DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
19 DE FEVEREIRO DE 2015
Somados funções e cargos comissionados da administração federal, são 107.085 pessoas empregadas por livre nomeação, sem concurso, no governo Dilma Rousseff – todos indicados por militantes de partidos governistas, principalmente do PT. Os salários variam entre R$ 790 e R$ 30 mil/mês. Quando os cargos são ocupados por petistas, eles são obrigados a pagar “dízimo” para engordar ainda mais os cofres do PT.
Até para a Copa do Mundo e Olimpíadas foram criados mais cabides para pendurar “cumpanheros” com generosos salários de até R$ 22 mil.
A licitação na estatal Furnas, para escolha de agência de publicidade, deve acabar nos tribunais e, pior, nas páginas de escândalos. Tudo porque o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), tem sido pressionado a se envolver. Cunha foi transformado em “instância de recurso” por suas ligações a Furnas. Participam 14 das principais agências do País, disputando a conta anual de mais de R$ 30 milhões.
Quase cem páginas foram criadas apregoando o impeachment de Dilma. O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) também é lembrado.
Eduardo Cunha, que recusou apoio à CPI do BNDES, desconversa. Diz agora que Leonardo Picciani (RJ), líder do PMDB, “fala pela bancada”.
Portela não ter sido a grande campeã do carnaval carioca prova que tem algo de podre nesse espetáculo, cuja plateia é feita de palhaços.
Nesta quarta-feira de cinzas, o governo federal chegou a R$280 bilhões arrecadados em impostos. Se 2,3% vão para corrupção, como estima a Fiesp, então já nos surrupiaram até agora R$6,2 bilhões.
Dilma deverá amargar mais uma derrota no Congresso Nacional. Os deputados e senadores aliados já se articulam para derrubar o veto presidencial ao reajuste de 6,5% na tabela do Imposto de Renda.
A maioria ganha pouco, mas os salários siderais de dezembro, na estatal EBC, são atribuídos “ao décimo-terceiro” e “outros benefícios”. Houve salário de R$ 4.205,52 pulando para R$ 28.231,51. Haja 13º.
O tesoureiro Edinho Silva é um gozador: desafiou que se investiguem as contas oficiais da campanha de Dilma, meras obra de ficção, seja qual for o partido. Vale mesmo o “caixa dois”, como os R$ 500 milhões pagos a João Vaccari no assalto à Petrobras, segundo a Lava Jato.
Passageiros foram surpreendidos, terça (17), pela cobrança de R$378 por u'a mala a mais (17kg) no voo 1345 (Brasília-Natal) da GOL. Farão outra viagem para buscar a mala, mas, voar pela GOL, nunca mais.
Quase não há deputados governistas querendo atuar na CPI da Petrobras. Têm amigos envolvidos e/ou não querem irritar as empreiteiras corruptoras.

NO DIÁRIO DO PODER
REUNIÃO DE CARDOZO COM ADVOGADOS É ‘INTOLERÁVEL’, DIZ JUIZ DA LAVA JATO
SERGIO MORO CRITICA REUNIÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA COM ADVOGADO DA UTC
Publicado em 18 de fevereiro de 2015 às 21:06 - Atualizado às 1:41
Por: Redação
sergio moro
O juiz federal Sergio Moro rejeitou liberdade para Ricardo Pessoa, presidente da UTC.
O Juiz da Primeira Instância classificou nesta quarta-feira (18) como “intolerável” e “reprovável” a reunião de advogados de empreiteiras com o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), para discutir o futuro dos seus clientes presos na carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR). A opinião é de ninguém menos que o Juiz Federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato.
Cardozo assumiu o papel de negociador com os empreiteiros envolvidos na Lava Jato, segundo a revista Veja desta semana, que revelou uma reunião do ministro em seu gabinete, em Brasília, com o advogado Sérgio Renault, defensor da empreiteira UTC, cujo presidente, Ricardo Pessoa, é um dos presos da Lava Jato e é acusado de coordenar o “clube” de empreiteiras que se organizou em cartel para fraudar licitações, combinar preços, superfaturar contratos e pagar propinas a agentes públicos.
Em uma conversa que Veja considerou absolutamente imprópria, o ministro disse que a operação da Polícia Federal – órgão ligado à pasta de Cardozo – mudaria de rumo “radicalmente” depois do Carnaval. O ministro ainda orientou a empreiteira a não aceitar acordo de delação premiada, um conselho seguido pelos executivos.
