DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 13-01-14

NA COLUNA DIÁRIO DO PODER

Investigado pela Polícia Federal por corrupção e desvio de recursos, o influente diretor de Política Agrícola da Cia Nacional de Abastecimento (Conab), Silvio Porto, não deve retornar após as férias. O cargo já vem sendo ocupado por João Marcelo Intini, por ele indicado – que, como é próprio de uma gestão anárquica, nem sequer foi oficializado. Operador e eminência parda do PT, Porto teve demissão solicitada por Maurício Todeschini, delegado da PF. Sua queda foi comemorada na Conab.

Alvo da PF, Silvio Porto é protegido da cúpula do PT e do ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República.

Por suas costas largas, Silvio Porto não chegou a ser preso, mas é suspeito de integrar um esquema de desvio de recursos do Fome Zero.

Na recepção ao presidente francês François Hollande, que visitava Brasília, autoridades que dividiram a mesa com o presidente do Supremo Tribunal Federal saíram com a certeza de que Joaquim Barbosa é fascinado com a ideia de virar político. Ele deixou claro, sem rodeios, que não sabe se um dia disputará o Palácio do Planalto, mas está louco para ser eleito senador ou governador, no Rio de Janeiro.

Esta coluna já revelou que Joaquim Barbosa não ficará “um único dia” no STF após Ricardo Lewandowski assumir seu lugar, em março.

Após abandonar a magistratura, Joaquim Barbosa estará apto a disputar qualquer eleição, já em 2014. Prazo legal, ele terá.

Novo ingrediente na “pizza” do Itamaraty: o corregedor Heraldo Póvoas de Arruda, responsável pelo inquérito contra o então cônsul-geral em Sidney (Austrália), é o mesmo que livrou Americo Fontenelle de outra denúncia de assédio moral na embaixada em Toronto, no Canadá.

De olho no aparelhamento dos Correios, Ministério Público do Trabalho quer saber o que faz uma servidora ganhando R$ 2 mil no Ministério da Saúde ser transferida para cargo de chefia de R$ 14 mil na ECT.

Japoneses, noruegueses e islandeses estão apavorados depois de a governadora Roseana Sarney (PMDB-MA) explicar a barbárie no presídio de Pedrinhas “porque o Maranhão está mais rico”.

Criado pela família de José Genoino, o site para arrecadar grana para a multa corrigida de R$ 667 mil ao Fundo Penitenciário esconde o valor da arrecadação. Somente quem faz doação tem acesso ao montante.

Um processo administrativo do Departamento de Estradas e Rodagens (DER-DF) vai apurar o que viatura oficial do órgão fazia estacionada no shopping Outlet Premium, em Alexânia, a quase 100km de Brasília.

O ministro Mantega já sabe o que vai fazer quando deixar a Fazenda: ensinar mágica econômica a David Copperfield, que jogou a toalha.


NO BLOG DO CORONEL

A tabela acima é muito singela. Cruza os dados do Cadastro Geral de Empregos, o CAGED, com a população brasileira recenseada pelo IBGE. São dois dados oficiais e incontestáveis, sobre os quais é feito todo o planejamento do governo federal.
Pela tabela, quem está com carteira assinada está no CAGED. A diferença entre os registrados e a população total forma um contingente que identificamos como desempregados e/ou informais, já que não podemos afirmar que todos estejam sem emprego. 
A metodologia para medir índice de desemprego no Brasil é cheio de falhas, mas este não é o objetivo do post. O que queremos mostrar é que praticamente a metade da população jovem do Brasil não está trabalhando ou, se está, o faz na informalidade. São mais de 6 milhões de jovens, praticamente todos os universitários do país. 
Recentemente, a chanceler alemã Angela Merkel declarou que o desemprego entre os jovens "talvez seja o maior problema que a Europa enfrenta" e alertou sobre a ameaça de uma "geração perdida". Com mais da metade das pessoas com menos de 25 anos desempregadas na Grécia, Espanha e outros países, Merkel tem liderado discussões com chefes de Estado e governo europeus para combater este desemprego em massa.
No entanto, é bom lembrar que Alemanha tem apenas 7,8% dos jovens desempregados, a Áustria tem 9,4% e a Holanda 11,6%. Somando todos os desempregados dos 28 países da União Européia, segundo dados de outubro de 2013, havia 5.657.000 jovens desempregados, abaixo dos 25 anos. Menos do que o contingente brasileiro nesta faixa etária, que não está integrado formalmente ao mercado de trabalho. Veja aqui.
No Brasil, a "venda" dos baixos índices de desemprego por parte do governo do PT mascara a dura realidade: 43,68% dos jovens entre 18 e 24 anos não está no mercado formal. Nossa crise é tão grave quanto a da Europa nesta faixa etária. Estão aí os "rolezinhos" para comprovar.

