DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 10-10-2014

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
09/10/2014 às 22:18 \ Direto ao Ponto
Nas pesquisas divulgadas nesta quinta-feira (09), tanto o Ibope quanto o Datafolha atribuíram 46% das intenções de voto a Aécio Neves e 44% a Dilma Rousseff. Considerados apenas os votos válidos, os índices sobem para 51% e 49%. Quer dizer que Aécio tem uma vantagem de 2 pontos percentuais? Não necessariamente. Como a margem de erro, para cima ou para baixo, é também de 2 pontos, pode ser que Dilma esteja à frente de Aécio. Tudo somado, os dois institutos informam que a situação é de “empate técnico”.
Naufragaram de novo, constatou há poucos minutos o DataNunes. Criado para antecipar-se à desmoralização imposta pelas urnas aos profetas sem rumo, o DataNunes não faz pesquisas; faz constatações. Para calcular a posição de cada candidato e a diferença que os separa, baseia-se na direção e força dos ventos e na temperatura política, aferidas pelos critérios do bom senso e do apreço à verdade. A margem de erro é inferior a zero e o índice de confiabilidade passa de 100%. Sempre que o Ibope e o Datafolha concluírem alguma pesquisa, o DataNunes divulgará um novo boletim.
O primeiro ficou pronto há meia hora. Aécio está com 53% dos votos válidos e Dilma com 47%. O candidato tucano tem uma vantagem de 6 pontos percentuais. E continua subindo.

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
As denúncias do ex-diretor Paulo Roberto Costa de que teria recebido, pessoalmente, uma propina de R$ 500 mil do presidente da Transpetro, Sérgio Machado, aumentou a pressão por sua demissão do cargo para evitar mais desgastes ao governo. A presidenta Dilma já tentou demitir Machado, mas acabou recuando para não gerar crise com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que o indicou para o cargo.
Ex-senador, Sérgio Machado está na presidência da Transpetro desde o início do governo Lula. Foi nomeado em junho de 2003.
Antônio Figueiredo Basto, advogado de Youssef, relata o clima no depoimento de Paulo Costa: “Não se ouvia uma mosca na sala…”
Senadores do PMDB temem que, em chamas, Sérgio Machado incinere a reeleição de Renan Calheiros na presidência do Senado.
A cúpula do PT-Minas e da campanha do governador eleito Fernando Pimentel suspeitam que foi produto de “fogo amigo” a denúncia que levou a Polícia Federal a realizar abordagem no avião que resultou na prisão de três pessoas, inclusive o empresário Benedito Rodrigues, o “Bené”, e a apreensão de R$ 112 mil. Afinal, adversários do PT em Minas não se beneficiariam de um escândalo posterior à eleição.
Pessoas ligadas ao PT sabiam a hora que “Bené” viajaria para Brasília. Fizeram imagens do seu embarque e avisaram a Polícia Federal.
Se a PF monitorasse Bené, que usava com frequência jato privado em BH, uma abordagem durante a campanha teria sido mais reveladora.
Os R$ 112 mil apreendidos com Bené são “troco”, considerando que sua gráfica produziu toneladas de impressos para o PT-MG.
A contundência dos depoimentos do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef à Justiça, sobre o esquema de corrupção que destinava dinheiro roubado ao PT, PMDB e PP, mostra que ainda falta meter muita gente graúda na cadeia.
Segundo os depoimentos de ontem à Justiça, a quadrilha instalada na Petrobras entregou ao PT toda corrupção gerada pelas três principais diretorias da estatal: Exploração e Produção, Gás e Energia e Serviços.
Ao PMDB coube os negócios sujos prospectados na área Internacional da Petrobras. O PP ficou com a diretoria de Abastecimento, a que “fura poço”, na definição malandra do ex-deputado Severino Cavalcante.
A diretoria de Gás e Energia da Petrobras era chefiada por um amigo do senador Delcídio Amaral (PT-MS), Nestor Cerveró, aquele que fez o Brasil pagar US$ 1,3 bilhão pela refinaria que valia US$ 42,5 milhões.
A gravação dos depoimentos dos delatores Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef deixa os brasileiros ainda mais ansiosos pelos nomes dos políticos picaretas que receberam o dinheiro roubado.
Dirigentes do PSB acreditam que Marina Silva adiou apoio a Aécio Neves no 2º turno porque esperava ter sido consultada pelo partido antes da decisão. Ela queria ser a estrela.
Com o detalhamento do assalto à Petrobras, Lula dirá agora que não só “não sabia de nada”, como também foi coagido.