A confirmação do encontro de Cardozo foi o principal argumento utilizado pelo Juiz para decretar nova prisão preventiva do presidente da UTC, Ricardo Pessoa, do diretor vice-presidente da Camargo Correa, Eduardo Leite, do diretor presidente da empresa, Dalton Avancini, e do presidente do Conselho de Administração da companhia, João Ricardo Auler.
“Existe o campo próprio da Justiça e o campo próprio da política. Devem ser como óleo e água e jamais se misturarem. A prisão cautelar dos dirigentes das empreiteiras deve ser discutida, nos autos, perante as Cortes de Justiça. Intolerável, porém, que emissários dos dirigentes presos e das empreiteiras pretendam discutir o processo judicial e as decisões judiciais com autoridades políticas, em total desvirtuamento do devido processo legal e com risco à integridade da Justiça e à aplicação da lei penal”, disse Sergio Moro.
“Mais estranho ainda” – destacou Sérgio Moro, numa clara referência ao ex-deputado petista e advogado Sigmaringa Seixas, que intermediou a reunião entre o ministro e o advogado da UTC – “é que participem desses encontros políticos e advogados sem procuração nos autos das ações penais. O ministro da Justiça não é o responsável pelas ações de investigações. Trata-se de uma indevida, embora mal sucedida, tentativa dos acusados e das empreiteiras de obter uma interferência política em seu favor no processo judicial”.
Interferência indevida
Para Sergio Moro, o episódio é mais uma evidência de que os empreiteiros presos na Lava Jato desde novembro tentam a todo custo interferir nas investigações. Eles já haviam tentado coagir testemunhas e apresentaram documentos falsos às autoridades. “A mera tentativa por parte dos acusados e das empreiteiras de obter interferência política em seu favor no processo judicial já é reprovável, assim como foram as aludidas tentativas de cooptação de testemunhas, indicando mais uma vez a necessidade da preventiva para garantir a instrução e a aplicação da lei penal e preservar a integridade da Justiça contra a interferência do poder econômico”, disse.
“Certamente a Justiça não será permeável no presente caso a interferências políticas ou do poder econômico. Qualquer indício de tentativa de interferência espúria do poder econômico, quer diretamente, cooptando testemunhas, quer indiretamente, buscando indevida interferência política no processo judicial, deve ser severamente reprimida, justificando, por si só, pelo risco à integridade do processo e da justiça, a decretação da prisão preventiva”, afirmou.
Em seu despacho, Sergio Moro disse que as empreiteiras têm várias obras em andamento e podem estar replicando o esquema do petrolão em outras obras públicas. Para ele, “não é suficiente afastar formalmente os acusados do comando das empresas, pois não há como controlar ou prevenir a continuidade da interferência deles na gestão da empresa ou dos contratos”.
Governo responde ao juiz
A pedido da presidente Dilma Rousseff, o Ministério da Justiça rebateu em nota afirmações do juiz Sérgio Moro, que classificou em decisão como “intolerável” que advogados dos executivos presos pretendam discutir o processo judicial com autoridades políticas. Segundo o Ministério, é “dever” do ministro José Eduardo Cardozo receber os advogados.
“Em decorrência da decisão judicial proferida”, diz a nota, o Ministério da Justiça “esclarece e reitera que é dever do Ministro da Justiça e de quaisquer servidores públicos receber advogados no regular exercício da profissão conforme determina o Estatuto da Advocacia”.
O Ministério afirma ainda no texto não ter recebido em nenhum momento “qualquer solicitação” de advogados para que atuasse no sentido de “criar qualquer obstáculo ao curso das investigações em questão ou para atuar em seu favor em relação à medidas judiciais decididas pelos órgãos jurisdicionais competentes”. Caso uma solicitação desse tipo tivesse sido recebida, o Ministério afirma que teria “tomado de pronto as medidas apropriadas para punição de tais condutas indevidas”.
A reação do Ministério da Justiça responde os apontamentos de Moro que, ao decretar nova ordem de prisão preventiva de quatro executivos investigados na Lava Jato, criticou a estratégia dos advogados de construtoras que procuraram o governo.
O Ministério da Justiça reiterou que a única audiência concedida para advogados de empreiteiras envolvidas na Lava Jato foi realizada no dia 5 de fevereiro, conforme registrado em agenda pública, com defensores da Odebrecht.
