DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 05-9-2014

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Foto: Margarida Neide/Ag. A Tarde/Folhapress
Licenciado do emprego de camelô de empreiteiro para caprichar no papel de animador de comício, Lula aproveitou a escala em Salvador, nesta quarta-feira, para engordar o monumental acervo de bravatas, bazófias, vigarices e tapeações eleitoreiras. Primeiro, o Exterminador do Plural contou que escolheu Dilma Rousseff, em 2010, porque só o neurônio solitário conseguiria enfrentar a marolinha a que se referiu na Bahia como “uma crise econômica sem precedente na história mundial”. Em seguida, canonizou a sucessora pela consumação de dois milagres: “manter os emprego e estabilizar a inflação”.
“Ninguém está crescendo mais que o Brasil, a não ser quatro países e que pertencem ao G20″”, mentiu o fabricante de postes antes de recomeçar a guerra do eu contra eles. ”Tudo que eles têm medo é saber que, a Dilma eleita, eles fica dizendo: ‘Dilma vai ser reeleita para ficar mais quatro ano e depois vem um tal de Lula e vai ficar mais quatro?’ Uma coisa eu digo para vocês: em 2018, eu vou estar com 72 anos. Enquanto eu tiver força para brigar por esse país, eu não vou permitir que aqueles que não fizeram nada pelo Brasil em 500 anos voltem”.
Zanzando pelo palco, ocorreu-lhe a má ideia de cumprimentar a turma na fila do gargarejo. Ao curvar-se, escorregou e caiu do palanque. A crescente repulsa ao PT, captada por todas as pesquisas eleitorais, avisa que a queda de Lula foi mais que um acidente. Foi um presságio.

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
O PT vive maus bocados. Como se não bastasse Marina (PSB) dando um calor na nuca de Dilma (PT), na corrida presidencial, as pesquisas mostram chances modestas para candidatos petistas nos estados. Há o risco de o PT ser “varrido” de quase todos os governos estaduais que o partido conquistou. Dos cinco governadores eleitos pelo PT em 2010, apenas Tião Viana, do Acre, tem chances reais de vitória no 1º turno.
Candidato ao governo do DF à frente nas pesquisas, mas “pendurado” na Justiça, José Roberto Arruda (PR) gosta de cutucar magistrados que julgam seus processos. Primeiro, tentou desqualificar o juiz Álvaro Ciarlini, que o condenou por improbidade, mas perdeu no Tribunal de Justiça. Ontem, tentou afastar o ministro Napoleão Nunes da relatoria de processo contra ele no Superior Tribunal de Justiça. Perdeu de novo.
Tem gente que “morre” como peixe: pela boca. Dias atrás, um vídeo mostrou Arruda contabilizando votos de ministros no TSE. Pegou mal.
Arruda enfrentará julgamentos no STJ e no Tribunal Superior Eleitoral, na próxima semana, que definirão seu futuro.
Lula já não sabe o que fazer para melhorar o desempenho do PT, Brasil afora. Está feia a coisa. Ele vem socorrendo campanhas petistas nos Estados, inclusive com sacrifício pessoal, mas isso não tem sido suficiente para afastar o que ele chama de “cheiro de derrota”.
Marina deixou mesmo o PT desnorteado. Ontem (04), o partido trombeteava em Pernambuco: “Hoje é dia de vermelho: tem Lula em Petrolina!” Com direito ao jingle “Lulalá”, de 1989. Sobre Dilma, nada.
O ministro Luís Roberto Barroso (STF) dava aula sobre “Judicialização da Política” para alunos da Faculdade de Direito da USP, e arrancou gargalhadas ao afirmar que “a Constituição brasileira só não traz a pessoa amada em três dias, mas, fora isso, quase tudo está lá”.
As vendas de automóveis “nacionais” continuam despencando, mas as montadoras insistem em não reduzir seus preços, tampouco melhorar a qualidade dos produtos. Preferem apostar em nova renúncia fiscal.
