DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 28-8-2013

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO


Ao “cavar” sua nomeação para chefiar a Missão do Brasil nas Nações Unidas, o ex-chanceler Antonio Patriota parece pretender transformar aquele posto, um dos mais importantes da diplomacia, em uma reserva familiar. Ele próprio havia premiado o irmão Guilherme para o cargo de nº 2 da Missão, em Nova York, e a mulher dele, conselheira Erica, para trabalhar com o maridão. A lei proíbe subordinação direta de familiares.

Cioso no respeito à lei, como alega nas ameaças a Eduardo Sabóia, o governo não pode permitir Patriota, irmão e cunhada no mesmo posto.

Patriota queria nomear o mano Guilherme para a Missão do Brasil junto à Organização Mundial do Comércio, em Genebra, mas Dilma barrou.

tresloucado presidente da Bolívia, Evo Morales, não se livra tão cedo do Brasil: chama-se Linda Brasilda a suplente do senador Roger Pinto.

Dilma não estava preocupada com a integridade física do asilado, mas com revelação de um vexame mundial: o pouco caso de seu governo ao pedido de asilo de um perseguido pelo regime de Evo Morales.

Dilma deveria saber que há várias formas de tortura, além de choques elétricos e pau-de-arara no DOI-Codi. Ficar em um cubículo por 452 dias, sem direito a visita e com restrições a banho de sol, por exemplo.

Ficou evidente a predileção de Dilma pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL), em detrimento de Henrique Alves (PMDB-RN), durante a visita dela ontem ao Senado. Com Renan, era só sorrisos.

Pergunta ontem no Twitter diante do habitual “figurino” dos cubanos: Cuba fabrica médicos ou jalecos?


NO BLOG DO CORONEL

O ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral Torquato Jardim afirmou ontem que a Rede Sustentabilidade, partido que Marina Silva tenta criar para concorrer ao Planalto, não pode ser vítima de falhas na Justiça Eleitoral. Jardim é o principal responsável pelo pedido de registro da Rede, entregue anteontem ao TSE. Ele nega que a peça tenha o objetivo de afrouxar as regras eleitorais para criar a Rede a tempo.
A intenção de Marina de concorrer pela Rede só será possível caso a sigla esteja aprovada pelo TSE até o dia 5 de outubro. "Acredito que a sinceridade do projeto da Marina repercutirá na resposta do tribunal", disse Jardim. Devido ao prazo limite, a Rede ingressou com o pedido no TSE antes de ter o mínimo de assinaturas de apoio (são exigidas 492 mil, mas só há certificação de 304 mil) e a aprovação em ao menos nove tribunais regionais (a Rede só tem uma até agora).
Sob o argumento de que os cartórios eleitorais estão descumprindo o prazo legal de validação das assinaturas, de 15 dias, o partido quer que o TSE obrigue os cartórios a certificar os nomes mesmo que não haja a conferência da veracidade dos dados, apenas por meio da publicação das listas. As assinaturas não questionadas seriam, assim, automaticamente validadas. Jardim reconhece que a tese, se aceita, representará uma inovação. "Mas é uma inovação que não fere a lei. E há precedentes", diz ele.Ontem, a assessoria do partido também soltou uma nota negando que esteja pleiteando tratamento privilegiado ou afrouxamento da lei.
Advogados e ministros do TSE ouvidos pela Folha disseram considerar o pedido inusual, por abrir brecha para fraudes: "Isso não tem fundamento. A conferência de assinaturas não é um faz de conta, senão passa apoio de Batman, do Robin Hood", afirma o professor da UnB Tarcísio Vieira de Carvalho Neto.
Torquato Jardim afirma que possíveis irregularidades podem ser investigadas e, caso sejam comprovadas, levem à cassação do registro da Rede.A ação da Rede foi publicado ontem pelo TSE. O plenário manteve a ministra Laurita Vaz como relatora do processo. Antes, ela havia tentado deixar a relatoria do caso, pediu que a matéria fosse sorteada, mas, por ser a corregedora-geral eleitoral, terá de analisar um pedido de providência apresentado pela Rede, de acordo com a presidente do tribunal, Cármen Lúcia. (Folha de São Paulo)


