UMAS E OUTRAS DO HELIO FERNANDES

Cabralzinho será ministro? O ‘domínio do fato’ e as provas, no entendimento-desentendimento dos juristas. Em 2030, pelo menos 1 bilhão na mais completa miséria, é o que divulga a ONU. Dona Marina sem partido, faltando 9 dias para a decisão.

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Helio Fernandes
A ONU publicou um relatório sobre o que chama de “miséria extrema”. O trabalho não é dela, mas é encampado mesmo sabendo que não passa de fraude, farsa, mistificação. A Liga das Nações (a ONU depois da Primeira Guerra Mundial) acabou precisamente por causa disso.
Desinteresse, displicência, desprezo pela lamentável degradação do mundo. Esse relatório trata da miséria, não agora, mas em 2030. Por que esses 17 anos de diferença? E a ONU não podia divulgar, de jeito algum, um relatório que nesse distante 2030 mostra números tão asfixiantes.
Os números dessa pesquisa, para 2030: “Estarão na mais completa MISÉRIA 342  milhões de pessoas, que poderão chegar a 1 bilhão e 20 milhões, todos desempregados. Esse documento, vá lá, deveria ter sido arquivado, sem divulgação. Como o estudo pode variar de um total até outro, três vezes maior?
EM VEZ DE 2030,
A REALIDADE DE HOJE.

Já publiquei números desvairadamente diferentes, de agora, os pesquisadores não esperaram 2030, trabalharam com dados de hoje, de ontem. O mundo está com 7 BILHÕES e 200 MILHÕES de habitantes. E na extrema miséria (fugi da palavra “vivendo”), mais de 700 milhões, praticamente 10 por cento.
Não arbitrariamente nem automaticamente, divididos assim: 300 milhões, sem emprego, sem renda, sem salário, seu casa, sem comida, sem ter o que comer na hora de dormir, a situação se repetindo na hora de acordar. Se é que alguém consegue dormir.
Os outros 400 milhões recebem entre dois e quatro reais por dias, o que na verdade equipara todos. O que fazem ou compram com essa “dádiva” de todos os sistemas, regimes ou formas de governo?
Se em 2030 os miseráveis forem “apenas” 342 milhões, terá havido uma redução, lógico. Mas se o relatório indevidamente patrocinado pela ONU acertar na outra ponta do dilema execrável, insuportável, inaceitável e imperdoável? E os miseráveis ultrapassarem a casa de 1 BILHÃ0? Não haverá a tão esperada revolução ou RENOVOLUÇÃO mundial?
DESEMPREGO, ARMA
SELVAGEM DO CAPITALISMO

Desculpem a repetição, já escrevi sobre a revolta em relação ao desemprego, a maior de todas as crueldades, maior ainda do que a tortura, com o nome assumido e assinalado. Mas a quanto esse total pode chegar, nenhuma surpresa. Ao bilhão, aí é a calamidade, o massacre, a tragédia irreversível.
A PALAVRA DO
PAPA FRANCISCO

Estando na Sardenha, o Papa foi procurado por centenas de pessoas, que se queixavam, todos desempregados. Soube que só na Sardenha, de pequena população, eram 20 mil, resolveu fazer um discurso de improviso, condenando essa situação.
Pode ser que tenha sido inútil e não produza efeitos positivos, mas é mais uma voz condenando esse sistema, no qual os ricos pretendem apenas enriquecer mais. Apesar dos pobres não terem limite para maior empobrecimento. Se aproximadamente 1 BILHÃO não têm como existir ou reagir, o que fazer?
QUEM VERÁ
O ANO 2030?

