DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 02-12-2013

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES

Publicado no Estadão
“… temos enfrentado dificuldades em mudar o sistema político brasileiro, verdadeira camisa de força que impede transformações mais profundas e impõe um ‘presidencialismo de coalizão’ que corrói o conteúdo programático da ação governamental.” Não, não se trata de excerto de um documento subscrito por forças que se opõem ao governo do PT. O eventual equívoco decorrerá da omissão do início da frase, que elimina qualquer dúvida: “Desde 2003, sobretudo, temos enfrentado dificuldades…” Sim, é um documento do Partido dos Trabalhadores, que diz mais: “… o partido é ainda prisioneiro de um sistema eleitoral que favorece a corrupção e de uma atividade parlamentar que dificulta a mudança”. Que triste!

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO

Os cargos de confiança, vulgo “cabides”, correspondem a mais de 55% de todos os empregos do Poder Legislativo (Câmara e Senado Federal). Dos 15,9 mil servidores ativos na Câmara dos Deputados, 12,4 mil cargos são comissionados sem vínculo e de livre nomeação dos parlamentares. No Senado Federal, a proporção é um pouco menor: dos 6,2 mil funcionários, metade (3,3 mil) é de comissionados.

A soma dos cargos comissionados nos 39 ministérios da presidenta Dilma é igual a menos da metade dos comissionados da Câmara.

Só no gabinete, um deputado federal pode contratar até 25 pessoas com a verba de gabinete que corresponde a R$ 78 mil por mês.

As inúmeras denúncias contra o presidente-carrapato da Confederação Nacional do Comércio, Antônio Oliveira Santos, há 33 anos no cargo, não surpreenderam a própria assessoria, que há anos convive com os esqueletos no armário do chefe. Documento obtido por esta coluna mostra e-mail da assessoria da CNC listando as denúncias que pairam sobre Santos, para preveni-lo de perguntas incômodas de jornalistas.

Uma das denúncias contra Santos é o custo da Escola Sesc, estimado em R$ 500 milhões, o que corresponde a 148 escolas “normais” no Rio.

Esquenta Brasília licitação no Ministério dos Transportes para a agência que vai gastar R$ 50 milhões na propaganda do PAC. Agnelo Pacheco é a favorita. Baiana como o ministro César Borges, a Link perdeu força: o dono, Edinho Barbosa, é marqueteiro de Eduardo Campos.

Para fugir da comida de má qualidade servida na Penitenciária da Papuda, onde estão presos os mensaleiros, um detento pediu à namorada um fogão elétrico e, desde outubro, faz a própria comida.

A ceia de Natal dos mensaleiros na Papuda vai ser difícil. Como o recesso judiciário começa no dia 19 de dezembro, requerimentos e processos ficarão congelados até o dia 6 de janeiro do novo ano.

À espera de sua prisão, o deputado mensaleiro Valdemar da Costa Neto (PR-SP) desfila pelos corredores da Câmara com toda pompa, acompanhado de um círculo de seguranças e assessores.

Além de ser o gerente, o ex-ministro José Dirceu vai supervisionar a lavanderia do hotel St. Peter?


