DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
11 DE FEVEREIRO DE 2015
O escândalo nas estatais do setor elétrico, anunciado pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, sob delação premiada, surpreenderá prepostos do PT controlando os negócios bilionários na Eletrobras, Eletronorte, Eletrosul, Furnas e Chesf. Diretores de Engenharia, todos do PT, mandam mais que os presidentes, definindo políticas, parcerias e principalmente contratos e licitações. No setor, essa turma é chamada jocosamente de “D’Artagnan e seus três mosqueteiros”.
O grupo de “D’Artagnan” controla os bilhões gastos em obras de geração e distribuição. Só têm obras quem cai nas graças do grupo.
O chefão, “D’Artagnan”, é Valter Cardeal, diretor de Engenharia (claro) da Eletrobras. Nem o presidente da estatal questiona suas decisões.
Poderoso diretor de Engenharia é Ademar Palocci (Eletronorte), irmão do ex-ministro Palocci, influente “interlocutor” de Lula no empresariado.
Ronaldo Custodio (Eletrosul), José Ailton (Chesf) e Flávio Martins (Furnas) completam o time petista que controla negócios das estatais.
A saída de Aldemir Bendine da presidência do Banco do Brasil para assumir o comando da Petrobras foi excelente notícia para a tradicional instituição financeira, que não apenas se livrou do antigo dirigente como passa a ser presidido por Alexandre Abreu, profissional admirado pelos colegas e pela comunidade bancária de modo geral. Em sua carreira, Abreu sempre ascendeu por mérito e por sua qualificação.
O novo presidente do BB é reconhecido por nunca ter feito confusão com dinheiro, seu ou dos outros, como o antecessor tem sido acusado.
Alexandre Abreu, ao contrário do Bendine, nunca fez empréstimos de dinheiro do BB a peruas amigas, fora das regras. É um bom começo.
Bendine pagou multa à Receita para se livrar de devassa no imposto de renda. E seu ex-motorista contou que transportou malas de dinheiro.
O banqueiro André Esteves (BTG Pactual) anda insone com Pedro Barusco, boquirroto ex-gerente da Petrobrás. Com a autoridade de ter sido diretor da Sete Brasil, ele delatou essa fornecedora da Petrobras como pagadora de propinas. A Sete Brasil tem relações com o BTG.
Agora ministra da Agricultura, a senadora Kátia Abreu mudou muito. Só entra um fotógrafo por vez para registrar as visitas que recebe, a fim de não incomodar sua excelência, e fotos com celular estão proibidas.
A pedido do vice Michel Temer, o deputado Miro Teixeira (PROS-RJ) deu início ontem à coleta de assinaturas para PEC implementando nas eleições o “Distritão”, com voto majoritário para deputado e vereador.
O ministro Edinho Araújo, que entende de Portos tanto quanto Neymar de energia nuclear, garante que escolhe os assessores e tem “uma história em favor das grandes causas”. Assim é, se lhe parece.

NO DIÁRIO DO PODER
NEM O PT ENTENDE
EM DOCUMENTO, PT COBRA COERÊNCIA DA PRESIDENTE DILMA
RESOLUÇÃO DEIXA EXPLÍCITO O MAL ESTAR CAUSADO PELAS MEDIDAS EM DIVERSOS SETORES DO PARTIDO, PRINCIPALMENTE AS ALAS SINDICAL E PARLAMENTAR
Publicado em 10 de fevereiro de 2015 às 19:05
Por: Redação
Dilma  tenta criar novas linhas de articulação política em seu segundo mandato.   (Foto: Dida Sampaio/AE)
PT diz apoiar diálogo entre governo e movimentos sociais para “impedir” que o ajuste fiscal do governo recaia sobre direitos trabalhistas (Foto: Dida Sampaio/AE)
Em resolução política aprovada sexta-feira, 6, em Belo Horizonte, o Diretório Nacional do PT cobra coerência entre o discurso adotado durante a campanha eleitoral e a prática adotada nos primeiros dias do governo Dilma Rousseff. No texto de três páginas divulgado nesta terça-feira, 10, o PT diz apoiar o diálogo entre governo e movimentos sociais no sentido de “impedir” que o ajuste fiscal anunciado pelo governo recaia sobre direitos trabalhistas.
"(O partido decide) Propor ao governo que dê continuidade ao debate com o movimento sindical e popular, no sentido de impedir que medidas necessárias de ajuste incidam sobre direitos conquistados – tal como a presidenta Dilma assegurou na campanha e em seu mais recente pronunciamento. Nesse sentido, é necessário formalizar o processo de diálogo tripartite entre governo, partido e movimento sindical e popular, principalmente no que se refere às medidas 664 e 665″, diz o documento.
As medidas provisórias 664 e 665, que fazem parte do ajuste fiscal, determinam novas regras que restringem o acesso dos trabalhadores a direitos como seguro-desemprego, abono salarial e auxílio-doença.
O documento aprovado pela direção petista deixa explícito o mal estar causado pelas medidas em diversos setores do partido, principalmente as alas sindical e parlamentar. A Central Única dos Trabalhadores, cujos principais dirigentes são ligados ao PT, e representantes das bancadas do partido no Senado e na Câmara trabalham no Congresso para alterar as medidas propostas pelo governo.