“A empresa Odebrecht, na oportunidade, noticiou a ocorrência de duas eventuais irregularidades que exigiriam providências do Ministério da Justiça, não guardando nenhuma pertinência com quaisquer decisões judiciais tomadas no caso”, diz a nota do Ministério. As irregularidades geraram apresentação formal de duas representações pela empresa.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
18/02/2015 às 22:58 Opinião
VLADY OLIVER
A TV Panfleto, também conhecida como o canal de notícias da platinada, aquela que costuma fazer seus jornalistas darem suas versões de cócoras e cacarejar para a torcida tudo aquilo que a cretinália do governo quer que eles cacarejem, teve hoje que dar a notícia – ou a versão bolivarianóide da notícia – de que o ex-ministro Joaquim Barbosa pediu em rede social a demissão daquele ministro do governo de tanga.
O engraçado é que, na visão tortuosa desse canal, o “presidente lula” nunca deixou o cargo, sendo reverenciado eternamente como aquilo que ele não é. Já o ex-ministro Joaquim Barbosa teve que ganhar a alcunha de “ministro aposentado do Supremo”, com ênfase duas vezes no aposentado. Não é um mimo?
Fico aqui me perguntando se, depois que este pesadelo passar, essa gente terá vergonha na cara para se olhar no espelho. Deve ser realmente difícil ter que compactuar com este tipo de expediente para enaltecer ou reduzir uma biografia, ao sabor dos subtítulos mais asquerosos do editorialismo.
São essas pequenas espertezas burras que vão minando a credibilidade do jornalismo como um todo, meus caros. Já há uma divisão clara na tal “mídia acumpanheirada” entre quem fica de quatro para estes artifícios, quem baba e anda ao falar dos mamulengos que nos governam e quem flana acima de toda essa picaretagem editorial.
Lobos velhos em peles de Cristianas, o discípulo de David Brazil de camarote e outras figurinhas carimbadas da lambeção oficial deveriam honrar a profissão de vez em quando, não é mesmo? Essa postura de guardinha de trânsito de parque infantil, cuidando zelosamente para que os bandidos tenham a sua dose de laquê assegurada para aparecer no canalzinho marreta, realmente é um porre sem bafômetro.
Falaí, ô do camarote: Diiilma estáá enfrentaaando alguns probleeeeminhas no goveerno. Né não. Ela tá só ficando atoladinha.

NO BLOG DO CORONEL
QUINTA-FEIRA, 19 DE FEVEREIRO DE 2015
Post de 26 de janeiro passado.
Capa de hoje (19) da Folha e matéria abaixo.
O governo federal deixou de pagar as aulas dadas desde outubro pelas 500 escolas privadas participantes do Pronatec, programa que oferece cursos técnicos gratuitos subsidiados pela União. O programa foi um dos destaques na campanha da presidente Dilma Rousseff (PT). 
Por causa do atraso, donos de instituições de ensino dizem que estão tendo de pegar empréstimo bancário e adiar pagamento de professores. Escolas afirmam ainda que, se a situação persistir, terão de deixar o programa. 
O Pronatec prevê que a União repasse recursos referentes ao número de alunos que cada escola possui no programa. A verba costumava chegar às escolas nas primeiras semanas de cada mês. Para a maioria das instituições, o último repasse ocorreu em novembro, pelas aulas dadas em setembro. Estão atrasados os pagamentos referentes aos meses de outubro a janeiro (pelas regras do programa, repasses devem ser feitos mesmo nas férias). 
Diretores de escolas ouvidos pela Folha dizem que a explicação do governo é que os recursos estão contingenciados (bloqueados). A União enfrenta situação que combina alta de gastos nos últimos anos com arrecadação abaixo do previsto em 2014. O Ministério da Educação afirmou à reportagem que o repasse de janeiro não foi feito devido ao atraso na aprovação do Orçamento de 2015. Mas não explicou o problema dos meses de 2014. A pasta também não informou qual o montante de verba atrasado. Estimativa da Folha, com base em dados oficiais, indica que, apenas na cidade de São Paulo, 35 escolas têm de receber R$ 20 milhões referentes a outubro. 
As escolas privadas possuem cerca de 40% das 8 milhões de matrículas no Pronatec. Há também vagas no Senai, Senac, Senat e Senar e em escolas públicas. O Pronatec virou a principal fonte de recursos das escolas privadas, disse um diretor de escola em Minas Gerais (os dirigentes ouvidos dizem não querer ser identificados para evitar represálias). "Depois da vitrine que o programa teve na eleição, ninguém aceita pagar mensalidade", afirmou. 
