT e o principal aliado PMDB na briga por cargos, sobretudo aqueles de orçamentos obesos. É o caso da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), há anos controlada pelo PMDB e agora pretendida pelo PT para presentear um petista sem mandato, Rogério Carvalho, presidente do PT sergipano. Para o PMDB, é questão de honra manter o cargo.
Esses “bolivarianos” são uns artistas. O diplomata Antônio Simões, conhecido pela idolatria às baixarias da semi-ditadura venezuelana, poderia trabalhar na Bolívia, “farol” do bolivarianismo, mas preferiu o “circuito Helena Rubinstein”: será o embaixador do Brasil em Madri.
O governo quer trégua na briga pela “PEC da bengala”, que passa para 75 anos a aposentadoria compulsória. O ministro Pepe Vargas obteve dos aliados a promessa de o tema não entrar em pauta esta semana.
O HSBC anda ruim das pernas. Agora sua matriz – a HSBC Holdings – definiu que o Brasil está entre os países “problemáticos”, e admite até abandoná-los. Mas problemático mesmo é o HSBC. Um banco desse porte não fazer lucro no Brasil é sinal de incomensurável incompetência.
Apavorados com a reta final da Lava Jato, políticos governistas torcem para que Lula não desembarque em Brasília, nesta quarta (25), de um dos jatinhos de empreiteiras que costuma usar.

NO DIÁRIO DO PODER
OPOSIÇÃO CITA 'TRAGÉDIA' APÓS REBAIXAMENTO DA PETROBRAS
AGÊNCIA REBAIXA A PETROBRAS NA ESTEIRA DO ESQUEMA DE CORRUPÇÃO
Publicado em 24 de fevereiro de 2015 às 22:32 - Atualizado às 23:31
O REBAIXAMENTO PODE TER REFLEXOS MUITO GRAVES NAS FINANÇAS DA PETROBRAS
Deputados e senadores foram surpreendidos na noite desta terça-feira (24) com a perda do grau de investimento da Petrobras pela Moody's. A agência rebaixou o rating da petrolífera para Ba2. Ou seja, caiu do grau de investimento seguro para "investimento especulativo".
Reunidos em sessão do Congresso para apreciação dos vetos presidenciais, oposicionistas e governistas lamentaram o rebaixamento em dois graus e reconheceram a gravidade da decisão da agência. "Mais um elemento da tragédia que o PT promoveu em instalar uma cadeia para roubar a Petrobras", declarou o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). Para o tucano, o rebaixamento é reflexo da "profundidade do buraco em que jogaram" a estatal.
Assim como Aloysio Nunes, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) avaliou que a decisão da Moody's terá consequências sobre as empresas ligadas à Petrobras e todos os seus investimentos. "Não é de se espantar a situação da Petrobras. Isso tem causado preocupação a todos os brasileiros. Só posso lamentar", declarou Anastasia. O senador e ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA), acredita que a dificuldade enfrentada pela Petrobras não é tão grande. "Esse é mais um sofrimento que passa a Petrobras. É uma tempestade que a Petrobras está enfrentando e ela será vencida", concluiu o ex-ministro.
O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse que já esperava pelo rebaixamento em virtude do cenário que tomou conta da estatal. Para o líder, o que está em jogo não é o combate à corrupção, mas o projeto da oposição de mudar o modelo de partilha do pré-sal e entregá-lo às grandes petrolíferas estrangeiras. O petista afirma que o novo presidente, Aldemir Bendine, vai recuperar a credibilidade da maior estatal brasileira e que o rebaixamento não prejudicará a recuperação da empresa. "A Petrobras é tão forte que vai sobreviver a tudo isso", previu.

ZELOSO QUE SÓ ELE
JUIZ DIZ QUE USA CARRÃO PORSCHE DE EIKE POR "ZELO"
MAGISTRADO DISSE QUE ESTAVA PROTEGENDO O CARRO DO SOL E CHUVA
Publicado em 24 de fevereiro de 2015 às 17:36 - Atualizado às 17:49

MAGISTRADO JUSTIFICOU USO DO CARRÃO POR ZELO E VONTADE DE PROTEGER O PORSCHE DO SOL E DA CHUVA
Rio - Flagrado dirigindo o Porsche de Eike Batista, apreendido pela Polícia Federal na casa do empresário, o juiz titular da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, Flávio Roberto de Souza, afirma que levou o veículo para a garagem do seu prédio, na Barra da Tijuca, zona Oeste da cidade, por falta de vagas no pátio da Justiça Federal e por causa da lotação do depósito da Polícia Federal.