A resolução propõe que o partido recoloque na pauta do dia a criação de um imposto sobre grandes fortunas e uma ampla reforma fiscal como alternativas para reequilibrar as finanças públicas sem restringir direitos trabalhistas. A manutenção destes direitos foi uma das principais promessas de campanha de Dilma que prometeu, durante um ato em Campinas, que não prejudicaria os trabalhadores “nem que a vaca tussa”.
Impeachment 
O PT também defende a criação de uma ampla frente popular incluindo partidos de esquerda, movimentos e entidades com objetivo de “ampliar a governabilidade para além do Parlamento”. A criação de uma frente de esquerda foi tema do discurso do presidente do PT, Rui Falcão, durante a festa de aniversário de 35 anos da sigla, sexta-feira, na capital mineira.
Na resolução, o partido aponta a necessidade de unificar “propostas democráticas” de reforma política para combater “o permanente flerte com o golpismo daquelas elites que não conseguem vencer nem convencer pelas ideias”. O trecho faz parte da estratégia petista de usar as ameaças de impeachment defendidas por setores da oposição como catalizador para reunificar a tropa governista, hoje desagregada devido a divergências quanto aos ajustes fiscais, a disputa pela presidência da Câmara e as denúncias de corrupção investigadas pela Operação Lava Jato.
Embora volte a defender a apuração dos desvios na Petrobrás, o PT cobra que as investigações sejam “conduzidas rigorosamente dentro dos marcos legais e não se prestem a ser instrumentalizadas, de forma fraudulenta, por objetivos partidários” sem, no entanto, esclarecer quais seriam estes interesses.
O texto foi aprovado um dia depois de o tesoureiro do PT João Vaccari Neto ter sido conduzido à força pela Polícia Federal para depor sobre supostos desvios de dinheiro da estatal para doações ao partido. Vaccari nega as acusações e reclamou, durante a reunião em Belo Horizonte, da forma como foi conduzido pela PF. (AE)

OPERAÇÃO SWISSLEAKS
HSBC PROMOVEU ENCONTROS ILEGAIS COM SONEGADORES
REVELAÇÃO DA OPERAÇÃO SWISSLEAKS FOI DIVULGADA NESTA TERÇA-FEIRA, 10, PELA IMPRENSA SUÍÇA
Publicado em 10 de fevereiro de 2015 às 18:51
Por: Redação
Representantes da sucursal suíça do banco britânico HSBC deslocaram-se a pelo menos 25 países, em quatro continentes, para se encontrar de forma discreta, e muitas vezes ilegal, com clientes envolvidos em esquema de fuga ao fisco. A revelação da operação SwissLeaks foi divulgada hoje (10) pela imprensa suíça.
Documentos fornecidos pelo técnico de informática e ex-funcionário do HSBC Hervé Falciani, que esteve na origem das revelações de um vasto escândalo de evasão fiscal organizada na filial suíça do HSBC, mostram que entre 2004 e 2005 ocorreram pelo menos 1.645 reuniões no estrangeiro, em 25 países, com clientes da instituição bancária, noticiaram os jornais Tages Anzeiger e Le Temps.
As reuniões ocorreram principalmente em hotéis de luxo ou em restaurantes sofisticados. Os representantes do banco inglês eram chamados gerentes de relacionamento. Quando se tratavam de visitas de simples cortesia, as visitas eram legais. Mas, quando o representante da instituição bancária aproveitava a oportunidade para fazer operações financeiras, como a recuperação de novos fundos e ajuda para fugir dos impostos, os deslocamentos eram considerados ilegais.
Segundo informações da investigação, um aposentado, natural da Turquia, encontrou-se em Paris, em janeiro de 2005, com um dos gerentes de relacionamento da sucursal suíça do HSBC. Os apontamentos do representante indicavam que o cliente desejava falar sobre o encerramento de contas que possuía em outros dois bancos e discutir a transferência para a filial suíça do HSBC.
No domingo passado, o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação revelou este novo escândalo envolvendo o segredo bancário suíço. As informações divulgadas dizem respeito a contas no valor de mais de US$ 100 bilhões, englobando 106 mil clientes de 203 países. (ABr)

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
10/02/2015 às 20:36
“Um perigo a menos na Amazônia: o sotaque perdido na selva vai embora”, resumiu o título do post de junho de 2009 que saudou a partida para os Estados Unidos de Roberto Mangabeira Unger, a estranha figura que chefiava, com status de ministro, a Secretaria de Assuntos Estratégicos. Cinco anos e meio depois, sempre inexplicavelmente, Dilma Rousseff recolocou no mesmíssimo cargo o único baiano que fala português com sotaque de diplomata americano que chegou ao Brasil faz meia hora.
O texto republicado na seção Vale Reprise decifra o mistério surgido no momento em que nasceu a extravagância: para que serve, afinal, uma Secretaria de Assuntos Estratégicos? Serve para mostrar que ninguém no mundo nomeia o que há de pior tão bem quanto Dilma Rousseff. Com Mangabeira Unger, a presidente completou a montagem do mais bisonho primeiro escalão de todos os tempos. E pôde dedicar-se à difícil tarefa de reprisar a conquista com o segundo escalão.