Na último domingo o Sindicato dos Policiais Federais confirmou a morte do agente da Polícia Federal Marcelo Clay Chen. Segundo relatório, Chen se enforcou em casa. É o 16º suicídio na PF nos últimos anos.
Piada na internet: “Marina Silva poderá ficar inelegível! É que, segundo o Ibama, ela abateu um tucano e liquidou uma anta em uma semana”.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se desequilibrou e caiu no palco durante um comício do PT, em Salvador, na última quarta-feira (03). (Margarida Neide/Agência A Tarde/VEJA)
O lobo perde o pelo, mas mantém o vício, não é mesmo? As recentes pesquisas do Ibope e do Datafolha deram algum ânimo aos petistas. E, como não poderia deixar de ser, o mais arrogante, como de hábito, é Lula, o palanqueiro. Nesta quarta-feira à noite (03), ele participou de um comício na Bahia, mais um Estado em que o PT pode ser apeado do poder. E mandou bala, dando a entender que pode voltar em 2018: “Eles devem se preparar porque eu vou estar vivo. Eles ficam dizendo: ‘Dilma vai ser reeleita para ficar mais quatro anos e depois vem um tal de Lula e vai ficar mais quatro?’ É muito cedo para a gente discutir, mas uma coisa eu digo para vocês: em 2018, eu vou estar com 72 anos. Enquanto eu tiver forças para brigar por esse país, não vou permitir que aqueles que não fizeram nada pelo Brasil em 500 anos voltem”. Depois de fala tão iluminada, ele tropeçou e caiu no palco, sem se ferir.
Pois é, né, Lula? Para cair, basta estar de pé. Este senhor acha mesmo que controla a força dos astros, da natureza, as vontades humanas, a história… Notem o tom: o chefão petista acha que a eventual volta ao poder daqueles que ele considera adversários depende da sua vontade. A fala é de uma arrogância sem limites.
Boa parte do país, diga-se, está com o saco cheio é precisamente disto: empáfia, bazófia, o permanente tom de ameaça. Eis ali, de novo, o discurso insuportável, mentiroso, vigarista, acusando os tais que não teriam feito nada em 500 anos. Se o PT tivesse vencido a batalha contra o Plano Real, em 1994, o Brasil seria hoje não um gigante meio entorpecido, mas um gigante destroçado. Se o PT tivesse vencido a batalha contra as privatizações, em vez de mais de 240 milhões de celulares, estaríamos nos comunicando com tambor e sinais de fumaça. Se o PT tivesse vencido a batalha contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, as finanças públicas — que já vivem uma razoável desordem — estariam, de fato, destroçadas.
Quem esse cara pensa que é para julgar que a história do Brasil se divide em antes e depois do PT? Conheço pessoas às pencas que detestam o partido, mas têm igual horror — ou até mais — ao discurso de Marina Silva. Há muita gente assim e que até poderia votar em Dilma, reconhecendo na presidente um pouco mais de objetividade, caso ela realmente dispute o segundo turno com a candidata do PSB. Mas aí vem Lula, com a sua carga de rancor, de preconceito, de simplificação barata.
As circunstâncias foram escancaradamente didáticas com Lula: escorregou e caiu logo depois de assegurar que é o dono do futuro e da história. Ninguém é, Lula. Ninguém!

Leiam trecho da coluna da Folha:
Por mais que alguns torçam por isto, ainda não chegou a hora de eu ir criar galinhas, mas a tentação é grande. Às vezes, vem aquela preguiça enorme, a acídia, que alguém definiu certa feita como “entristecer-se do bem divino”… O Brasil fica muito chato com os mortos que procriam, a reivindicar mais quatro anos para que possam fabricar mais 40 de atraso. A alternativa são ilusões redentoras não menos defuntas a disputar um lugar no futuro. Não nos dispersemos, no entanto. Mas sem essa de “vamos juntos, de mãos dadas”. Tou fora! Pensamento em grupo é formação de quadrilha intelectual.