Na manha desta terça-feira, 24, tanto o Porsche como o Lamborghini de Eike já estavam estacionados no pátio da Justiça, na zona portuária do Rio. O Lamborghini irá a leilão na próxima quinta-feira, dia 26. Mas não há data ainda para o leilão do Porsche e de um terceiro carro de Eike, o Toyota Hilux SW4.
Segundo o juiz, o objetivo era evitar que o carro fosse danificado ao ficar exposto aos efeitos do Sol e da chuva. Apesar de ter chegado para dar expediente dirigindo o Porsche branco hoje (24), por volta das 10h30, o magistrado negou ter utilizado o veículo em proveito próprio.
"O carro estava em depósito na garagem fechada desde o dia em que foi apreendido até hoje. Ele nunca foi usado e só veio hoje para o pátio da Justiça porque entrará no próximo leilão e ficará exposto para os interessados", afirmou Souza.
Flávio Roberto de Souza foi flagrado dirigindo o Porsche que pertencia ao empresário Eike Batista
Além do Porsche, um Toyota também levado da casa de Eike estava no prédio da residência do juiz. Ele explicou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, no entanto, que enviou um ofício ao Detran pedindo que os carros blindados do empresário ficassem à disposição da 3ª Vara enquanto não vão a leilão. Segundo o juiz, não há irregularidade nisso, já que o Detran foi informado.
Souza justificou um eventual uso do carro blindado pelo fato de sofrer ameaças por sua atuação no caso e disse que é comum que a Justiça peça a utilização de um carro apreendido para o próprio juízo ao para a Polícia Federal.
"Já recebi várias mensagens de pessoas do meio jurídico me avisando para tomar cuidado", disse, sem citar nomes. Neste mês, o juiz pediu autorização à Polícia Federal para comprar uma arma do tipo Glock 40. Desde então, vem andando armado e diz que está sendo seguido.
Acusado de parcialidade no julgamento do caso pela defesa de Eike, que já pediu o seu afastamento, Souza diz que não teme qualquer medida tomada pelos advogados do empresário. Ele acusa a defesa de Eike de partir para um confronto pessoal diante da falta de argumento jurídico.
"Não tem como me afastarem da magistratura. Só com uma sentença transitada em julgado (última instância). O que vão fazer não importa. Não tenho interesse em condenar ou absolver (o Eike)", afirmou. (Mariana Durão/AE)

NO BLOG DO CORONEL
QUARTA-FEIRA, 25 DE FEVEREIRO DE 2015
As duas denúncias feitas ontem, em primeira mão, aqui no Blog.
(Folha) Os escolhidos para comandar a nova CPI da Petrobras na Câmara tiveram parte de suas campanhas bancada por empresas acusadas na Operação Lava Jato. A investigação apura fraudes em licitações na estatal e pagamentos de propina a funcionários e políticos. 
O presidente da CPI, o deputado federal Hugo Motta (PMDB-PB), teve 60% de sua última campanha paga com recursos dessas empresas. No ano passado, Motta recebeu R$ 451 mil da Andrade Gutierrez e da Odebrecht. No total, ele arrecadou R$ 742 mil para fazer campanha. 
Relator indicado pelo PT, cuja escolha ainda precisa ser referendada pela comissão, Luiz Sérgio (PT-RJ) recebeu R$ 962,5 mil das empresas Queiroz Galvão, OAS, Toyo Setal e UTC. O valor representa 39,6% da receita de sua campanha. 
Essas empresas são apontadas pelo Ministério Público e já foram citadas por delatores como integrantes de um cartel. Executivos da OAS e da UTC atualmente já respondem a ações penais. Outros ainda são investigados. 
Na CPI da Petrobras aberta na legislatura passada, um dos problemas apontados ao fim da investigação é que tanto as empresas como os políticos acabaram poupados pelos parlamentares.
