DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Nunca na História deste País se roubou tanto, como revelou o Petrolão, assalto à Petrobras de proporções siderais cujas estimativas variam de R$ 10 bilhões (em março, na Operação Lava Jato), a atuais R$ 22 bilhões. Tanto roubo gera expectativa de um 2015 transformador, pelo número de políticos que merecem a mais longa cadeia, sem direito a semiaberto. Perplexa e indignada, a coluna faz sua premiação anual.
Ganham Lula e sua trupe de malabaristas do dinheiro alheio. Para manter o padrão, Dilma leva 3% da garrafa de Lula, Gabrielli 3% com dendê e Graça Foster 3% com cimento, para ver se melhora a fachada.
Dilma está no comando desde o início da roubalheira, como ministra e no conselho da Petrobras, mas age como se nada tivesse com o caso.
Vai para a Câmara dos Deputados, pelo aumento indecente que se concederam. Os restos de brioches vão para o povão, como sempre.
O reconhecimento vai para a seleção da Alemanha, que, com todos os méritos, impôs ao Brasil a humilhação histórica dos 7×1.
Vai para Graça Foster, que o arrebata de Antônio de Oliveira Santos, grudando-se à Petrobras como ele à CNC (Confederação do Comércio).
(...)

NO BLOG DO CORONEL
TERÇA-FEIRA, 30 DE DEZEMBRO DE 2014
A Controladoria Geral da União (CGU) precisa explicar, em cinco dias úteis, por que apontou um prejuízo na compra da refinaria de Pasadena, no Texas, inferior ao indicado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A decisão de fazer a oitiva da CGU, órgão vinculado à Presidência da República, foi do novo presidente do TCU, Aroldo Cedraz.
Em despacho assinado ontem, Cedraz determinou que o órgão da Presidência justifique o fato de ter orientado a Petrobras sobre a necessidade de um ressarcimento de US$ 659,4 milhões, e não de US$ 792,3 milhões, que é o tamanho do prejuízo expresso na auditoria do TCU e aprovado em plenário. A diferença, portanto, é de US$ 132,9 milhões.
Além disso, conforme o despacho do presidente do TCU, a CGU precisa informar quais são as medidas “eventualmente já adotadas ou em andamento” em relação à compra da refinaria. O órgão, ainda, deve apresentar os motivos para o encaminhamento da auditoria à Petrobras, “desconsiderando o fato de que o TCU já conduz a necessária tomada de contas especial”. 
As explicações já devem ser dadas pelo novo ministro da CGU, Valdir Simão. Ele assume o cargo no lugar de Jorge Hage a partir do dia 1º. A secretaria executiva da Controladoria foi notificada nesta terça-feira (30) pela Secretaria de Controle Externo de Estatais do TCU no Rio.
A CGU e o TCU são dois órgãos de controle externo. O primeiro está diretamente vinculado à Presidência da República. O segundo assessora o Congresso Nacional e tem atribuição de auditar os gastos públicos federais, inclusive da própria CGU. Os dois concluíram auditorias distintas sobre a compra da refinaria de Pasadena. O órgão da Presidência da República excluiu a presidente da Petrobras, Graça Foster, de qualquer responsabilidade pelos prejuízos e apontou um prejuízo US$ 132,9 milhões menor. O trabalho foi concluído no último dia 16. O TCU, por sua vez, aprovou a auditoria em Pasadena em julho e já abriu as primeiras tomadas de contas especiais para buscar o ressarcimento do dinheiro aos cofres da estatal. 
O ministro da CGU, Jorge Hage, confirmou que Graça ficou fora da lista de responsáveis pelos prejuízos. Ele determinou a instauração de 22 processos administrativos de responsabilização de empregados, ex-empregados e ex-dirigentes da estatal, entre eles o ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli e os ex-diretores Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró, Renato Duque e Jorge Zelada.
Compõem o prejuízo apontado pela auditoria do CGU uma diferença na compra da primeira metade da refinaria, no valor de US$ 266 milhões; uma diferença na compra da segunda metade, de US$ 295,5 milhões; um procedimento arbitral ineficaz, com dano de US$ 8,6 milhões; e um acordo extrajudicial de US$ 89,1 milhões. A soma chega a US$ 659,4 milhões. Já o TCU indicou diretores na ativa, além dos ex-diretores, entre os responsáveis pelo prejuízo. São os casos de Graça e Almir Barbassa, diretor financeiro. 
Por um erro técnico da auditoria, a presidente da Petrobras acabou ficando fora da medida de bloqueio de bens, determinada no mesmo momento da votação sobre o prejuízo. A exclusão acabou sendo confirmada posteriormente por maioria de votos, mas isso se restringe à medida do bloqueio. Graça terá de responder a uma tomada de conta especial e explicar suposta participação em uma fatia do prejuízo de US$ 792,3 milhões.
Conforme a auditoria do TCU aprovada em plenário, ela teve participação no descumprimento da sentença arbitral sobre a compra da segunda metade da refinaria, o que acabou encarecendo a aquisição. O prejuízo, nesse caso específico, foi de US$ 92,3 milhões, fatia que integra o montante de US$ 792,3 milhões, segundo o TCU.

O presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves, criticou, nesta terça-feira (30/12) a presidente Dilma Rousseff por enviar às vésperas da sua posse a medida provisória (MP) que reduz direitos do trabalho e da previdência. A seguir a íntegra da nota de Aécio Neves.
“No apagar das luzes do seu primeiro mandato, que termina de forma melancólica, a presidente Dilma Rousseff trai novamente os compromissos assumidos com seus eleitores e anuncia novas e duras medidas que, na campanha eleitoral, garantiu que não iria tomar: reduz direitos dos trabalhadores e dificulta o acesso dos estudantes brasileiros ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
No primeiro caso, sindicalistas já denunciam as perdas para os trabalhadores e a forma unilateral e autoritária com que as medidas foram tomadas, sem qualquer diálogo com as Centrais Sindicais.
No caso do Fies, a imprensa publica que a Federação Nacional das Escolas Particulares calcula em 20% a redução do número de estudantes beneficiados com as políticas educacionais no setor privado.
A presidente, que já havia rompido outros compromissos assumidos com os brasileiros que acreditaram em suas promessas e a honraram com seu voto, faz agora o impensável: coloca em prática as suas medidas impopulares, prejudicando aqueles que deveriam ser alvo da defesa intransigente do seu governo: os trabalhadores e os estudantes.
Na campanha eleitoral, a candidata Dilma disse que não mudaria os direitos dos trabalhadores “nem que a vaca tussa”. Mudou. A cada nova medida anunciada vai ficando ainda mais claro que foi a mentira quem venceu as últimas eleições.”


A ex-ministra Marta Suplicy (PT-SP) criticou no Facebook seu colega de partido Alexandre Padilha e o novo ministro da Cultura, Juca Ferreira, cujo nome foi anunciado nesta terça-feira (30) pela presidente Dilma Rousseff. Antes de Ferreira ser confirmado como titular da Pasta, Padilha havia dado a notícia no Twitter, dizendo que a presidente marcou um golaço com a escolha. 
Marta, então, postou no Facebook que o ex-ministro da Saúde foi rejeitado pelo povo paulista. Padilha perdeu a eleição para o governo de São Paulo este ano. “Nada mais sintomático do que Alexandre Padilha, aquele que foi rejeitado pelo povo paulista, nas últimas eleições, para anunciar Juca Ferreira no Ministério da Cultura”, escreveu Marta no Facebook.
Pelo Twitter, Padilha respondeu a Marta: "Aliás, custo acreditar que tal deselegância tenha saído diretamente da companheira Marta Suplicy, que me acompanhou na campanha em 2014". 
Marta foi ministra da Cultura no governo de Dilma e disparou contra Juca Ferreira, que agora ocupará o posto. “A população brasileira não faz ideia dos desmandos que este senhor promoveu à frente da Cultura brasileira. O povo da Cultura, que tão bem o conhece, saberá dizer o que isto representa”, postou no Facebook. (O Globo)

