DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 08-10-2014

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Em 2010, coligado com o PSB de Eduardo Campos, o PT de Pernambuco garantiu uma das duas vagas no Senado para o companheiro Humberto Costa (a outra ficou com Armando Monteiro) e elegeu quatro deputados federais. Animado com o desempenho do partido, Lula resolveu mostrar em 2012 que dava as cartas na capital do estado onde nasceu. Sem consultar ninguém, proibiu o companheiro João da Costa de concorrer à reeleição, ignorou os demais interessados e avisou que o prefeito do Recife seria Humberto Costa. Eduardo Campos sacou do coldre a candidatura de Gerado Júlio, secretário do Desenvolvimento Econômico, e devolveu ao Senado o poste fabricado pelo ex-presidente.
Passados dois anos, Lula reprisou o show de arrogância. Novamente sem consultas aos sacerdotes, o único deus da seita ordenou ao rebanho pernambucano que se subordinasse à coalizão liderada pelo petebista Armando Monteiro, candidato a governador. O PT teve de conformar-se com a indicação de João Paulo, ex-prefeito do Recife ao Senado. A aliança forjada pelo genial intuitivo foi muito bem nos institutos de pesquisa. Pena que o eleitorado teime em discordar dos ibopes da vida. Escolhido por Eduardo Campos, o quase desconhecido Paulo Câmara massacrou Monteiro com um recorde nacional: 68% do total de votos.
O triunfo póstumo do governador abatido por um acidente aéreo foi ampliado pelos 64% do senador eleito Fernando Bezerra, que devolveu João Paulo às sessões de meditação, e pelo sumiço da bancada na Câmara: o PT não elegeu um único e escasso deputado federal. Pior ainda, o segundo turno da eleição presidencial pode tornar bem mais sombrio o opaco desempenho do PT em Pernambuco. Na primeira etapa, Marina Silva venceu com 48% dos votos, Dilma conseguiu 44% e Aécio amargou minguados 6%. O apoio público de Marina e da família Campos deverá, na pior das hipóteses, aumentar substancialmente a votação de Aécio e, como efeito colateral, reduzir o raquitismo do eleitorado tucano no Nordeste.
Somado ao naufrágio de Alexandre Padilha e Dilma Rousseff nas urnas de São Paulo, o fiasco de Lula na terra natal informa que a fábrica de postes não sobreviverá à remoção do que escurece o Planalto há quatro anos. Por falta de fregueses, a produção já foi interrompida. A hora da falência chegou.

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
O PSDB acompanha o escândalo de corrupção envolvendo um aliado do PT: o cantor Frank Aguiar (PMDB), vice do petista Luiz Marinho, prefeito de S. Bernardo e coordenador da campanha de Dilma em São Paulo. É acusado pela Polícia Civil de receber propina de um traficante internacional, Jailson Lopes de Souza, o “Jabá”, para lavagem de dinheiro. Sua prisão pode ser decretada a qualquer momento.
Frank Aguiar confirmou ter “comprado” do traficante uma casa de 949 metros² em São Bernardo. A polícia acredita em lavagem de dinheiro.
Policiais disseram ter sofrido pressão do ex-secretário de Segurança, Antônio Ferreira Pinto (PMDB), para parar o inquérito, aberto em 2011.
Sócio do doleiro Alberto Youssef, preso na Polícia Federal há 6 meses, o deputado Luiz Argôlo (BA) obteve 63 mil votos, mas não foi eleito.
A Petrobras ingressou com nova petição à Justiça Federal, dia 2, para ter acesso ao depoimento do ex-diretor da empresa Paulo Roberto Costa na “delação premiada”, no âmbito da Operação Lava Jato. O caso corre em segredo de Justiça e a Petrobras sabe disso, mas seus advogados insistem no acesso para “subsidiar” suas iniciativas na Justiça, “independente da veracidade”. Mas é tudo jogo de cena.
O Supremo, o Ministério Público Federal e a própria Justiça Federal já negaram acesso ao depoimento de Costa. E devem negar novamente.
A CPI e a CPMI da Petrobras, além de outros interessados, também já ingressaram na Justiça com pedido de acesso à delação de Costa.
Viúva de Eduardo Campos, d. Renata vai à reunião extraordinária da Executiva Nacional do PSB, nesta quarta-feira (8), quando deverá ser declarado apoio ao tucano Aécio Neves no segundo turno.
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) tem explicação para Dilma ter sido bem votada na Argentina, ao contrário dos demais países: “Até os brasileiros que moram lá torcem contra o Brasil…”, ironizou.
Eleitores do deputado Arthur Lira (PP-AL) ignoraram as acusações de seu envolvimento com o doleiro Youssef: foi reeleito com 98.231 votos.