Dilma mostrou-se à altura da missão ao substituir Graça Foster por Aldemir Bendine. Nesta terça-feira (10), garantiu o troféu com a entrega da presidência da Caixa Econômica Federal a Miriam Belchior. Faz sentido: ex-mulher do prefeito Celso Daniel, a companheira é especialista em caixa-preta.

NO BLOG DO CORONEL
QUARTA-FEIRA, 11 DE FEVEREIRO DE 2015

Principal partido da base aliada, o PMDB decidiu que terá uma agenda autônoma e independente do governo neste segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Além das críticas da falta de diálogo com a petista, os líderes da sigla agem motivados pelo sentimento de que o Palácio do Planalto tem colocado em prática uma estratégia para “destruir” o partido. Em contrapartida, buscam uma independência informal do governo. 
(Estadão) Os peemedebistas afirmam que a relação com o PT chegou ao seu pior momento. Além disso, acreditam que o modelo político petista está em xeque e caminha para a derrota nas eleições de 2018 . A gota d'água foi a intervenção do governo na disputa pela presidência da Câmara, o que deixou sequelas. 
Também complicou a relação o fato de o governo apoiar a criação do Partido Liberal, conduzido pelo ministro das Cidades, Gilberto Kassab. A ideia de Kassab era fundir o partido com o PSD para ampliar a base governista no Congresso. Na visão dos peemedebistas, essa é mais uma manobra para enfraquecer a legenda – o que já está sendo combatido com o apoio a um projeto do DEM que dificulta a fusão de siglas. 
A resposta será dada na política e na economia. Em um jantar na noite de segunda (09), do qual participaram o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os peemedebistas afinaram o discurso e um plano de voo solo. A ideia é ter uma agenda “O PMDB chegou à fase da maioridade: teremos autonomia com responsabilidade”, diz o senador Romero Jucá (PMDB-RR).
Dentre os projetos que serão encampados na seara econômica, estarão, por exemplo, aquele que atenue os efeitos da Lei de Falências, para evitar que empresas fechem as portas em decorrência de investigações, e o de redução de entraves ambientais. 
Ajuste 
A autonomia também se dará em relação a projetos prioritários para o governo. O PMDB não pretende se esforçar para aprovar as medidas de ajuste fiscal. Nesta terça, após encontro com sindicalistas, Renan avisou que vai buscar alternativas para que o “trabalhador não seja duramente sacrificado”. 
Em outra frente, os presidentes das duas Casas atuarão em dobradinha para derrubar o veto da presidente à correção de 6,5% na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física. A votação foi marcada para o próximo dia 24.Mas é no campo político que a autonomia será mais enfática e uma demonstração dela foi dada nesta terça. O PMDB começou a patrocinar a aprovação de uma reforma política com a cara do partido, e não do PT. 
Na Câmara, Cunha instalou uma comissão especial para discutir o tema e colocou um deputado da oposição, Mendonça Filho (DEM-PE), para presidi-la. No Senado, Renan anunciou que pretende colocar em votação, depois do carnaval, projetos sobre o tema que já estão prontos.
Cunha também anunciou nesta terça (10) que irá aprovar um convite global para que todos os ministros compareçam na Câmara para debates e, caso eles neguem, poderão ser aprovadas suas convocações. A estratégia do PMDB também inclui a ampliação da influência sobre deputados e senadores da base aliada, em uma estratégia para afastá-los da esfera de influência do PT e do governo.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 06:22:00

Bendine e a "cliente" Val Marchiori, que ganhou dele quase R$ 3 milhões em empréstimo sob investigação da Justiça.
(Folha) O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, afirmou em entrevista ao "Jornal Nacional" nesta terça (10) que vai descartar a cifra de R$ 88,6 bilhões apontada por duas consultorias como o valor que deveria ser descontado do patrimônio da estatal após cálculo sobre os prejuízos causados pelo esquema de corrupção descoberto na empresa. O número não chegou a ser lançado no balanço no terceiro trimestre, divulgado há duas semanas, mas sua apresentação ao mercado irritou a presidente Dilma Rousseff. 
A estatal não usou o valor no balanço sob o argumento de que não era possível definir quanto da cifra era corrupção e quanto vinha de fatores como falhas em projetos. O cálculo do prejuízo com os desvios, feito pelas consultorias Deloitte e pelo BNP Paribas, foi uma condição imposta pela auditoria da estatal, a PwC, para assinar o balanço do terceiro trimestre, atrasado desde novembro. 
Bendine disse que, além dos valores atribuídos a pagamento de propina -- lançados indevidamente como investimentos -- a empresa vai promover o ajuste de seus ativos, na casa de R$ 300 bilhões, a "valor justo", que mostre com "clareza e transparência" o valor da estatal. 
