DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 18-9-2014
NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Foi tudo uma encenação patética: apresentado como “homem-bomba”, o potencial “explosivo” do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa mais se assemelhou a um “traque”, trouxinha inofensiva utilizada por crianças nos festejos juninos do Nordeste. O ex-diretor entrou mudo e saiu calado da CPMI, proporcionando alívio em boa parte do plenário, onde estavam alguns suspeitos do Petrolão dos governos Lula e Dilma.
Tropa de choque do Planalto estava pronta para “blindar” o governo, caso o delator jogasse a roubalheira da Petrobras no ventilador.
Envolvidos até o pescoço, parlamentares do PT e PMDB atuaram para impedir tentativa da oposição de ouvir o ex-diretor em reunião secreta.
Conexões de Marcos Valério, do mensalão do PT, assombram o PSDB na sucessão estadual, em Minas. Indiciado pela PF por ter recebido R$ 300 mil, o candidato Pimenta da Veiga (PSDB) mudou a versão que apresentou dois anos depois, ao retificar o imposto de renda de pessoa física: a grana seria pagamento de consultoria, por meio de “pareceres verbais”. Agora, ele atribui a consultoria a sua “pessoa jurídica”.
Belém se viu mergulhada nas trevas desde terça-feira, sem internet, sem celular, sem acesso a pagar contas com cartão de crédito ou débito, nem fazer saques nos caixas. Caos total. E sem explicações.
Passeata do PT no início da noite, ontem, em Brasília, parecia desfile de servidores do governo do DF. Sempre ausente onde é necessário, o Detran-DF se fez representar por cinco viaturas e mais cinco motos.
NO BLOG DO NOBLAT
Fausto Macedo e Mateus Coutinho, Estadão
A Justiça Federal no Paraná condenou a 4 anos e 4 meses de prisão o doleiro Alberto Youssef pelo crime de corrupção ativa no âmbito do caso Banestado – escândalo de evasão de divisas nos anos 1990. Alvo da Operação Lava Jato – investigação sobre lavagem de R$ 10 bilhões e corrupção na Petrobras – Youssef sofria ainda acusação por seu vínculo com o caso do antigo banco do Estado do Paraná.
Neste caso, ele foi condenado porque obteve, em agosto 1998, empréstimo fraudulento de US$ 1,5 milhão para a Jabur Toyopar Importação e Comércio de Veículos Ltda. no Banestado, agência de Grand Cayman, mediante pagamento de propina de US$ 131 mil ao então diretor de Operações Internacionais da instituição financeira. Esse valor, segundo o Ministério Público Federal, foi repassado para uma “campanha eleitoral” de 1998.
Doleiro Alberto Youssef - Foto: Agência Senado
NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Marina Silva não pode reclamar de falta de sorte. E não estou tentando ser nem engraçado nem sinistro. Não me refiro à queda do avião, não, mas aos “inimigos” que começam a se apresentar. Convenham: nem num sonho bom um candidato à Presidência receberia um ataque feroz de José Sarney, o homem que não vai concorrer à reeleição no Amapá porque seria derrotado. Marina recebeu nesta quarta um presente divino.
Sarney subiu no palanque de Lobão Filho (PMDB), no Maranhão, que vai perder a eleição no primeiro turno para Flávio Dino, do PC do B, e esculhambou a candidata do PSB à Presidência. Leiam o que disse na noite de terça-feira:
“A dona Marina, com essa cara de santinha, mas [não tem] ninguém mais radical, mais raivosa, mais com vontade de ódio do que ela. Quando ela fala em diálogo, o que ela chama de diálogo é converter você”.
Vocês sabem como sempre digo tudo, mesmo correndo o risco de aborrecer, né? Pode até concordar com Sarney em certos aspectos, mas olhem quem está falando… Sim, é verdade, o seu nome vive sendo citado pela turma de Marina como símbolo do que se deve evitar em política. Mas me digam: a esta altura, que força política relevante e com um mínimo de seriedade, discordaria?
Receber essa crítica do velho coronel do Maranhão chega a ser uma láurea, uma condecoração. E ele seguiu adiante, animado pelos gritos de “guerreiro do povo brasileiro”, vindos de uma plateia rigidamente controlada:
“Ela [Marina] pensa que o mundo tem duas partes: uma condenada à salvação e outra à perdição”.