NO BLOG DO NOBLAT

Jamil Chade, Estadão
O ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, pede sua residência no principado de Andorra. A informação foi divulgada na noite de hoje pela Radio Catalunya, depois que a reportagem do Estado revelou que um terço da renda dos amistosos da seleção brasileira acabava em contas em Andorra e numa conta em nome de Sandro Rosell, amigo de Teixeira e hoje presidente do Barça.
Segundo a rádio, Teixeira já deu entrada na documentação para ser residente de Andorra, o que significa que, a cada ano, terá de passar 150 dias no principado entre a França e Espanha e conhecida por ser um paraíso fiscal. Para que seja aceito, Teixeira teria de depositar pelo menos 400 mil euros nas contas de um banco do principado. Mas, segundo a radio, ele estaria negociando transladar ao paraíso fiscal cerca de 4,9 milhões de euros.


Mauro Zanatta e Tânia Monteiro, Estadão
A demora na autorização de um novo reajuste para a gasolina e o óleo diesel no País deve provocar um gasto adicional para a Petrobrás de R$ 900 milhões por mês na importação desses combustíveis, segundo cálculos do Itaú BBA. Mas a presidente Dilma, apesar de decidida a autorizar o reajuste, quer esperar que o câmbio e a inflação estejam sob controle para definir o aumento.
A presidente avisou à estatal e aos auxiliares envolvidos com os cálculos do reajuste, segundo uma fonte graduada do governo, que aguardará a "acomodação" do câmbio numa "banda mais estável" de variação. E também quer projeções da área econômica sobre eventuais impactos de um choque de oferta global nas commodities agrícolas causado por nova quebra de safra nos Estados Unidos.


Lino Rodrigues, O Globo
A TAM, empresa aérea do grupo chileno Latam Airlines, demitiu nesta terça-feira pelo menos 400 funcionários, entre comandantes (pilotos), copilotos e comissários de bordo. No início da noite, a TAM confirmou, por meio de comunicado, as demissões, mas alegou que “os números finais (dos cortes) serão divulgados quando do encerramento do processo”, o que deve ocorrer ainda esta semana.
Segundo a empresa, o ajuste no quadro de pessoal está sendo realizado para atingir a meta de 811 cortes, medida que permitiria à companhia se ajustar à queda de 12% na oferta de voos no país e fazer frente ao aumento de custos. O alto índice de adesões ao programa de demissão voluntária (PDV) e de licença não remunerada, segundo a TAM, ajudaram a reduzir o número de dispensas.


O Globo
Recentemente o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que muito em breve a Força Armada Nacional Bolivariana terá sua própria rede de televisão. “E isso não é tudo”, acrescentou, depois de determinar que uma das emissoras de TV oficiais, a ViveTV, será agora a ComunasVTV, dedicada a fomentar a criação e consolidação das “comunas” — forma de organização coletiva promovida pelo falecido presidente Hugo Chávez como base de seu “socialismo do século XXI”.
O novo governo venezuelano mantém a estratégia de ampliar seu controle sobre os meios de comunicação do país. Já possui oito televisões (só há quatro privadas), 36 emissoras “comunitárias” e 250 estações de rádio “comunitárias”, em sua maioria sustentadas com dinheiro público, segundo um estudo dos comunicólogos Marcelino Bisbal e Andrés Cañizales. O estudo assinala, por outro lado, que ainda existem 530 rádios comerciais no país.


O Globo
França e os EUA afirmam estar prontos para realizar uma intervenção na Síria, numa ação que poderia ocorrer a partir de quinta-feira, de acordo com a mídia americana. O ataque seria um alerta a Bashar al-Assad, com a Casa Branca descartando qualquer esforço para derrubar o ditador.
Os sinais de que as potências ocidentais já se articulam para uma ação militar vieram mais cedo, quando o secretário de Defesa americano, Chuck Hagel, garantiu que os militares americanos já se prepararam para agir caso o presidente Barack Obama dê uma ordem de ataque à Síria.
Extraoficialmente, a Casa Branca já informou o Congresso da intenção de usar força, e o secretário de Defesa garantiu que o Pentágono está pronto para agir imediatamente. O início da operação depende apenas da escolha, pelo presidente Obama, do melhor plano de ação e da articulação final da coalizão ocidental. A intervenção deverá ser cirúrgica e de curta duração, sem o deslocamento de tropas por terra, e visa apenas a minar as capacidades militares de Assad, não derrubá-lo.