NO BLOG DO CORONEL
A inflação dispara, o PIB cai para 0,24% e o país continua largado pela Dilma, que só pensa em continuar no poder para apaniguar milhares de petistas.

Focada na campanha pela reeleição, a presidente Dilma Rousseff (PT) afastou-se do Palácio do Planalto, seu local oficial de trabalho, nos últimos dois meses. Em agosto e setembro, ela foi ao local apenas em cinco ocasiões -- quatro no primeiro mês e uma no segundo --, de acordo com levantamento feito pela reportagem da Folha. 
A presidente tem recebido ministros e aliados no Palácio da Alvorada, a residência oficial. Em determinados encontros, assuntos de governo até são discutidos, mas em geral eles ocorrem para tratar da campanha eleitoral. O último dia em que Dilma esteve no Planalto foi 19 de setembro, para receber 24 atletas olímpicos e 36 paraolímpicos. 
Ainda no Planalto, Dilma recebeu em 1º de agosto o primeiro-ministro do Japão e, no dia 7, sancionou a lei que altera o Simples Nacional, em cerimônia que contou com vários empresários do setor. 
Em 14 de agosto, a presidente se reuniu no Planalto com grandes doadores de campanha. Ela recebeu Joesley Batista, do Grupo JBS, e Lázaro Brandão e Luiz Trabuco Cappi, do Bradesco. No mesmo dia, Dilma se reuniu com Mary Teresa Barra, CEO da General Motors, que anunciou investimentos no Brasil para os próximos anos. 
Em 25 de agosto, Dilma voltou ao Planalto para um encontro com dom Raymundo Damasceno Assis, presidente da CNBB. Nas próximas semanas, Dilma intensificará suas viagens pelo país devido à campanha eleitoral do segundo turno. Segundo a assessoria do Palácio do Planalto, a presidente tem trabalhado, realizado despachos internos e recebido ministros de Estado normalmente durante o período eleitoral. (Folha de São Paulo)

50 mil carteiros repudiam aparelhamento dos Correios pelo PT.
 

NOTA PÚBLICA
A Associação dos Profissionais dos Correios - ADCAP, entidade sem fins lucrativos fundada em 20/12/1986, sem vinculação a qualquer partido político, em virtude das últimas notícias divulgadas acerca do aparelhamento político da ECT, vem a público manifestar o que se segue:
a) Nos últimos anos o aparelhamento político da ECT se acentuou com as mudanças introduzidas no Manual de Pessoal em 2011, que permitiram o acesso às funções técnicas e gerenciais por empregados e pessoas estranhas aos quadros de pessoal da Empresa sem a observância dos imperativos de competência técnica e capacidade gerencial;
b) Em decorrência dessas alterações, 18 (dezoito) dos 27 (vinte e sete) Diretores Regionais da ECT são filiados ao Partido dos Trabalhadores;
c) Além disso, muitas outras funções são ocupadas por critérios políticos nas Diretorias Regionais e na Administração Central da Empresa;
d) Como exemplos desse aparelhamento, registre-se que enquanto mais de 50.000 mil Carteiros labutam diariamente em condições muitas vezes desfavoráveis por uma remuneração mensal de cerca de R$ 1.500 (um mil e quinhentos reais), outros Carteiros ligados à burocracia sindical e partidária ocupam elevadas funções em Brasília e nos diversos estados, alguns deles com remunerações superiores a R$ 20.000 (vinte mil reais);
e) O citado aparelhamento afeta também o Fundo de Pensão dos empregados dos Correios, o Postalis, frequentemente citado em notícias veiculadas pela imprensa contendo suspeitas de investimentos duvidosos e de operações fraudulentas;
f) O Postalis já acumula um déficit atuarial superior a R$ 2,2 bilhões em 2013/214, levando em breve a uma drástica redução dos salários e benefícios dos empregados e aposentados dos Correios e atingindo cerca de 500 mil pessoal, o que levou a ADCAP a solicitar à PREVIC, junto com outras entidades representativas de empregados, a intervenção no Postalis;
Diante do exposto, a ADCAP comunica que está avaliando as medidas judiciais cabíveis e que oportunamente se manifestará novamente sobre o assunto.
Atenciosamente,
Diretoria Executiva da ADCAP Nacional.