NO BLOG DO CORONEL

Mesmo se fosse usado integralmente para pagar as dívidas, o 13º salário não seria suficiente. Os brasileiros chegam ao fim de 2013 devendo — somente aos bancos — um total de pouco mais de R$ 1,2 trilhão, o maior saldo da história, segundo dados do Banco Central (BC). O montante equivale a oito vezes a quantia que será injetada na economia brasileira neste ano com o benefício natalino, cuja primeira parcela caiu na conta dos trabalhadores na última sexta-feira. Ceia, presentes e viagens poderão até ser mantidos, mas o aperto nunca foi tão grande.
A situação das finanças domésticas se complica porque, com base nos números do BC sobre as operações de crédito, os consumidores têm mergulhado nas dívidas mais caras do mercado. O saldo devedor do cheque especial, por exemplo, é o maior já registrado, com alta acumulada de 20,9% no ano. Os débitos com o cartão de crédito na modalidade rotativa — quando se quita apenas o valor mínimo da fatura — cresceram 6,2% nos 10 primeiros meses, mais do que os pagamentos à vista com cartão, nos quais não incidem juros, com alta de 5,1%.
O ano não foi fácil para os brasileiros. A inflação se manteve persistente e bem acima do centro da meta do governo, de 4,5%. A cada ida ao supermercado, um novo espanto diante dos reajustes, sempre minimizados pela equipe econômica. Não bastasse, a expectativa para o início de 2014 é de mais alta dos preços, além dos gastos extras do período, como pagamento de impostos e matrícula escolar. A escalada da taxa básica de juros — que na última semana chegou a 10% ao ano, voltando à casa dos dois dígitos — encarecerá o crédito e poderá acelerar o inchaço das dívidas.
A soma do que os brasileiros devem às instituições financeiras representa, hoje, mais de um quarto (25,8%) do Produto Interno Bruto (PIB), também a maior proporção já identificada pelo BC. "Para diminuir o peso das dívidas, o consumidor foi obrigado a ficar mais seletivo e cuidadoso. Quem conseguiu limpar o nome não vai querer virar o ano no vermelho de novo", acredita o economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC) Fabio Bentes.
Nos últimos anos, com a ausência de projetos estruturantes no país, o consumo das famílias foi o que garantiu o crescimento econômico. O aumento da renda e do nível de emprego da população fizeram o governo estimular a fartura do crédito e, consequentemente, uma corrida às compras. A euforia deu resultado. Mas, no entender de analistas, esse modelo de desenvolvimento — que acabou abafando a falta de projetos sólidos — se esgotou.
Esgotamento
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará amanhã o resultado do PIB do terceiro trimestre. Os números voltarão a mostrar que o consumo deixou de ser a principal mola propulsora da economia brasileira. O mercado aposta em recessão do indicador em 0,3%. "O consumo estagnou mesmo, chegou ao seu esgotamento. É algo que preocupa. Agora, ele terá de dar lugar à poupança", comenta o ex-diretor do BC e presidente do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal, Carlos Eduardo de Freitas.(Correio Braziliense)

Dilma foi vaiada em recente encontro de prefeitos, em Brasília.
O governo Dilma arrasou o Fundo de Participação dos Municípios com as desonerações dadas aos seus doadores de campanha, as grandes indústrias do país. Para compensar, saiu correndo pelo Brasil distribuindo caminhões e retroescavadeiras. É como enxugar gelo, pois não há dinheiro para pagar nem mesmo o combustível. Os municípios perderam cerca de R$ 10 bilhões apenas em 2013. Algo em torno de R$ 50 bilhões nos últimos cinco anos. O FPM aumentou 39% nos últimos cinco anos, enquanto o salário mínimo cresceu 63%. A conta não fecha. Cidades chegam ao final do ano sem dinheiro para pagar o décimo-terceiro dos seus funcionários, que dirá para fazer qualquer tipo de investimento. O governo Dilma transformou prefeitos em esmoleiros, em pedintes, em mendigos. É preciso começar de novo. É preciso consertar o estrago feito na Federação por um governo que só pensa em permanecer no poder, para concentrar riqueza nas mãos dos seus apaniguados, enquanto distribui migalhas para o povo brasileiro.

A pesquisa Datafolha mostra Fernando Haddad, ex-ministro da Educação de Dilma Rousseff, antes de completar um ano de governo. 82 paulistanos não aprovam a sua gestão, a cada 100. Não poderia ser diferente. Ele foi ministro da Dilma e os ministros do PT são competentes apenas no marketing. Quando assumem um posto de gestão, é pura decepção.
Na mesma pesquisa, Alexandre Padilha, ministro da Saúde do PT, aparece com 4% das intenções de voto para governador, mesmo com toda a propaganda em torno do Mais Médicos. A metade dos votos de Kassab. É uma indicação clara de que os paulistas não querem repetir o fracasso da sua capital com aquele outro ministro da Dilma.
O PT, nos últimos meses, jogou todo o jogo sujo que podia, em São Paulo, tanto nos casos da máfia do ISS como no episódio do cartel do Metrô. Mas paulistas e paulistanos estão vacinados. Eles sabem que, ao final e cabo, quem vai para a cadeia são os mensaleiros do PT.