Motta, que tem 25 anos e está em seu segundo mandato, é ligado ao grupo do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Vital do Rego (PMDB-PB), que comandou a última CPI sobre a estatal. 
Em 2014, ele presidiu a Comissão de Fiscalização Financeira e administrou depoimentos da ex-presidente da Petrobras Graça Foster, do ex-ministro Guido Mantega (Fazenda) e do ex-diretor Nestor Cerveró sobre a compra polêmica da refinaria de Pasadena, nos EUA, que colocou a estatal no centro da crise. A assessoria do deputado informou que as doações recebidas foram indiretas, por meio de repasses feitos pelo PMDB, e que ele não tem ligação com a captação dos recursos ou com representantes das empresas. 
RELATOR
O último cargo de destaque do deputado Luiz Sérgio foi no início da primeira gestão Dilma Rousseff (2011), no comando da Secretaria de Relações Institucionais. Sem poder de bancar as negociações no Congresso, o petista chegou a ganhar o apelido de "garçom", porque só entregava as demandas. Ainda chegou a ocupar o cargo de ministro da Pesca no primeiro mandato de Dilma, após deixar as Relações Institucionais. 
O petista já foi escalado como relator de uma das principais CPIs contra o governo Lula, a dos Cartões Corporativos. Na ocasião, seu relatório final poupou o governo e não apontou irregularidades no uso dos cartões. Procurada para comentar as doações, a assessoria de Luiz Sérgio informou que o deputado só irá se pronunciar sobre fatos relacionados à CPI depois que ele for confirmado como relator.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 06:20:00

(Estadão) O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes lembrou nesta terça-feira, 24, do julgamento do assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, em resposta às cobranças para que devolva o pedido de vista do processo que discute a proibição das doações de empresas privadas para campanhas eleitorais." Até hoje ainda não voltou (o julgamento por causa de pedido de vista) e, por coincidência, é um caso em que há uma questão de crime ligado à questão política", disse ao lembrar do caso que esta parado na Corte desde um pedido de vista do ministro Ricardo Lewandowski, em 2012.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 19:49:00

NO BLOG DO NOBLAT
De volta ao palco, Lula - o mistificador de sempre
Por Ricardo Noblat - 25/02/2015 - 03h00
O mistificador número 1 do país reapareceu em público – mais precisamente na sede da Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro, ontem à noite (24).
Lula fez o que mais gosta: falar sem ser contestado para, em seguida, colher os aplausos e louvaminhas dos admiradores que o escutam em estado de graça.
O pretexto para o encontro foi a defesa da Petrobras. Lula se disse pronto para ir às ruas em defesa da Petrobras, da reforma política e da democracia.
Como de hábito, falou muito, valeu-se dos lugares comuns que sempre pontilharam sua oratória, e abusou da credulidade de um auditório disposto a acreditar em tudo o que ele diria.
Enganou, iludiu, burlou. Lembra-se de quando ele citava a mãe analfabeta? Dessa vez citou mãe e pai:
- Sou filho de uma mulher analfabeta. de um pai analfabeto. E o mais importante legado que minha mãe deixou foi o direito de eu andar de cabeça erguida e ninguém vai me fazer baixar a cabeça neste país. Honestidade não é mérito, é obrigação. Eu quero paz e democracia, mas se eles querem guerra, eu sei lutar também.
Quais os que querem guerra? Ele não os apontou. Como no auge do escândalo do mensalão em meados de 2005, quando se disse traído, mas não disse por quem.
Valeu-se do truque manjado de afirmar uma mentira para depois responsabilizar os adversários por ela. Assim:
- No caso da Petrobras, se parte do pressuposto de que tem que acabar com ela e criminalizar a política.
Quem quer acabar com a Petrobras? Lula não disse quem. Quem quer criminalizar a política? Também não disse.
Foi ele que em 2006 nomeou diretores da Petrobras que passaram a desviar dinheiro para o Caixa 2 dos partidos e também para os bolsos de políticos. Como pode querer culpar os outros?