Dilma colocou como uma de suas principais promessas para o segundo mandato a oferta de outras 12 milhões de matrículas no Pronatec. Escolas de São Paulo, Minas e Espírito Santo dizem que entre 50% e 90% dos alunos estão no programa. O dono de uma instituição capixaba afirmou que não conseguirá pagar salários dos professores a partir de março se o problema persistir. "Até agora, atrasei só alguns dias. Nem isso conseguirei mais."
POSTADO POR O EDITOR ÀS 08:30:00


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
19/02/2015 às 6:51
Vamos botar um pouco de ordem na orgia, como diria o Marquês — o de Sade, não o de Rabicó, que nunca foi um dos Três Porquinhos. É claro que advogados, quaisquer advogados, têm o direito de falar com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ou outro. Se a República souber qual é a pauta, então, tanto melhor, não é?, já que paga o salário do ministro e todos os custos diretos e indiretos que a função enseja. Mas digamos que um advogado vá conversar com Cardozo para cuidar de uma crise existencial, para debater as últimas descobertas da medicina, para discutir se o país precisa tomar antidepressivo, ansiolítico ou um regulador de humor… Pode não ser nada disso. Selo! Isto! Vai que um ministro seja um filatelista. Fico cá imaginando as sinuosidades desse saber… Talvez seja um mundo fascinante, à espera da nossa entrega dedicada.
O que não pode — e aí não pode mesmo! — é o ministro da Justiça receber advogados de réus para debater o encaminhamento de uma ação que corre por escaninhos alheios — até onde sabe — à intervenção da autoridade em questão. A menos que os poderes tentaculares e eventualmente extraoficiais e extracurriculares do ministro consigam operar prodígios na Polícia Federal e no Ministério Público Federal.
Cardozo e alguns doutores estão tentando, vamos dizer, reagir além do razoável à retórica sempre exacerbada de Joaquim Barbosa e criar uma reação corporativa de advogados, como se alguém estivesse querendo cercear o direito de defesa. Uma ova! O fato é que VEJA informou o conteúdo de uma conversa entre Cardozo, Sérgio Renault — um dos advogados da UTC — e o petista Sigmaringa Seixas, que estava presente, até onde se sabe, porque petista e também amigo de Lula; não consta que alguém o tenha constituído como causídico. E os assuntos tratados na conversa são graves. Cardozo informou que a oposição se enrola na Lava Jato depois do Carnaval, e todos trataram da conveniência de Lula entrar na parada. Com que poder? Com que propósito? Eis o busílis.
Vamos, então, botar ordem nas coisas. A PF é uma polícia judiciária; atua sob o comando da Justiça. A sua subordinação ao ministro é meramente administrativa. Se irregularidades ou arbitrariedades estão sendo cometidas, isso é assunto para o Tribunal Regional Federal do Rio Grande do Sul, não para Cardozo. Ou será que o ministro é capaz de me dizer o que ele tem a ver com o peixe e os peixões? Se, por qualquer razão, o TRF ignorar reclamações de transgressões óbvias, o caminho é o Conselho Nacional de Justiça. Cardozo é só um atalho que conduz ao achincalhe do Estado de Direito.
O juiz Sérgio Moro se pronunciou a respeito. Escreveu: “Existe o campo próprio da Justiça e o campo próprio da política. Devem ser como óleo e água e jamais se misturarem. A prisão cautelar dos dirigentes das empreiteiras deve ser discutida, nos autos, perante as Cortes de Justiça. Intolerável, porém, que emissários dos dirigentes presos e das empreiteiras pretendam discutir o processo judicial e as decisões judiciais com autoridades políticas, em total desvirtuamento do devido processo legal e com risco à integridade da Justiça e à aplicação da lei penal”.
Nesta página, sempre se fala tudo, sem receio de a quem incomodar. Sim, acho as tais reuniões intoleráveis, mas nada há de intolerável em que um defensor busque os recursos que estiverem a seu alcance — desde que não saia cometendo crimes por aí. Incomoda-me, na reação de Moro, que toda a carga negativa se volte contra os acusados e seus defensores. Ora, quem cometeu a, como direi?, transgressão funcional foi Cardozo. É ele a autoridade. Quem não deve se entregar a certos desfrutes, convenham, é o senhor ministro. Os advogados PODEM FAZER TUDO O QUE A LEI NÃO PROÍBE, e a lei não proíbe que falem com ministros. Já CARDOZO PODE FAZER SÓ O QUE A LEI PERMITE. E eu quero saber onde está escrito que lhe é permitido manter conversas como aquela.