Ex-presidente do Banco do Brasil, ele assumiu a Petrobras nesta segunda (9) a convite de Dilma. Questionado sobre ter autonomia suficiente no cargo, como pedia o mercado, afirmou que ela lhe foi dada pelo Conselho de Administração da empresa. Sobre a reação negativa do mercado à sua nomeação, disse que os seis anos à frente do BB o credenciam ao cargo. 
AUDITORIA
A diretoria vai pedir ao Conselho de Administração que renove, sem licitação, o contrato com a PwC por mais dois anos, por R$ 47 milhões -- reajuste de 147% sobre o valor anterior, de R$ 19 milhões, referente ao triênio 2012-2014. A avaliação é que a consultoria tenta ajustar o contrato a valores mais próximos ao de mercado -- o preço do anterior foi considerado baixo. 
O pedido será apreciado em reunião do conselho no dia 27. A proposta já havia sido apresentada pela gestão Graça Foster. A justificativa era que "nenhuma outra [firma de auditoria] toparia assumir a situação agora". A estatal precisa enviar seu balanço auditado à SEC (órgão americano equivalente à CVM) até o dia 30 de abril. 
Esse é o prazo para que o balanço seja apresentado a credores, sob risco de desencadear o vencimento antecipado de dívidas da estatal. Petrobras e Graça não responderam à Folha sobre a renovação do contrato. A PwC afirmou não comentar casos de clientes.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 05:59:00


NO BLOG DO NOBLAT
Diretoria da Petrobras sabia, em 2009, do prejuízo em Abreu e Lima, diz Venina
'Havia um pedido para não explicitar os valores', assina geóloga
11/02/2015 03:38
Venina Velosa, ex-gerente executiva da Petrobras (Imagem: Dida Sampaio / Estadão)
Cleide Carvalho, O Globo
A geóloga Venina Fonseca afirmou que toda a diretoria da Petrobras, incluindo o presidente, Sérgio Gabrielli, soube em julho de 2009 que o projeto da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, havia se tornado inviável em função da escalada de preços e, mesmo assim, decidiu levar adiante a obra.
Segundo Venina, foi feita uma apresentação à diretoria em julho daquele ano sobre e, em seguida, houve um pedido da Secretaria da Diretoria, que passou a dialogar com Francisco Paes, assistente do então diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, para que os valores do prejuízo não fossem explicitados nas apresentações.
- A gente informava que a rentabilidade era negativa. Houve um momento de desconforto e o secretário da diretoria passou a discutir com Francisco Paes. Havia um pedido para não explicitar esses valores - disse Venina, que prestou novo depoimento ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, no processo que envolve a Galvão Engenharia.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
11/02/2015 às 3:34
O PT e o governo sofreram duas derrotas importantes ontem (10). A primeira: Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, escolheu o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) para presidir a comissão especial da reforma política. O relator é o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI). A instalação da comissão ocorreu na tarde desta terça-feira. Os petistas ficaram apenas com uma das vice-presidências, assim como o PSDB, outro partido de oposição.
Pois é… O Velho do Restelo, um reacionário adorável de “Os Lusíadas”, de Camões, ao criticar o excesso de ambição dos portugueses, lamentou na praia que acabou por lhe grudar no nome quando a esquadra estava pronta para se lançar ao mar: “Ó glória de mandar, ó vã cobiça/ desta vaidade a quem chamamos Fama!”. Segundo o Velho, essa glória de mandar é “fonte de desamparos e adultérios” e uma “sagaz consumidora conhecida/ de fazendas, de reinos e de impérios!”. Vale dizer: pode levar os homens à ruína. Os portugueses, em todo caso, se deram bem. Mas os petistas quebraram a cara.
Em 2013, logo depois das jornadas de junho, falou-se da necessidade de uma reforma. Dilma Rousseff lançou a sua tese estúpida dos plebiscitos. O PT deu início à pregação do fim do financiamento privado de campanha, ladainha já entoada depois do mensalão, como se essa fosse a única origem da roubalheira. Na Câmara, o então presidente Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) instituiu uma comissão para colher subsídios que resultassem numa PEC — Proposta de Emenda Constitucional — para a reforma política. O representante do PT no grupo e coordenador da comissão foi o então deputado Cândido Vaccarezza, que não se reelegeu.
Muito bem. Nasceu, assim, a PEC 352/2013 — íntegra aqui —, que é, sim, um texto muito razoável, embora eu discorde de muita coisa. O PT, acreditem, desautorizou Vaccarezza e passou, nesse particular, a tratá-lo como adversário. Tudo porque ele teve, diga-se, um comportamento correto na comissão, coligindo aquela que era a vontade da maioria. De resto, uma emenda sempre pode sofrer alterações. Quais são os pontos básicos da PEC 352?
- prevê o financiamento misto de campanha, com recursos públicos, privados ou ambos;
– remete para a lei o disciplinamento da doação das empresas;
– estabelece que toda doação é feita para partidos, não para candidatos;
– institui o voto facultativo;
– extingue a reeleição;
– partidos que se coligam nas eleições proporcionais são obrigados a manter o bloco depois;
– estabelece cláusula de barreira: só terão acesso a fundo partidário e tempo de rádio e TV as legendas que obtiverem ao menos 5% dos votos nacionais, em pelo menos um terço dos estados;
– mantém o sistema proporcional, mas exige um mínimo de votos para o deputado ser eleito;
– submete a reforma a um referendo.
