UMAS E OUTRAS DO HELIO FERNANDES - 31-3-14

HELIO FERNANDES – 
As reclamações chegam de todos os lugares. Se ficarmos restritos aos dois conflitos mais polêmicos do momento, o Brasil merece todos os comentários desfavoráveis que vem recebendo. Na inescrupulosa, vergonhosa e perigosa intervenção de Putin na Crimeia, o governo de Dona Dilma provocou lágrimas de sangue, suor e lágrimas. (Churchill). 
Na votação na ONU, para impedir que o Putin da KGB assustasse o mundo, o governo brasileiro SE OMITIU. Dona Dilma, pessoalmente, telefonou para o ex-chanceler e atual Embaixador na ONU, DETERMINOU: “Não vote nem contra nem a favor da Rússia, essa guerra não é nossa”.
Além de autoritária, incompetente. Neste mundo nuclear, todas as guerras são coletivas, não há mais individualidade e sim coletividade. 
A guerra madura da Venezuela 
Lá, a posição do Brasil, é também vergonhosa, não pela omissão e sim pela participação. Apoia intransigentemente o desgoverno sucessor de Chávez. O país ficou dividido ao meio eleitoralmente, essa divisão agora está nas ruas.
Cabia ao Brasil estimular, defender e aconselhar o diálogo. O povo da Venezuela está morrendo de fome, não pode também morrer em combates inglórios. O Brasil podia mediar e intermediar a paz. Mas tomando posição de um dos lados? 
A CPI da Petrobras, e a pesquisa da reeleição 
Dona Dilma ainda não se conscientizou (?) sobre a convocação de CPI e que tipo será aprovado. Na verdade, ainda não se convenceu de que haverá mesmo CPI. O pedido já foi protocolado, mas até terça-feira, assinaturas podem ser retiradas.
No Senado são 28 as assinaturas, mas tão confusas, umas em cima das outras, que fica difícil até mesmo identificar ou contar. Se forem 28 basta a retirada de um nome, já não existirá CPI do Senado.
A mista também depende, e como disse anteontem e ontem, Dona Dilma prefere a mista. É maior, mais confusa, mais fácil de controlar. Sem falar que qualquer que seja a CPI, presidentes, relatores e mestres no tumulto “cepeistico”, serão todos do PT-PMDB. 
A pesquisa assusta
No Planalto não se fala noutra coisa. É assunto mais comentado do que a CPI. O medo de todos: a queda de agora, feita antes das denúncias sobre os escândalos da Petrobras, seja o início de novas restrições. Essas quedas autenticadas, não assustam pelos adversários. E sim pelo que está na memória de todos: “Volta, Lula”. 
Lula-Corintians-BNDES 
O estádio do Corinthians, lá nos confins de Itaquera, não conseguia se efetivar. O Banco do Brasil não quis emprestar o dinheiro pedido, não deu desculpas, foi definitivo: “As garantias não garantem nada”. Esse estádio (agora chamam de arena), uma lembrança do partido político da ditadura, sem cobertura. 
Lula entra em campo 
Só que uma das maravilhas do mundo no templo do futebol, é ter um ex-presidente da República, como torcedor fanático. Ou fanático por negócios. Aí o “empréstimo” de 430 milhões saiu logo, com as “garantias” que o BB recusou. Agora fica pairando nos céus nada tranquilos, a pergunta sem resposta: quem pagará ao BNDES, o “generoso” banco oficial, que fica em frente à Petrobras? 
Os conselheiros da Petrobras, que ocupam os cargos pelo jeton 
Quando revelei esse fato, com exclusividade, alguns “colaboradores” famosos acrescentaram dados. Agradeço e não repudio a informação complementar de que Dona Dilma ganhava nove mil como Chefe da Casa Civil e sete mil como conselheira da empresa.
Mas hoje volto ao assunto apenas para uma conclusão. Escrevi que a Petrobras tinha 18 conselheiros. Ontem a Folha publicou a foto de 19 conselheiros.
Fui à fonte, cobrei. Ele, tranquilo: “São ou eram 18, a Folha confirmou, só que publicaram a foto do Gerdau, duas vezes”. Fui ver, verdade. 
PS – Castelo fazia parte da turma dos “Tenentes de 1922”, que escreveram a própria história, e influenciaram a história do Brasil, positiva ou negativamente. Castelo sempre foi neutro, jamais participou de coisa alguma. 
PS1 – Só que desta vez veio para ficar. Chefe do Estado Maior do Exército, era o segundo na hierarquia. (Só foi a marechal quando passou para a reserva, na ativa o cargo não existia mais). 
PS2 – Como “candidato” e já “presidente” escolhido por ele e pelo cargo, foi encontrar com Amaral Peixoto e Juscelino na casa de Joaquim Ramos. Como já contei isso, revelemos a essência do seu pedido ao ex-presidente, candidatíssimo a voltar em 1965. 
PS3 – Queria que JK indicasse seu nome para ser avalizado pelo Congresso. Disse a JK, mentindo descontraidamente: “Dessa forma tenho mais poderes, posso garantir a eleição de 1965, o senhor será o grande beneficiado”. 
PS4 – Usava a fórmula da “menas verdade”, quanta gente usava isso. Os concorrentes não queriam seu nome, se viesse indicado democraticamente (?) pelo Congresso, quem poderia veta-lo no Exército? 
PS5 – JK não sabia o que fazer. O almirante genro de Vargas, presidente do PSD, o maior partido do país, ficou na mesma perplexidade. O que fazer? Concordaram: “Somos apenas o Poder político desarmado, como poderemos resistir?”. 
PS6 – Reuniram os principais líderes dos diversos partidos, revelaram o que estava acontecendo. E concluíram: “Vamos pedir ao Congresso que referende a candidatura do general Castelo Branco a presidente da República”. 
PS7 – Silêncio completo, perplexidade total. Um ex-presidente que nem tentou a inconstitucional reeleição e o presidente do maior partido, pediam que o Congresso validasse um general que chegava ao Poder sem voto, sem povo, sem urna? 
PS8 – Mas a verdade era indiscutível: concordavam com JK e Amaral Peixoto. Como vetar um general que dizia que “formaria um governo democrático, garantiria a eleição de 1965, que sem dúvida venceriam?”.
PS9 – Então, votaram em massa em Castelo, que recebeu a faixa no próprio Congresso, saiu de lá presidente. Não interessava se com aspas ou sem elas. Era o dia 9 de Abril. 
PS10 – O Congresso nem pode ser criticado. Mas as torturas e as prisões já haviam começado há vários dias. Tudo por Pernambuco e Recife, mas logo se alastrando pelo Brasil todo. 
PS11 – O primeiro a ser preso, no dia 31 chegando ao 1º de Abril, foi o governador Miguel Arraes. No Recife, militares fardados, “passearam” pelas ruas com o sargento Gregório Bezzera amarrado com uma corda no pescoço. Era o prenúncio do que viria.
PS12 – Começou a “corrida” aos cargos. Costa e Silva, o organizador de tudo, tomou posse como Ministro da Guerra, não falou nada com Castelo. Cordeiro de Farias, contrariado, assumiu o ministério Civil mais importante: Transporte e Desenvolvimento. 
PS13 – Orlando Geisel não sabia o que fazer, não sobrou nada para ele. Seu irmão Ernesto, que era Divisão, ficou como Chefe da Casa Militar. 
PS14 - Havia uma certeza. Quaisquer que fossem os desenvolvimentos, o sucessor de Castelo seria Costa e Silva que não deixaria superar novamente.

Da Tribuna da Imprensa On Line.

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