De fato, o mundo não está condenado a essas duas partes, mas o fato é que a política da família Sarney no Maranhão está condenada pela história e pelos números. Depois de cinquenta anos submetido às vontades do clã, o estado exibe os piores indicadores sociais do país — embora, nem de longe, enfrente as condições naturais mais adversas. O mal do Maranhão é humano. Não vem da natureza nem dos céus.
A partir de amanhã (18), Marina já pode exibir o seu galardão: Sarney não quer que ela seja presidente. É um trunfo eleitoral gigantesco.
NO BLOG DO CORONEL
Foi na região Sul que Aécio Neves (PSDB) mais ampliou a sua intenção de voto, tirando apoio principalmente da candidata Marina Silva (PSB). O tucano ampliou em 6 pontos percentuais a sua intenção de voto, passando de 17% para 23%, no comparativo da pesquisa Ibope realizada no dia 7 e o levantamento divulgado na noite desta terça-feira.
Em sentido inverso, Marina caiu de 34% para 26% no Sul, uma redução de 8 pontos percentuais. Nessa região, Dilma Rousseff (PT) também caiu, mas num ritmo menor, passando de 37% para 34%. Embora Aécio tenha crescido mais sobre o eleitorado de Marina, parte de quem preferia a candidata do PSB no Sul decidiu migrar para o grupo dos indecisos, que cresceu 4 pontos percentuais, passando de 5% para 9%.
Já nas regiões Nordeste, Centro Oeste e Norte Dilma apresentou uma forte variação negativa, redução de 9 e 12 pontos percentuais. Nessas duas regiões, Aécio e Marina registraram variação positiva, indicando que eles estão conseguindo tirar votos da candidata do PT nessa região. No Sudeste, Marina variou negativamente (queda de 4 pontos percentuais), enquanto Dilma e Aécio tiveram crescimento de 4 e 3 pontos percentuais respectivamente. (O Globo)
Escolas sem biblioteca, água filtrada, energia elétrica e rede de esgoto. Essa é a realidade de pelo menos 508 escolas rurais brasileiras, localizadas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Não bastasse, essas instituições exibem taxas de aprovação e abandono escolar em níveis muito distantes do minimamente adequado.
Essa avaliação faz parte de um estudo do Instituto de Estudos e Pesquisas Sociais e do Agronegócio (Instituto CNA) feito com base nos microdados do censo escolar de 2012, do Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia vinculada ao Ministério da Educação. No estudo, realizado no âmbito do Observatório das Desproteções Sociais no Campo do Instituto CNA, essas 508 escolas rurais são classificadas “esquecidas”.
Localizadas em 11 Estados do país, “essas unidades escolares apresentam baixo desempenho escolar, precária estrutura física e demanda mais investimentos do poder público”, avalia o estudo. De acordo com a metodologia da pesquisa, foram classificadas como “esquecidas” as escolas rurais que apresentam taxa de abandono superior a 5% e taxa de aprovação igual ou inferior a 80%. Além disso, as escolas também não têm nenhum dos itens básicos de infraestrutura considerados pelo estudo: biblioteca, computador, televisão, antena parabólica, videocassete ou DVD, água filtrada para os alunos, energia elétrica e rede de esgoto sanitário.
Conforme o Instituto CNA, as 508 escolas representam 0,7% do universo total de escolas rurais, que é de 75,6 mil, conforme os dados do Inep. O Pará é o Estado que mais tem escolas “esquecidas” com 208 unidades, seguido de perto pelo Estado do Amazonas, que teve 202 escolas enquadradas na lista do Instituto CNA. Acre, Rondônia, Roraima, Maranhão, Amapá, Piauí, Bahia, Pernambuco e Mato Grosso também têm escolas rurais “esquecidas”.
De acordo com o Instituto CNA, 46,7% das 508 escolas rurais “esquecidas” estão em áreas diferenciadas, tais como terras indígenas, áreas de assentamentos e remanescentes de quilombos, além de unidades de uso sustentável. A maior parte (53,3%), porém, não está em área considerada diferenciada.
Conforme os dados do estudo, a taxa média de aprovação dos alunos nessas 508 escolas “esquecidas” é de 60,9%, enquanto que a taxa de abandono é de 22,9%.Todas as escolas são de ensino fundamental. Para se ter ideia do problema, a taxa média de aprovação das mais de 75 mil escolas rurais brasileiras é de 86,7% e a taxa média da abandono, de 3,8%.(Valor Econômico)
NO BLOG DO JOSIAS
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