Não achei que viveria o bastante para ver um argumento meu no horário eleitoral do PT, mas vi. Justo eu, o cara que cunhou o termo “petralha”, que foi parar na lista negra, elaborada pelo sr. Alberto Cantalice, chefão do partido, das nove pessoas que fazem mal ao país. Sabem como é… Não sou herói do povo brasileiro, como José Dirceu e Delúbio Soares. Só dois presidentes foram eleitos acima dos partidos, notei no meu blog: Jânio Quadros e Fernando Collor. O primeiro deu no que deu. O segundo também. É claro que eu estava criticando o discurso de Marina Silva. Os petistas gostaram e levaram a observação ao ar. Franklin Martins e os blogueiros sujos não conseguiram ter uma ideia melhor do que a minha. O ex-ministro estava ocupado demais escrevendo asnices no site “Muda Mais” sobre a independência do Banco Central…
“Terrorismo!”, gritaram os marineiros. Não! É história. O chamado “Eixo 01″ do programa de Marina, intitulado “Estado e Democracia de Alta Intensidade”, deixa no chinelo o Decreto 8.243, o destrambelho de sotaque bolivariano de Gilberto Carvalho –Dilma só é a “laranja” da proposta. Lá no tal “eixo” está escrito que “a política brasileira vive, atualmente, uma das crises de legitimidade mais agudas da democratização”. E o texto prossegue: “Tornou-se comum a ocupação do espaço público por cidadãos que não pretendem mais delegar tudo a seus governantes”. Então tá.
(…)
É um escândalo intelectual que aquela glossolalia autoritária, disfarçada de “democracia de alta intensidade”, não tenha sido destrinchada pela imprensa. Em vez disso, preferiu-se dar destaque à religiosidade de Marina. Suas considerações sobre o universo LGBT –e não consigo, de fato, imaginar nada mais urgente no Brasil…– em nada diferem, em substância, das feitas por Dilma ou Aécio. Mas a máquina de difamação petista resolveu caracterizá-la como homofóbica. Parece que ela lê a Bíblia antes de tomar decisões. E daí? Logo se viu nisso um mal terrível. Bem fazia Stálin, por exemplo, que lia livros de linguística antes de mandar matar.
Acreditar em Deus nunca foi um problema no Brasil. Não acreditar em Deus nunca foi um problema no Brasil. Só a democracia, que deu à luz Dilma e Marina, pode salvar crentes e ateus das tentações do demônio do autoritarismo.
Leiam a íntegra da coluna na Folha

O PT resolveu partir para a guerra total contra Marina Silva, candidata do PSB à Presidência da República. Se alguém imaginava que ela pudesse ser poupada em razão de seu passado e de seus vínculos históricos com o partido, é porque não conhece a legenda, que costumo definir como uma máquina de lavar reputações duvidosas ou de sujar trajetórias ilibadas. Tudo depende de quem será o beneficiário ou a vítima. É um ex-inimigo que decidiu se ajoelhar aos pés de Lula? Pronto! Vira santo! Tomem o caso de José Sarney. É um ex-amigo que decidiu ficar com a coluna ereta diante do poderoso chefão? Pronto! Vira bandido. É assim que eles são. Dia desses, quase ao mesmo tempo, Dilma Rousseff elogiou Jader Barbalho e atacou FHC. Entenderam?
Pois é. Ao PT não basta apenas discordar das teses de Marina, tentar demonstrar que ela não tem experiência, que suas propostas podem fazer mal ao Brasil. Tudo isso é do jogo político. E não é o caso de a candidata do PSB ter queixo de vidro. Está na arena. Não custa lembrar que Marina também é muito eficiente para criar pechas e tachas contra adversários. Se o petismo é o petismo, no entanto, é preciso desmoralizar o oponente também no campo moral. O mais espantoso é que essa estratégia é confessada por um dos assessores de Dilma (leia post anterior), sem constrangimento, sem receios.
Eu mesmo já perguntei do que vivia Marina Silva. Agora sei que há as palestras. A explicação do PSB parece razoável (ver post). Dividindo-se o valor líquido pelo número de meses, a conta não deve ser muito diferente da que foi apresentada: algo em torno de R$ 25 mil por mês. Que mal há que seja de palestras? Nenhum? Aliás, Luiz Inácio Lula da Silva, com amplo acesso ao governo federal, ganhou o que recebeu Marina por não mais do que três ou quatro eventos. E ele também não gosta de revelar suas fontes pagadoras.
