DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 29-10-2014

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
“No monitor de uma das meses (sic) havia um post it com a anotação‘Leonardo Attuch 11-950206533 6×40.000.00 24/02/2014′”, informa o trecho do relatório em que a delegada Paula Ortega Cibulsk resume o que foi encontrado, num dos imóveis utilizados pela quadrilha de Alberto Youssef, por agentes da Polícia Federal incumbidos de cumprir o mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça. No fim do texto reproduzido abaixo, datado de 17 de março de 2014, a delegada acrescenta que anexou ao relatório um registro fotográfico do documento que vincula o alvo principal da Operação Lava Jato ao blogueiro Leonardo Attuch, proprietário do site Brasil 247.
As letras e os algarismos que constam do anexo 3, confrontados com outras peças da montanha de documentos capturados pela Polícia Federal, revelaram que o próprio Youssef fez as anotações manuscritas que incorporam Attuch ao bando de políticos, governantes, empresários, funcionários públicos, além de indivíduos, que se apresentam como “jornalistas” envolvidos de alguma forma com um dos comandantes do mais portentoso propinoduto montado no Brasil desde o Descobrimento.
São tantos os integrantes do esquema forjado para saquear a Petrobras que, como faz a CBF com os times de futebol, os responsáveis pelo esclarecimento dos crimes dividiram informalmente os investigados em duas categorias. Na série A figuram presidentes da República (embolados no G4), ministros de Estado, governadores, figurões do Congresso, megaempreiteiros, diretores da Petrobras e gatunos de alta patente. Na série B aglomeram-se empreiteiros e fornecedores menos graúdos, parlamentares do baixo clero, funcionários do segundo escalão e jornalistas estatizados ou arrendados pela organização criminosa.
Compreensivelmente, a série A tem monopolizado tanto as investigações de campo quanto os interrogatórios de Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, que toparam contar o que muito que fizeram ou sabem em troca dos benefícios da chamada delação premiada. Sorte de Attuch: a Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça Federal ainda não encontraram tempo para devassar as catacumbas da classe B. Mas chegará o dia em que as suspeitíssimas anotações manuscritas terão de ser elucidadas.
O blogueiro costuma desperdiçar seu tempo com a edição de textos abjetos sobre jornalistas independentes, aos quais se seguem “comentários” que difamam, caluniam e afrontam a honra de quem ousa criticar o governo lulopetista. A prudência recomenda que suspenda o serviço sujo e procure a ajuda de um advogado especialmente imaginoso. Vai precisar de um álibi e tanto para escapar do enquadramento no Código Penal.