Pois bem. O PT não quer essa reforma de jeito nenhum. Quer proibir a doação de empresas a campanhas — o que jogaria o processo político na clandestinidade —, instituir o financiamento público (o que o beneficiaria) e pretende que as mudanças sejam feitas por plebiscito. No referendo, a população é consultada depois e diz se aceita ou não as alterações.
Eu sou contra qualquer doação pública; defendo o voto distrital, não o proporcional, e acho que não faz sentido restringir a doações aos partidos. Mas que se vá para o debate, ora! A comissão especial é composta de 34 membros e tem um prazo de 40 sessões para concluir o trabalho.
Muito bem! O PT decidiu sabotar o texto ainda na Comissão de Constituição e Justiça. Eduardo Cunha, usando sua prerrogativa de presidente, avocou para o plenário, aprovou o início da tramitação e decidiu instituir a comissão. É que, em 2013, o PT ainda se via como o maior partido da Terra e achava que podia impor a sua vontade na porrada. Quem veio a público, então, para desautorizar Vaccarezza foi José Nobre (PT-CE), atual líder do governo na Câmara.
Não sei que destino terá a reforma. Há coisas boas ali, como o fim do voto obrigatório e o fim da reeleição para cargos executivos. O melhor caminho, claro!, é submeter o texto a referendo, que é a consulta posterior, não a plebiscitos. O texto carrega o nome de um petista, e o partido poderia ter um papel maior no debate. Agora, foi arrastado pelo furacão Cunha. Por quê? Em razão da glória de mandar, da vã cobiça. Segundo o Velho do Restelo, ela já destruiu impérios. Não sei, não… Acho que pode destruir também partidos…
Por Reinaldo Azevedo

NO BLOG ALERTA TOTAL
Quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
“O Poder Judiciário não vale nada, o que vale é a relação entre as pessoas”. Foi com esta frase atribuída ao então presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o empresário Auro Gorentzvaig abre uma denúncia que fez no dia 2 de fevereiro ao Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, e ao juiz Sérgio Fernando Moro, da 13a Vara Federal em Curitiba. O antigo controlador da Petroquímica Triunfo pede que seja investigado o processo de criação da Braskem, sociedade de propósito específico entre a Petrobras e o grupo Odebrecht.
Tal notícia é censuradíssima na grande mídia. As dez páginas da reclamação de Auro Gorentzvaig a Janot e Moro vazaram de Washington, capital dos EUA. O antigo controlador e conselheiro da Petroquímica Triunfo pede que a investigação parta do Inquérito Policial 1114/2014 da Delegacia da Polícia Federal na capital paranaense. Será que Lula terá coragem de interpelar Auro judicialmente, principalmente pela sentença infeliz que lhe queima ainda mais o filme perante a magistratura brasileira? Ou Lula deixará para lá, como sempre faz, alegando que de tudo nada sabia? Não! Ele já negou tudo, da mesma forma que a Braskem e demais denunciados...
Além da indiscreta frase de Lula contra o Judiciário, que na versão do empresário foi dita em uma reunião com ele e Paulo Roberto Costa, em 26 de Fevereiro de 2009, às 16h30, na sede do Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília, Auro Gorentzvaig formalizou uma denúncia "contra Dilma Vana Rousseff, presidente da República Federativa do Brasil; Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República; José Sérgio Gabrielli de Azevedo, ex-presidente da Petrobras; e o "colaborador premiado" Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento e Petroquímica da Petrobras".
O indignado Auro derruba a inconsistente tese construída pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de que "não há nenhum fato, absolutamente nenhum fato, que demonstre, que indique ou que gere indícios de que a presidente da República tenha qualquer envolvimento nesses fatos seja de maneira dolosa (intencional), seja de maneira culposa". Como ex-presidente do Conselho de Administração da Petrobras na gestão Lula da Silva, Dilma responde solidariamente por todos os problemas. Na Justiça dos EUA, se for acatada denúncia contra ela, será citada e vai a julgamento, com alto risco de condenação a pagamento de multas ou até prisão - o que seria um vexame interplanetário.
O empresário sustenta que integrantes do governo praticaram crimes que o prejudicaram na Petroquímica Triunfo, sociedade entre a Petrobras e a Petroplastic no Rio Grande do Sul. Na denúncia a Janot e Moro, Auro Gorentzvaig atribui responsabilidades a atual Presidenta: "Dilma Rousseff, ex-secretária de Energia do Governo do Rio Grande do Sul, na gestão do petista Olívio Dutra, iniciou o assédio à nossa empresa, já naquele período. A Triunfo e o Copesul estão localizadas na cidade de Triunfo, no Rio Grande do Sul. Já na condição de Conselheira da Petrobras e Ministra do Governo Lula, a agora presidente reeleita Dilma Vana Rousseff deixou claro, em várias ocasiões, que seguia ordens do então presidente da República para concentrar o monopólio do sistema Petroquímico Brasileiro nas mãos da Odebrecht, beneficiando o estado da Bahia na arrecadação de impostos".