Pobre jornalismo brasileiro. Precisou um jornalista espanhol para dizer com precisão e leveza o que levou Aécio à vitória.

Em artigo publicado no El País, mais importante jornal espanhol, intitulado " O segredo da virada de Aécio Neves", Juan Arias escreve o que os jornalistas brasileiros sabem, mas têm medo de escrever, patrulhados pela esquerda nojenta que domina as redações. Leia abaixo. 
Aécio Neves não só foi a surpresa final deste primeiro turno das eleições presidenciais brasileiras como também sua vitória, maior do que a prevista em todas as pesquisas, deve-se a ele pessoalmente. Tratou-se quase de um fenômeno em termos de psicologia: sua capacidade de reação frente a uma derrota anunciada e de alguma forma já aceita até por seu partido.
Neves cresceu em vez de se apequenar quando o terremoto Marina Silva o esmagou de tal forma que ele foi inclusive aconselhado a desistir. Arregaçou as mangas e anunciou que seria o vencedor capaz de disputar um segundo turno contra a Presidenta candidata Dilma Rousseff, que era tudo o que o partido dela, o PT, não desejava.
Sua posição de terceiro na disputa, um candidato em quem ninguém apostava diante da força da ecologista Silva, o levou a reagir inclusive nos debates, que acabou vencendo.
Não sei se conscientemente ou não, o que garantiu a vitória a Neves foi o fato de ter aparecido em todas as suas manifestações exteriores, entrevistas e debates, como o mais brasileiro de todos os candidatos. Revelou isso de modo cristalino em sua despedida de um minuto e 40 segundos no último e mais importante dos debates televisivos, o da TV Globo, com 50 milhões de telespectadores.
Apesar de aparecer naquele momento como derrotado em todas as pesquisas, Aécio, ao contrário das suas duas adversárias principais, Rousseff e Silva, dirigiu-se à audiência com coração brasileiro, exalando confiança, ou seja, sem dureza, sem agressividade, agradecendo o carinho recebido em suas peregrinações pelo país, revelando sua vontade de prosseguir na disputa, e com a certeza da vitória.
Apresentou-se como candidato de todos os brasileiros, aos quais ofereceu certezas e capacidade de Governo, assim como a segurança de que possuía a receita para levantar o país da sua atual frustração. Emocionou-se e apelou à esperança hasteando a bandeira da mudança que a rua pedia. Foi naquela hora o único que acabou sendo aplaudido pela plateia presente.
Ex-senador e ex-governador do segundo Estado mais populoso do país, Minas Gerais, revelou em suas discussões com a candidata que liderava as pesquisas, Rousseff, sua capacidade dialética e uma forma firme, mas ao mesmo tempo brasileira, ou seja, não raivosa, de enfrentar suas adversárias políticas.
Aécio sempre foi criticado, quando na oposição, por não saber bater de frente com o governo. Atribuíam isso a esse espírito mineiro, mais propenso ao diálogo e aos acordos do que à guerra. Com esse espírito desarmado, enfrentou uma campanha levada a cabo sob o signo dos golpes baixos, sem se deter nem mesmo diante da mentira e das desqualificações pessoais.
Neves nunca caiu nessa armadilha e prosseguiu firme em seu esquema, convencido de que, apesar de ter sido quase selada sua derrota, ele continuava acreditando com fé firme em dar a volta por cima. Os votos reais, contrariamente ao que as pesquisas anunciavam até os levantamentos de boca de urna, o colocam a seis pontos da Dilma, muito pouco quando se pensa em como ele estava ao iniciar a aventura.
Dilma, que conseguiu menos votos do que na primeira vez em que foi escolhida, em 2010, agora enfrentará Neves, que aparece como surpresa ganhadora e que poderia contar a seu favor com até 60% dos votos da perdedora Marina.
Ele, que já foi surfista, lançou o slogan de que a “onda da razão” havia se erguido no mar da campanha, contra a onda do sentimento. Seu êxito consistiu em saber, com teimosia, querer ganhar. Também contribuiu para isso sua campanha propositiva e de esperança, as duas fibras do atual coração brasileiro: o afeto e ausência do medo e o sentimento dos brasileiros que, em junho de 2013, haviam começado a usar a razão para exigir um Brasil melhor, que é o que prometeu criar o candidato mineiro, prudente e ao mesmo tempo tenaz.