Um post de 5 de outubro constatou que Aécio Neves começou a cruzar a fronteira do segundo turno no momento em que ignorou o palavrório de marqueteiros poltrões, assumiu o comando da própria campanha, declarou guerra à corrupção impune e se transformou no candidato do Brasil indignado com o clube dos cafajestes no poder. Os 35 milhões de brasileiros que votaram no candidato do PSDB compreenderam que a oposição real enfim se sentia representada por um candidato da oposição oficial.
Além do Jesus Cristo de chanchada e da protetora de bandidos que finge combater, os 34% obtidos por Aécio no primeiro turno derrotaram blogueiros canalhas, parteiros de boatos infamantes, esquartejadores da honra alheia, comerciantes da base alugada, colunistas sabujos, analistas de araque, milicianos da esgotosfera e fabricantes de profecias encomendadas.
Ao longo desse confronto com a tribo dos sem-vergonha, o senador mineiro também ministrou uma aula de tenacidade, coragem e altivez aos aliados pusilânimes e a cabos eleitorais que se vergam a malandragens tramadas por qualquer Maquiavel de picadeiro. Candidatos testados por tantos reveses sucessivos costumam sucumbir ao desânimo, ressalvou o texto. Aécio não parou de sonhar com a arrancada improvável ─ e sobreviveu à epidemia de descrença.
A performance foi reprisada com brilho ainda maior no segundo turno, envilecido pela selvageria das milícias açuladas por Lula. A entrada em cena do especialista na disseminação de calúnias, injúrias, difamações e outras invencionices abjetas transformou o que já era uma campanha repulsiva na mais calhorda da história da República. E nem por isso Aécio revogou o código de honra que balizou a conduta das legiões antipetistas.
Insinuadas por Dilma, recitadas aos berros por Lula e vendidas como fatos comprovados pela rede de esgoto digital, torpezas de variado calibre tentaram reduzir o candidato do PSDB a “bêbado”, “drogado”, “agressor de mulheres”, “grosseiro com a presidenta”, “playboy” ─ não houve limites para o vale-tudo. Valente, Aécio cumpriu a promessa que fizera quando as tropas petistas intensificaram a ferocidade dos ataques: “Quanto mais mentiras contarem sobre nós, mais verdades contaremos sobre eles”.
Mais de 51 milhões de votos confirmam que Aécio combateu o bom combate, e se identificou exemplarmente com os brasileiros que, à margem dos partidos, arrostam há 12 anos a seita cujos devotos aprendem que o único pecado mortal é perder uma eleição. Pela primeira vez, um líder tucano enfrentou de peito aberto o bando que institucionalizou a corrupção impune, aparelhou a máquina federal e sonha com a destruição do Estado Democrático de Direito.
O PT e seus parceiros alugados não metem medo em mais ninguém. A sigla que prometia modernizar o país vai sendo confinada nos grotões atulhados de gente que acredita em qualquer patifaria espalhada por coronéis fantasiados de guerrilheiros do povo. A sobrevivência do partido, quem diria, hoje depende dos dependentes do governo.
Para a companheirada, é essencial manter ou ampliar o tamanho da freguesia do Bolsa Família; se o maior programa oficial de compra de votos do planeta perder clientes, o PT perderá todas as eleições. Da mesma forma, não convém ao governo melhorar o sistema de educação. Quem estuda e aprende acaba descobrindo o que é o PT ─ e vota na oposição.
Dilma Rousseff, que nunca soube conjugar este verbo, descobriu subitamente a importância de “dialogar”? Que fale sozinha. A oposição não tem tempo a perder com conversa fiada. Deve investi-lo integralmente em opor-se o tempo todo, em todas as frentes, a uma presidente que tem complicações políticas a superar, complicações econômicas a resolver e complicações policiais a administrar.
O partido vitorioso nas urnas é uma velharia agonizante. Pode até durar alguns anos, mas já respira por instrumentos. Em contrapartida, a resistência democrática esbanjou força e bravura nos duelos deste outubro. Triunfante no Brasil que faz, inova, progride, planta, colhe, produz, cria empregos, exporta, importa, avança, a frente formada pelos que pensam e prestam tem programa, tem voto, tem o líder que faltava, tem mais de 51 milhões de eleitores.
Tem, sobretudo, consciência de que, se a eleição terminou com a derrota mais que honrosa, a guerra pela salvação nacional não será interrompida sequer por algumas horas. A oposição nunca foi tão musculosa. E jamais se mostrou tão decidida a retomar a nação das mãos dos ladrões do futuro e dos assassinos do futuro da esperança.

COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Um dos “contrabandos” do governo na Medida Provisória 651 isenta as companhias aéreas de Imposto de Renda Pessoa Jurídica, CSLL, PIS, PASEP e Cofins sobre passagens compradas com cartões corporativos até 2017. Pior: para driblar a Lei de Responsabilidade Fiscal, que veda essa renúncia fiscal de R$ 19 milhões, a conta será paga pelo aumento de 0,38% para 6,38% no IOF de quem compra dólares para viajar.
É um duplo absurdo: a MP isenta as áreas de impostos e o governo federal fica autorizado a comprar passagens com cartões corporativos.
Agora é habitual inserir “contrabandos” em medidas provisórias, no balcão de negócios do Congresso, desvirtuando os temas originais.
Com a reforma ministerial para compor o segundo governo Dilma, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA), se prepara para deixar o cargo no governo e reassumir sua cadeira no Senado. Ele já mandou avisar seu gabinete no Senado que vai deixar o cargo ainda na primeira semana de novembro, e que pretende levar sua equipe do ministério para ocupar seus (muitos) cargos comissionados.
Dirigido no Brasil pelo petista Pedro Abramovay, ex-auxiliar de Dilma, o site de abaixo-assinados Avaaz congelou por todo o dia de ontem em 1,3 milhão o contador de adesões à petição pelo seu impeachment.
A polícia investiga ataque de bandidos virtuais ao portal Diário do Poder, domingo. A Lei Carolina Dickmann e o Marco Civil na Internet preveem prisão dos criminosos e indenização por dano moral.
Recusando a extradição do mensaleiro petista Henrique Pizzolatto, corrupto transitado em julgado, a Itália deu o troco no Brasil de Lula, que protege outro bandido, o terrorista italiano Cesare Battisti.
O leitor Jorge Rodini acertou no olho da mosca: “Quem com Battisti fere, com Pizzolato será ferido”.