A Fifa alerta que não terá tempo para testar todos os estádios da Copa do Mundo e, faltando cinco meses para o Mundial, implementa de vez a estratégia de transferir toda a culpa pelos problemas do torneio ao Brasil. Neste domingo, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, voltou a criar um mal-estar com o governo e mostrou que o distanciamento entre as autoridades e a entidade é cada vez maior.
Esse é o segundo ataque direto da Fifa ao Brasil em duas semanas. Antes, o presidente Joseph Blatter havia afirmado que a Copa organizada pelo Brasil será a mais atrasada desde que ele chegou à entidade, em 1975. Agora, o trabalho coube à Valcke. "A grande dificuldade é que não temos um período de testes. Nós (da Fifa) não podemos treinar", explicou à rádio France Bleu. "Os estádios serão entregues perto demais do início da primeira partida."
Questionado horas depois pela reportagem, ele confirmou a entrevista. "Isso é o que nós sempre alertamos", repetiu. Seis dos 12 estádios serão entregues fora do prazo. No caso de São Paulo, o estádio em Itaquera só estará pronto em abril.
A reportagem apurou que a estratégia de atacar o Brasil na imprensa internacional é deliberada. A Fifa tenta se distanciar dos problemas no País e, no caso de um caos na Copa, vai transferir a responsabilidade inteiramente ao governo brasileiro. "Nos deparamos com uma infraestrutura que não está perfeitamente no ponto, quando sabemos que isso é fundamental para garantir um melhor fluxo de pessoas dos aeroportos às cidades, das cidades aos estádios, etc", insistiu. Valcke não deixou por menos suas críticas. "Certamente haverá problemas, já que é um país do tamanho de um continente", afirmou. Ele ainda se mostrou preocupado com as manifestações. "Não sabemos como será a reação das ruas".
O secretário-geral da Fifa também defendeu o direito de a entidade fazer suas reclamações."Não será um Mundial fácil de se organizar. Não há Mundiais fáceis de se organizar, como disse Blatter, que não se equivocou quando disse que algumas coisas poderiam ter sido feitas com antecedência. Não podemos dizer que esta é uma crítica vazia e sem sentido", concluiu. (Estadão)

De olho na campanha eleitoral, a presidente Dilma Rousseff começa nesta semana conversas com líderes de partidos aliados para discutir a reforma ministerial. Os dois principais aliados, PT e PMDB, serão os primeiros com quem a presidente vai tratar das mudanças.
Dilma avisou o vice-presidente Michel Temer (PMDB), que tem hoje almoço marcado com o governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ), que ele será chamado esta semana para falar do troca-troca. Além de ocupar as vagas de ministros que deixarão os cargos para fazer campanha, Dilma vai tentar contemplar os pleitos dos partidos pensando na composição para a disputa da reeleição e no tempo de TV das legendas na propaganda eleitoral. O plano é conquistar o dobro do tempo dos adversários. 
Para a próxima semana, são esperadas conversas com representantes do PTB, Pros e PP. A ideia da presidente é abrir espaço na Esplanada para o PTB, que não ocupa um ministério desde 2009, e para o recém-criado Pros.
O Ministério da Integração é a pasta mais cobiçada e alvo de disputa entre os integrantes da base. O ministério está nas mãos de um interino desde que Fernando Bezerra, do PSB, deixou o cargo em 1º de outubro do ano passado. O partido do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, desembarcou do governo petista de olho na disputa pelo Planalto. Para 2014, estão reservados para a Integração R$ 9,3 bilhões, sendo 78% para investimentos.
O PTB quer emplacar na pasta o presidente da legenda, Benito Gama. O PMDB almeja ver o senador Vital do Rego comandando o posto. Até o PP, hoje à frente das Cidades, cobiça o ministério. Mas, no jogo da reforma, há pelo menos outros 12 ministérios que devem ter seus titulares trocados. Sete deles são comandados pelo PT e, na avaliação do Palácio, são pastas sensíveis, seja pela proximidade com a presidente (Casa Civil), pelo potencial eleitoral (Saúde), ou pelo diálogo com o Congresso (Relações Institucionais).
Aliados como o PSD, que comanda a Secretaria da Micro e Pequena Empresa com uma indicação considerada da cota pessoal de Dilma e não do partido, não devem ganhar mais espaço na Esplanada. (Folha de São Paulo)

