UMAS E OUTRAS DO HELIO FERNANDES

Dona Dilma insatisfeita com o leilão. O mistério da participação da Shell e da Total. E o risco de acidentes na exploração do petrosal.

Helio Fernandes
O governo distribuiu notas ou comunicados, garantindo que, a partir de 2029, o campo de Libra estará produzindo 1 MILHÃO de barris por dia. Transcrevi, e na digitação houve um equívoco (não meu), saiu que Libra, dentro de 16 anos, estará produzindo 1 BILHÃO de barris por dia.
Como tem muita gente cobrando, a explicação: é evidente que eu sabia e sei que é 1 MILHÃO por dia. Se fosse 1 BILHÃO, como saiu, Libra duraria apenas 12 dias. Desperdício de tempo para “cobrar” um fato que qualquer um constataria como equívoco.
DONA DILMA INSATISFEITA
Ao contrário do que diz na televisão, particularmente a presidente demonstra todo o constrangimento com os resultados. Ela sabe que não pode enganar a todos, todo o tempo (Lincoln).
SHELL E TOTAL
Em relação a essas duas empresas, principalmente a primeira, existe muita coisa inexplicável. Por que decidiram entrar no último segundo do tempo concedido para os que desejassem participar? Nem sei se a palavra é participar. E não sou apenas eu a ficar preocupado com o fato.
O MISTÉRIO DA SHELL E TOTAL
Mesmo os que são ou se julgam especialistas em petróleo e agora em petrosal, como se fossem a mesma coisa, não se manifestam. Alguns deles não saem da televisão, fazem as maiores restrições. Mas no final, para não “contrariarem” o governo, terminam por dizer, “no final foi um bom negócio”. E as restrições?
A VERDADE DA PARTILHA SURGIRÁ
Ninguém pode garantir que o próximo leilão se chamará partilha. Dona Dilma afirma: “Não mudaremos nada do que foi feito em Libra”. Ora, como acreditar? Ela também fala em “nova partilha dentro de dois anos”.
Podem esquecer a identificação como partilha, a garantia dela é apenas por causa do ano eleitoral. Quanto ao prazo, aumentem para três ou quatro anos. A aposta ou o cálculo, sem nenhum risco.
A LEI DO VAZAMENTO
No dia seguinte ao leilão ou partilha, Dona Dilma publicou um decreto a respeito dos possíveis VAZAMENTOS. Já devia estar pronto, é longo e atinge diversas possibilidades. Não podia ser redigido de uma hora para outra. Mas por que não foi publicado junto com as regras para os concorrentes, possíveis ou apenas imagináveis?
COM O PETROSAL, TUDO INCERTO
Essas coordenadas são justíssimas, só que saíram fora de ordem. É evidente que acontecerá muita coisa na extração desse petrosal, tão desconhecido e imprevisível. Hoje vou tratar apenas de um desses possíveis “vazamentos”, e portanto, justificando o decreto, mesmo atrasado.
AS 18 PLATAFORMAS
Ninguém contestou o fato. É esse o número das plataformas que terão que ser montadas no campo de Libra. Não é uma tarefa fácil ou garantida, levando-se em consideração apenas o número e o gigantismo dessas plataformas. Vejam as que existem (pelo mundo) para ir buscar o petróleo, coisa que fazem há 50 anos. (Não aqui, claro).
O campo de Libra, dados oficiais, tem por volta de 100 quilômetros, de ponta a ponta. As plataformas, repetindo, são 18. Portanto, dividindo linearmente o espaço do campo pelo número de plataformas, a distância entre um plataforma e outra ficará entre 5 e 5,5 quilômetros.
MOVIMENTAÇÃO SERÁ GIGANTESCA
Por enquanto, ainda não se sabe onde será mais eficiente e mais produtiva a concentração desse tão cobiçado e esperado petrosal. O óleo pode estar em qualquer ponto desse campo de Libra, calculado entre 5 quilômetros e 5,5 quilômetros. Lógico, as plataformas não ficarão em pontos fixos. Terão que ser movimentadas.
DESASTRES ACONTECEM
Não é nem surpreendente o que acontece de desastre habitual, no mundo do petróleo comum. (Até o gás que os americanos estão retirando do xisto, assombrando e apavorando o mundo, tem efeitos colaterais assustadores).
Imaginem então a movimentação dessas 18 plataformas enormes, tão perto uma das outras? Ninguém calcula os sustos e desastres que podem acontecer. Dessa forma sumária, numa análise apenas para lembrar: como fixar prazo para tudo?
O petrosal pode ser a oitava maravilha do mundo. Ou a primeira que não é um monumento, mas é monumental. Com todas as considerações, não retirando uma linha do que escrevi sobre o leilão-ainda-partilha, nem precisaria afirmar: torço com toda fé e esperança, para que o pré-sal seja o que se espera, sem nenhum desperdício.
Já perdemos muito no leilão-partilha. Que então possamos recuperar toda essa riqueza.
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PS – Brandão, pode haver vídeo com afirmações do Fernando Moraes, mas não da “prisão e resistência” dela. Isso ocorreu em 1936, Olga Benário estava bem longe, a Revolução fracassada foi em 1935.
PS2 – O que acontece é que o Fernando Moraes é comunista, e conta o que bem entender. Só para mostrar a coerência do biógrafo: apesar de comunista assumido, era intimíssimo de Orestes Quércia, mais do que notório. Lógico, Brandão, tudo invencionice de comunista para comunista.
PS3 – Rudy Rensie, você foi diretamente ao ponto e tentou corretamente responder à minha pergunta, é simples: “Por que Escola Olga Benário agora, 80 anos depois da posse de Hitler como chanceler (primeiro-ministro)?”. Só em 1936 Hitler ficou absoluto com a morte de Hindemburg, marechal presidente.
PS4 – Walter Martins, Anita Leocádia Prestes (ela, sim, tem o sobrenome, que é do pai), nada a ver com Olga Benário. Era mãe dela, lógico. Mas nem a conheceu. Quanto a Prestes, não tinha tempo para essa coisa prosaica (?) de ser pai por acaso.
PS5 – Muito mais tarde, ainda na União Soviética, casou com Dona Maria, teve muitos filhos. Anita Leocádia ficou por aqui, e não duvido que tenha sido professora respeitada e admirada.
Da Tribuna da Imprensa de 29-10-2013.

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