NO BLOG DO CORONEL
Dilma, duas derrotas em dois dias.
O governo perdeu a primeira votação na Câmara dos Deputados depois da reeleição da presidente Dilma Rousseff. A oposição obteve o apoio de partidos da base, como PMDB e PP, e conseguiu aprovar o projeto do líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), que susta o decreto da presidente que criou a Política Nacional de Participação Social (Decreto 8.243/14). A decisão final será tomada pelo Senado, para onde seguirá o projeto (PDC 1491/14).
O decreto que a Câmara sustou cria um sistema de participação chefiado pela Secretaria-Geral da Presidência da República. Estão previstos um conselho permanente; comissões temáticas; conferências nacionais periódicas; uma ouvidoria pública federal; mesas de diálogo; fóruns interconselhos; audiências e consultas públicas; e ambiente virtual de participação social.O secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, teria o poder de indicar os integrantes das instâncias de participação e definir a forma de participação.
Além disso, o plebiscito para a reforma política prometido por Dilma no seu "discurso da vitória" também teve que ser abandonado, tendo em vista a reação do Congresso Nacional, que aceita no máximo um referendo. No referendo, a população responderia “sim” ou “não” a um projeto elaborado pelo Congresso. Já no outro tipo de consulta popular, os brasileiros escolheriam entre diferentes opções de sistema político e financiamento de campanha. Ontem Dilma deu entrevista ao SBT e à Band, afirmando — Acho que não interessa muito se é referendo ou plebiscito. Pode ser uma coisa ou outra. Mais uma derrota.
Até o momento, o Legislativo está cumprindo a sua parte, defendendo a democracia representativa e sustando qualquer avanço rumo à democracia direta. Até quando? Dizem que até a base acertar o preço.

Anotem. Fontes informam sobre um acordo assinado entre o Governo Federal e o Grupo Folha, que comanda Folha de São Paulo e portal UOL, para que o mesmo receba uma concessão de TV. O mimo estaria condicionado ao posicionamento editorial durante o último pleito e à reeleição de Dilma Rousseff. A Folha e o UOL, em especial, foram tremendamente parciais, atacando primeiro Aécio Neves, depois voltando-se contra Marina Silva. Vamos observar. Onde há fumaça, há fogo.

O tratamento correto que Lula deveria ter feito contra o câncer que o acometeu, segundo especialistas, lhe roubaria a voz. Para mantê-la, ele optou por um tipo de tratamento alternativo, que manteria a voz, mas que lhe daria mais sete anos de vida, no máximo. Lula foi dado como "curado" em 2011. O "prazo de validade" venceria em 2018. Não é à toa que ele mesmo declarou, no último domingo, que a sua "única expectativa para daqui quatro anos é estar vivo". A matéria abaixo é da Folha de São Paulo.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentará interferir mais no governo Dilma Rousseff e, em conversas recentes, disse pela primeira vez a aliados que será candidato ao Planalto em 2018.
Diversos interlocutores consultados pela Folha confirmaram ter ouvido o recado do petista. Alguns, inclusive, afirmam que a manifestação foi feita no domingo (26), depois de as urnas terem confirmado a vitória de Dilma. 
Internamente, o PT já trata a candidatura de Lula como algo oficial. O petista terá 73 anos em 2018, e aliados ponderam que uma série de variáveis pode fazer com que mude de opinião mais à frente.O próprio ex-presidente já disse a aliados que não sabe como estará sua saúde daqui a quatro anos. Após deixar a Presidência, em 2011, ele se curou de um câncer na garganta. 
Por meio de sua assessoria, Lula soltou uma nota em que diz: "No último domingo, dia da eleição, quando perguntado sobre 2018, declarei que, completando 69 anos, minha única expectativa para daqui a quatro anos é estar vivo." 
De olho na sucessão futura, aliados afirmam que o ex-presidente precisará atuar de forma mais efetiva para evitar que a petista reproduza erros cometidos no primeiro mandato. Entre eles, o distanciamento dos movimentos sociais, o parco diálogo com empresários e o excesso de centralização nas ações. 
Nos primeiros quatro anos, o petista deu conselhos à presidente, mas foi pouco ouvido. Agora, será preciso inverter essa lógica para poder pavimentar sua candidatura. No cálculo interno, se Dilma fizer uma administração impopular a partir de janeiro, sua pretensão pode ser frustrada. 
Dois exemplos de sugestões ignoradas por Dilma no passado: substituição do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para dar um choque de confiança no mercado. E a remoção do secretário do Tesouro, Arno Augustin, por sintetizar em sua opinião a imagem negativa da equipe econômica na área fiscal. No atual mandato, Lula quer ser mais ouvido quando em situações de crise e dificuldades com o Congresso. 
Durante a campanha, a presidente afirmou que daria todo apoio ao padrinho se ele quisesse voltar. No início do segundo turno, interlocutores de ambos os lados notaram distanciamento entre eles. Lula só entrou de cabeça na reta final da eleição. Tudo indica, afirmam aliados, que a dinâmica da relação mudará agora. Dilma, dizem assessores, sabe que o antecessor fará queixas públicas se não for ouvido. A disposição de Lula de disputar 2018 conta com estimulo nada irrelevante: o desejo da mulher, Marisa Letícia. 
A articulação que pedia o retorno do ex-presidente para a disputa de 2014 foi forte no primeiro semestre de 2013, mas acabou abafada no encontro nacional do PT, em maio. Seus principais defensores eram empresários descontentes com o estilo de Dilma e petistas que perderam espaço na atual gestão. 
O PT também fará mais pressões. Quer ser mais ouvido na definição dos novos nomes do governo, principalmente na do novo ministro da Fazenda, e participar da definição de propostas como a reforma política. Em entrevista nesta terça (28), Dilma disse que "o que o Lula quiser ser, eu apoiarei".