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 31/12/2014 07:46
Marta Suplicy faz política de forma inusual. Num universo em que muitos não são o que parecem, ela faz questão de ser e parecer. Enquanto o PT rumina em silêncio suas insatisfações, Marta levou os lábios ao trombone da internet contra a escolha do sociólogo Juca Ferreira para sucedê-la no comando do Ministério da Cultura.
Sob Lula, Juca foi secretário-executivo do Ministério da Cultura na gestão de Gilberto Gil. Com a saída de Gil, tornou-se ministro. Nessa época, era do PV. Hoje, é cristão novo no PT. Ao criticar a decisão de Dilma Rousseff de devolvê-lo ao cargo, Marta agigantou-se e apequenou-se simultaneamente.
A senadora elevou sua estatura ao proclamar: “A população brasileira não faz ideia dos desmandos que este senhor promoveu à frente da Cultura brasileira.” Marta encolheu ao sonegar à plateia o detalhamendo dos “desmandos”, terceirizando a incumbência: “O povo da Cultura, que tão bem o conhece, saberá dizer o que isto representa.”
De todas as maneiras de não dizer as coisas, a mais desagradável é dizer as coisas pela metade. Já que começou, Marta precisa concluir o serviço. Em respeito à opinião pública e a si própria, está obrigada a dizer o que encontrou contra o companheiro Juca no período em que esteve no Ministério da Cultura.
Versada no idioma de Camões, Marta bem sabe que o vocábulo “desmando” possui acepções que começam no dicionário —“desregramento moral, devassidão”— e podem terminar no Código Penal. Ou a senadora conta o que sabe ou acabará reforçando a tese segundo a qual em política nada se perde e nada se transforma — tudo se corrompe. (abaixo, o texto pendurado por Marta no Facebook).

Josias de Souza - 31/12/2014 05:26
Primeiro, a boa notícia: às vésperas do encerramento do ano, o ministro Guido Mantega veio à boca do palco para informar que a economia do Brasil nunca esteve tão sólida. Agora, a melhor notícia: dentro de 24 horas, não haverá mais Guido Mantega no Ministério da Fazenda. Mas, atenção, essas são as únicas novidades alvissareiras deste ocaso de 2014.
Se alguém lhe desejar um ‘próspero Ano-Novo’ à zero hora desta quinta-feira, 1º de janeiro de 2015, desconfie — é cinismo, ingenuidade ou desinformação. Hoje, prosperidade é outro nome para ilusão. Chama-se Joaquim ‘Mãos de Tesoura’ Levy o substituto de Mantega. Ele chega para desfazer os truques. Depois da tempestade provocada pela contabilidade criativa, virá a cobrança.
O otimismo é uma obsessão das passagens de ano. Se, ao mastigar a lentilha, você ficar tentado a entrar na onda, experimente fazer um exercício mental. Imagine que o Brasil pode melhorar, deve melhorar, tem que melhorar. Finja que o momento é agora. Simule otimismo. Faça cara de quem acredita que tudo dará certo em 2015. Muito bem. Agora, pense no novo ministério da Dilma.
O Kassab nas Cidades, El Cid na Educação, o filho do Jader na Pesca, o afilhado do Renan no Turismo, o pastor da Universal no Esporte, o amigo do Valdemar Costa Neto nos Transportes e um estonteante etcétera… Desanimou, certo? Natural. É impossível pensar no novo ministério da Dilma e continuar otimista. Não há o menor risco funcionar.
Antes mesmo do Ano-Novo, Dilma decidiu que, no segundo mandato, será outra mulher. Ela se apalpou e detectou insuspeitados focos de prosperidade na cintura. Numa noite úmida do verão brasiliense, acordou sobressaltada no Alvorada. Sonhara que era o Delfim Netto. Teve de certificar-se de que a escolha de Levy não fizera dela uma neoliberal, embora precisasse de uma dieta. Se tudo der certo, chega à hora da posse 13 quilos mais magra. No momento, pesa-lhe apenas a consciência.
Alguém que ainda consegue discursar em defesa da moralidade depois de ter comandado o Conselho de Administração da Petrobras e de não ter notado que o patrimônio nacional era saqueado pelos esquemas que acompanham o petismo no poder…, uma pessoa assim tão, digamos, distraída, é um desafio à oftalmologia, não a presidente reeleita que 2015 mereceria para ser feliz.
Dentro de poucas horas, na cerimônia de posse, Dilma lerá mais um pronunciamento com as digitais de João Santana. Apelará para a fantasia que substitui e redime a realidade. Melhor que seja assim, porque a fantasia é sempre uma opção preferível ao caos. De resto, o convívio com empulhações é uma velha característica da vida nacional. Por que discriminar 2015? Não seria justo.
O País vive uma fase de especial vigor dessa sua peculiaridade. A inflação, os juros e a dívida pública estão nas alturas. O bom senso e o PIB rastejam próximos de zero. Mas o governo celebra o pleno emprego. Depois de uma eleição em que brincou de esconde-esconde, a Presidente mostra a faca. Mas não corta direitos dos trabalhadores. Apenas corrige “distorções”.
Dilma leva ao pé da letra o lema de sua campanha: governo novo, ideias novas. Em alguns setores, tem-se a impressão de que, de fato, nada será como antes. Do ponto de vista econômico, Dilma aderiu a Aécio Neves. Se tudo correr como foi planejado por Lula, a Presidente fará com Levy aquilo que a lógica e o mercado financeiro esperam dela. Na hipótese de dar certo, a situação vai piorar bastante antes de melhorar.
Pode haver algum desemprego. Mas ninguém deve se preocupar. O sucesso da dieta afastou o risco de a Dilma ser um Delfim Netto disfarçado. Ela continua sendo uma governante de esquerda. Mantém o ideal socialista amparada por uma estrutura parlamentar dominada pelo reacionarismo. Mas não vai barganhar a alma — mesmo porque ela continua prometida ao Lula.
Se você quiser, a despeito de tudo, continuar a crer num “próspero 2015” sem correr riscos, convém simplificar sua ilusão e adotar certas precauções. Sempre que der de cara com o Paulo Maluf defendendo o governo, não desanime. A Justiça Eleitoral considerou-o um ficha-limpa. Ele estará na Câmara em 2015. A reincidência do Maluf é parte da prosperidade de faz-de-conta.
Leve no bolso do colete uma dose de ceticismo. Não traz felicidade, mas funciona como uma espécie de Isordil metafórico. Evita, por exemplo, o infarto dos eleitores de Dilma na hora que se derem conta de que votaram no aumento do superávit primário. Paciência. Embora o João Santana não tenha avisado, é assim mesmo. Depois da tempestade, sempre vem a cobrança.
Para que o ruim não fique ainda pior, abra bem os olhos na hora da virada. Do contrário, o último a sair de 2014 rouba a luz.