Auro denuncia que era Lula quem estava por trás de Paulo Roberto Costa: "A decisão de falar pessoalmente com o presidente da República se deu pelo fato de que todas as decisões do setor petroquímico no País passam pelo gabinete presidencial. Todos os empresários do setor, incluindo eu, sabiam que Paulo Roberto Costa funcionava como operador de Lula dentro da Petrobras. Meses antes, Paulo Roberto Costa, hoje um dos réus nos processos decorrentes da Operação Lava-Jato, que apura desvios na Petrobras, comandou reunião na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, com a presença de Boris Gorentzvaig, Caio Gorentzvaig e Auro Gorentzvaig, representantes da Petroplastic. Na ocasião, Paulo Roberto Costa, diretor da área de petroquímica nos informou: ´...No setor Petroquímico já estava definido que só duas empresas atuariam no setor: uma era a Odebrecht, a outra será definida´. Ao que perguntei : ´E a Petroquímica Triunfo?´ Ele respondeu: `A Triunfo será eliminada, conforme as diretrizes estabelecidas pelo presidente da República´. A saída, então, foi conversar com quem de fato dava as ordens a Paulo Roberto Costa: o então presidente Lula".
Ainda na acusação a Lula, Auro arrasa: "Na condição de Ministro das Minas e Energia do Governo Lula, o maranhense Edison Lobão também deixou claro que Paulo Roberto Costa, Dilma Vana Rousseff, José Sérgio Gabrielli de Azevedo e ele próprio seguiam as determinações do presidente Lula. Reforçou também que era Lula quem determinava como deveriam ser tocados os esquemas dentro da Petrobras. Hoje, com as estarrecedoras descobertas da Operação Lava-Jato, vemos que tudo o que nos foi dito era verdade. Edison Lobão dizia que Lula mandava fazer. Não dava atenção à Lei, como o então presidente deixou claro ao afirmar, em seu gabinete provisório no Centro Cultural do Banco do Brasil, que o Poder Judiciário não vale nada”.
Auro Gorentzvaig leva sua denúncia ao limite: "Durante anos fomos convidados a fazer parte de um esquema criminoso que funcionava na Petrobras. Acionistas das empresas recebiam, inclusive, os dividendos em pagamentos por fora. Por rechaçar a oferta ilegal, fomos sistematicamente atacados pela presidência da Petrobras, através de José Sérgio Gabrielli de Azevedo, pelo diretor Paulo Roberto Costa, pelo Conselho de Administração, sob o comando de Dilma Vana Rousseff. Todos faziam questão de ressaltar que tinham costas quentes: o então presidente Lula. Quem aceitou fazer parte do jogo de corrupção, agora comprovado pela Operação Lava-Jato, recebeu aportes bilionários".
O empresário pega pesadíssimo contra José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras: "Sindicalista e nascido na Bahia, José Sérgio Gabrielli de Azevedo foi o executor do monopólio que beneficiou o grupo Odebrecht. Coube a ele, durante anos a fio, facilitar o acesso da companhia baiana em várias obras de grande porte e negócios superfaturados feitos nas altas esferas da Petrobras. A Operação Lava-Jato demonstra, depois de meses de investigações, que o grupo Odebrecht participou de esquemas bilionários e criminosos dentro da estatal".
Também não poupa o delator premiado Paulo Roberto Costa: "Réu em vários processos decorrentes da Operação Lava-Jato, Paulo Roberto Costa fez acordo de delação premiada, instrumento jurídico contemplado pela legislação nacional e que obriga o acusado a relatar o que sabe em troca de redução de pena. Operador do esquema de corrupção que funcionava em algumas diretorias da Petrobras, Paulo Roberto Costa confessou que recebia propina de várias empresas, entre elas justamente o Grupo Odebrecht, para facilitar negócios superfaturados e, na sequência, repassar recursos a partidos políticos, como o PT, o PMDB, PP, entre outros".
Auro Gorentzvaig segue na ofensiva: "Paulo Roberto Costa sempre nos procurou para ofertas escusas. Diante de nossa recusa em participar dos esquemas criminosos, hoje claramente revelados pela Operação Lava-Jato, o então diretor da estatal transferiu a Petroquímica Triunfo de forma graciosa para a Braskem, beneficiando de maneira escandalosa o Grupo Odebrecht, assim como o Estado da Bahia na arrecadação tributária, em detrimento de outros estados da federação. Realizada de forma ilegal, a operação criminosa envolve cifras bilionárias, em claro prejuízo aos cofres públicos e ao povo brasileiro".
Aldo protesta em seu documento que "o monopólio do setor foi idealizado por Emílio Odebrecht, que disse ao então presidente Lula que deveria ter crescimento de escala na indústria petroquímica para participar do mercado global: "É o marketing superando o direito. Lula, Dilma, Edison Lobão, José Sergio Gabrielli, Paulo Roberto Costa, juntamente com os grupos Suzano, Ipiranga, Unipar e Odebrecht criaram então a Braskem, que tem como sócia minoritária a Petrobras, com 49,99% e o Grupo Odebrecht como sócio majoritário com 50,01%, com contrato de exclusividade de 25 anos! Como uma indústria de base de tal importância pode estar concentrada nas mãos de uma única família?"