É evidente que, em parte, Marina é refém do seu próprio discurso. O grau de transparência que ela diz advogar — tão severa com os outros — requer um pouco mais de prudência com as coisas que lhe dizem respeito. Ora, o avião de Eduardo Campos segue aí, sem explicação. A candidata também cometeu um erro político quando, dado o lugar que pretende ocupar no mercado das ideias, se negou a revelar quem a contratou. Expunha-se, assim, à especulação.
E, como não observar?, chega a ser uma piada patética que o PT esteja a pedir investigação sobre rendimentos alheios, levantando a hipótese de que possa se tratar de caixa dois, não é mesmo?
Há, reitero, muitos aspectos na candidatura de Marina não são do meu agrado. E eu os exponho com clareza. Mas não é bonito assistir a esse espetáculo de moer biografias a que o petismo se dedica com tanto afinco. Não contem com a minha condescendência nesse tipo de pulhice, ainda que Marina não esteja entre as minhas heroínas. Todos já assistimos a esse filme. O país paga o preço de essa estratégia ter sido bem-sucedida no passado.

NO BLOG DO CORONEL
O criador e a criatura em plena campanha mentirosa
A campanha de Dilma Rousseff já ensejou que Aécio Neves ironizasse o seu conteúdo, dizendo que todo mundo quer morar na propaganda do PT. Os números são maquiados e personagens são criados para chorar na TV, dizendo o quanto os programas sociais mudaram as suas vidas. Chegam a ser contadas estórias de jovens que vieram de uma família que recebia Bolsa Família, fizeram o Pronatec, arranjaram um emprego espetacular, ingressaram na universidade pelo Prouni e agora já estão comprando um apartamento do Minha Casa, Minha Vida. As mentiras saem encadeadas, uma verdadeira quadrilha de inverdades.
Ontem Dilma reforçou este que é o seu principal programa para esta reta final das eleições: o "Minha Campanha, Minha Mentira", afirmando que os seus dois principais adversários na disputa eleitoral, Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) querem acabar com o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, uma das principais bandeiras de sua gestão. Segundo ela, os adversários querem acabar com os subsídios do governo federal e diminuir a participação dos bancos públicos no financiamento habitacional, o que inviabilizaria a manutenção do programa.
"Querem acabar com o programa", disse a presidente a jornalistas em Fortaleza, depois de visitar um conjunto habitacional que está em obras e deve ficar pronto em 2015. "Na prática eles são contra." Antes, Dilma disse estar preocupada com a política habitacional defendida pelos adversários, que prejudicaria os mais carentes. As famílias que ganham até R$ 1,6 mil, afirmou, não teriam como pagar a prestação das moradias propostas por Aécio e Marina.
As declarações de Dilma seguem a estratégia do medo usada pela campanha petista, de vincular seus adversários ao risco de um governo instável e ao retrocesso dos ganhos sociais. Dilma disse que Marina deve acabar com a política industrial do país, e a propaganda eleitoral comparou-a com os ex-presidentes Jânio Quadros e Fernando Collor de Mello, que não terminaram seus mandatos. Resta saber até onde vai a capacidade de mentir da candidata petista.

Em janeiro passado, o blog publicou este post. Vale a pena ler de novo e ver o tamanho do crime cometido pelo governo brasileiro contra o Tesouro Nacional. E desmascarar as mentiras que Dilma conta para justificar a doação de mais de R$ 2 bilhões para a ditadura assassina de Cuba.

NO BLOG DO JOSIAS
Diante do risco de perder a Presidência da República e passar um vexame histórico no maior colégio eleitoral do país, Lula chamou para os petistas que disputam votos em São Paulo e os coordenadores de campanha uma reunião, nesta sexta-feira. A 30 dias da eleição, o morubixaba petista entra no circuito para “acordar” o partido.