NO BLOG DO CORONEL
O Brasil indignado começa a dizer "não" para o governo mais corrupto da história deste país. Aécio arranca na frente no segundo turno em todas as pesquisas.
O segundo turno da eleição presidencial começa com uma disputa extremamente acirrada e aspectos inéditos. Pesquisa Datafolha finalizada nesta quinta (9) mostra o senador Aécio Neves (PSDB) com 51% das intenções de voto válido ante 49% da presidente Dilma Rousseff (PT). É uma situação de empate técnico, já que a margem de erro é de dois pontos. Assim, o tucano pode ter entre 49% e 53%, e a petista pode ter entre 47% e 51%. 
Considerando todas as pesquisas do instituto desde 1989, é a primeira vez que um candidato que ficou em segundo lugar na disputa inicial aparece numericamente à frente do vencedor numa simulação de turno final. Analisando o histórico da polarização PT x PSDB desde 2002, quando o ex-presidente Lula triunfou, é a primeira vez também que um tucano aparece numericamente à frente de um petista em um teste de embate final. 
Em votos totais, Aécio tem 46% contra 44% para Dilma. Há 4% de eleitores dispostos a votar nulo ou em branco. Outros 6% estão indecisos. 
Aécio vence Dilma em três das cinco regiões do país. Sua maior vantagem proporcional é no Centro-oeste (55% a 33%). A maior dianteira em votos é no Sudeste, região mais populosa (55% a 34%). No Sul, a diferença é mais apertada (50% a 41%). Já Dilma vence Aécio no Nordeste, a segunda maior região (60% a 31%), e no Norte, a área com o menor número de eleitores (56% a 37%). 
Diferenças marcantes também são visíveis em outras segmentações investigadas pelo Datafolha, como nos recortes por idade, renda e escolaridade. Aécio vence entre os eleitores que têm até 34 anos. Dilma ganha junto aos que têm 45 anos ou mais. E há empate (50% a 50%) no grupo intermediário, o dos que têm entre 35 e 44 anos. 
Conforme a renda, as intenções de voto em Dilma crescem quanto mais pobre é o eleitor. Ela tem 26% entre os que vivem em famílias que recebem mais de 10 salários mínimos por mês. Alcança 58% no segmento mais carente (até 2 salários). Com o tucano, a tendência é inversa. 
Na escolaridade, Aécio sobe na medida em que melhora o grau de instrução do eleitor. Ele vai de 40% no ensino fundamental a 67% no superior. Dilma vai na contramão. 
O Datafolha investigou ainda o grau de convicção do voto. O placar também é equilibrado: 43% dizem que votam em Aécio "com certeza", 42% respondem o mesmo para Dilma. Há 22% que "talvez" possam votar no tucano. O "talvez" de Dilma está em 14%. Já os que afirmam que não votam em Aécio "de jeito nenhum" são 34%. Com Dilma, a rejeição alcança 43%. 
MARINA
Dos eleitores que declaram ter votado em Marina Silva (PSB) no primeiro turno, 66% optam por Aécio agora, 18% escolhem Dilma. Outros 10% deste grupo estão indecisos. E 6% afirmam que pretendem votar branco ou nulo. 
Para 67%, o apoio de Marina seria "indiferente" na escolha entre Aécio e Dilma no segundo turno. Para 16%, o apoio da pessebista "poderia" levá-lo a votar no indicado. E para 13%, o apoio de marina teria efeito inverso: não o faria votar no indicado. Por encomenda da Folha e da TV Globo, foram ouvidos 2.879 eleitores na quarta e nesta quinta. (Folha de São Paulo)