O indignado Auro Gorentzvaig prossegue questionando no texto: "Como a Petrobras pode ter como sócia, na Braskem, o Grupo Odebrecht, envolvida em crimes de corrupção conforme revela a operação “Lava Jato”? Pagando propina de US$ 23 milhões para o diretor da estatal, Paulo Roberto Costa? A quem interessa que poucas empresas controlem o setor? Quem ganha com isso? Basta verificar quanto o Grupo Odebrecht gasta com o financiamento de muitas campanhas eleitorais dos partidos políticos flagrados na Operação Lava-Jato? Em quanto a Braskem e o Grupo Odebrecht, o Grupo Suzano foram beneficiados com financiamentos públicos através de bancos como o BNDES, Banco do Brasil e Caixa, com juros subsidiados?".
Auro frisa que a Triunfo foi eleita a melhor empresa do setor petroquímico brasileiro de 1989 a 2009, conquistando todos os prêmios das revistas especializadas, com caixa permanente de US$ 100 milhões, para um plano de futuro desenvolvimento. O empresário lembrou como ficou na pior: "Em audiência de conciliação na Justiça Estadual do Rio Grande do Sul, a Petrobras pediu R$ 355 milhões pela sua parte na Petroquímica Triunfo. Em juízo, a Petroplastic concordou em pagar (oferta vinculante) o valor pleiteado pela petroleira nacional. A Petrobras recuou em sua decisão e, oito meses após a audiência de conciliação, repassou de maneira ilegal 100% das ações da Petroquímica Triunfo, transação avaliada em R$ 117 milhões. Ou seja, recusou R$ 355 milhões em dinheiro à vista, por 85% do capital social da empresa, operação que causou prejuízo de R$ 305 milhões à Petrobras, aos cofres públicos e ao Tesouro Nacional, um claro crime de lesa pátria em benefício da Braskem, do Grupo Odebrecht".
O empresário sustenta que a Petrobras desrespeitou de forma flagrante o direito de preferência da acionista Petroplastic e o Programa Nacional de Desestatização do governo federal: "A Petrobras, na qualidade de promotora da iniciativa privada brasileira, assume a administração da Petroquímica Triunfo em 1985 com um marketing share de 24% do mercado nacional e transfere para a Braskem a maior fatia do setor, reduzindo a participação da Triunfo para 3% do mercado nacional em 2009. Ou seja, a incorporação, além de ser feita por um preço bem menor do que realmente valia, provocou uma diminuição da importância da Triunfo no mercado, centrando força apenas na Braskem".
Auro expõe o crime de conflito de interesses: "Como pode a Petrobras, sócia institucional na Petroquímica Triunfo, trabalhar para a concorrente Braskem? Isso é uma clara demonstração de que a estratégia da Petrobras, da Presidência da República e do Grupo Odebrecht era usar dinheiro público e da estatal na compra e eliminação de concorrência, repassando o monopólio do setor para a Odebrecht, em clara e inconstitucional concentração de mercado".
O lesado na Triunfo também sugere que houve crime de improbidade administrativa: "Não poderiam os funcionários da estatal Petrobras prejudicar a Petroquímica Triunfo e trabalhar em prol da Braskem. Hoje, boa parte deles trabalha justamente na Braskem. Ou seja, transferiram patrimônio público para uma empresa privada para, em seguida, serem contratados pela Braskem, que foi a beneficiada em um negócio bilionário no setor petroquímico".
Por fim, Auro lança um desafio: "Todos os fatos aqui descritos foram por mim presenciados e vivenciados como cidadão e empresário. Sendo o presente relato a máxima expressão da verdade, coloco-me, desde já e em qualquer tempo, à disposição das autoridades brasileiras para novos e esclarecedores depoimentos e apresentação de documentos, fotos, ações judiciais e tudo o mais necessário para o completo esclarecimento de como um esquema bilionário montado dentro da Presidência da República prejudicou os cofres públicos, a Petrobras, o País e o povo brasileiro".
A denúncia bombástica, por escrito, de Auro Gorentzvaig pode ser aquele indício que faltava para que o santo nome do mito Luiz Inácio Lula da Silva acabe metido no meio de um dos inquéritos da Operação Lava Jato. Lula não tem mais foro privilegiado. Perdeu o privilégio de julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, que ontem preferiu deixar o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, "soltinho da Silva".
Verdade ou mentira?
No submundo da espionagem privada e militar do Brasil circulava ontem o informe de que os "serviços norte-americanos, CIA, NSA, FBI e Departamento de Justiça, teriam 31 gravações telefônicas de diálogos comprometedores entre Lula e Dilma sobre práticas eleitorais pouco convencionais.
Pelo menos 12 das conversas seriam entre eles e o marketeiro João Santana.
Haveria ainda outras 7 gravações entre Dilma e Antonio Palocci.
Também há inúmeras mensagens em SMS captadas pelos arapongas do Tio Sam.