O PSDB decidiu abrir três frentes para tentar levar Cardozo a se explicar no Congresso. O partido pediu a sua convocação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, na CPI da Petrobras na Câmara e na eventual CPI Mista. Ainda a ser criada. O PPS, por sua vez, entrou com um requerimento para que a Comissão de Ética Pública da Presidência examine o comportamento do ministro. É o mínimo.
Para encerrar
Já deixei claro aqui o que penso. Acho uma desnecessidade, manter, a esta altura, a prisão preventiva dos réus. Os motivos previstos no Artigo 312 do Código de Processo Penal já não se aplicam mais. Não estou interessado em cortar cabeças, em demonizar pessoas, em ser justiceiro. Eu defendo que os presos passem a responder em liberdade justamente porque acho que será a melhor aplicação do Estado de Direito.
E, por isso também, cobro a demissão sumária de José Eduardo Cardozo. É evidente que este senhor perdeu a condição de ser ministro da Justiça. Para ser coerente com a minha própria análise histórica, corrijo o que acabei de escrever: ele nunca teve condição de ser ministro da Justiça. Não me parece que seja compatível com o cargo quem mereceu o carinhosa alcunha de um dos “Três Porquinhos” da então candidata Dilma, em 2010. Melhor seria convidar para o cargo, então, o Marquês — o de Rabicó, para ficar na espécie, não o de Sade.
(Texto publicado originalmente às 22h42 desta quarta (18) por Reinaldo Azevedo)

19/02/2015 às 6:05
Na comemoração dos seus 94 anos, a Folha convidou seus colunistas para responder a determinadas questões polêmicas — desde, claro, que quisessem. Respondi “sim” à seguinte pergunta: “A presidente Dilma deve sofrer ação de impeachment em decorrência do escândalo da Petrobras?”. Seguem trechos do artigo. Nota: minha coluna de amanhã será publicada normalmente, no espaço de sempre.
****
É uma pena que a gente não possa fazer a Terra girar no sentido anti-horário, como aquele jornalista fortão do “Planeta Diário”, para voltar ao passado e impichar Lula, o Pai de Todos. Então é preciso fazer valer a lei na vigência do mandato daquela que foi vendida e comprada como a “mãe” do Brasil. Para quem é incapaz de entender uma tese embutida numa narrativa, esclareço: um processo de impeachment é jurídico sem jamais deixar de ser político.
Não sou eu que enrosco com Dilma. Ela não passa na peneira da Constituição. O mesmo diploma que torna legal e legítimo o seu mandato estabelece, no inciso V do artigo 85, que atentar contra a probidade da administração implica crime de responsabilidade. E aí o primeiranista de direito vai consultar o artigo 9º, inciso III, da lei 1.079, a dita Lei do Impeachment.
(…)
Ela [Dilma] fez as suas escolhas. Fizemos as nossas. Golpe é rasgar a Constituição.
Para ler a íntegra, clique aqui
Por Reinaldo Azevedo

19/02/2015 às 6:03
Eu sou como o Pequeno Príncipe, que nunca desistia de uma pergunta. E eu não desisto de uma ideia quando os fatos evidenciam que tenho razão.
Reportagem do Estadão conta a história da família da neuropsicóloga Cristine Franco Alves, moradora da rua Fidalga, na Vila Madalena. Depois de 70 anos no local, os Alves estão deixando seu imóvel, expulsos pela irresponsabilidade do prefeito Fernando Haddad, do PT, que decidiu transformar o bairro num laboratório da sua inexperiência administrativa, ciceroneado por seus esquerdistas que pensam que a academia é botequim e que o botequim é a academia. A casa fica perto da rua Aspicuelta, no miolo da bagunça.
O patrimônio das pessoas está virando pó, mato, pedra. Está sendo cheirado, fumado, inalado. O preço dos imóveis despenca. Um leitor pede que não dê o nome por razões óbvias. Ele tinha praticamente fechado a venda de um apartamento de alto padrão. O e-mail que recebeu da imobiliária deveria servir de lápide para o velório político de Haddad. O comprador — um executivo, mulher e filha que se mudaram recentemente para São Paulo — não desistiu apenas do seu apartamento. Não quer é saber da Vila Madalena.