Abreu e Lima, orçada inicialmente em R$ 2,5 bilhões, já passa de R$ 20 bilhões. Só nesta obra, a propina do PT e aliados pode chegar a R$ 600 milhões!


Lula e Dilma, na Refinaria Abreu e Lima, quando Hugo Chávez ainda era sócio. A obra pode ter rendido até R$ 600 milhões para o PT e para a Turma da Dilma.

Nos últimos anos, temos assistido o pobre Tribunal de Contas da União (TCU) denunciar que existe superfaturamento na refinaria Abreu e Lima, enquanto a presidente cúmplice e partícipe desfia o velho e cínico discurso de que não varre a corrupção para debaixo do tapete. Ontem o furúnculo veio a furo e explodiu na cara de Dilma Rousseff, de Luiz Inácio Lula da Silva e de toda a cúpula do governo. De própria voz e em delação premiada, Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, que era chamado de "Paulinho" por Lula e Dilma, informou que sobre todas as compras da estatal o PT e aliados recebiam 3% de propina. O fornecedor pagava a propina ou não executava obras para a empresa. É por isso que uma obra orçada inicialmente em R$ 2,5 bilhões já ultrapassa R$ 20 bilhões. Ela está rendendo, para a Turma da Dilma, composta pelo PT e aliados, uma receita de 3%. Ou seja: a extraordinária cifra de R$ 600 milhões, roubada dos cofres públicos e dos pobres deste país, que ela diz tanto defender.

A falsa indignação de Lula diante do "petrolão" que pagava 3% de propina para o PT.
Diante das denúncias, não se sabe o que Lula comemora nesta foto: se o pré-sal ou o pré faturamento que viria para o PT.

