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UMAS E OUTRAS DO HELIO FERNANDES


Helio Fernandes

Além de corruptos, burros e péssimos analistas. É o mínimo que pode ser dito da maioria dos vereadores do Rio. Os manifestantes “interditaram” a Câmara e não deixaram que realizassem a primeira sessão da CPI em homenagem à Fetranspor. A CPI ficou marcada para começar amanhã, quinta-feira, também não haverá nada.
Quando os manifestantes entraram e dominaram o plenário da Câmara, poderiam ter feito um acordo, os que protestavam estavam abertos ao diálogo. E o que pediam era muito pouco. 1 – Corruptos não poderiam participar da CPI. 2 – Chiquinho Brazão, presidindo a CPI para CONSAGRAR a Fetranspor, de jeito algum.
Agora, os manifestantes fizeram 9 exigências, mas talvez (não é certo) retirem algumas. Acordo certíssimo: Eliomar Coelho presidente da CPI, e mais quatro membros que não assinaram o pedido de CPI. Os vereadores deveriam ficar satisfeitos, os cidadãos que pretendem recuperar a Câmara querem CPI com televisão.
Puxa, vocês vão ganhar holofotes, o povo nas ruas e nas casas, assistirá tudo. Aceitem, não sou inimigo, quem sabe em 2016 vocês se reelegem? O que recebem em salários, privilégios e mordomias, não encontrarão em lugar algum.

A CHACINA DO ADOLESCENTE DE 13 ANOS

Ontem juntei muitos dados e “coincidências” sobre o desaparecimento de Amarildo. Hoje vou examinar em profundidade essa morte de 5 pessoas, com as autoridades, peritos, técnicos civis e militares “patinando” na descoberta dos fatos, cometendo tantos erros e equívocos, que o quadro é inacreditável.
Cinco pessoas apareceram mortas em duas casas construídas no mesmo terreno. Desde logo, como único suspeito, um dos mortos, um jovem de 13 anos. Teria matado o pai, a mãe, a avó e a tia-avó e se suicidado.
Mas a disposição dos corpos, todas as mortes sem um pingo de sangue, ninguém da família ou dos vizinhos acreditando que aquele adolescente simpaticíssimo (um garoto muito bonito e de apresentação carinhosa) pudesse ser o assassino.
Os dias foram se passando, surgiam “fatos” estranhíssimos, mas nenhum outro suspeito. Só que as acusações contra o jovem foram ficando impossíveis de serem confirmadas, surgiam versões, novos fatos com muito atraso, mas nenhum nome que se encaixasse.
Todos os vizinhos ouvidos defendiam o menino, mas afirmavam: “Ele sabia dirigir e sabia atirar”. Dirigir, nenhum problema, mas atirar? Viam o garoto várias vezes tirar o carro da garage, nem surpreendente, mas onde viam o garoto atirar? Ele nasceu e morreu na mesma casa, treinava tiros dentro de casa? Então deviam ter ouvido os tiros, e as balas podem ser achadas. Os pais levavam o filho para treinar tiro em algum lugar? Improvável?

O DELEGADO: “NÃO HOUVE LATROCÍNIO,
O SUSPEITO É O GAROTO"

Ele se firmou e se fixou nessa possibilidade, mas não conseguiu provar nada, só que não houve roubo. Mas sua investigação foi e continua precaríssima. Só cinco dias depois das mortes, achou um par de luvas, dentro do carro. Para ele, o garoto matou as quatro pessoas usando as luvas, recolocou-as no carro e se matou sem elas. Alto planejamento, só na imaginação. Mas da última morte deviam existir traços de pólvora nas mãos. Técnicos dizem: “Era pistola, não deixa marca”. Bobagem.
O corpo do pai e da mãe, no chão. Posição rigorosamente vertical, alinhados, sem alteração. As duas mulheres em camas diferentes, também executadas com um tiro (todos quatro certeiros, na cabeça), sem se mexerem. Daí surgiu a ideia de que “poderiam ter sido drogadas antes”. Nada que comprovasse.

TESTEMUNHAS E FATOS CONTRADITÓRIOS

Um coronel que servia no quartel onde a mãe do garoto trabalhava (o coronel não era o comandante) afirmou em depoimento: “A cabo Andréa delatou policiais que assaltavam caixas eletrônicos de bancos de madrugada”. Ora, a palavra delatar não se aplica, pois se ela denunciou assaltos, estava cumprindo sua condição de policial.
Mas o coronel pediu para fazer outro depoimento, e negou tudo que havia dito. Textual: “Eu estava nervoso, ela quase não falava comigo, não sei como é que fui relatar conversas que não existiram”. Que comportamento estranho e suspeito para um coronel.