Por fim, s sacou da velha carta descolorida pelo tempo e pelo uso:
- Estamos vendo no Brasil a criminalização da ascensão social de uma camada da população brasileira. A elite não se conforma com a ascensão dos mais pobres.
Blablablá...
Lula terá coragem de se arriscar a uma derrota na eleição presidencial de 2018? Ou ele estará certo em apostar nos seus poderes de prestidigitador? E, porta, na ignorância alheia?
Façam suas apostas.

O que o Brasil pode aprender com a Itália no caso Petrobras
O que a abertura da fatal caixa de Pandora das investigações pode causar ao mundo político brasileiro ainda é uma incógnita
25/02/2015 04:50
El País
O Brasil está à espera para saber os nomes de políticos e partidos escondidos na caixa de Pandora do Petrolão. Na mitologia grega, essa caixa, que era na verdade uma ânfora de barro, guardava “os males que afligem a Humanidade”.
Pandora era a mulher que Zeus havia criado “para introduzir os males na vida dos homens”. Como a antecessora de Eva, Pandora era a que carregava todos os problemas do mundo.
Hoje a sociedade moderna redimiu a mulher do estigma de ser a grande sedutora e a origem de todas as desgraças. A política é um substantivo feminino e sua finalidade é a de criar bem-estar e felicidade aos cidadãos.
De feminino, no entanto, a política atual tem apenas o nome, já que continua sendo profundamente masculina e machista. Talvez por isso também mais corrupta? O possível resultado político dos males que a abertura da fatal caixa de Pandora pode causar ao Brasil ainda é uma incógnita.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
25/02/2015 às 6:47
Enquanto Lula vomitava no ato em defesa da impunidade, com elogios ao genocida Saddam Hussein, a Moody’s rebaixava a Petrobras ( Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo)
Parecia roteiro de filme barato, mas era verdade. Nesta terça (24), enquanto Luiz Inácio Lula da Silva, cercado por milicianos truculentos, comandava um ato no Rio contra a Operação Lava Jato, contra a imprensa e contra a decência, a agência de classificação de risco Moody’s rebaixava uma vez mais, a exemplo do que fizera em janeiro, a nota da estatal, que já estava em Baa3, o último patamar do chamado grau de investimento. Agora, na Moody’s, a estatal está no grau especulativo — ou por outra: a agência está dizendo aos investidores do mundo inteiro que pôr dinheiro na Petrobras não é seguro. A agência está dizendo ao mundo inteiro que emprestar dinheiro para a Petrobras é arriscado.
Desta feita, não foi uma queda qualquer: a Moody’s botou a Petrobras dois degraus abaixo de uma vez só. Em vez de cair para Ba1, o que já seria catastrófico, a empresa despencou para Ba2, e a agência ainda cravou um viés negativo no caso de uma futura avaliação. Só para vocês terem uma ideia: acima dessa nota, há outras… 11. Abaixo dela, apenas 9. Na Fitch e na Standard & Poor’s, a Petrobras está também a um rebaixamento apenas de passar para o grau especulativo.
A partir de agora, tudo se torna mais difícil para a empresa. A maioria dos fundos proíbe investimento em empresas nessa categoria. Pior: em alguns casos, a ordem é se desfazer dos papéis, ainda que amargando prejuízos. Para se financiar dentro e fora do Brasil, a Petrobras terá de pagar juros mais elevados. E isso se dá num momento em que a empresa já teve de reduzir ao mínimo seus investimentos na área de exploração e refino de petróleo, suas atividades principais.
O mais impressionante é que o rebaixamento veio duas semanas depois de Dilma trocar toda a diretoria da Petrobras. Isso reflete a confiança do mercado na nova equipe. A operação foi desastrada. Com ou sem razão — e nós veremos —, o juízo unânime é que a governanta escolheu um presidente para maquiar no balanço as perdas bilionárias decorrentes da corrupção e da gestão ruinosa do PT.