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), candidato a vice na chapa de Aécio Neves (PSDB-MG), que perdeu a eleição por menos de 4 pontos percentuais, fez nesta terça (28) um duro discurso no Senado, no mesmo dia em que a presidente Dilma Rousseff, em entrevista ao SBT, afirmou, como se noticia aqui e ali, que “aceita” dialogar com Aécio e Marina Silva. Aliás, só falou porque indagada a respeito — uma questão, convenham, extemporânea e não sei se surgida no curso da conversa ou combinada na coxia. Dialogar sobre o quê? É a não notícia. Que resposta ela daria? Que não aceita? Que não quer papo? Isso não tem a menor importância. Num outro canto, nos corredores do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, o maior coronel do Brasil, já anunciava a sua intenção de disputar a eleição presidencial em 2018. Então vamos pôr os pingos nos is.
Em primeiro lugar, setores da imprensa se corrijam. Quem pode ou não aceitar o diálogo são Aécio e Marina, não Dilma. Como ela é a presidente da República, o máximo que pode fazer é convidar para uma conversa. Mas, antes, é preciso ter um assunto. Aloysio disse que não aceita. Espero que não mesmo. Nem ele nem os outros oposicionistas. É o que eu faria no lugar dele e deles. O senador evocou a sujeira da campanha e afirmou: “Eu fui pessoalmente agredido por canalhas escondidos nas redes sociais a serviço do PT, de uma candidatura. Não faço acordo. Não quero ser sócio de um governo falido nem cúmplice de um governo corrupto”. Perfeito! Disse mais: “Eles transformaram as redes sociais em um esgoto fedorento para destruir adversários. Foi isso que fizeram. Não diga a candidata Dilma que não sabia o que estava acontecendo. Todo mundo percebia as insinuações que fazia nos debates”. Fato.
Mais: o senador poderia ter citado ainda os blogs, sites, revistas e afins que são alugados para atacar a imprensa independente, jornalistas considerados incômodos — cujas cabeças eles pedem com a desenvoltura do Estado Islâmico — e os setores do Judiciário que não se subordinam a seus interesses. Dialogar como?
Nas entrevistas concedidas ao Jornal da Record, na segunda, e, ontem, ao Jornal da Band e ao Jornal do SBT, já demonstrei aqui, Dilma voltou a atacar o governo de São Paulo, falando barbaridades sobre a crise hídrica no Estado. Dilma está interessada em disputar o quarto turno em São Paulo. Abusa da sua condição de presidente para conceder entrevistas sem ser contraditada e falar o que lhe dá na telha.
A presidente diz querer dialogar, mas comparece ao debate com uma conversa marota sobre reforma política, que seria conduzida por meio de plebiscito, o que só beneficiaria o seu partido, o PT. Prega a distensão com uma das mãos, agride o principal governo de oposição do país com a outra, enquanto o Babalorixá de Banânia, Lula, já se apresenta para a disputa em 2018.
Dialogar sobre o quê e pra quê? O senador Aloysio está certo. Estamos falando com um governo que não respeita, como resta comprovado, nem mesmo a liberdade de imprensa. Os brucutus que foram atacar a revista VEJA, numa agressão explícita à Constituição e ao Código Penal, obedeciam, também eles, a um comando informal — ainda que não explícito. Foi a cúpula do PT, Dilma inclusive, que excitou a fúria da canalha.
Dilma não quer dialogar coisa nenhuma! Ela e seu partido pretendem, como sempre, aniquilar a oposição e as vozes discordantes. Se, no meio do caminho, conseguir enterrar qualquer investigação, a exemplo do que o PT faz no Congresso, tanto melhor. A propósito: ela já é presidente da República. Se pretende, mesmo, acabar com a corrupção, como diz em entrevistas, comece por demitir desde já os diretores da estatal indicados por partidos políticos.
Isso tudo é firula. Aliás, os respectivos conteúdos das entrevistas concedidas à Globo, à Band e ao SBT são praticamente os mesmos. Pouco variaram perguntas e respostas. É um tanto vexaminoso para todos. A exceção virtuosa foi Adriana Araújo, do Jornal da Record. Não por acaso, foi a única jornalista que teve direito ao mau humor presidencial. Dilma repetiu até as mesmas palavras, treinadas com João Santana, como o famoso clichê “Não vai sobrar pedra sobre pedra, doa a quem doer” (ao se referir à corrupção na Petrobras). Ah, sim: ao SBT, ela afirmou que topa a reforma por referendo mesmo. Que remédio? Por plebiscito, já estava claro que o PMDB e a maioria dos partidos não aceitariam. Ainda bem.
Se Dilma gosta de clichês, lá vai um: na conversa entre a corda e o pescoço, só a primeira tem a ganhar.