O PSDB derrotou o PT em São Bernardo do Campo, cidade onde o partido nasceu e onde mora o seu fundador, Luiz Inácio Lula da Silva, mais conhecido como Lula. No Pernambuco, estado natal do ex-presidente, o PT não elegeu nenhum deputado federal, não elegeu o senador e elegeu apenas três deputados estaduais. Uma catástrofe política. Aécio venceu Dilma em 88% das cidades paulistas e Alckmin perdeu para o PT em apenas um município entre os 645 do estado. As pesquisas, que davam até a possibilidade de Dilma vencer no primeiro turno, mostraram a candidata petista se arrastando no limite de 40%. Nunca o PT foi tão rejeitado. Tendo toda a máquina na mão, foi o partido que mais perdeu deputados, o que significa 18,6% a menos no fundo partidário, no tempo de TV e muito menos poder para negociar posições na Câmara dos Deputados. Há um antipetismo crescente tomando conta do Brasil. Com o mesmo tempo de TV, neste segundo turno, Aécio vai falar com os pobres em igualdade de condições, retirando as algemas do medo, colocado nos mais pobres pelos mentirosos que usam o Bolsa Família como instrumento de tortura contra dezenas de milhões de brasileiros. Ninguém aguenta mais as mentiras do PT. Ninguém aguenta mais a corrupção do PT. Ninguém aguenta mais os mensalões do PT. Ninguém aguenta mais a inflação do PT. Ninguém aguenta mais a recessão do PT. Durante todo o primeiro turno, eles esconderam a bandeira e o símbolo do partido. Agora ele será escancarado e o dedo será posto na ferida. É hora de cravar a estaca no coração destes vampiros que sugam os cofres públicos. Fora, PT!

