SALVE, PAPA FRANCISCO



-SALVE, PAPA FRANCISCO!-

Por José Estênio Gomes Negreiros 

A visita do Papa Francisco ao Brasil, durante a semana de 22 a 28 de julho de 2013 foi sem dúvida o maior acontecimento religioso deste ano em todo o mundo.
Tendo como objetivo principal a realização da Jornada Mundial da Juventude, promovida pela Igreja Católica, o evento centralizou as atenções da Imprensa ocidental para a cidade do Rio de Janeiro.
Sem querermos descer a detalhes dos percalços que um acontecimento daquela magnitude acarreta em termos de segurança e mobilidade em qualquer parte, pode-se afirmar, sem medo de errar, que ele foi um estrondoso sucesso para o Catolicismo deste lado onde o Sol se põe.
A participação massiva de jovens de quase todas as paragens da Terra enriqueceu a J.M.J. com o brilho da jovialidade de uma mocidade vibrante, alegre e exemplarmente bem comportada.
Mas a atração magna foi indubitavelmente o Papa Francisco, o jesuíta argentino admirado por todos - independentemente de credo religioso ou político. Aliás, as suas insólitas atitudes têm surpreendido agradavelmente desde o instante em que foi proclamado o líder maior do Catolicismo, numa eleição também não menos surpreendente.
No trono do Vaticano talvez não tenha se sentado, ao longo de quase dois mil anos, um sacerdote detentor de uma personalidade semelhante ao do Papa em referência. Simples – a começar pelo nome – humilde, despojado, simpático, afável e doce, mobiliza admiração por sua conduta verdadeiramente cristã, dando exemplos de como deve se portar o autêntico sacerdote vulgarizador e praticante do Evangelho de Cristo.
O Papa Francisco, no seu singular modo de agir, tem-se notabilizado, desde sua ascensão ao pontificado, sobretudo pela quebra das chamadas “etiquetas oficiais” exigidas para líderes religiosos e mandatários de nações. Dispensou muitas delas de forma elegantemente simples e sem causar contrariedade ou decepção até mesmo aos que se apegam à liturgia fútil dos seus cargos. E aqui não foi diferente, como foi mostrado nas suas aparições públicas.
Nas suas andanças beijou crianças, afagou adultos, cumprimentou, humildemente, pastores de outros credos, sempre com um incansável sorriso, como incansável de resto ele foi, pois em nenhuma ocasião viu-se em seu semblante demonstração de fadiga ou cansaço.
Nas suas falas exortou os sacerdotes católicos a ensinarem menos doutrina e mais prática. Exigiu deles a não pescarem em aquários, mas em águas revoltas, numa clara alusão ao comodismo dos padres que não saem do conforto de suas sacristias para visitar os seus paroquianos, principalmente os pobres, os desassistidos e os enfermos, e que vivenciam o Evangelho somente da boca para fora.
Na sua oração aos políticos exigiu o sentido ético e o diálogo construtivo como principais pressupostos da Política, afirmando: "Entre a indiferença egoísta e o protesto violento, sempre há uma opção possível: diálogo, diálogo e diálogo". Cobrou responsabilidade dos governantes e defendeu o laicismo ao sustentar: "A convivência pacífica entre as diferentes religiões é beneficiada pela laicidade do Estado, que, sem assumir como própria nenhuma posição confessional, respeita e valoriza a presença do fator religioso na sociedade".
Para a juventude merece destaque o trecho abaixo do discurso a ela dirigido:
“Tenho acompanhado atentamente as notícias sobre tantos jovens que saíram às ruas para expressar o desejo por uma civilização mais justa e fraterna. São jovens que querem ser protagonistas da mudança. Eu os animo a que, de forma ordenada, pacífica e responsável, motivados por valores do Evangelho, sigam superando a apatia e oferecendo uma resposta cristã às inquietudes sociais e políticas presentes em seus países.” 
Deve o exemplo de humildade, altruísmo, desapego e abnegação que o Papa Francisco vem dando ao mundo ser imitado por todos os seguidores do Mestre de Nazaré, principalmente por aqueles que ocupam as posições de sacerdotes e de tribunos de todas as crenças religiosas que seguem o verdadeiro Cristianismo.

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Fortaleza, CE, 30 de julho de 2013.

Publicado inicialmente como Editorial para a   página http://www.cairbar.com.br/textos/editorialmensal

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