Acusado pelo doleiro Youssef de ter nomeado Paulo Roberto Costa para roubar na Petrobras, ontem Lula tentou expressar uma falsa indignação de quem, como sempre, não sabia de nada. "E eu já estou de saco cheio. É todo ano a mesma coisa", afirmou Lula. O ex-presidente disse que o PT não vai fugir de debater corrupção e falou que é preciso "encarar esse problema de frente". "Acho que muitas vezes ficamos inibidos." Dilma poderia começar demitindo toda a cúpula da Petrobras, em vez de usar Lula para enganar a militância a soldo que ainda defende o partido da corrupção, sem inibição.
Em desespero diante da comprovação que o PT roubou a Petrobras, Dilma destila ódio no Nordeste para tentar dividir o país.
Em mais um dia de campanha pelo Nordeste, a presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou nesta quinta-feira (9) que seus rivais promovem uma "oposição ridícula" entre o Sudeste e o Nordeste. "É uma visão preconceituosa e elitista. [Eles estão] dizendo que meus votos são os dos ignorantes e dos letrados são os deles. Eles não andam no meio do povo, não dão importância ao povo. Querem desqualificar, destilar um ódio mal resolvido", afirmou a presidente em entrevista a rádios locais. 
A presidente associou o PSDB de seu adversário Aécio Neves ao "conservadorismo" e disse que o povo "tem que lutar pelas conquistas dos últimos 12 anos". E mirou nos eleitores que ascenderam socialmente, dizendo que "criou" a classe média que cresceu nos últimos anos. "Temos de ter foco nos mais pobres. Mas também fizemos política para classe média ascendente que nós mesmos criamos", afirmou. 
Em discurso em Salvador, Dilma voltou a criticar o economista Armínio Fraga, que foi presidente do Banco Central durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Aécio declarou que Armínio será seu ministro da Fazenda caso ele vença a eleição. "Esse senhor [...] não gosta do salário mínimo. Eles acham que o salário mínimo é recessivo. É um escândalo", afirmou. Em nota, Armínio disse que ela "está mal informada ou distorce os fatos". 
Em Sergipe, Dilma pediu que o Nordeste faça uma "onda" pela sua reeleição: "Eu já pedi uma onda na Bahia para ganhar no segundo turno. Agora, estou pedindo uma onda sergipana, uma onda forte, que nos leve a um segundo turno vitorioso".  
ONDA DE LAMA AFUNDA A CANDIDATURA DE DILMA
A divulgação das primeiras pesquisas do segundo turno e o devastador depoimento de Paulo Roberto Costa coroaram nesta quinta-feira (9) a "tempestade perfeita" que atinge a campanha de Dilma Rousseff (PT). O termo designa a convergência de fatores negativos que agudizam uma situação já difícil. No caso da campanha da presidente, a saber: 
1. Seu oponente Aécio Neves (PSDB) teve um desempenho acima do previsto no primeiro turno. Ganhou fôlego. 
2. O desastre eleitoral em São Paulo colocou o PT em pé de guerra. Lideranças emergentes questionam a velha guarda paulista do partido, e até Lula virou alvo de críticas. 
3. Enquanto isso, Aécio amealhou apoios ao longo da semana, inclusive o do arredio PSB. A principal "noiva", Marina Silva, indicou estar à beira do "sim", embora isso ainda esteja em aberto. 
4. Na quarta (8), encadearam-se diversas más notícias para Dilma. Gente ligada ao PT foi pega com malas de dinheiro, a inflação estourou o teto da meta e uma autoridade econômica sugeriu que o povo comesse frango no lugar de carne, a Procuradoria-Geral da República descartou acusação criminal petista contra Aécio no caso do aeroporto de Cláudio e, por fim, foi divulgado que o delator da Petrobras citou PT, PMDB e PP como receptores de dinheiro desviado da estatal na campanha de 2010. 
5. A divulgação do depoimento de Costa, de própria voz. É peça única no anedotário da corrupção e atinge o centro do grupo no poder.
6. A perda da vantagem que Dilma manteve durante toda a campanha nas simulações de segundo turno, e ainda sem o impacto pleno do caso Petrobras, com ultrapassagem numérica de Aécio. (Folha de São Paulo)

Como ministra das Minas e Energia, presidente do Conselho de Administração da empresa e presidente da República, Dilma Rousseff tem comando na Petrobras desde que o PT assumiu o poder.
O candidato à Presidência do PSDB, Aécio Neves, afirmou nesta quinta-feira (9) que a corrupção foi "institucionalizada" pelo PT na Petrobras. Ele se referia ao suposto envolvimento do tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, nos casos de desvio de verbas da estatal."O vazamento da delação premiada aponta na direção de algo institucionalizado, que envolve diretamente o tesoureiro do partido político que governa o Brasil há 12 anos. Agora começamos a compreender quais seriam aqueles belos serviços que constavam da ata de afastamento do diretor Paulo Roberto [Costa]", disse Aécio. 
Ele ironizou, indiretamente, a presidente Dilma Rousseff, que afirma não interferir nas investigações da Polícia Federal sobre"malfeitos" na estatal. "Aquilo que era chamado de malfeito, de desvio de conduta ou de caráter, agora chega de forma institucional ao partido político", disse o tucano. Aécio lembrou a prisão do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, condenado no mensalão e buscou ressaltar o envolvimento de altos dirigentes petistas para sustentar o que chama de corrupção "institucionalizada". 
"O ex-tesoureiro do PT foi condenado e foi preso exatamente por utilizar dinheiro público. Ele foi sucedido por esse tesoureiro, que foi denunciado pelo próprio grupo, da própria quadrilha", afirmou. "Não é a oposição quem está denunciando. É um diretor que foi nomeado por esse governo e um doleiro que atuava dentro desse esquema que dizem que alimentava diretamente o partido que está no governo. Em qualquer país do mundo isso seria talvez o maior escândalo da história", concluiu Aécio. 
O tucano defendeu a "profissionalização da empresas públicas e agências reguladoras". Afirmou que, se eleito, vai "diminuir o tamanho do Estado e de cargos comissionados". "O Estado brasileiro tem que ter compromisso com resultados, e não com a companheirada", disse o senador. (Folha de São Paulo)

