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LAVA-JATO: MAIS UM ASSINA ACORDO DE DELAÇÃO

Operador ligado a Renato Duque assina acordo de delação premiada
Shinko Nakandakari é apontado como um dos intermediadores da Galvão Engenharia que pagavam propina ao ex-diretor da Petrobras
POR CLEIDE CARVALHO / RENATO ONOFRE
O GLOBO - 11/02/2015 15:10 / ATUALIZADO 11/02/2015 16:41
Ex-diretor de Serviço da Petrobras Renato Duque quando foi preso, no ano passado - Márcia Foletto / Agência O Globo
CURITIBA E SÃO PAULO — O consultor Shinko Nakandakari fechou um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal na manhã desta quarta-feira (11). Ele é um dos onze operadores investigados na 9ª fase da Operação Lava-Jato, que desvendou o esquema de desvio de recursos e propinas pagas a políticos, diretores e gerentes da Petrobras. Pelo menos 87 obras foram prejudicadas pela corrupção que, segundo delatores, "fazia parte da relação" com fornecedores da estatal.
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Nakandakari trabalhou durante 16 anos na construtora Odebrecht e é considerado peça importante na montagem do quebra-cabeça do esquema comandado por Renato Duque, diretor da área de Engenharia e Serviços, responsável por licitação, execução e fiscalização de obras. O executivo Erton Fonseca, da Galvão Engenharia, que está preso desde novembro passado na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, afirmou que foi extorquido e que recebeu de Duque o pedido para fazer depósitos de propina na conta da empresa de Nakandakari, a LFSN Consultoria.
A LFSN recebeu R$ 8,8 milhões da Galvão Engenharia entre 2010 e 2014 e o último pagamento foi feito em junho passado, cerca de dois meses depois de a Operação Lava-Jato ter sido deflagrada. As notas têm valores entre R$ 115 mil e R$ 750 mil e o valor líquido da propina, descontados impostos, foi de R$ 8,3 milhões.
Em depoimento de delação premiada à Justiça, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco Filho relatou a participação do consultor no esquema. Ele entregou uma planilha que mostraria o pagamento de propinas feitas por Shinko Nakandakari a Duque e ao PT. Além da Galvão Engenharia, o consultor teria intermediado o pagamento de propinas em obras executadas pela EIT Engenharia e Contreras. Segundo Barusco, Nakandakari lhe entregava a propina em dinheiro vivo em jantares ou drinks marcados em hotéis como Sofitel, Everest e Ceasar Park.
A delação de Shinko ainda precisa ser homologada no Supremo Tribunal Federal (STF). A colaboração do operador com os investigadores pode garantir benefícios, como redução de pena. O MPF comunicou a negociação e o início dos depoimentos à Justiça Federal de Curitiba. Em depoimento à Justiça, Fonseca afirmou que cedeu à corrupção porque a Galvão Engenharia vinha sendo sucessivamente preterida, e o nome da empresa havia sido excluído da lista das “convidadas” a participar da licitação.
Shinko Nakandakari é um dos denunciados num processo de improbidade administrativa envolvendo a construtora Talude, contratada pela Infraero para obras no aeroporto de Viracopos, em Campinas. O valor inicial do contrato, assinado em 2000, foi de R$ 13,892 milhões. Seis meses depois da assinatura, foi feito um aditivo de R$ 1,904 milhão. O segundo aditivo, de R$ 1.540.352,97, ocorreu em 2011. Para o Ministério Público Federal, não havia razões para firmar os aditivos, que tornaram a obra mais cara. O caso está na Justiça.

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