DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 11-8-2014

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
MIRIAM LEITÃO
No princípio, eu me assustei como cidadã. Era difícil acreditar que da Presidência da República foram postados ataques caluniosos a pessoas, porque na democracia o aparato do Estado não pode ser usado pelo governo para atingir seus supostos adversários. A propósito: não sou adversária do governo; sou jornalista e exerço meu ofício de forma independente.
Só no segundo momento é que pensei no fato de que os ataques eram contra mim e meu colega Carlos Alberto Sardenberg. Ninguém, evidentemente, tem que concordar com o que eu escrevo ou falo no rádio e na televisão. Há, em qualquer democracia, um debate público, e eu gosto de estar nele. Mas postaram mentiras, e isso pertence ao capítulo da calúnia e difamação.

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Depois de colher de chá bilionária do governo e do Congresso na Medida Provisória 627, em maio, a montadora coreana Caoa-Hyundai será a principal beneficiária de duas emendas à MP 651/2014, que, na prática, concederá “super benefício” fiscal a fabricantes de automóveis do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Uma vez aprovada a MP, a Caoa pode usufruir de crédito presumido de IPI que pode chegar aos bilhões.
Os autores das “emendas amigas” da Caoa Hyundai são o deputado Manoel Júnior e o senador Vital do Rêgo, ambos do PMDB da Paraíba.
As emendas estendem à Caoa Hyundai o mesmo tipo de benefício que Fiat e Ford receberam em 2011, por construírem fábricas no Nordeste.
O governo brasileiro não paga o que deve para manter as missões de paz realizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) há seis anos. Desde 2009, o Brasil aparece como inadimplente em todos os relatórios orçamentários divulgados neste quesito. Entretanto, a ONU remunera países que cedem tropas e instalações para a realização das missões, incluindo os que não cumprem as obrigações, como o Brasil.
Com seus atores mambembes de script combinado, a CPI da Petrobras inaugura nova era no Congresso. A era das testemunhas ventríloquas.

NO BLOG DO NOBLAT
O Globo
O relator da CPI Mista da Petrobras, deputado Marco Maia (PT-RS), disse ontem que vai pedir a convocação da contadora Meire Bomfim Poza para prestar depoimento sobre suas denúncias envolvendo o doleiro Alberto Youssef. O petista disse que ela se tornou uma "peça-chave" nas investigações.
Na véspera, o PPS, o DEM e o PSDB avisaram que queriam o depoimento da contadora. Segundo a revista "Veja", Meire, que era contadora de Youssef - preso na operação Lava Jato da Polícia Federal - revelou detalhes sobre como funcionava o esquema que tinha como supostos beneficiários empreiteiras, políticos e agentes públicos.

G1
Em São Paulo, centenas de mulheres nem desconfiavam que eram filmadas quando se despiam para fazer exames médicos. Segundo a polícia, foi um técnico em radiologia que espalhou as câmeras escondidas pelas clínicas e hospitais onde ele trabalhava. E passou dez anos fazendo essas gravações.
Câmeras escondidas nos ralos dos banheiros. Outras, onde as pacientes trocam de roupa. E mais algumas nas próprias salas de exames. Como mostram as imagens, quem instala os equipamentos é o técnico em radiologia Manuel Ávila, de 50 anos. Com tudo ligado, ele orienta a paciente, que não desconfia de nada.