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Guido Mantega é o primeiro caso da história de ex-ministro da Fazenda no cargo. Nunca antes na história deste mundo. Nessa condição, ele poderia ao menos ficar caladinho. Mas ele fala. Em “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, o narrador se diz “um defunto autor”, não um “autor defunto”. Como analista de política e de economia, Mantega é um “ministro defunto”, não um “defunto ministro”. Convenham: ninguém mais dá bola para o que diz, a não ser para escarnecer.
Nesta terça (07), o homem que erra previsões sobre economia mais do que institutos de pesquisa antevendo os votos de Aécio, veio a público para fazer um pouco de terrorismo eleitoral. Sabem como é… A desocupação é a morada do capeta. Eu, por exemplo, tenho três empregos. Ninguém me surpreende fazendo fofoca ou revelando nas redes sociais o que acabei de comer ou de ouvir. Não tenho tempo. Mas Mantega, sem nada para fazer, anda com tempo ocioso. Afirmou sobre Armínio Fraga, que será ministro da Fazenda de Aécio Neves se o tucano for eleito presidente:
“Me preocupa muito que o mesmo gestor da política monetária possa voltar e vá querer derrubar inflação com choque monetário, como foi feito no passado”.
Em primeiro lugar, quem disse que o Armínio, se ministro, dará um “choque monetário”? Isso é uma ilação maliciosa de um desocupado. Em segundo lugar, o ministro fala como se a taxa de juros no Brasil estivesse baixa, não é mesmo? É a maior do mundo em termos reais. A convergência maldita, senhor Mantega, é outra: os juros já estão lá na ponta do pavio, o crescimento na ponta oposta, e a inflação roçando o teto da meta. De fato, a gente não precisa de choque monetário, mas de outro governo, como até a presidente Dilma reconheceu, não é mesmo? É por isso que ela garantiu que, se reeleita, governará com ideias novas e pessoas novas. Estava, na verdade, mais uma vez, a afirmar que o senhor não fará parte da equipe. Então, ex-ministro, tenha a bondade de não fazer um papelão.
Continuando na sanha do terrorismo eleitoral, Mantega afirmou que a média das taxas de juros reais era de 15% no governo FHC, enquanto no governo petista, teria sido de 3,5%:
“Uma taxa de juros dessa magnitude acaba com o mercado de construção, o setor imobiliário, porque ninguém vai querer investir em imóveis se pode ter um lucro tranquilo em aplicações em títulos. Vai ser uma maravilha, ninguém vai precisar trabalhar — quem tem dinheiro. Você vai provocar uma recessão na economia.”
Em primeiro lugar, a taxa média de juros reais do governo petista entre 2003 e 2013 foi de 6,99%, o dobro do que disse Mantega. Com que dados trabalho? Vejam nota no pé da página (*). Em segundo lugar, é preciso saber que tipo de dificuldade viveu FHC e que tipo de dificuldade viveram os governos petistas. A tarefa de acabar com a hiperinflação ficou com o tucano. Os petistas, como sabemos, tentaram acabar com o Plano Real. Em terceiro lugar, um ministro da Fazenda deveria ter o bom senso de não se meter em terrorismo eleitoral.
Mantega, com a clareza habitual, ainda tentou fazer outra graça sobre o fato de os mercados terem reagido com euforia à notícia de que Aécio vai disputar o segundo turno: “Os mercados são muito espertos, mais do que você imagina. Eles buscam ganhar sempre, em todas as condições. Faz parte. Esse é, por definição, o objetivo. Se ele puder causar turbulência que favoreça a ele, ele vai.”
Que sutil esse Guido Mantega! Quando os mercados aplaudiam Lula, os petistas exibiam em suas páginas os elogios que lhe eram dirigidos por publicações especializadas. Que bom que o ministro reconhece que os mercados querem “ganhar sempre”. Estranho seria se quisessem perder. Ocorre, ex-ministro Mantega, que aquilo a que chamam, muitas vezes, de “especulação” é só um movimento defensivo dos agentes econômicos para se proteger de governos irresponsáveis.
Faço uma pergunta ao ex-ministro Mantega, não ao cabo eleitoral: “Por que não se cala?”
*
(*) Para chegar à taxa média de juros reais dos anos petistas trabalhei com os seguintes dados: 2003 (9,4%); 2004 (11,2%); 2005 (11,4%); 2006 (7,9%); 2007 (7,7%); 2008 (6,9%); 2009 (9,8%); 2010 (6,2%); 2011 (4,5%); 2012 (1,8); 2013 (4,09%). Eles representam a taxa nominal (swap de 360 dias), deflacionada pela mediana da expectativa de inflação para os 12 meses seguintes. Período: 2003 a 2013, no dia 31 de dezembro de cada ano.

Na VEJA.com:
O procurador da República, Frederick Lustosa de Mello deu prazo de trinta dias para que a presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) dê explicações sobre a acusação de uso político dos Correios em benefício de sua campanha à reeleição. Uma investigação preliminar foi instaurada pela Procuradoria da República no Distrito Federal, a partir de representação do PSDB.
O partido afirma que os Correios entregaram 4,8 milhões de panfletos da petista sem chancela ou estampa digital. Além disso, enviaram vídeo em que o deputado estadual Durval Ângelo (PT-MG) foi gravado em vídeo dizendo que Dilma só aumentou suas intenções de voto em Minas Gerais porque “tem dedo forte dos petistas dos Correios” atuando na campanha.
O procurador avaliará se há indícios de improbidade administrativa na conduta dos envolvidos no caso. Caso entenda que sim, abrirá inquérito para aprofundar as investigações. Além de Dilma, o procurador também pediu explicações do deputado Durval Ângelo, do presidente dos Correios, Wagner Pinheiro de Oliveira, e dos diretores regionais José Pedro de Amengol Filho (Minas), Divinomar Oliveira da Silva (Interior de São Paulo) e Wilson Abadio de Oliveira (Grande São Paulo).
O ofício endereçado para Dilma ainda precisa ser analisado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que decidirá se vai remetê-lo ou não para a presidente. No entanto, é praxe o envio com pedido de explicações. Até esta terça-feira (07), o documento ainda estava na procuradoria da República do DF e não havia chegado ao gabinete de Janot.
O PSDB acusa a campanha da presidente Dilma de infringir os artigos 332 e 377 do Código Eleitoral, que caracterizam como crime impedir o exercício de propaganda política – o candidato da oposição, Aécio Neves (PSDB), acusa os Correios de não entregar panfletos de sua campanha em Minas. A legislação citada pelo partido também prevê como crime o uso de empresas públicas para beneficiar partido ou organização de caráter político. A pena é de detenção por até seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.

