DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 08-02-14

NA COLUNA DIÁRIO DO PODER
A população do Distrito Federal lidera as solicitações de porte de armas de fogo no País, segundo dados do Sistema Nacional de Armas, da Polícia Federal. Pode significar a reação à explosão da criminalidade na capital do País. Desde 2010, o DF expediu proporcionalmente onze vezes mais autorizações de armas que as 69 do Rio de Janeiro, que tem população seis vezes maior e enfrenta guerra aberta com o tráfico.
As dificuldades de relacionamento da presidenta Dilma Rousseff com o Congresso decorrem da sua inexperiência e também da impaciência para lidar com políticos, mesmo aliados. Mas quem tem uma Ideli Salvatti como responsável pela articulação política do governo, não precisa mesmo de oposição. Ideli não tem revelado talento nem mesmo para articular sua própria candidatura ao Senado, em Santa Catarina.
O Ministério da Justiça fez uma pergunta marota ao ministro Joaquim Barbosa: o Supremo Tribunal Federal teria “interesse” na extradição de Henrique Pizzolato? José Eduardo Cardozo sabe que a Justiça prolata sentenças, e a polícia do ministro tem o dever de executá-las.
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) incentivou no Twitter a baderna de quinta (6) no Rio contra o aumento das passagens, clamando “Pula (as catracas) que é de graça!”. Merecia um Conselho de Ética.
O procurador-geral pediu 22 anos de cadeia para o deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG), no caso do “mensalão do PSDB”, e o PT festejou. Só falta o partido de Lula reconhecer que a lei é dura, mas é a lei, e vale inclusive para os que já cumprem pena no mensalão do PT.
A decisão sobre a quebra de decoro parlamentar do deputado ladrão Natan Donadon, preso desde junho de 2013, servirá de “test drive” para cassação do mensaleiro João Paulo Cunha, tudo no voto aberto.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Em dezembro de 2010, ao premiar Cesare Battisti com o status de asilado político, Lula fez mais que absolver simbolicamente um assassino condenado à prisão perpétua pela Justiça do seu país: também jogou no lixo o tratado de extradição firmado por duas nações amigas. Neste fevereiro, a captura de Henrique Pizzolato depositou no colo do governo italiano a chance de vingar-se exemplarmente da afronta. Para tanto, basta fazer o contrário do que fez o Brasil ─ e devolver ao berço esplêndido o mensaleiro que fugiu.
Obrigada pelas circunstâncias a solicitar a extradição do quadrilheiro escalado para agir no Banco do Brasil, a companheirada no poder pede a Deus e ao demônio que a Itália segure Pizzolato por lá. Ele sabe muito, está magoado com os chefões do bando, sente-se abandonado pelo PT e tem entaladas na garganta revelações que podem piorar o que já está ruim. Nem em sonhos os inquilinos da Papuda e os figurões em liberdade conseguem enxergar Pizzolato erguendo o punho cerrado enquanto desce a escada do avião.
Ele só tem aparecido no meio da madrugada, cada vez com mais frequência, como personagem de pesadelo. Sempre com aquela cara de garçom de botequim no fim do expediente, aquela gravata borboleta, aquela maleta na mão direita─ e agora com o indicador esquerdo apontado para alguém.

NO BLOG DO CORONEL

Fui buscar a denúncia original do Mensalão do PT, do então Procurador Geral da República, Antônio Fernando Barros Silva e Souza, de 30 de março de 2006. Na peça não existe uma só referência à pena que cada acusado deveria cumprir. É feita a denúncia, o procurador informa em que artigo do Código Penal o acusado estaria incurso e o nome do crime (ou crimes caracterizados) na sua visão. Naquele tanto de acusados, em nenhuma vez o então PGR definiu a dosimetria das penas. Clique aqui para ler. 
Ontem, finalmente, o atual Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou a sua denúncia contra o tucano Eduardo Azeredo, no caso conhecido como Valerioduto Tucano. Para surpresa de todo mundo jurídico, além de enquadrar o acusado, o PGR definiu a pena que ele deve cumprir, bem como a multa. Tascou na denúncia: 22 anos de cadeia e R$ 2,2 milhões de multa. Tanto dois! Ora, isso é função dos juízes, após a condenação. A quem Janot quer agradar gerando este factóide? Está querendo agradecer alguém pela sua indicação ao cargo? Obviamente, para dedicar 16 páginas de uma denúncia de 84 páginas, para detalhar a dosimetria, só pode ser por motivação de ordem política. Clique aqui para ler.
Por fim, o que se observa na denúncia, especialmente no testemunho de Marcos Valério, é que o mineiro tenta de todas as formas incriminar o tucano. Dá detalhes fantasiosos. Talvez por uma esperança que não iria mofar na cadeia, como está agora, abandonado pelo PT. 
Concluindo: parece não haver dúvidas de que houve caixa dois de campanha, como Lula tentou provar que teria havido no Mensalão do PT. Resta provar se Eduardo Azeredo, o tucano acusado, sabia do que estava ocorrendo. Lula disse que não sabia e nunca foi chamado a depor. Mesmo que estivesse no quarto ao lado, com José Alencar, quando foi fechado o Mensalão com o PL.

O deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), condenado e preso no Complexo Penitenciário da Papuda, decidiu pedir renúncia ao mandato, informou nesta sexta-feira (7) a Secretaria Geral da Mesa Diretora. O próprio petista enviou uma carta pedindo para deixar o cargo.
Nesta quinta, João Paulo, que está preso no regime semiaberto, chegou a pedir autorização na Vara de Execuções Penais do Distrito Federal (VEP) para sair do presídio durante o dia para trabalhar na Câmara dos Deputados como parlamentar.
Condenado a 9 anos e 4 meses por peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva em regime fechado, João Paulo Cunha cumprirá inicialmente a pena de 6 anos e 4 meses no semiaberto, porque tem recurso pendente em relação à pena de lavagem, cuja punição é de três anos. Ele se entregou na terça-feira (4) após o mandado de prisão ser expedido por ordem do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa.
Atualizando: fiquei pasmo com um comentarista que diz que o post é ingênuo, que Cunha renunciou para não ser cassado. Algumas pessoas não entendem que a ironia é uma forma de dizer coisas que, diretamente, não teriam o mesmo efeito. Ingênuo é você, meu caro ou minha cara!

NO BLOG DO NOBLAT
Isabel Braga e André de Souza, O Globo
O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP), um dos 25 condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão, renunciou ao mandato na noite desta sexta-feira, depois de ter afirmado várias vezes, inclusive esta semana, que não faria isso.
Ele está preso desde terça-feira no Complexo Penitenciário da Papuda. Ele é o quarto e último deputado condenado pelo mensalão a renunciar ao mandato, depois de José Genoino (PT-SP), Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP).
“Com a consciência do dever cumprido e baseado nos preceitos da Constituição Federal e no Regime Interno da Câmara, renuncio ao mandato”, disse João Paulo na curta carta de renúncia, entregue à Câmara. No preâmbulo do texto, ele cita o escritor cubano Leonardo Padura: “Pois a dor e a miséria figuram entre aquelas poucas coisas que quando repartidas tornam-se sempre maiores”. A carta de João Paulo se resume a essas duas frases.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO

NO BLOG DO JOSIAS
A imagem da semana foi captada pelo cinegrafista Edson Cordeiro na noite de terça-feira, 4. Indiscreta, a lente de sua câmera atravessou a vidraça do Alvorada para flagrar, na intimidade do palácio, Dilma Rousseff num desses momentos em que, fora de si, ela é 100% Dilma Rousseff. A presidente andava de um lado para o outro. Com uma mão, segurava o telefone. Com a outra, dava socos no ar.
Não se sabe com quem Dilma conversava nem o que dizia. Mas a eloquência muda das imagens faz supor que seu interlocutor teve dificuldades para passar o ouvido a limpo. Pouco antes de a presidente entrar em erupção, autoridades do Ministério de Minas e Energia haviam concedido uma concorrida entrevista coletiva. Convocaram os repórteres para informar que o sistema elétrico brasileiro funciona muito bem.
A mensagem tranquilizadora veio nas pegadas de um apagão que deixara às escuras localidades de 13 Estados e do Distrito Federal. Foram desligados da tomada 4,9 milhões de lares e estabelecimentos comerciais. Pelas contas do Operador Nacional do Sistema foi o 13º corte de energia dos primeiros 35 dias de 2014. No mesmo período do ano passado, houve apenas três.
O breu que levou Dilma a ter um surto de Dilma era apenas o prenúncio de uma semana em que, sacudida pelas negociações da reforma ministerial, Brasília ganharia a aparência de uma batalha no escuro entre aliados mal ensaiados e uma comandante desajeitada. Em troca de alguns minutos de propaganda na tevê, Dilma levou ao balcão pedaços do Estado.
Acompanhada em tempo real pelo noticiário da internet, a movimentação do Planalto despertou nos próprios aliados do governo muita surpresa, espanto, choque, confusão e ‘sim senhora, quem diria?!?’. Superexpostos, o PMDB da Câmara e o PTB levaram o pé atrás. Informaram que não indicarão ninguém para a Esplanada. Coisa inusitada. Foi como se os urubus fizessem cara de nojo para a carniça.
“O PMDB estava levando a fama de fisiológico sem ser”, queixou-se o líder Eduardo Cunha (RJ). “O governo às vezes faz questão de colar essa fama no PMDB. Na realidade, quem tem um espaço guloso no governo é o PT, não o PMDB. Nessa reforma, o PT resolveu a vida dele rapidamente: Saúde, Educação, Casa Civil. Foi tudo resolvido e empossado! Com o PMDB, tudo é um grande estresse. Não tem sentido tratar um aliado desse jeito.”
No intervalo de 72 horas, Dilma viu-se submetida a dois apagões: o elétrico e o político. Num, foi desafiada na área em que é tida como bambambã desde a época em que foi ministra de Minas e Energia de Lula. Noutro, sacrificou no altar das conveniências reeleitorais o pouco que lhe restava da pseudo-superioridade moral. Em ambos os episódios Dilma mostrou que também está sujeita à condição humana.
A conjuntura dificulta o trabalho dos marqueteiros. Já não é tão simples vender a tese segundo a qual a eficiência administrativa e a ética são atributos congênitos de Dilma, condições de vida, como as escamas no peixe. Se a semana ensinou alguma coisa foi o seguinte: todas as premissas sobre as quais a propaganda construiu a fama de Dilma precisam, no mínimo, pegar um pouco de ar.
Como se fosse pouco, a médica cubana Ramona Rodriguez aumentou a velocidade do ventilador ao desertar do Programa Mais Médicos para asilar-se no gabinete da liderança do proto-oposicionista DEM. Dos R$ 10 mil que o governo brasileiro paga pelos seus serviços, a doutora recebe algo como R$ 1 mil. O resto financia a ditadura de Cuba. Ramona veio do Pará até Brasília empurrada pelo sopro da revolta. O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) providenciou o trombone.
Ao protocolar no Ministério da Justiça um pedido de refúgio político, Ramona como que emparedou o governo. Desatendo-a, o Conselho Nacional de Refugiados a transforma em vítima de Dilma e troféu da oposição. Atendendo-a, o Conare ensina o caminho da liberdade para os mais de 7 mil médicos cubanos em atividade no Brasil. O pedido está condenado a dormir numa gaveta pelo menos até a eleição.
A semana terminou com a manifestação de Rodrigo Janot, procurador-geral da República, sobre o mensalão tucano de Minas Gerais. Dilma e o PT poderiam enxergar no pedido de 22 anos de prisão para o deputado tucano Eduardo Azeredo (MG) um sinal de reversão do azar. O diabo é que Azeredo divide as manchetes com os neo-presidiários João Paulo Cunha e Henrique Pizzolato.
Dilma anda mesmo sem sorte. Nos próximos dias, além de reabrir o balcão dos ministérios, definirá com a equipe econômica o valor do corte bilionário que terá de fazer no Orçamento da União. Talvez deve-se considerar a hipótese de adotar duas providências. A primeira seria nomear um ministro tranca-ruas para cuidar das urucubacas do seu governo. A segunda seria mandar instalar uma cortina na vidraça do Alvorada.

NO BLOG ALERTA TOTAL
A confirmação do período de prisão de Henrique Pizzolato na Itália, e a descoberta de um telefonema entre o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil o deputado João Paulo Cunha, foram fatais para que o parlamentar, muito a contragosto, finalmente renunciasse ao cargo ontem à noite. Cunha é o quarto a sair do parlamento indo direto para o parlatório da Penitenciária da Papuda, junto com seus companheiros de condenação no Mensalão José Genoíno, Pedro Henry e Valdemar Costa Neto.
João Paulo foi curto e grosso na cartinha de renúncia: “Com a consciência do dever cumprido e baseado nos preceitos da Constituição Federal e no Regime Interno da Câmara, renuncio ao mandato”. No texto, João Paulo ainda se apropriou de uma frase do escritor cubano Leonardo Padura, para justificar seu gesto, tomado muito a contragosto e por pressão dos petistas: “Pois a dor e a miséria figuram entre aquelas poucas coisas que quando repartidas tornam-se sempre maiores”.
Ex- presidente da Câmara entre 2003 e 2005, João Paulo foi condenado a nove anos e quatro meses de prisão, por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Penas superiores a oito anos levam ao regime fechado. Mas como tem um recurso para ser julgado no crime de lavagem, por enquanto, cumpre uma pena menor, de seis anos e quatro meses, no formato semiaberto.
João Paulo foi condenado pelo STF na Ação penal 470 porque recebeu R$ 50 mil do operador do mensalão, Marcos Valério, para facilitar a vitória da agência de publicidade SMP&B em licitação. Após vencer a concorrência na Câmara, a empresa terceirizou a maioria do valor do contrato. A mulher do deputado sacou o dinheiro numa agência do Banco Rural. Inicialmente, João Paulo mentiu que a mulher fora ao banco pagar a conta da TV por assinatura. O parlamentar só admitiu que recebeu a quantia após documentos apreendidos no banco comprovarem que ele era o beneficiário direto.
Devagar, mas muito devagarinho mesmo, a casa da petralhada vai desabando...
Mas o chefão $talinácio avalia que dá para ganhar agora, e ainda retornar em 2018...
Sociedade Secreta
Médicos escravos

Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.




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