Márcia de Chiara, Estadão
A desaceleração nas vendas do comércio que bateu forte no varejo especialmente na época da Copa teve impacto negativo no emprego do setor. De janeiro a junho, as lojas mais demitiram do que contrataram em todo o País. E o cenário ruim deve persistir até o final do ano, prevê o setor. O primeiro semestre fechou com um saldo de vagas formais negativo em 83,6 mil, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.
“Não foi só a indústria que demitiu mais que contratou nos últimos meses, mas o comércio também. O varejo está devendo bastante: 83,6 mil vagas. Foi o pior resultado do saldo de postos de trabalho do setor desde 2007 para um 1º semestre”, observa Fábio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
A presidente Dilma Rousseff dá sinais crescentes de alheamento da realidade. E as coisas sempre pioram depois que ela se encontra com Lula, como aconteceu no fim da semana que passou. A revista VEJA traz uma bomba: Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, que está preso, concede uma entrevista em que conta parte do que viu. Ela é hoje uma das principais testemunhas da chamada Operação Lava a Jato, deflagrada pela Polícia Federal. Segundo Meire, a estatal era usada para abastecer um sistema criminoso de lavagem de dinheiro, que envolvia políticos, empreiteiros e funcionários da empresa.
Muito bem! Dilma concedeu uma entrevista coletiva neste domingo no Palácio da Alvorada. Era a candidata falando, não a presidente. Segundo informa VEJA.com, afirmou: “Se tem uma coisa que a gente tem de preservar, porque tem que ter sentido de Estado, de nação e de país, é não misturar eleição com a maior empresa de petróleo do país. Isso não é correto, não mostra nenhuma maturidade. Eu acho fundamental que, na eleição e nesse processo que nós estamos, haja a maior e mais livre discussão. Agora, utilizar qualquer factoide político para comprometer uma grande empresa e sua direção é muito perigoso”.
Factoide político? Qual factoide? Meire Poza é uma das principais testemunhas — e ela confessa ter também praticado ilegalidades para o grupo — de uma operação deflagrada pela Polícia Federal, subordinada ao Ministério da Justiça. Dilma repete, agora em linguagem infelizmente um pouco mais compreensível — sempre é pior quando a gente entende o que ela fala —, as bobagens que disse a respeito da Petrobras na sabatina de que participou na CNA (Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil). Para ela, investigar as lambanças na estatal corresponde a prejudicá-la.
Errado! É justamente o contrário. Prejudicaram a empresa, senhora candidata, aqueles que a levaram a um prejuízo bilionário com um negócio desastroso: os seus aliados. Prejudicaram a empresa aquelas que usaram a tarifa de gasolina para conter a inflação em razão de uma política econômica desastrosa — nesse caso, o seu governo e a senhora, pessoalmente. Prejudicaram a empresa aquelas que a usaram e a usam para distribuir prebendas políticas, com o objetivo de manter unida a chamada “base aliada”.
A candidata Dilma decidiu ainda ser pauteira da imprensa. Referindo-se à proposta do tucano Aécio Neves e do peessebista Eduardo Campos de reduzir ministérios — há, no Brasil, 39 pastas; deve ser recorde no mundo —, ela afirmou: “Eu posso pedir uma coisa a vocês? Perguntem qual ministério eles vão reduzir”. Avançou: “Esse formato [39 ministérios] responde a um momento histórico do Brasil. O momento histórico mudando, eu mudo (…).” Ah, bom… Num ato falho, disse: “Alguns deles vão evoluir e poder até não ser ministério”. Vale dizer: Dilma reconhece que evoluir, nesse caso, significa cortar ministérios. Mas ela promete deixar tudo como está. Ou seja: é a não-evolução.

NO BLOG DO CORONEL
Dilma enrola e não diz se vai subir preço da gasolina.
Questionada neste domingo (10) se a queda de 25% no lucro da Petrobras no primeiro semestre poderia forçar um aumento no preço dos combustíveis em breve, a presidente Dilma Rousseff afirmou que é "possível", mas que não poderia fazer uma avaliação precisa sobre isso neste momento sem ter conhecimento de todos os dados. 
"Não especulo nem alimento especulação no mercado. No futuro pode ser que tenha aumento. Não estou dizendo que vai ter ou não vai ter, só que é possível. Não é minha competência decidir sobre isso." 
Na semana passada, o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse que em todos os anos houve correção nos preços da gasolina e que o comportamento do governo é continuar com reajustes normais, mas negou que haverá "tarifaço" após as eleições de outubro. (Folha de São Paulo)

Dilma não está defendendo a Petrobras. Está defendendo a si mesma.
 
Sim, ao defender Graça Foster, a presidente da companhia envolvida nas falcatruas como qualquer outro diretor ou técnico que estão com os bens indisponíveis, Dilma está defendendo a si mesma. Se cair a presidente da Petrobras, a lama fica mais perto dela, que foi a presidente do Conselho de Administração e tudo sabia e tudo autorizava. Não há dúvida alguma que a responsável maior pelo escândalo de Pasadena é Dilma Rousseff. Só não sobra para ela porque o estado está aparelhado.
Hoje Dilma veio com a conversa mole que não se deve usar a Petrobras politicamente. Ontem, em Osasco, estava entoando o mantra safado do PT, aquele de que a Oposição queria mudar o nome da empresa para Brax. É repugnante o cinismo da candidata. Vejam o que ela disse hoje, para proteger a sua amiga que, ao que tudo indica, é mais do que isso: é companheira e cúmplice dos malfeitos que estão acabando com a Petrobras.
"Se tem uma coisa que a gente tem que preservar porque tem que ter sentido de Estado, de nação e de país é não misturar eleição com a maior empresa de petróleo do país. Isso não é correto, não mostra maturidade. [...] Agora, utilizar qualquer factoide político para comprometer uma grande empresa e sua direção é muito perigoso".
Ela pode mentir a respeito dos adversários. E não são factóides. Há vídeo mostrando a fraude. Há gravações mostrando a farsa. Dilma quer botar mais esta sujeira para debaixo do tapete. Desta vez, não vai conseguir.