Por Daniel Haidar, na VEJA.com:
A Polícia Federal intimou empreiteiras que fizeram pagamentos ao doleiro Alberto Youssef e ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. A intimação foi divulgada nesta terça-feira (07). O objetivo é dar chance de “colaboração espontânea” para as empresas responsáveis por abastecer o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro descoberto na operação Lava Jato, que movimentou mais de 10 bilhões de reais. Sócios e executivos das empreiteiras são investigados em inquéritos em andamento na Polícia Federal e terão de apresentar documentos e justificativas para os pagamentos.
De acordo com as investigações, Costa e Youssef organizaram um esquema de desvio de recursos da estatal para enriquecimento próprio e para abastecer o bolso de políticos e partidos da base aliada. Isso era feito com a assinatura de contratos fictícios, simulando a prestação de serviços entre empresas de fachada e as empreiteiras envolvidas, sempre com a finalidade de dar aparência legítima ao dinheiro desviado. Como revelou VEJA, o ex-diretor Paulo Roberto Costa apontou pelo menos três governadores, um ministro, seis senadores, 25 deputados federais e três partidos políticos (PT, PMDB e PP) como beneficiados pelas verbas desviadas. Eles recebiam 3% de comissão sobre o valor de contratos da petrolífera, de acordo com os depoimentos de Costa prestados no acordo de delação premiada.
A polícia aperta o cerco contra os corruptores. Como revelou o site de VEJA, só o grupo Mendes Júnior, por exemplo, transferiu mais de 3,8 milhões de reais, obtidos em obras da Petrobras, para contas de empresas de fachada do doleiro Youssef. A construtora Mendes Júnior foi uma das empresas intimadas a “explicitar a natureza dessas transferências e fornecer a documentação pertinente, inclusive quanto a execução do objeto do contrato, em sendo o caso”.
Também foram intimadas: OAS Engenharia, Engevix, Unipar, Galvão Engenharia, Investminas Participações, Tipuana Participações, Phisical, Projetec Projetos, Coesa Engenharia, Metasa Indústria de Metais, Construtora OAS, JSM Engenharia, Astromarítima Navegação, Hope Recursos Humanos, Constran, UTC Participações, Consórcio RNEST, Empresa Industrial Técnica e Arcoenge. Com a confissão de crimes pelo ex-diretor, fica mais complicada a tentativa de justificar os pagamentos como remuneração de serviços legítimos.