Nas palavras de um dirigente petista, Lula quer que a infantaria da legenda “dê o sangue” por Dilma Rousseff e Alexandre Padilha. A primeira está sob ameaça de perder a poltrona de presidente para Marina Silva, num provável segundo turno. O outro concorre ao governo de São Paulo estacionado abaixo dos 10% nas pesquisas, bem distante dos patamares históricos do PT.
A conversa de Lula com o petismo ocorrerá no Anhembi, às 17h. No mesmo local, também nesta sexta, o presidente do PT federal, Rui Falcão, reunirá às 10h o diretório nacional da legenda. A pauta é a mesma: análise da conjuntura e montagem da estratégia para o último mês do primeiro turno da eleição presidencial.
Engolfado por uma onda de rejeição, o PT atravessa uma quadra delicada. Seu discurso, antes centrado na moralidade e na prosperidade, exauriu-se no mensalão e na estagnação econômica. Sua pujança, outrora potencializada pelas ações coletivas, foi à breca nas antipatias que o temperamento áspero de Dilma produziu.
No momento, impera no partido o que um velho cacique do PMDB chama de Lei de Murici: cada um cuida de si. A tênue reação de Dilma na última rodada de pesquisas deu argumentos a Lula e Cia. para cobrar do PT que volte a ser o PT. Sob pena de arrostar vexames que serão apenas de Dilma e Padilha. Amante do futebol, Lula cobra do partido algo que os técnicos chamam de “amor à camisa.''

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
Foto de cofre veiculado em março deste em provável batida da Polícia Federal e que aparece em matérias da Operação Lava Jato
A Polícia Federal apreendeu no cofre de um dos maiores traficantes do país documentos dos laboratórios Labogen Química Fina e Piroquímica Comercial. As duas empresas seriam controladas pelo doleiro Alberto Youssef, investigado pela PF na Operação Lava Jato. A Labogen chegou a negociar contrato com o Ministério da Saúde na gestão de Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo de São Paulo.
Os documentos foram encontrados em março deste ano pela operação Oversea que desarticulou esquema do tráfico de drogas no porto de Santos.
A PF descobriu que o traficante Sauélio Alves Leda, alvo da Oversea, mantinha os papéis num cofre localizado no seu quarto em um sítio de Mogi das Cruzes (SP). Ele é investigado por tráfico internacional de drogas. “Embora as referidas empresas não tenham sido investigadas durante a operação Oversea existem indícios que estes documentos estejam diretamente ligados a lavagem de dinheiro e é de extrema importância a identificação de pessoas e empresas envolvidas com a estrutura da organização criminosa voltada para o tráfico ilícito de drogas”, diz relatório de inteligência da PF.
No cofre do traficante, a PF também encontrou duas armas registradas em nome de um advogado.
Os documentos referentes aos laboratórios eram e-mail's escritos em Inglês nos quais três pessoas identificadas pela PF como Pedro Argese Junior, Paul Weins e Marcela Almeida tratavam da exportação de glicerina para a Bélgica.
Sobre Sauélio Alves Leda, o relatório da PF afirma. “Trata­se de um grande traficante de drogas de âmbito internacional e isto, por si só, já levanta suspeitas sobre esses documentos.”
O relatório faz menção à operação Lava Jato e à Labogen.
OS ANJINHOS: Alexandre Padilha, com a então ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e com o então deputado petista André Vargas derrubado depois que usou jatinho de doleiro preso, Alberto Yousseff, vinculado ao Labogen. Nesta foto aparecem em campanha de arrecadação de fundos para a Santa Casa de Londrina.
A Labogen, segundo os investigadores, “era usada com o objetivo de se vincular a setores públicos e também utilizada para realização de operações de câmbio, evasão de divisas e lavagem de dinheiro”. Pedro Argese, um dos autores do email sobre a Labogen, também é investigado pela Lava Jato.
A Labogen contou com a ajuda do deputado André Vargas (sem partido­PR) para se aproximar do Ministério da Saúde na gestão do seu antigo colega de partido, Alexandre Padilha. Vargas é amigo de Youssef e responde a processo por quebra de decoro parlamentar na Câmara por suas ligações com o doleiro. Ele se desfiliou do PT após a Polícia Federal revelar suas relações com Youssef.
