BRICS: FRUSTRADA A PRETENSÃO DO BRASIL

Banco dos Brics terá sede em Xangai e presidência indiana
Anúncio foi feito na tarde desta terça-feira, em Fortaleza, em evento com a presença dos líderes dos países do grupo; Brasil era cotado para assumir a chefia da instituição, mas perdeu para a Índia
Talita Fernandes, de Fortaleza
A presidente Dilma Rousseff chega para a cúpula do Brics, em Fortaleza (Yasuyoshi Chiba/AFP)
Os chefes de governo dos Brics definiram nesta terça-feira que a presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) ficará a cargo de um indiano e a cidade chinesa de Xangai sediará a nova instituição. A decisão foi anunciada pela presidente Dilma Rousseff depois de um intenso debate entre Brasil e Índia sobre a presidência da instituição, enquanto África do Sul (com a cidade de Johanesburgo) e China disputavam a sede do banco.
O encontro entre Dilma Rousseff, os presidentes da Rússia, Vladimir Putin; da China, Xi Jinping; e da África do Sul, Jacob Zuma; e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, também definiu o tempo de mandato da presidência do NBD, fixada em cinco anos. A presidência da instituição será rotativa. A China, por ser a sede do banco, será o último país a presidi-lo. O Brasil ficará com a presidência do conselho de administração, enquanto o presidente do conselho de governadores será da Rússia. Haverá ainda uma subsidiária africana para o banco, chamada de Centro Regional Africano do Novo Banco de Desenvolvimento, que será estabelecida na África do Sul.
Como esperado, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul decidiram investir 10 bilhões de dólares cada no novo banco, totalizando 50 bilhões de dólares. Contudo, o banco está autorizado a captar até 100 bilhões de dólares.
Além do NBD, os países definiram a criação do Arranjo Contingente de Reserva (ACR), que funcionará como uma espécie de um fundo emergencial para os Brics, a exemplo do Fundo Monetário Internacional (FMI). O fundo terá capital inicial de 100 bilhões de dólares. Contudo, os países não informaram quando esse aporte será feito. "Esse arranjo terá efeito positivo em termos de precaução, ajudará países a contrapor-se a pressões por liquidez de curto prazo, promoverá maior cooperação entre os Brics, fortalecerá a rede de segurança financeira mundial e complementará arranjos internacionais existentes", informaram os líderes, em comunicado.
A ideia de criar o banco de desenvolvimento e um fundo de reservas é discutida há dois anos, depois que de uma tentativa fracassada dos Brics de elevar seu poder de decisão no FMI. Os países alegam que a participação que possuem no Fundo não é proporcional ao peso de suas economias no cenário global.

Da Veja On Line de 15/07/2014 - 15:44

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