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Leiam trecho:
*
Li dia desses o texto de um sujeito isento como um táxi, segundo quem só mesmo o “preconceito anti-PT” poderia explicar a surra histórica que o partido levou em São Paulo. Para registro: o tucano Geraldo Alckmin venceu a eleição em 644 das 645 cidades do Estado e, na capital, ficou em primeiro lugar em 54 das 58 zonas eleitorais. Aécio Neves superou seus adversários em 88% dos municípios paulistas. José Serra, depois de sepultado por setores da imprensa paulistana, bateu Eduardo Suplicy na disputa pelo Senado por quase o dobro dos votos. Marilena Chaui, uma petista filósofa, jamais uma filósofa petista, diria que isso é culpa da classe média, que ela odeia. Entendo. Há miseráveis de menos em São Paulo para os anseios revolucionários de tal senhora. Toc, toc, toc.
Preconceito por quê? O PT, por acaso, advoga alguma causa excepcional, que vá contra, sei lá, o obscurantismo do senso comum, ou se coloca na vanguarda de lutas civilistas que desorganizam o status quo? Se há um partido que encarna os piores vícios da ordem no que esta tem de mais nefasta, de mais reacionária e de mais autoritária, este partido, hoje, é o PT.
Prestem atenção! Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef mal começaram a falar. A depender do rumo que as coisas tomem e do resultado das urnas, o país voltará a flertar, no próximo quadriênio, com o impeachment, somando, então, a crise política a uma economia combalida. Pergunto: o fedor que emana da Petrobras deriva dos anseios reformistas que o PT chegou a alimentar um dia? Ora…
É preciso assaltar os cofres públicos para conceder Bolsa Família? É preciso usar de forma escancaradamente ilegal os Correios para implementar o ProUni? É preciso transformar a gestão pública na casa-da-mãe-Dilma (como Lula, o pai, já a chamou) para financiar o Minha Casa, Minha Vida? Pouco importa o juízo que se faça sobre esses programas, a resposta, obviamente, é “não”. A matemática elementar nos diz que, com menos roubalheira, sobraria mais dinheiro para os pobres.
(…)
Íntegra aqui