Josias de Souza - 30/12/2014 17:47
O corte de benefícios sociais anunciado pelo governo na noite de segunda-feira (29) produziu mal-estar entre os filiados de partidos governistas no Congresso. Vem do PMDB a primeira verbalização do desconforto: “Por que o trabalhador tem que ser a primeira vítima do ajuste fiscal?”, indaga o deputado baiano Lúcio Vieira Lima, vice-líder do PMDB e entusiasta da candidatura do correligionário Eduardo Cunha à presidência da Câmara.
Para Lúcio, antes de cortar direitos trabalhistas, impondo restrições no acesso ao seguro-desemprego, abono salarial do PIS, auxílio-doença e pensões, o governo teria de cortar “na própria carne”. O deputado pergunta: “Por que tanto desinteresse em enxugar a máquina pública? Se os cortes são inevitáveis, por que manter 39 ministérios?”
O próprio vice-líder do PMDB responde: “O Planalto vai mandar para o Congresso a medida provisória propondo o que o ministro Aloizio Mercadante [Casa Civil] chamou de ‘correção de distorções’. Eles acham que controlam o Parlamento distribuindo 39 ministérios. Espero que não venham pedir a nenhum outro partido para relatar essa medida provisória. O relator tem que ser do PT.”
E se a relatoria couber ao PMDB? “Creio que o PMDB não deve aceitar, mesmo que, no sistema de rodízio, a relatoria cair para a legenda”, diz Lúcio. “O relator dessa medida provisória ficará carimbado como responsável pelo corte de benefícios sociais. O carimbo vai para o deputado que relatar e para o partido dele. Nada mais natural que o PT assuma a responsabilidade de justificar as medidas.”
Ecoando o discurso da oposição, o vice-líder do PMDB acrescenta: “O ministro Mercadante disse que as medidas corrigem distorções. Só viram essas distorções agora, depois de 12 anos no poder? Ora, se são distorções, foram criadas ou mantidas por eles. Para se perpetuar no poder, era lindo. Na hora que tem que fazer as maldades, para tentar salvar 2018, aí enxergam as distorções!”
Incomodado, o deputado repisa uma tese que já expressou noutras ocasiões: “O PT só enxerga o PMDB como parceiro na hora de limpar a sujeira.” Lúcio antevê uma tramitação operística para a medida provisória do corte social. “Ao justificar o corte do que sempre defendeu, o PT vai virar personagem de opera-bufa, divertindo a oposição no plenário.”
Em verdade, a oposição já se diverte durante o recesso parlamentar. Futuro líder do DEM no Senado, o goiano Ronaldo Caiado conectou-se ao Twitter para indagar: “…Qual governista terá coragem de ser o relator dessa MP que tira R$ 18 bilhões dos trabalhadores? Vicentinho [ex-presidente da CUT]? Paulo Paim [defensor dos aposentados]?”


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