NO BLOG DO NOBLAT

FRASE DO DIA
"Há um grande oportunismo eleitoral em fazer um reforço de R$ 1 bilhão no programa [Minha Casa, Minha Vida] em ano de eleições. O governo usa as fragilidades da população mais pobre para se perpetuar no poder. Mas essa conta será paga um dia pela sociedade, porque está se fabricando uma grande bolha, o grau de inadimplência é altíssimo." (Senador Cássio Cunha Lima, do PSDB-PB)

Júnia Gama e Cristiane Jungblut, O Globo
Determinada a fazer do programa Minha Casa Minha Vida o grande trunfo da campanha pela reeleição, a presidente Dilma Rousseff acionou as equipes técnicas do governo para concluir com rapidez estudos que lhe permitam lançar, o mais depressa possível, a terceira fase do programa, com uma nova meta: contratar a construção de 3,5 milhões de casas entre 2015 e 2018, contra 2,7 milhões da fase 2, que termina este ano.
Em ano eleitoral, a verba prevista no Orçamento da União para o Minha Casa foi turbinada: será cerca de R$ 1 bilhão a mais que em 2013. Segundo o Ministério do Planejamento, em 2014 haverá R$ 15,77 bilhões previstos no Orçamento.
Quando anunciou a terceira fase do programa, em novembro, o governo estimava 3 milhões de casas. Agora, Dilma quer 3,5 milhões para sua nova bandeira eleitoral. O núcleo político do governo e a equipe da reeleição sabem, com base em pesquisas qualitativas, que o Bolsa Família, já no 10º ano de vigência, não tem mais o poder eleitoral do passado, pois já é considerado uma conquista sem volta.

Claudia Trevisan, Estadão
A alta velocidade com que os Estados Unidos ampliam sua produção de petróleo de xisto mudou o cenário geopolítico global associado ao combustível e contribuiu para uma redução de 60% nas exportações brasileiras do produto para o mercado americano em um período de dois anos. Em 2013, pela primeira vez, a Petrobrás vendeu mais para a China do que para os EUA, que durante anos foi seu maior comprador.
Desde 2008, os Estados Unidos ampliaram em 50% a sua produção, graças à tecnologia que permite a retirada de petróleo de rochas de xisto. Só no ano passado, a expansão foi de 1 milhão de barris/dia, mais que a soma do aumento registrado em todos os demais países, segundo dados oficiais.