Nojo! Asco! Engulhos! Procurem aí as palavras todas que sintetizem o estômago revirado para resumir o que, agora sabemos (e ainda é tão pouco!), se passava, e talvez se passe ainda, na Petrobras durante os governos petistas. O presidente da empresa, no período, era o militante petista José Sérgio Gabrielli, hoje um dos braços-direitos do governador Jaques Wagner (PT), da Bahia. No cargo, Gabrielli se tornou notório pela arrogância, pela rispidez e pela prepotência. Afinal, era o dono da bola! Em parte do tempo em que vigorou o esquema sujo, Dilma estava na presidência do Conselho da Petrobras; depois, na Presidência da República. A Justiça divulgou os áudios dos respectivos depoimentos de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da estatal, e do doleiro Alberto Youssef. Ambos estão presos e fizeram um acordo de delação premiada. PT, PMDB e PP dividiam, segundo a dupla, o butim da corrupção, mas a parcela maior ficava com os petistas.
Paulo Roberto e Youssef eram os principais operadores da quadrilha que passou a atuar na empresa a partir de 2006. Nota à margem: a dupla conta tudo com precisão burocrática, cartorial, como se estivessem dizendo: “Hoje é sexta-feira”. Na voz, não há tensão, constrangimento, vergonha. A maior empresa brasileira era usada como caixa de partidos políticos e como fonte de enriquecimento de larápios. É preciso ter uma boa-fé que ultrapassa a linha da estupidez para acreditar que um esquema de tal magnitude vigorasse na estatal sem que o titular do Palácio do Planalto soubesse. Até porque, segundo a dupla, João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, era peça-chave do esquema.
Paulo Roberto e Youssef citam o nome de 13 empreiteiras como fontes pagadoras de propina. Entre elas, estão as gigantes Camargo Corrêa, Odebrecht, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e OAS, que negam qualquer irregularidade. Em seu depoimento, Youssef foi explícito: “Se ela [a empresa] não pagasse [a propina], tinha a ingerência política e do próprio diretor; ela não fazia a obra se ela não pagasse”. Vocês leram direito: para fazer uma obra para a Petrobras, só pagando propina, que era, segundo os depoentes, incorporada ao valor do contrato — vale dizer: as empreiteiras eram apenas usadas como repassadoras de um dinheiro que os bandidos roubavam do cofre da empresa.
E como funcionava? Simples! Paulo Roberto Costa diz que cada grande contrato com a Petrobras tinha uma propina de 3%. Nas suas palavras: “Me foi colocado lá pelas empresas, né?, e também pelo partido que, dessa média de 3%, o que fosse diretoria de Abastecimento, 1%, seria repassado para o PP. E os 2% restantes ficariam para o PT, dentro da diretoria que prestava esse tipo de serviço, que era a diretoria de Serviços”.
Assim, Paulo Roberto e Youssef, que operavam em parceria, cuidavam do 1% da propina que era paga ao PP — o engenheiro que está preso foi posto lá pelo partido. E dos 2% do PT, quem cuidava? Youssef esclarece: “O contrato é um só. Por exemplo, uma obra da Camargo Corrêa de R$ 3,48 bilhões. Ela tinha que pagar R$ 34 milhões por aquela obra para o PP. Eu era responsável por essa parte. A outra parte, eu não era responsável”. Segundo Youssef, os 2% do PT eram negociados diretamente por João Vaccari Neto, o tesoureiro do partido, por intermédio de Renato Duque, então diretor de Serviços, indicado para o cargo, segundo Paulo Roberto, por José Dirceu. Nestor Cerveró, o principal articulador da compra da refinaria de Pasadena, era o homem do PMDB na empresa.
E os nomes dos políticos?
A Justiça Federal que apura as lambanças da dupla não pode investigar os políticos que têm foro especial por prerrogativa de função. Isso ficará a cargo do STJ ou do STF, a depender do cargo. Por isso seus respectivos nomes não podem ser citados nos depoimentos divulgados. Mas Paulo Roberto não deixa dúvida: “Na minha agenda, que foi apreendida em minha residência, tem uma tabela que foi detalhada junto ao MP, e essa tabela revela valores de agentes políticos de vários partidos que foram relativos à eleição de 2010”. Reportagem da revista VEJA informou, por exemplo, que Antônio Palocci, um dos coordenadores da campanha de Dilma naquela ano, procurou Paulo Roberto e lhe pediu R$ 2 milhões da cota que cabia ao PP.
É isso aí. Todos os acusados negam qualquer envolvimento com o esquema. O Planalto não quis se manifestar. Lula também se negou a falar com a imprensa. Preferiu vociferar contra a investigação numa plenária do PT, assunto para outro post.
Assim age aquela gente que se orgulha em palanques de ter mudado o Brasil. Lembro: a Petrobras é apenas uma das estatais. E está mais submetida a controles porque é uma empresa aberta, com ações na Bolsa. Imaginem o que se passa em empresas às quais não se presta muita atenção. É a lama. É a lama. É a lama.

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