NO BLOG DO JOSIAS
Contadora de Youssef será convocada por CPI
As duas CPIs da Petrobras se reunirão na quarta-feira (13). A do Senado marcou uma sessão administrativa para as 10h15. A mista, com deputados e senadores, agendou para as 14h30 a inquirição de Nestor Cerveró, ex-diretor Internacional, autor do relatório que levou a estatal a aprovar a ruinosa aquisição da refirnaria de Pasadena, no Texas.
A pauta da CPI exclusiva do Senado prevê apenas a votação de requisições de documentos a órgãos como o Tribunal de Contas da União e a Controladoria-Geral da União. A comissão mista, além da ouvir Cerveró, analisará os pedidos de convocação de uma personagem nova. Chama-se Meire Bomfim Poza. Vem a ser a contadora do doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato.
Meire decidiu abrir as arcas de Youssef, revelando os negócios do doleiro com empresas privadas, com o ex-diretor preso da Petrobras Paulo Roberto Costa e com prefeituras. De resto, deu detalhes de repasses feitos por seu patrão a parlamentares. Após firmar um acordo de delação premiada, a contadora quebrou o silêncio em depoimentos à Procuradoria e em entrevista ao repórter Robson Benin.
PPS e DEM informaram que protocolarão nesta segunda-feira requerimentos de convocação de Meire Poza. Até o deputado governista Marco Maia (PT-ES), relator da CPI mista, declarou que considera essencial o depoimento da contadora. Chamou-a de “peça-chave” do esquema de lavagem de dinheiro comandado por Youssef. Com isso, a inquirição da contadora ganhou ares de fato consumado. Falta definir a data.
Por enquanto, são cinco os congressistas que, segundo a contadora, receberam dinheiro sujo de Youssef, ora em moeda sonante ora em depósitos bancários: os deputados André Vargas (ex-PT-PR), Luiz Argôlo (SDD-BA), Mário Negromonte (PP-BA) e Cândido Vaccarezza (PT-SP), além do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL). Todos negam a acusação.
Das empresas que estariam metidas no esquema de Youssef, a contadora mencionou três: as construtoras OAS, Camargo Corrêa e Mendes Júnior. Ela citou também uma corretora que pertenceria ao doleiro, a DGF Investimentos. Sobre a Camargo Corrêa, Meire Poza disse que integrava “um esquema exclusivo de comissões de negócios acertados dentro da Petrobras com o Paulo Roberto Costa”, o ex-diretor da estatal preso no Paraná.
A contadora revelou, de resto, que Youssef ofereceu propinas a prefeitos do PT que aceitassem investir num fundo criado por ele. Coisa de 10% sobre o valor das transações. “A comissão era levada em malas de dinheiro no avião dele'', declarou Meire Poza.
A arguição de Nestor Cerveró, nesta quarta, deve ser atribulada. Ele é um dos beneficiários da farsa que resultou na entrega antecipada das perguntas que lhe foram dirigidas em sessão ocorrida na outra CPI, a do Senado. A Petrobras alegou ter recolhido as questões de um plano de trabalho da CPI, divulgado no site do Senado. Uma versão que não resiste à análise do conteúdo de vídeo gravado clandestinamente numa reunião no escritório da estatal, em Brasília.
Em nota, a Petrobras informou que adestrou seus diretores e ex-diretores para depor na CPI. Submeteu-os a um procedimento chamado de “media training”. Algo que, no caso de Cerveró, é mais do que esquisito. Acusado por Dilma Rousseff de produzir um parecer “técnica e juridicamente falho” sobre Pasadena, o ex-diretor da área internacional foi brindado com o treinamento depois de ter sido demitido da Petrobras.
A farsa dos “gabaritos” e a delação da contadora deram sobrevida a uma investigação parlamentar totalmente desacreditada. Mas nem as almas mais ingênuas acreditam que as CPIs produzirão algo além de teatro. Resultados efetivos só devem emergir dos inquéritos da PF, feitos sob supervisão da Procuradoria e acompanhados pelo juiz federal Sérgio Moro, do Paraná.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Denúncias e provas da Lava Jato derrubam “factóides políticos” contra a Petrobras alegados por Dilma