Numa conversa interceptada pela PF com autorização da justiça, Vargas e Youssef
se referem ao negócio com o ministério como uma oportunidade de “independência financeira”.
Uma sindicância interna do Ministério da Saúde concluiu que após o lobby do deputado, o gabinete do então ministro Alexandre Padilha solicitou a subordinados que recebessem representantes do laboratório. O interesse do Labogen era produzir medicamento em parceria com laboratório público. O projeto foi abortado após a imprensa revelar as negociações. Em entrevista ao Estado, Vargas já afirmou que entregou material da Labogen “para o ministro…e ele deve ter marcado reunião técnica.” Ele afirmou que Youssef dizia ser dono de um fundo com cotas do laboratório e não de toda a empresa.
Youssef esta preso desde março acusado de chefiar esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 10 bilhões em quatro anos com ramificações na Petrobrás, no Ministério da Saúde e em partidos como PT, PP e SDD.
O Ministério Público Federal também acusa o doleiro de “ter prestado auxílio material nas operações financeiras ilegais” de tráfico internacional de drogas. O Estado tentou contato com os laboratório, mas ninguém atendeu ao telefone nas empresas. Do site do Estadão

Paulo Roberto da Costa, o homem-bomba da Petrobras.
Apesar da campanha eleitoral estar fervendo a grande mídia vem escamoteando praticamente todas as informações que envolvem o escândalo da Petrobras. Parece até que a mutreta de Pasadena nunca existiu. Tanto é que nenhum dos jornalistas que fizeram perguntas no debate levantaram o tema. O mutismo é total, no momento em que o ex-Diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa iniciou os depoimentos para o Ministério Público e Polícia Federal, depois que optou pela “delação premiada”, para minimizar as duras penas que a Justiça pode lhe impor. Ele está preso e realizando os depoimentos em Curitiba.
A grande mídia também fez pouco caso da explosiva entrevista concedida pelo ex-diretor da Petrobras, Ildo Sauer, postada aqui no blog ligando Lula aos “malfeitos” que contribuiram para o rombo da estatal.
No caso da delação premiada de Paulo Roberto Costa, apenas dois veículos de mídia tocaram no assunto: a coluna de Felipe Patury, no site de O Globo e agora na coluna do jornalista Cláudio Humberto, no site Diário do Poder.
Transcrevo a nota de Cláudio Humberto, sempre lembrado, segundo foi veiculado fartamente antes da campanha eleitoral a seguinte frase que teria sido dita por Paulo Roberto Costa: “se eu contar tudo, não haverá eleição”.
Transcrevo agora a nota de Cláudio Humberto. Leiam:
A expressão fechada dos principais líderes do Congresso, ontem, não tinha relação com a campanha eleitoral, tampouco com a pauta de votações do “esforço concentrado”. Eles estão na expectativa dos depoimentos, já iniciados, do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa ao Ministério Público Federal (MPF), em Curitiba, delatando muitos figurões da política, na tentativa de obter redução de pena.
Circulou ontem que Paulo Roberto faz depoimentos minuciosos, por enquanto concentrados em dois importantes senadores, não revelados.
Somente depois de Paulo Roberto Costa contar o que sabe é que o MPF avaliará a proposta de “delação premiada” feita pelo ex-diretor.
Delação premiada pressupõe sigilo absoluto, até mesmo sobre o fechamento ou não do acordo com o MPF, autorizado pela Justiça.
Figurões dizem temer algum “acerto de contas” de Paulo Roberto Costa, com acusações sem provas, mas suficientes para destruí-los.

NO EL PAÍS (BRASIL)
A maioria dos brasileiros é contra o casamento gay, o aborto e a maconha
Questões desaprovadas pelos eleitores também são evitadas pelos presidenciáveis, enquanto, a cada ano, um milhão de mulheres faz um aborto no Brasil
Em qualquer padaria ou posto de gasolina no Brasil é possível encontrar e comprar um pacotinho de seda, dessas usadas para enrolar um cigarro de maconha. Isso não é novidade para quase ninguém, e não há quem critique. Paradoxalmente, uma pesquisa realizada pelo Instituto Ibope e divulgada nesta quinta-feira, revelou que 79% dos brasileiros são contra a descriminalização da maconha.