Gaudêncio Torquato (*) 
- No princípio, criou Deus os céus e a terra. A terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, mas o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas. Disse Deus: haja luz. E houve luz. Viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas (Genesis 1).
No princípio, em 10 de fevereiro de 1980, criou Luiz Inácio Lula da Silva (com a ajuda de amigos sindicalistas, intelectuais de esquerda e fatias da Igreja Católica ligadas à Teologia da Libertação) o Partido dos Trabalhadores (PT), sob a promessa de implantar na seara política, disforme e vazia, a semente do socialismo democrático, desenvolver um empreendimento trabalhista livre da tutela do Estado e resgatar a esperança do povo na representação política.
Disseram eles: haja luz. Transformaram o PT em luz. Viram que a luz era boa para iluminar a sigla; e fizeram a separação entre a luz e as trevas. Para brilhar no firmamento, escolheram como símbolo do partido a bandeira vermelha com uma estrela branca ao centro e o 13 como código eleitoral.
No princípio, em 25 de junho de 1988, criou um grupo de dissidentes do PMDB (entre os quais Franco Montoro, Fernando Henrique Cardoso, Mário Covas, José Serra e José Richa) o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), sob a intenção de semear o terreno árido da política com a viçosa semente do socialismo democrático e desenvolver um projeto “livre das benesses oficiais, mas perto do pulsar das ruas para fazer germinar novamente a esperança”.
Proclamaram: haja luz. Transformaram o PSDB em luz. Viram que a luz era boa para alumiar os caminhos do PSDB; e decidiram separar a luz das trevas. Para atrair atenção, desenharam um tucano azul-amarelo como símbolo da sigla e 15 como código eleitoral.
Pois bem, esses dois entes, cuja criação aponta para semelhanças, principalmente no que se refere à assepsia de condutas políticas, ao viés socialista-democrático e à inovação de costumes, passaram anos e anos praticando o jogo maniqueísta, acirrando ânimos, radicalizando posições, multiplicando agressões e mobilizando alas e exércitos de filiados.
Nunca se viu, na contemporaneidade, um discurso tão agressivo quanto o que se lê e se ouve em diferentes foros de debate, a partir das próprias redes sociais. Reparte-se o território entre luz e trevas, revezando-se partidários do PT e do PSDB, principalmente, na atividade missionária de se proclamarem, ambos, defensores do Bem contra o Mal. A expressão maniqueísta toma corpo na estruturação de pares antagônicos do tipo reacionário/progressista, moderno/conservador, esquerda/direita, oprimido/opressor etc. O dualismo verbal tem invadido, nos últimos tempos, até o campo das letras.
Obras envolvendo partidos e governos, produzidas por jornalistas e protagonistas que viveram as histórias, são consideradas “detritos de lixo” ou “mentiras deslavadas” por uns e outros, petistas, tucanos, adjacentes ou simpatizantes dos dois partidos. Quem é contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo? Ah, é dinossauro. Quem é a favor de cotas nas universidades e na administração pública? Esse, sim, é politicamente correto. Os contrários entram no vagão do retrocesso. E assim por diante.
É compreensível a propagação da luta de heróis contra bandidos, na esteira da concepção da eterna luta do bem contra o mal, plasmada pelo maniqueísmo, religião fundada no século III da era cristã. O mito sempre se fez presente na moldura civilizatória, ganhando relevo na atualidade graças à profusão de meios – filmes, seriados de TV, histórias em quadrinhos, videogames, desenhos infantis etc.
Puxar, porém, tal acervo para a esfera da política, principalmente em um país que exibe 30 siglas partidárias em funcionamento, é uma incongruência. Pior é ver o engajamento partidário de jornalistas. Sua missão é a informar, interpretar e emitir juízos de valor sobre fatos socialmente significativos. Servir de bastião de partidos, em evidente luta partidária, é transgredir a missão.
É inimaginável dividir o país em duas bandas, “Nós e Eles”. Por que isso ocorre em uma Nação onde se consagram os valores da pluralidade, do debate, das liberdades?
Primeiro, a recorrente pregação do PT em afirmar, mesmo sob o signo do mensalão, ser o partido da ética. Não admite erros. Ora, até as religiões reconhecem desvios.
Segundo, o acirramento da competição política. 20 anos de poder tucano no Estado mais poderoso do país animam o PT a enxergar a possibilidade de realizar o “sonho dos sonhos do comandante Lula”: governar São Paulo. 12 anos de poder petista no comando da Nação incentivam tucanos a retomar o controle perdido para o PT.
Ademais, as visões particularistas desses entes consideram outros protagonistas como massa de manobra, secundários, mesmo que concorram à presidência da República. Basta ler que o governador Eduardo Campos, do PSB, até então considerado amigo leal do presidente Lula, acaba de levar a pecha de “tolo”, “traidor”, “sem compostura política”, atributos expressos no próprio site do PT.
A paisagem social é um desenho multiforme e policromático. Um animus animandi impregna setores, núcleos e categorias profissionais. É insustentável a tese de que um partido simboliza a luz e outro, as trevas. Até porque os partidos, a partir do PT e PSDB, padecem sob uma enxurrada de denúncias.
Ou será que intérpretes das agremiações não conseguem entender o grito das ruas?
Enjaular os atores políticos entre as grades de errados e certos, é enxergar de maneira bitolada a realidade nacional. Partidos e líderes precisam descer do pedestal da arrogância e reconhecer erros e acertos. Sem tirar o mérito de ações, programas, obras de quem quer que seja.
Se uns e outros forem injustiçados pela caneta da infâmia, recorram ao altar da Justiça. Não há, entre nós, infelizmente, nenhum São Jorge partidário lutando contra o dragão da maldade. Quem assim se fizer, cairá do cavalo.
(*) Gaudêncio Torquato, jornalista, professor titular da USP, consultor político e de comunicação. Twitter: @gaudtorquato


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO







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