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Não adianta a candidata-Presidenta Dilma Rousseff proclamar a demagogia defensiva de que a Petrobras está sendo alvo de “factoides políticos”. É justamente por culpa do desgoverno dela, que exerce uma influência desastrosa sobre a petrolífera, que a maior empresa estatal de economia mista do país vive sua maior e mais grave crise de imagem e gestão. A mistura de tantos escândalos e erros operacionais com a eleição apenas torna o problema politicamente mais explosivo.
Se o Brasil operasse em condições minimamente éticas, o estouro de uma operação policial, como a Lava Jato, fatalmente geraria um processo de impeachment da Presidente da República. Ainda mais por que ela comandou o Conselho de Administração da Petrobras e também porque a atual presidente da empresa, Maria das Graças Foster, é uma indicação pessoal da própria Dilma Rousseff. Alegar que nada sabe sobre tudo de errado que acontece na companhia é um atestado público de incompetência e cinismo. Dilma só não cai porque o Brasil é a terra da conivência com os erros, os vícios, os desmandos e a corrupção.
Já está claro que Paulo Roberto Costa é o elo mais frágil de uma já rompida corrente que liga e confunde os interesses políticos dos ocupantes do governo com os negócios estratégicos ou operacionais da Petrobras. No entanto, é muita ingenuidade supor que o ex-diretor de Abastecimento da empresa, que tinha o controle sobre 1832 contas correntes da petrolífera, seja o “chefão” e único responsável pelas falcatruas. Uma investigação séria e isenta sobre os contratos da Petrobras com outras empresas nas “Sociedades de Propósito Específico” deverá revelar os figurões de um dos maiores esquemas de corrupção nunca antes visto na história deste País.
Até o petista Marco Maia, relator da CPMI mista da Petrobrás, criada para ser uma mega-pizza, se vê obrigado a pedir a convocação da contadora Meire Bomfim Poza – que trabalhava para o esquema do doleiro Alberto Youssef (aquele que teria dito que, se abrir a boca, impede que haja eleição este ano). Na investigação da Lava Jato, Yousseff é apontado como “sócio” de Paulo Roberto Costa. Em depoimentos ao Ministério Público e à Polícia Federal, Miriam teria revelado (segundo a revista Veja) que a empreiteira Camargo Correa operava um esquema exclusivo de comissões de negócios acertados dentro da Petrobras com Paulo Costa. A empresa, claro, nega tudo...
Por isso, torna-se inócua a demagógica e temerária a recente declaração de Dilma Rousseff em defesa de seu governo e da Petrobras: “Se tem uma coisa que tem que se preservar, porque tem que ter sentido de Estado, sentido de nação e sentido de país, é não misturar eleição com a maior empresa de petróleo do país. Não é correto, não mostra qualquer maturidade. Acho fundamental que na eleição, nesse processo que estamos, haja a maior discussão. Agora, utilizar qualquer factoide político para comprometer uma grande empresa e sua direção é muito perigoso”.
Será que Dilma tem condições de classificar, como “factoide político” tantas evidências em uma lista enorme de problemas a serem investigados com seriedade e isenção? A perguntinha básica é: Dilma terá condições, na campanha, de falar abertamente sobre: Pasadena, BR Distribuidora, PFICO (braço financeiro internacional da companhia), Fundo BB Millenium 6 (e outros menos votados), refinaria Abreu e Lima (também a mais votada entre outras que merecem investigação por superfaturamento), o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (que corre o risco de ser tudo, menos petroquímico), Gemini e outras caixas pretas nas SPEs (Sociedades de propósito Específico) da Petrobrás?
É por tudo isso que, cansados de prejuízos, os acionistas minoritários vão recorrer à Corte Internacional Penal (CPI) – também conhecida como Tribunal Penal Internacional (TPI) -, sediada em Haia, na Holanda, partindo de provas obtidas pela Operação Lava Jato: lavagem de dinheiro obtido com contratos ilícitos que geraram prejuízos à empresa e a seus acionistas. Ação semelhante pode ser demandada na Corte de Nova York.
Ganhando ou perdendo a eleição, Dilma e demais companheiros menos votados não escaparão de tais ações judiciais previstas para um futuro bem próximo.
(...)

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