Os comerciantes reclamam por razões óbvias. Vendem menos, não mais. Se a Vila continuar nessa toada, a decadência é inexorável. A questão é, antes de mais nada, econômica.
Brinquei ontem na rádio Jovem Pan que aquele velho maconheiro, meio comunista, da Vila — o estereótipo do barrigudo progressista, quase careca, de rabinho de cavalo — está desolado. Era gostoso brincar de petismo, revolução de costumes e outras imprecisões teóricas quando isso parecia, assim, uma coisa de minorias supostamente inteligentes. Aí chegou Haddad, o administrador que eles imaginavam que realizaria suas utopias.
O resultado é este: onde quer que prospere o seu modelo de cidade, o que se tem é desordem, decadência e desolação.
Por Reinaldo Azevedo

19/02/2015 às 3:41
Texto atualizado às 3h41 desta quinta (19)
Ê, Dilma!!! No governo da soberana, recessão é um substantivo que só existe no plural: recessões.
Pronto! Chegou! O Boletim Focus prevê o óbvio, que, como diria Chico Buarque, já está em todas as bocas e em todos os becos: haverá recessão neste ano. A previsão, por enquanto, é de um encolhimento de 0,42%. Trata-se de um pessimismo modesto. A embicada será maior. Querem um chute? Menos 1,5%.
Trata-se da sétima piora consecutiva nas expectativas dos economistas e agentes econômicos ouvidos para a elaboração do boletim Focus. Quem está surpreso? Não este blog, claro! No dia 20, escreveu-se aqui o seguinte:
E o mais impressionante é que a previsão de inflação, apesar dos juros estratosféricos, cresceu em vez de cair: passou de 7,15% para 7,27% da semana passada para esta. Há um mês, estava em 6,67%. E, para arremate dos males, o mercado também elevou a sua previsão para a Selic: chegaria a 12,75% ao fim de 2015 — antes, 12,5% (hoje, está em 12,25%). Para 2016, a expectativa continua em 11,5%. Para o dólar, a previsão segue em alta: R$ 2,90 no fim deste ano (antes, R$ 2,80). Para 2016, saltou de R$ 2,90 para R$ 2,93.
Então ficamos assim: a expectativa é de um ano com juros estratosféricos, inflação acima da meta, recessão e dólar nas alturas. Eis aí o produto de 12 anos de poder petista. O país vive a pior situação entre os Brics e só é superado em ruindade na América Latina pela Venezuela e pela Argentina, que estão em fase de desconstituição.
Era óbvio, não é? Previa-se crescimento zero antes do pacote recessivo de Dilma. Depois dele, obviamente, a recessão era uma fatalidade. Era só uma questão de tempo. Eis aí. “Ah, mas, em 2016, a gente se recupera!” Não! Será outro ano horrível.
Agora vamos ficar atentos ao discurso dos petistas: os companheiros inventaram a “recessão de salvação”.
Levy
Falando a um grupo de 180 investidores nesta quarta (18), em Nova York, o ministro Joaquim Levy admitiu que o país pode ter vivido uma recessão já em 2014. Falava-se de um crescimento de zero vírgula alguma coisa, mas não de encolhimento. Os números oficiais serão divulgados dentro de um mês. Não creio que Levy seja um Mantega às avessas. Aquele sempre previa o melhor para entregar o pior. Como a recessão neste 2015 é certa, Dilma terá produzido, então, dois anos seguidos de crescimento negativo. Que prodígio! Acho que Levy é um sujeito sério e quer acertar. Mas eu o aconselho: convém dar antes aos nativos as notícias positivas e negativas. Afinal, a tigrada que paga o pato tem o direito de saber primeiro.
(Texto publicado originalmente às 15h49 desta quarta (18) por Reinaldo Azevedo)

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 19/02/2015 04:21
Vice-líder da oposição na Câmara, o deputado Raul Jungmann (PPS-PE) protocolará nesta quinta-feira (19) um projeto de decreto legislativo para tentar anular a resolução 74/2015 editada pelo Tribunal de Contas da União há uma semana. Regula a participação do TCU na negociação e na celebração de acordos de leniência entre empresas acusadas de corrupção e a União.