TRÊS FATOS QUE DEVERIAM TER SIDO
CONHECIDOS NA HORA, LEVARAM 10 DIAS

1 – No dia das mortes, houve um churrasco na casa do pai e da mãe do jovem de 13 anos. Por que não se soube disso antes? A rua é pequena e silenciosa, vizinhos sabem de tudo, não souberam do churrasco?
2 – Foram encontrada 20 latas de bebida alcoólica. Por que só agora foram achadas ou pelo menos reveladas?
3 – Inacreditável: peritos constataram que entre as mortes do pai e da mãe e das duas mulheres, decorreram 6 horas. Esses peritos não sabem ou não querem dizer quem morreu primeiro? Lógico que foi depois desse estranho churrasco, mas o que aconteceu até os corpos serem achados?
Provado e comprovado pela posição do carro e pelo depoimento de professores que conversaram com o jovem. Sem nenhuma dúvida, os que o acusam dizem: “Depois de matar as quatro pessoas, ele dormiu no carro, até chegar a hora de ir para a escola”. Existe até o vídeo dele deixando o carro e indo a pé para a escola.
Tudo tão confuso, esdrúxulo, atordoante, parece o título do filme de Julinho Bressane: “Matou a família e foi ao cinema”.
Para terminar por hoje: quem primeiro encontrou os mortos foi um policial que mora na mesma rua. Não deram importância ao fato. Por que o policial entrou na casa? Fazia isso sempre? Sentiu “cheiro” de morto? E os quatro já estavam mortos, contrariando a afirmação de técnicos?
Uma vizinha que mora ao lado, contou: “Vi dois policiais pulando o muro da casa da família Pesseghini. Chamada para depor, ficou marcado para anteontem, segunda-feira. Logo que se soube que ela ia depor, surgiram rumores de que estava sofrendo ameaças. O depoimento foi adiado, o que deixa claro que as ameaças não eram apenas rumores.
Todas essas contradições e controvérsias confirmam a razão de tantos homicídios não serem desvendados. O que acontecerá com este?
O tio-avô do menino acusado das morte só foi na casa de Marcelo, 3 ou 4 dias depois. Quase no portão da casa, encontrou uma chave que entregou à polícia. Pode não ter a menor importância. Mas tantos policiais, técnicos civis e militares entraram e saíram da casa e não viram a chave?

HOJE NÃO HAVERÁ MENSALÃO

Estava marcada para hoje a segunda fase do julgamento, que ficou meses parada e paralisada. Agora, com a morte da mulher do ministro Teori Zavascki, o presidente não quis correr o risco de um empate nos recursos dos que tiveram 4 votos a favor. Esse julgamento é obrigatório.
Uma das condenações-chave (a de formação de quadrilha) está 5 a 4 a favor da tese de Joaquim Barbosa. Com 10 ministros no plenário, e com a vasta possibilidade de Barroso votar a favor dos condenados, ficaria 5 a 5.
Nesse caso o presidente teria que desempatar absolvendo ou eliminando a acusação de formação de quadrilha. Invertendo a pauta, e esperando o ministro (que deverá ficar de fora pelo menos 10 dias, por causa da missa de sétimo dia), o presidente do Supremo pode ganhar ou perder de 6 a 5. Mas em nenhuma hipótese terá que desempatar.
Amanhã o moroso e tortuoso Procurador Geral vai para casa aposentado. Ninguém perceberá a não ser da sua participação no MENSALÃO. Ele queria estar no Supremo quando chegar a vez do CARTELÃO do PSDB.

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PS – Você tem razão, Aquino, aqui no Brasil, ninguém parecido com Roosevelt e De Gaulle, mas é preciso comparar.
PS2 – Obrigado pela ideia do livro como fez Carlos Lacerda “Depoimento”. Até meus filhos e netos me cobram. Eu devia ter escrito um livro por ano, pelo menos de 1963 a 2003. Constrangimento em citar personagens. Eu tinha os fatos, minha forma de expressão é a palavra escrita e a palavra falada, deixei o tempo passar. Agora, passou muito.
PS3 – Devia e podia pelo menos reproduzir em livro o que escrevi diariamente. Desde 1956, milhares de artigos e colunas. Todos os que escrevem em jornais no mundo todo, republicam em livros.
PS4 – Amigos jornalistas e não jornalistas se oferecem para pesquisar, selecionar, relacionar, sem que eu tenha o menor trabalho. Só não autorizei até agora.
PS5 – Até professores apanham da Polícia? Assim ninguém suporta. Eles querem apenas ensinar e receber salários pelo menos razoáveis.
PS6 – E os policiais que cumprem “ordens superiores”, deveriam desobedecer, “bater” não é obrigação de policial. Além do mais, têm os mesmos problemas salariais dos professores, que não fazem greve por prazer e sim como último recurso.

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