NO BLOG DO NOBLAT

O Globo
Morreu às 4h45m desta segunda-feira, o governador de Sergipe, Marcelo Déda. Ele lutava contra um câncer no sistema gastrointestinal desde o ano passado e estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Advogado de formação, teve sua ascensão política na década de 90, quando enfrentou caciques da política local, como Jackson Barreto — que, nas últimas eleições, em 2010, tornou-se seu vice e hoje é o governador em exercício do estado. Mas foi como deputado federal que conseguiu expressão nacional.
Com uma personalidade mais conciliadora no trato político, diferente da de outros parlamentares do PT na época, Déda logo conquistou espaço e passou a ser consultado para temas do Legislativo. Fazia “dupla” no Congresso com outro político que teve crescimento na política nacional: o ex-senador José Eduardo Dutra.
Com um perfil mais aberto ao diálogo e integrante da corrente majoritária do PT, na época, a Articulação (hoje, Campo Majoritário), Déda foi eleito líder do PT na Câmara para o biênio 1998-1999. Foi neste período que consolidou seu espaço em nível nacional.
Foto: Gustavo Miranda/ O Globo

Quando me acusam de “cismar” com o Lula, minha vontade é dizer: “e você queria que eu cismasse com quem, no que se refere ao Brasil?”.
Lula é, sem dúvida alguma, a personalidade mais forte, mais marcante de todas que vi passar por nossa vida política.
Quando Getúlio morreu, eu tinha 16 anos; Lacerda e Brizola vi e ouvi durante muitos anos; Juscelino era uma figura encantadora, além de ter sido um chefe de governo que, gostemos ou não, reviravoltou o Brasil ao fazer Brasília e desfazer o Rio. Mas o peso maior, desde que sou eleitora, foi de Lula. Na vida do Brasil e em nossa vida pessoal, pois não se vive uma vida impunemente em um país.
Só que Lula cometeu, em minha opinião, dois crimes inafiançáveis: a divisão do país em duas tribos e a paixão pelo poder de tal modo entranhada em sua alma que teve a audácia de criar um terceiro mandato e agora quer partir para o quarto.
E há outro em suspense: versões conflitantes sobre o momento em que Lula soube do mensalão não nos garantem se foi antes, se foi durante, se foi depois.
Nunca se soube também o que Lula realmente sente em relação a esse episódio que enodoou seu governo. Listo aqui palavras dele e as datas em que foram ditas:
* (...) Eu não tenho nenhuma vergonha de dizer ao povo brasileiro que nós temos que pedir desculpas. O PT tem que pedir desculpas. O governo, onde errou, tem que pedir desculpas, porque o povo brasileiro (...) não pode, em momento algum, estar satisfeito com a situação que nosso país está vivendo. (12/08/05, pronunciado em reunião ministerial transmitida ao vivo por todas as redes de televisão)
* E por que a CPI não vai provar o mensalão? Porque é humanamente impossível você imaginar que, qualquer que seja um Governo e sobretudo no meu Governo, você tenha que chamar um deputado para dizer: “olha, você tem que votar porque eu te dou tanto”. (18/11/05, em entrevista coletiva a emissoras de rádio)
Agora, oito anos depois, ficou provado, no Supremo Tribunal Federal, que houve o mensalão. Ficou provado o percurso inacreditável da dinheirama saída do próprio governo para os bolsos dos congressistas que aceitaram votar ‘sim’ com o governo “porque eu te dou tanto”.
O STF provou também que Lula não mentiu quando disse:
* E também quero aproveitar aqui para dizer a vocês e, obviamente, ao companheiro José Dirceu, que eu não sei se nós teríamos conseguido fazer o que fizemos na nossa relação com o Congresso Nacional se a gente não tivesse a coordenação de um companheiro como o José Dirceu. (18/12/03, durante o ato de prestação de contas do ano de 2003)
Alfredo Sábat
Mas, cadê o Lula? Cadê suas desculpas? E as do PT? Cadê?
Essas servem?
"Estamos juntos", o já célebre ato falho.
"Parece que a lei só vale para o PT", disse Lula num palanque em Santo André, em 21/11/13.
Nota oficial do atual presidente do PT conclama “a militância a mobilizar-se contra as tentativas de criminalização do PT.”
Vocês acham que servem?
Ou, já que ele não conseguiu “desmontar a farsa do mensalão”, não seria melhor ele ver o quanto cresceria como homem e como político se desmontasse a farsa que estão tentando armar contra a Imprensa, o STF, o Povo, em suma, contra o Brasil?
Cadê o Lula?
*Fonte: Dicionário Lula: Um presidente exposto por suas próprias palavras, Ali Kamel, Nova Fronteira, 2009
(*) Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa escreve semanalmente para o Blog do Noblat desde agosto de 2005. Ela também tem uma fanpage e um blog – Maria Helena RR de Sousa.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO







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