O texto da resolução foi negociado com o governo. Na prática, transforma o TCU em avalista de acordos que ele deveria fiscalizar em nome do Congresso, o Poder ao qual está constitucionalmente vinculado. Tudo isso num instante em que a Controladoria-Geral da União negocia com empreiteiras pilhadas na Operação Lava Jato a troca da confissão de crimes e do pagamento de multas pela possibilidade de se livrar da inscrição no cadastro de empresas inidôneas e poder continuar celebrando contratos com o governo e suas empresas estatais como se nada tivesse ocorrido.
Jungmann declarou-se “impressionado” com a rapidez do TCU. Segundo o deputado, a instrução normativa veio à luz em menos de quatro horas, entre a manhã e o início da tarde do dia 11 de fevereiro. “Isso deveria ter sido objeto de ampla discussão, de audiência pública'', afirma o deputado. “O TCU, que não faz parte do sistema que acompanha os acordos de leniência, vai agora tomar parte do processo.”
O deputado acrescentou: “A gravidade é que o TCU, que deveria ser órgão de controle externo dos acordos de leniência da Operação Lava Jato, irá se envolver com a CGU em tomadas de decisões que serão sigilosas.” Decisões como a avaliação da serventia dos dados delatados e o valor das multas a serem pagas pelas empresas corruptoras.
Além de articular a votação do seu projeto de decreto legislativo no plenário da Câmara, Jungmann vai requerer a convocação do presidente do TCU, Aroldo Cedraz, e do ministro-chefe da Advocacia Geral da União, Luís Inácio Adams. Quer que a dupla explique numa audiência pública o porquê de tanta pressa para aprovar a resolução. Segundo o deputado, o advogado-geral chegou a fazer “campanha” entre os ministros do TCU para que aprovassem a tal resolução.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Até o 'Presidentro' Luiz Inácio Lula da Silva já teria pedido ontem (18), a aliados, a cabeça do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, pela bobagem institucional de ter recebido advogados de empreiteiras enroladas na Lava Jato em um momento política e juridicamente delicadíssimo. O problema é que Dilma, considerando-o um de seus "seis homens fortes da Presidência", não pretende retirar Cardozo do cargo, até porque não tem quem o substitua. Assim, além do aumento da carestia, dos combustíveis, da inflação, do desemprego e de todas as crises, Dilma aumenta ainda mais seu desgaste rumo ao agravamento do impasse institucional. O fato objetivo é que ninguém suporta mais tanta incompetência e sacanagem no Brasil.
O ministro Cardozo soltou ontem uma patética nota oficial para tentar justificar o ética e moralmente injustificável. Segundo ele só faltou jurar, em nenhum momento, tratou com advogados sobre decisões de Moro relacionadas as investigações sobre fraudes em contratos de empreiteiras com a Petrobras: “Em nenhum momento recebeu qualquer solicitação de advogados de investigados na operação Lava-jato para que atuasse no sentido de criar qualquer obstáculo ao curso das investigações em questão ou para atuar em seu favor em relação à medidas judiciais decididas pelos órgãos jurisdicionais competentes. Caso tivesse recebido qualquer solicitação a respeito, em face da sua imoralidade e manifesta ilegalidade, teria tomado de pronto as medidas apropriadas para punição de tais condutas indevidas”.
Cardozo reagiu com a notinha depois de ter apanhado feio pela bobagem cometida. O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, considerou ‘intolerável’ e ‘reprovável’ a atitude de advogados de empreiteiras e acusados da Operação Lava-Jato de se reunirem com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo: “Intolerável, porém, que emissários dos dirigentes presos e das empreiteiras pretendam discutir o processo judicial e as decisões judiciais com autoridades políticas, em total desvirtuamento do devido processo legal e com risco à integridade da Justiça e à aplicação da lei penal”. Este foi o teor do despacho do Homem de Gelo para negar o pedido de liberdade para Ricardo Ribeiro Pessoa, da UTC Engenharia, acusado de ser o comandante do chamado "Clube das Empreiteiras" que dirigiam negociatas e propinas na Petrobras. 
Ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, transformado em uma espécie de símbolo do combate à corrupção pela atuação no julgamento do Mensalão, Joaquim Barbosa já tinha pontificado em suas twittadas carnavalescas, para desespero da nazicomunopetralhada que odeia a verdade objetiva dos fatos: “Nós, brasileiros honestos, temos o direito e o dever de exigir que a presidente Dilma demita imediatamente o ministro da Justiça”.