Outro dado revelado pela pesquisa é a posição dos brasileiros em relação ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. E mais da metade, 53%, disseram ser contra. A maioria é contra também adescriminalização do aborto: 79%.
O país do contra, porém, não reflete exatamente o que é feito na prática. No Brasil, calcula-se que um milhão de mulheres realize um aborto ao ano. Ou seja, uma em cada cinco já fez esse procedimento clandestinamente. E a cada dois dias, uma brasileira morre em decorrência de um aborto inseguro.
Para Valter Silverio, docente do departamento de sociologia e da pós-graduação da UFSCAR (Universidade Federal de São Carlos), esse paradoxo entre a prática e o que é dito nas pesquisas ocorre porque omitimos nossas opiniões em busca do politicamente correto. “É muito provável que você encontre entre esses 80% que são contra o aborto um grande percentual de pessoas que já tenham feito aborto”, diz. “O mesmo vale para os que são contra o casamento gay; muitos deles já tiveram relações homoafetivas”.
Em busca do politicamente correto, um problema de saúde pública como o aborto fica fora também da agenda eleitoral, já que os presidenciáveis evitam esbarrar nesses assuntos polêmicos. Na semana passada, a candidata Marina Silva (PSB) mudou seu programa de governo, alterando o parágrafo que falava sobre a união de pessoas do mesmo sexo. Evangélica, Marina Silva evita falar sobre o tema. Dilma Rousseff e Aécio Neves compartilham da mesma postura, o silêncio, ou, evitar, ao máximo falar desses assuntos polêmicos.
Para Silverio, essa fuga dos candidatos tem a ver com esse paradoxo “e com algo muito pior: a nossa opinião publica”. Segundo o professor, ainda que os jornais de grande circulação no Brasil tratem do assunto, e moldem a opinião pública favorável a esses temas, a quantidade de leitores atingidos é muito restrita. “Ao mesmo tempo, o rádio e a televisão desconstroem qualquer possibilidade de enfrentamento sério desses temas”, diz. “É como se fosse feita uma doutrinação bíblica pelos veículos de comunicação”, explica, citando a quantidade de rádios evangélicas no país como um “fenômeno impressionante”.
Os únicos candidatos que falam mais sobre o assunto – e defendem a descriminalização do aborto e da maconha - são Eduardo Jorge, do PV e Luciana Genro, do PSOL. Cada um deles tem apenas 1% das intenções de voto nas pesquisas. Segundo Silverio porém, embora os presidenciáveis no topo das pesquisas não falem sobre o assunto, essa pesquisa não interfere necessariamente, nas urnas. “Se 80% são contrárias ao aborto, como se explica a recuperação de Dilma Rousseff nas pesquisas, sendo que ela representa, de alguma maneira, 12 anos de um Governo onde essas questões passaram a ganhar espaço em termos de processo decisório positivo?”.
Outros temas polêmicos tratados pelo Ibope são a pena de morte - 46% são a favor e 49% são contra; e o Bolsa Família, programa criado pelo governo do ex-presidente Lula, que tem apoio de 75% dos brasileiros. Entre os que têm renda mensal de até um salário mínimo, o apoio ao Bolsa Família chega a 90%, segundo o levantamento.
Aécio Neves, do PSDB, já afirmou em sua propaganda política na televisão que, se eleito, dará continuidade ao principal programa petista. Quando um tema tem grande aceitação, defendê-lo parece mais fácil.
Segundo a pesquisa, os homens são a maioria entre os que são contra o casamento gay: 58%. Já entre as mulheres, 49% são contra e 44% a favor. A descriminalização da maconha e do aborto não são defendidos nem mesmo pelos mais jovens. Entre aqueles com idade entre 16 e 24 anos, 74% são contra a legalização da maconha e 77% contra o aborto.

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