Para aumentar a temperatura no inferno, existe muito papo telefônico vazado entre ministros do STF.
Conclusão: Dá nojo sobreviver em um País sem soberania e desgovernado pelo crime institucionalizado.
Outra varada
O vazamento da informação privilegiada de que Aldemir Bendine ocuparia o lugar da Graça Foster, antes da divulgação de um fato relevante ao mercado, pode render mais processos contra a Petrobras.
Investidores lembram que toda Brasília estava no maior clima de insider de todos os tempos no dia 3, quando as ações da petrolífera subiram 15%, quando vazou a notícia de que a "Petrobras ficou sem graça"...
Qualquer criancinha de colo, inclusive o Bebê de Rosemary, sabe que todo fato capaz de mexer com a cotação de uma empresa na bolsa tem de ser divulgado de maneira ampla e acessível a todo o mercado...
A CVM analisa o caso no processo RJ-1109 - que certamente acabará em pizza...
(...)

NO O ANTAGONISTA
O espírito de Eike
Brasil 11.02.2015
O iate de Eike Batista foi apreendido hoje de manhã (11) em Angra dos Reis. Seu nome é Spirit of Brazil VII. Nada mais apropriado do que ver o espírito do Brasil ser seqüestrado por causa de um embusteiro. Pela sétima vez.
O iate de 115 pés que afundou o espírito do Brasil

Aécio Neves e o impeachment
Brasil 11.02.2015
"Não é crime falar de impeachment".
A frase é de Aécio Neves, hoje (11), na Folha de S. Paulo. Em seguida, ele acrescenta: "Desconhecer que há um sentimento de tamanha indignação na sociedade é desconhecer a realidade".
Ao mesmo tempo em que admite falar sobre o impeachment, Aécio Neves diz que ainda faltam argumentos jurídicos e políticos para poder cassar o mandato de Dilma Rousseff.
Ele está certo em sua primeira frase: não é crime falar de impeachment. Na maioria dos casos, o verdadeiro crime é não falar de impeachment.
Sobre os elementos necessários para se poder cassar o mandato presidencial, eles dependem do Congresso Nacional. O PT vai achacar o PSDB na CPI da Petrobras, denunciando os tucanos que receberam propina das empreiteiras. Se Aécio Neves impedir que seus deputados se amedrontem, os argumentos para pedir o impeachment de Dilma Rousseff vão aparecer rapidamente.
Crime é não falar de impeachment

Hello, Val Marchiori no Jornal Nacional
Brasil 10.02.2015
Aldemir "Val Marchiori" Bendine deu entrevista exclusiva ao Jornal Nacional. Ele disse o seguinte:
a) Para avaliar a baixa contábil nos ativos da Petrobras, está-se discutindo qual a "métrica" a ser utilizada. 
Sugerimos a contabilidade criativa de Guido Mantega
b) A dívida da empresa, de mais de 221 bilhões, não é tão grande. (É desnorteante.)
c) Tem total autonomia para presidir a empresa, sem interferências políticas. "Hello, dá para segurar o riso?"
d) A total irregularidade do empréstimo de 2,7 milhões de reais dado pelo BB à sua "amiga" é uma "denúncia vazia". "Ai, Bebê, brigada..."
O Antagonista confessa que teve dificuldade em prestar atenção às palavras de Aldemir "Val Marchiori" Bendine, porque estávamos concentrados no broche de Nossa Senhora Aparecida usado por ele na lapela esquerda e no da Petrobras na direita. Também foi quase impossível desviar os olhos do relojão de ouro que exibia no pulso. Foi presente da "amiga"?
"O Antagonista é um saco. A verdade é que eu arrasei na entrevista ao JN"

Viva a bengala
Brasil 10.02.2015
Depois da decisão que beneficiou Renato Duque, você deve estar se perguntando se dá para o Supremo Tribunal Federal ficar ainda pior do que está. Dá, sim. Se o Projeto de Emenda Constitucional que prevê a ampliação de 70 para 75 anos da idade-limite para a aposentadoria compulsória de juízes não for votado ou for rejeitado pela Câmara dos Deputados, Dilma Rousseff nomeará seis ministros do STF até o final do seu mandato, teoricamente previsto para 2018.
A chamada "Pec da Bengala" foi aprovada pelo Senado em 2005 e está parada na Câmara desde 2006. O PT, é evidente, não quer a aprovação. Os magistrados, em geral, também não, porque isso implicaria mais tempo para eles chegarem ao topo da carreira.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, manifestou-se pela aprovação. O projeto deveria ir a plenário nesta semana, mas o PT e aliados querem jogar a coisa para as calendas.
Não faz sentido um juiz ser obrigado a aposentar-se aos 70 anos -- idade que, hoje, está longe de ser provecta. A rigor, não faz sentido um juiz ser compulsoriamente afastado por razão de qualquer idade. Na Suprema Corte dos Estados Unidos, não há teto. Prevalece o bom-senso.
Reconheçamos, contudo, que o bom-senso é artigo raro no Brasil. Então que se aumente o limite para 75 anos. É mais condizente com o aumento na expectativa de vida produtiva.

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