Nádia Lapa, Carta Capital
Eu não sei qual parte foi mais assustadora no manifesto assinado por 15 ex-integrantes do Fora do Eixo que veio à tona na noite desta segunda-feira (26), cuja íntegra você encontra ao final deste post.
Algumas das práticas sexistas do grupo não foram surpresa. Em reportagem publicada por Carta Capital, Lino Bocchini e Piero Locatelli já haviam revelado o chamado "catar e cooptar". Segundo palavras do manifesto:
"Uma das práticas políticas do Fora do Eixo refere-se a “catar ou “cooptar” (também se usa as terminologias “entrega” e “missão”), deliberada em reunião da cúpula com o objetivo de cooptar parceiros através da sedução e do sexo. É debatido o perfil do futuro integrante ou colaborador e quais membros teriam afinidade de atraí-lo e iniciar com ele ou ela um relacionamento amoroso e/ou sexual com a finalidade de cooptá-lo(a). Homens e mulheres fazem parte desses artifícios".
Logo depois de explicar o conceito, os signatários acusam o Fora do Eixo de uma norma que consegue piorar a anterior. Faço questão de dar ênfase a ela, colocando-a em negrito (se pudesse, colocaria em luzes neon): “Quem pega mulher feia ganha mais lastro”.
Isto é: nessa prática de catar e cooptar, se a pessoa se relacionar com uma mulher considerada feia, a pessoa ganha respeito entre seus pares dentro do FdE. O famoso "guerreiro" do homem médio e babaca, que dá a "alma" em nome da "masculinidade". No caso de agora, porém, a intenção é dar a "alma" por uma instituição... que sequer te paga um salário.
Não que isso justifique qualquer coisa, mas é ainda mais surreal alguém compactuar com prática tão desumanizante. Em nome do quê? Caso as alegações dos signatários sejam reais, fica difícil - ou, na verdade, impossível - acreditar que o Fora do Eixo trate seus colaboradores como gente.
A tática de cooptação com base em atração sexual não é novidade nenhuma. Nós vemos isso acontecendo o tempo todo. A mulher é uma coisa, um objeto no sistema capitalista, que sustenta o patriarcado. Mas como justificar tamanha coisificação num movimento que se diz diferente, inovador, revolucionário, horizontal e de esquerda? É só mais do mesmo?
Uma das frases clássicas do movimento feminista é "o feminismo é a ideia radical de que mulheres são gente". Bom, em se tratando do Fora do Eixo, parece que não somos.



NO BLOG DO REINALDO





NO BLOG DO JOSIAS

O Ministério da Saúde levou à internet na noite passada o papelório do acordo que firmou com a Organização Pan-Americana de Saúde para trazer 4 mil médicos de Cuba. Numa “subcláusula” da cláusula terceira, o documento anota o custo do atravessador. A intermediação renderá à Opas R$ 24,3 milhões. A cifra corresponde a 5% do valor total do contrato: R$ 510,9 milhões.
O acordo foi assinado na quarta-feira (21) da semana passada. Três dias depois, começaram a desembarcar no Brasil os primeiros 400 médicos de Cuba. A vigência do contrato é de três anos. Mas os pagamentos, descobre-se agora, serão integralmente feitos neste ano de 2013. O “cronograma de desembolso” está registrado no “Anexo III”.
Neste mês de agosto, foram liberados os primeiros R$ 100 milhões. Em setembro, sairá a segunda e mais gorda parcela: R$ 300 milhões. Em novembro, os restantes R$ 110,9 milhões. Não há no texto nenhum vestígio do valor do salário a ser pago aos médicos cubanos. O dinheiro será repassado pela Opas à ditadura de Havana, que irá remunerar seus profissionais como bem entender.
O “Anexo II” do contrato divide os gastos em cinco categorias: 1) Diárias: R$ 1,3 milhão; 2) Passagens: R$ 12,2 milhões; 3) Serviços de terceiros – pessoa física: R$ 469 milhões; 4) Serviços de terceiros – pessoa jurídica: R$ 4 milhões; 5) Custos indiretos (5%): R$ 24,3 milhões.
Gerida pelo ministro petista Alexandre Padilha, a pasta da Saúde rendeu-se à transparência por pressão, não por opção. No escuro, deputados e senadores ameaçavam barrar a tramitação da medida provisória que instituiu o programa Mais Médicos. Padilha enviou-lhes uma cópia dos papeis.
De resto, a Procuradoria da República abriu em Brasília inquérito para apurar se há violação aos direitos humanos dos médicos cubanos. Os documentos serão requisitados.
- Serviço: Aqui, uma cópia do principal documento do acordo, incluindo os anexos.