Só mesmo irresponsáveis divulgariam para o mundo previsões para tão longe. Principalmente num época em que os fatos acontecem com tal velocidade que é impossível acompanhá-los. De qualquer maneira, poderiam ter usado os números de hoje, tão ou mais terríveis. E capazes de produzir a tal almejada modificação.
A LENTIDÃO
DA JUSTIÇA

Falam muito da Justiça que não anda, no fato de ser morosa, citam e recitam Rui Barbosa. Mas não chegam a resultado algum. Os que tiveram a sorte de constatar que seus processos terminaram, caíram na armadilha do sistema: foram jogados para os “precatórios”. Palavra que mistifica o cidadão, desmoraliza e leva ao desprezo toda a Justiça. Sem exceção.
O OUTRO LADO
Como não existe nada que possa ser analisado apenas com uma visão ou versão, vejamos o todo. Um banco famoso, que foi à falência há 11 anos, devia 60 milhões. Agora a dívida está em 9 BILHÔES. Isso mesmo, nenhum engano ou equivoco. Como se fará justiça, nos dois lados?
A SUPERVALORIZAÇÃO
DE DONA MARINA

No caos e no tumulto partidário do Brasil, torço para que Dona Marina consiga formar e oficializar ser partido. Outros conseguiram, por que ela não conseguiria? Só que vários ou supostos candidatos a presidente em 2014 (ou depois) dizem com hipocrisia: “Ela tem todo o direito de ter o seu partido”.
Mas logo depois mistificam, se desligam da realidade e da credibilidade, afirmam: “Se o partido de Dona Marina for registrado, ela será candidata a presidente, haverá segundo turno”.
Desmentem a eles mesmos, não consideram que ela tem direito ao partido, pelo contrário, pode ajudá-los prevendo um segundo turno. Que República.
DONA MARINA NO
FIO DA NAVALHA

Dona Marina tem até 5 de outubro para registrar a Rede. 9 dias, incluindo sábado e domingo, para decidir uma vida política, o futuro e o destino. O Solidariedade estava em pior situação no TSE, o relator Henrique Neves recusou seu registro, deu 60 dias para o Paulinho se acertar.
Não servia, em suspense, nenhum parlamentar sairia do partido atual, arriscando tudo. Votaram, ele ganhou por 4 a 3, já está recebendo solidariedade.
Para Dona Marina as coisas terão que ser diferentes. O Solidariedade não ameaça nenhum presidenciável, talvez possa ajudar algum, quem sabe Aécio, muito precisado? Mas Dona Marina é a própria presidenciável, como ajudá-la a triturá-los? 9 dias.
O FUTURO DE
CABRALZINHO

Em Brasília circulam muitos rumores sobre o destino ministerial do governador. Mas não é certo. Dona Dilma teria que ter muita coragem para nomear o quase unânime “fora Cabral”. E os protestos, também no PT?
Saindo, assume Pezão, que logicamente se fortalece, não a ponto de ganhar, mas de desgastar Lindbergh. Haja o que houver, só existem dois candidatos: o desse do PT e de Garotinho, dele mesmo.
O plano de cabralzinho, desbaratado pelas ruas. Iria para Paris como embaixador, dois anos extraordinários. Voltaria em 2016/17, aí tudo já teria mudado, ou não. Só que Dona Dilma poderia nomeá-lo ministro, embaixador? A coragem não dá para atravessar o Atlântico.
IVES GANDRA
RECUOU NOVAMENTE

O jurista deslumbrou um dos lados, em sua argumentação: “Pela primeira vez, o Supremo usou a teoria do “domínio do fato”, substituindo as provas”. Quando o Supremo julgou Collor “por falta de provas”, Gandra ficou em silêncio.
Agora, contestado, se incorporou à clarividência do ministro Gilmar Mende3s, para quem só vale o que vem de juristas da Alemanha. (Só que Gandra Martins não tem filha morando na Alemanha).
Ives usa a mesma Folha, para “retificação”, travestida ou escondida como “ratificação”. Chama a Ação Penal 470 de “histórica”, esqueceu de fazer isso antes. Cita fartamente as vezes em que o “domínio do fato” foi utilizado.
ESPEREMOS A QUARTA
VERSÃO DE IVES GANDRA

Agora, aceita plenamente as condenações, e aparece de corpo inteiro, ao contrário das outras vezes. “À falta de provas robustas, a condenação se dá através do domínio do fato’. A seguir, textual: “As provas das condenações da Ação 470 eram consistentes, tanto que só alguns reus conseguiram obter os quatro votos que permitiram os infringentes”.
O jurista se equivocou, como é comum dizer agora. Em suma: pegou um avião em Congonhas, ficou surpreendido que nunca chegava a Berlim. Resolveu então desembarcar. Mas no meio do caminho?
Da Tribuna da Imprensa de 26-9-2013.

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