E não se enganem: atrás do rebaixamento da nota da Petrobras, pode vir o rebaixamento da nota do Brasil. Na própria Moody’s, já não é grande coisa. O país é “Baa2”. Ainda é “grau de investimento”, mas bem modesto. Se o país cair mais dois, vai para a categoria dos especulativos. O mesmo acontece na Fitch (BBB): um próximo rebaixamento (BBB-) poria o país a um passo da zona vermelha. Na Standard & Poor’s, a posição do país é mais preocupante: rebaixado em março, caiu de “BBB” para “BBB-“, mesma nota da Petrobras. Nessa agência, uma próxima queda conduziria o país para “BB+”, primeiro nível do grau especulativo. Foi o que já fez a agência britânica Economist Intelligence Unit na semana retrasada: o rebaixamento, de BBB para BB, lançou o Brasil no grupo dos potenciais caloteiros.
Não obstante, naquele espetáculo de pornografia desta terça (24), Lula vituperou contra a investigação e contra a imprensa e conclamou João Pedro Stedile a pôr seu exército na rua — sim, ele empregou a palavra “exército”. Aquele que a ex-filósofa Marilena Chaui disse “iluminar o mundo” quando fala, ainda encontrou tempo para especular sobre a situação no Iraque. E disparou: “Já tem gente lá com saudade do Saddam Hussein, porque no tempo dele se vivia em paz”.
Lula, este celerado, tem uma noção muito particular de paz. Pelo menos 300 mil pessoas, árabes, foram assassinadas pelo regime de Saddam. Nessa conta, não estão pelo menos 100 mil curdos, vítimas dos gases mostarda, sarin e abun. É o que Lula chama de “viver em paz”.
Foi o regime criado por esse cara que quebrou a Petrobras. Agora os brasileiros começam a pagar a conta de sua irresponsabilidade, de sua ignorância e de sua estupidez.
(Texto publicado originalmente às 4h13 por Reinaldo Azevedo)

25/02/2015 às 6:43
Quando petistas resolvem promover um ato “em defesa da Petrobras”, sabendo tudo o que sabemos sobre a roubalheira na estatal, é claro que estão procurando o confronto; é claro que estão provocando o adversário — que, no caso, é o povo brasileiro. O PT, encarnado por Luiz Inácio Lula da Silva, a CUT e a FUP (Federação Única dos Petroleiros) resolveram organizar uma patuscada nesta terça (24), na sede da Associação Brasileira de Imprensa, no Rio. Os valentes dizem defender a punição dos corruptos — só faltava anunciar o contrário —, mas denunciam uma suposta campanha contra a empresa. O que é, obviamente, mentira.
Pois bem. Muitos brasileiros, vítimas do assalto institucionalizado, decidiram protestar nas proximidades da ABI. E aí aconteceu o que os trogloditas estão querendo há muito tempo. Vestidos com camisetas vermelhas, com a sigla do partido, demonstrando que estão especialmente treinados para o confronto, os brutamontes partiram pra cima dos que protestavam contra a roubalheira na base da porrada.
Atenção! Vocês lerão por aí que houve troca de socos e pontapés. Sim! Mas que fique claro: quem partiu pra cima dos opositores foram os petistas, inconformados com as pessoas que gritavam “Fora PT” e que cobravam o impeachment de Dilma. Mais: os que protestavam contra o partido não passavam de duas dezenas. Os que queriam espancá-los eram mais de 300. E assim era não porque há mais petistas do que antipetistas. É que não se tratava de militantes organizados. Os que repudiavam o petismo eram pessoas comuns, que apenas passavam por ali e viam a companheirada.
Lula é um irresponsável.
Lula é um aproveitador.
Lula é um oportunista.
Lula é um vampiro da institucionalidade.
Lula é um sanguessuga da nacionalidade.
É claro que um ato com essas características jamais poderia ter sido marcado — não a esta altura dos acontecimentos. Todo mundo sabe ser mentira que existam pessoas interessadas em prejudicar ou em vender a Petrobras.
Quem destruiu a empresa foi o PT.
Quem nomeou os ladrões foi o PT.
Quem está no comando da empresa nos últimos 13 anos é o PT.
Escrevi aqui anteontem que o partido não está se dando conta da gravidade dos problemas que se conjugam. Perdeu a leitura da realidade. É impressionante que um ex-presidente da República, líder incontestável do maior partido do país, incentive manifestações que fatalmente terminarão em confronto. E assim é porque o povo está indignado.