Embora não tenha moral para mais nada, sobretudo para governar, Dilma não tem alternativa. Se insistir com Cardozo na Justiça tem tudo para terminar justiçada, no mínimo política e juridicamente, pelo legislativo, pelo judiciário e pelo clamor popular. Triste fim de Dilma Rousseff, a Viúva Porcina do Brasil, aquela que foi Presidenta, sem nunca ter conseguido ser Presidente de verdade.
E a temperatura no inferno vai subir de verdade, quando, finalmente, as autoridades judiciárias e afins pararem de sonegar ao cidadão-eleitor-contribuinte os nomes dos políticos (seriam 33 ou mais?) envolvidos nos escândalos detalhados pelos réus delatores dos processos da Operação Lava Jato. O começo desta verdadeira "Operação Lava Rato" tende a ser fatal para o desgoverno nazicomunopetralha.
(...)

NO O ANTAGONISTA
As apostas de George Soros
Economia 19.02.2015
Os petistas e seus cúmplices comemoraram quando o Estadão noticiou, em meados de dezembro, que George Soros dobrara suas apostas na Petrobras.
Naquele momento, porém, ele já havia vendido mais de 60% de seus investimentos na empresa. É o que se descobre agora, analisando sua carteira no quatro trimestre de 2014. Na verdade, George Soros apostou na derrota de Dilma Rousseff, que resgataria a Petrobras daqueles que a saquearam nos últimos anos.
A regra do mercado financeiro é comprar na baixa e vender na alta. A outra regra do mercado financeiro é que, com Dilma Rousseff no poder, a baixa de hoje é a alta de amanhã, porque o Brasil não vai parar de cair.
George Soros enxerga longe

Beija-Odebrecht
Sociedade 19.02.2015
O diretor-artístico da Beija-Flor, Fran Sergio, fez uma delação premiada e disse que a Escola de Samba recebeu 10 milhões de reais das empreiteiras com negócios na Guiné Equatorial.
Sabemos exatamente quais são as empreiteiras. O samba-enredo vencedor do Carnaval deveria ser: "Um griô conta a história da Lava Jato":
O invasor singrou o mar
Partiu em busca de riquezas
E encontrou nesse lugar
Queiroz Galvão, OAS e outras realezas
Negro canta, negro clama
Andrade Gutierrez!
Sinfonia do terminal de petróleo
Odebrecht!
Na ginga do BNDES, Lula assinou o contrato
Canta Brasil! Dança Guiné!
Lula incluiu homem da Odebrecht em missão oficial à Guiné Equatorial

O patrocínio da Beija-Flor e os enredos petistas
Brasil 18.02.2015
Bons tempos aqueles em que escola de samba carioca era financiada por bicheiro. Hoje, ou é pela Lei Rouanet, ou:
a) por um ditador sanguinário e extravagante de um país africano miserável
b) por "financiadores culturais" de um país africano miserável comandado por um ditador sanguinário e extravagante
c) por construtoras brasileiras que atuam num país africano miserável comandado por um ditador sanguinário e extravagante
d) todas as alternativas anteriores
Para explicar o desfile de 10 milhões de reais da campeã carioca deste ano, que homenageou a Guiné Equatorial, um país africano miserável comandado por um ditador sanguinário e extravagante, o jornal Globo forneceu a alternativa "a"; o embaixador da Guiné Equatorial deu a alternativa "b"; o carnavalesco Fran Sergio apareceu com a alternativa "c". 
Como esse enredo da Beija-Flor assemelha-se às narrativas do PT para os escândalos dos governos Lula e Dilma, O Antagonista crava a alternativa "d", na falta -- mas não inexistência -- de outras. Tem mais de um caroço nesse angu.
O ditador Tonga da Mironga do Kabuletê

De fazer o queixo cair
Brasil 19.02.2015
A Lava Jato vai para cima das empreiteiras. É o que informa Lauro Jardim, na Veja online.
Até agora, o Ministério Público só apresentou denúncias contra os executivos dessas empresas. Em alguns casos, contra seus proprietários. Agora o jogo vai mudar. Os procuradores vão denunciar diretamente as empreiteiras, exigindo um ressarcimento "de fazer o queixo cair".
O Antagonista apoia a Lava Jato. Quanto maior for o pedido de ressarcimento, melhor.
As empreiteiras vão quebrar? Hip-Hip-Hurra.
Lei de Falências para as empreiteiras


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