Por Mario Cesar Carvalho, na Folha:
Um executivo de empresa investigada sob suspeita de pagar propina para conseguir contratos da Petrobras disse em seu acordo de delação premiada que o ex-diretor da estatal Renato Duque fazia parte do esquema e recebia suborno, de acordo com duas pessoas que atuam na Operação Lava Jato. O nome do ex-diretor da estatal foi citado por Julio Camargo, executivo da Toyo Setal e primeiro integrante de uma grande empresa investigada sobre desvios na Petrobras a fazer um acordo de delação com procuradores da Operação Lava Jato.
Camargo afirmou que a Toyo pagou propina para obter contratos. Três empresas controladas pelo executivo (Treviso, Piemente e Auguri) repassaram R$ 13,4 milhões à GFD Investimentos, firma de fachada controlada pelo doleiro Alberto Youssef. O montante era para pagamento de propina, de acordo com os procuradores.
Duque foi diretor de serviços da Petrobras entre 2003 e 2012, indicado para o cargo pelo ex-ministro José Dirceu. Ele foi demitido junto com Paulo Roberto Costa, que ocupou a diretoria de abastecimento entre 2004 e 2012, foi preso pela Polícia Federal e também fez um acordo de delação premiada para tentar obter uma pena menor. Costa, que confessou uma série de crimes e vai devolver cerca de R$ 70 milhões que ganhou ilicitamente, já havia citado o nome de Duque em depoimento que prestou na Justiça federal.
Segundo Costa, o PT ficava com 3% do valor líquido dos contratos assinados pela diretoria de serviços. Na sua delação, Costa citou que ajudou a arrecadar recursos para a campanha de Lindberg Farias (PT), candidato derrotado ao governo do Rio. A Toyo Setal, filial de uma empresa japonesa, a Toyo Engineering, tem contratos com a Petrobras cujos valores somam cerca de R$ 4 bilhões.
(…)

NO BLOG DO JOSIAS
Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) defende a adoção de uma nova praxe nas sabatinas de candidatos a ministro do STF. Acha que a Comissão de Constituição e Justiça do Senado precisa exigir dos futuros indicados de Dilma Rousseff para o Supremo um compromisso de defesa da liberdade de imprensa.
“É inadmissível, que este Senado da República aprove novos ministros do Supremo Tribunal Federal que venham a colaborar com o cerceamento da liberdade de imprensa”, disse Jarbas em discurso, nesta terça-feira. “É essencial que se faça essa cobrança durante a tradicional sabatina na Comissão de Constituição e Justiça.”
Deve-se a preocupação de Jarbas aos ataques que Dilma, Lula e o PT vêm fazendo a jornalistas e meios de comunicação. Ele avalia que o comportamento “cria um clima de caça às bruxas”. Por isso, sugeriu “que a Comissão de Constituição e Justiça passe a exigir um claro compromisso contra qualquer tipo de censura à imprensa de todos os futuros candidatos a uma vaga na Suprema Corte.” Aqui, você assiste ao discurso de Barbas. Aqui, você lê a peça.



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