Com a baixaria desta terça-feira, o que Lula e seus tontons macoutes estão fazendo é incentivar as manifestações de protesto marcadas para o dia 15 de março. Dilma deveria chamar o seu antecessor e lhe passar uma descompostura. Mas, ora vejam, para tanto, seria necessário que ela fosse, no momento, a chefe política dele. Ocorre que ele a considera nada menos do que sua subordinada.
Lula está com inveja da Venezuela.
Lula está com inveja de Nicolás Maduro.
Lula acha que chegou a hora de rachar algumas cabeças.
Se Dilma não tomar cuidado, o seu mentor (ainda é? ) vai ajudar a apeá-la do Palácio. Aos brasileiros indignados, uma dica: não cedam à provocação dos reacionários, aproveitadores e bandidos vestidos de vermelho.
Ah, sim: Marinela Chaui disse que estaria lá. Estava? Ela, que tanto escreveu sobre democracia, ao ver o povo apanhando dos milicianos petistas, sentiu o quê? Vergonha? Comichão intelectual? Prazer?
(Texto publicado originalmente às 20h31 desta terça por Reinaldo Azevedo)

25/02/2015 às 6:21
Conversei ontem à noite com dois ex-ministros do Supremo. Se vocês conhecerem algum, façam o mesmo. Se não, procurem falar com advogados ou juristas. Os que acompanham os bastidores da Justiça e do Ministério Público acham estranho que, um ano depois de deflagrada a Operação Lava Jato, Rodrigo Janot, procurador-geral da República — aquele que agradeceu a Deus “ter passado a régua e não ter encontrado nada contra Lula e Dilma — anuncie a disposição de pedir aberturas de inquérito. Vamos ver quantas e para quem.
Como vocês devem saber, pedir abertura de inquérito é coisa distinta de oferecer uma denúncia. Nesse caso, ele afirma a sua convicção (na verdade, a do MP) de que houve crime; no outro, não.
Janot diz ainda que vai pedir ao Supremo que se acabe, tanto quanto possível, com os sigilos. O procedimento — tendente a ser rejeitado pelo tribunal, já digo por quê — produz mais calor do que luz.
Notem: tanto o pedido de inquérito como a denúncia ensejam investigação posterior. No primeiro caso, pode-se chegar à conclusão de que não existe material suficiente nem para fazer a denúncia; no segundo, que ela é inconsistente.
O Supremo tende, não sei se vai — que aí é ser adivinho —, a rejeitar o fim do sigilo. É evidente que inquéritos sobre pessoas públicas despertam a curiosidade, e dados parciais passam a circular na imprensa, em tom necessariamente acusatório. E se, depois de tudo, ficar demonstrado que o sujeito é inocente? Como se livrar do peso da suspeição?
Eduardo Jorge Caldas Pereira, secretário-geral da Presidência do governo FHC, sabe o peso que isso tem. Teve a reputação moída. E, no seu caso, o Ministério Público não chegou a apresentar nem sequer uma denúncia. É bem verdade que, ali, nem se tratava de quebra de sigilo do inquérito. A facção petista do Ministério Público se encarregava de orquestrar os vazamentos. Assim, se o Supremo rejeitar o pedido, não se deve confundir esse procedimento com aposta na impunidade. Trata-se apenas de matéria do Estado de Direito.
Mas voltemos ao binômio inquérito-denúncia. Para lembrar: A Folha publicou a entrevista-bomba de Roberto Jefferson a Renata Lo Prete, denunciando o mensalão, no dia 6 de junho de 2005. No dia 30 de março de 2006, nove meses depois, Antonio Fernando de Souza, o então procurador-geral, não apresentou pedidos de abertura de inquérito, mas a denúncia propriamente. Nove anos depois, do ponto de vista técnico, pode-se dizer que Ação Penal 470 ainda não chegou ao fim.
É preciso que a gente fique atento para identificar o que é cuidado e o que é procrastinação. Um ano depois de deflagrada a operação, o braço empresarial do petrolão já foi denunciado. Será que o braço político vai ser beneficiado por pedidos em penca de abertura de inquérito apenas?
Por Reinaldo Azevedo


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 25/02/2024 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 26/02/2024 - SEGUNDA-FEIRA