NO BLOG DO JOSIAS
Marcello Casal/ABr
O PT alcançou em São Paulo algo muito difícil de ser obtido em política: uma hegemonia de fracassos. Passou um vexame histórico na disputa pelo cargo de governador, perdeu a única poltrona de senador que estava em jogo e micou em 14 cadeiras de deputado —oito estaduais e seis federais.
Como se fosse pouco, o PT tomou uma coça na briga presidencial: derrotado em Minas Gerais, o mineiro Aécio Neves obteve em São Paulo quase o dobro dos votos amealhados por Dilma Rousseff—10,15 milhões (44,22%) contra 5,92 milhões (25,82%).
Em reunião prevista para esta quinta-feira (9), dirigentes do PT devem fazer um inventário do estrago. Diz-se que Lula dará as caras. Prevê-se que passará uma carraspana na companheirada. Cobrará sangue, suor, trabalho duro nas ruas e lágrimas para o segundo turno presidencial.
Antes de seguir para o encontro com os correligionários, Lula deveria fazer uma introspecção diante do espelho. Talvez enxergue o reflexo de um culpado. Levando a experiência a sério, perceberá que a pose de eletricista não lhe cai bem. Seu papel é o de presidente do apagão eleitoral.
Lula atravessou no caminho dos nomões do PT paulista o ‘poste’ Alexandre Padilha. Não conseguiu eletrificá-lo. E, na véspera da eleição, passou a conta adiante: “O partido precisa voltar a ocupar as ruas desse país como sempre fizemos. O lugar do PT não é no gabinete, é na rua, conversando com o povo…”
O morubixaba do PT bem sabe: há pouco petista sacudindo bandeira voluntariamente na rua porque aquela velha centelha do olhar dos militantes agora brilha nas ‘boquinhas’, não nas ruas —só no plano federal, há mais de 20 mil dessas 'boquinhas'. Isso sem mencionar os ‘petrobocões’.
Em maio passado, ao discursar no 14ºEncontro Nacional do PT, Lula como que desafiou o partido: “Junto com a eleição da Dilma, nós temos que fazer um processo de recuperação da imagem do PT, mas, sobretudo, precisamos fazer uma campanha para construir uma nova utopia na cabeça de milhões e milhões de jovens brasileiros”.
A certa altura, Lula estabeleceu uma comparação entre o PT que ele fundou em 10 de fevereiro de 1980, e a legenda que ocupa a Presidência da República há 12 anos:
“Nós criamos um partido político foi para ser diferente de tudo o que existia. Esse partido não nasceu para fazer tudo o que os outros fazem. Esse partido nasceu para provar que é possível fazer política de forma mais digna, fazer política com ‘P’ maiúsculo.”
Lula prosseguiu: “Nós precisamos voltar a recuperar o orgulho que foi a razão da existência desse partido em momentos muito difíceis, porque a gente às vezes não tinha panfleto para divulgar uma campanha. Hoje, parece que o dinheiro resolve tudo. Os candidatos a deputado não têm mais cabo eleitoral gratuito. É tudo uma máquina de fazer dinheiro, que está fazendo o partido ser um partido convencional.”
Bingo! Partido rico contrata militantes assalariados. Mas seus dirigentes podem acabar na penitenciária da Papuda, suas arcas um dia acabam secando e seus candidatos, conforme acaba de sinalizar o eleitor paulista, acabam sem votos.
No discurso de cinco meses atrás, Lula dedicou-se a confundir a plateia. Poucos parágrafos depois de ter reduzido o petismo a “uma máquina de fazer dinheiro” ele saiu em defesa da Petrobras:
“Não é possível aceitar gratuitamente a tentativa da elite brasileira de destruir a imagem da empresa que durante tantos anos é motivo de orgulho para o nosso povo”, disse. Hoje, as eleições gerais, inclusive a presidencial, ocorrem sobre um barril sigiloso de óleo queimado. Só vai explodir na cara do eleitor que, desavisado, tiver o azar de entregar o voto a futuros réus.
O Lula de maio também considerou inaceitável a “perseguição” que a mídia golpista faz ao PT. “Há um processo em andamento que chega a ser uma perseguição ao nosso partido”, disse ele. “Parece que é uma coisa pessoal contra o José Dirceu, contra o José Genoino, contra o João Paulo, contra o Delúbio ou contra qualquer companheiro.”
Considerando-se a (i)lógica do discurso de Lula, o PT tornou-se um fiasco em São Paulo porque perdeu a vergonha e o nexo. Ao empurrar Alexandre Padilha para a terceira colocação numa eleição vencida por um Geraldo Alckmin às voltas com um cartel de metrô e com uma crise hídrica, a plateia alerta: se não acordar, o PT será desligado da tomada e submetido a um racionamento de votos.
Aécio prevaleceu sobre Dilma em 88% municípios de São Paulo. Entre eles Santo André, São Caetano do Sul e São Bernardo do Campo, três joias do ABC paulista, berço político de Lula, do PT e da CUT. Lula ainda não se deu conta. Mas, sob o breu das urnas de 2014, seu Palácio de Inverno começou a ser invadido.


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