Aberto a por ordem do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), o inquérito que apurava suspeita de boicote de médicos brasileiros ao programa Mais Médicos foi arquivado pelo Ministério Público Federal em Brasília. A Polícia Federal queria mais prazo para concluir a investigação. Após folhear o processo, o procurador Bruno Calabrich concluiu que não há crime a ser investigado. E mandou arquivar.
A investigação teve origem num ofício endereçado no mês passado pelo ministro Alexandre Padilha (Saúde) ao colega José Eduardo Cardozo (Justiça). Os gestores do programa Mais Médicos detectaram a “ocorrência de perturbação” no processo de seleção dos médicos que seriam contratados para trabalhar no interior do país.
Nessa versão, médicos brasileiros teriam sido “incitados” a se inscrever no programa com o deliberado propósito de desistir posteriormente. Só para tumultuar, impedindo “a seleção dos médicos estrangeiros” que viriam para preencher as vagas refugadas por seus congêneres nacionais.
Em seu despacho, disponível aqui, o procurador Bruno Calabrich anotou: “Tanto a inscrição no programa quanto sua desistência são atos perfeitamente lícitos.” O próprio edital divulgado pelo governo em 8 de julho prevê a possibilidade de existência da inscrição.
Eis o que está escrito no item 3.12 do edital: “O médico inscrito poderá requerer à Coordenação do Projeto, a qualquer momento, a retirada de sua inscrição no Projeto por meio do endereço eletrônico…” O procurador concluiu o óbvio: se a inscrição é legítima e a desistência também, não há crime a ser investigado. “Naturalmente, cumpre à Administração zelar para que eventuais desistências não acarretem transtornos à execução do programa.”
A Polícia Federal iniciara a investigação sem comunicar previamente à Procuradoria da República. Vencido o prazo inicial de 30 dias, requereu a prorrogação de prazo. Só então o processo foi à mesa do procurador Bruno Calabrich, que fechou a conta.

Aos pouquinhos, o caso da fuga do senador boliviano vai migrando da seara diplomática para o ambiente de boteco. No domingo, Eduardo Saboia, o diplomata que trouxe Roger Pinto para o Brasil, se justificara: “Eu me sentia como se eu tivesse o DOI-Codi ao lado da minha sala de trabalho.” Nesta terça, Dilma Rousseff replicou: “…É tão distante o DOI-Codi da embaixada brasileira lá em La Paz como é distante o céu do inferno.”
Informado, Saboia foi à tréplica: “Eu que estava lá, eu que posso dizer. O carcereiro era eu! Ninguém mais viu aquela situação. Foi uma decisão pessoal.” Criticado por ter submetido o asilado a risco de vida, Saboia retrucou Dilma também nesse ponto: “Poderia ter acontecido alguma coisa se ele ficasse lá, certamente. Se ele se matasse, entrasse em estado de surto psicótico.”
Presidente do PSDB e presidenciável do PSDB, Aécio Neves considerou a atuação de Dilma “deplorável“. O rififi, como se vê, promete. Puxe uma cadeira. E mande descer o chope.


NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM

Por Nilson Borges Filho (*)

A presidente Dilma Rousseff tem uma capacidade impressionante para dizer bobagens, seja no privado ou em público. Sua Excelência derrapa na gramática, diz coisas sem o menor sentido e costuma brigar com os fatos. Depois de medir forças com parlamentares da base alugada e jogar pesado com caciques do PMDB – principal ator do consórcio situacionista – Dilma, a destemida, de olho nas eleições de 2024, passou de crítica a personagens nefastos da classe política à aduladora desses tipinhos. Renan, Eduardo Alves e Eduardo Cunha, gente da da pior espécie da fauna parlamentar, são recebidos no Palácio do Planalto com toda a pompa pela presidente.
Provavelmente, depois dos cumprimentos protocolares, Dilma corre para o banheiro para desinfetar as mãos. Quase sempre com cara de nojo, quando se via obrigada a participar de encontros com fins meramente politiqueiros, a presidente agora faz o perfil da “estadista”. Beleza, se não fosse uma jogada rasteira de oportunismo eleitoral.
Minas se transformou no palanque da presidente, não porque lá nasceu e o Estado mereça atenção especial, mas sim porque o seu adversário, o senador mineiro Aécio Neves, pontua positivamente nas pesquisas de opinião para a presidência da República.
Dilma, nos últimos dias, esteve quatro vezes em terras mineiras, tentando minar a candidatura de Aécio, sendo que nesta terça-feira Dilma abusou da paciência dos mineiros no geral e dos belohorizontinos em particular. Ao se referir a Márcio Lacerda, prefeito de BH, a presidente não deixou por menos: “gostaria de cumprimentar o prefeito de Porto Alegre ...”.
O tucanato mineiro vibrou com a gafe presidencial e Aécio Neves deve ter subido mais uns pontinhos na corrida para o pleito de 2014. Isso me faz lembrar o ex-presidente Jânio Quadros quando disputava a presidência contra o general Teixeira Lott. Quando perguntavam a Jânio por que não visitava, em campanha, determinada cidade, de pronto respondia: “Lott já lá esteve, portanto meus votos estão garantidos”. Lott era, na opinião de Jânio, o seu mais forte cabo eleitoral. Dilma não empolga, nem mesmo a militância petista. Elegeu-se presidente na garupa de Lula, que deixou o governo com altos índices de aprovação. Dilma apresentava-se como a “continuidade sem continuísmo”. O eleitor comprou a promessa e deu no que deu, um governo à deriva, uma presidente que leva o país à bancarrota econômica e ao desprezo internacional.
Dilma decidiu bater boca com o diplomata Eduardo Saboia, encarregado pela embaixada do Brasil na Bolívia. Num ato corajoso, destemido e solidário, Saboia resgatou o senador boliviano Roger Molina, perseguido pelo cocaleiro Evo Morales, e o trouxe para o Brasil. Com a ajuda de fuzileiros navais, infantaria da nossa Marinha de Guerra, e de policiais federais, o diplomata fez o que fez, colocando inclusive sua carreira em jogo, para salvar a vida de um político asilado na embaixada brasileira, há mais de 450 dias, sem previsão de salvo conduto.
O governo, com sua política externa de canteiro de obras, no período em que Molina esteve asilado, jamais moveu uma palha para solucionar o imbróglio. Tanto o governo brasileiro como o boliviano apostavam que Molina não resistiria à pressão emocional e – deprimido - se entregaria às autoridades bolivianas. Mas no caminho do senador havia um diplomata corajoso que não se presta a conluios ideológicos que envergonham nossa diplomacia.

(*) Nilson Borges Filho é mestre, doutor e pós-doutor em direito e colaborador deste blog.



NO BLOG UCHO.INFO

Ministério Público abre investigação para apurar condições de trabalho de médicos cubanos
Mínimos detalhes – O Ministério Público Federal (MPF) no Distrito Federal abriu nesta terça-feira (27) investigação para apurar as condições de trabalho oferecidas aos médicos cubanos que participarão do programa “Mais Médicos”. Eles atuarão em locais cujas vagas não foram preenchidas por médicos brasileiros que se inscreveram no programa do governo federal.
De acordo com o MP, o objetivo do inquérito é checar se as normas internas e internacionais de proteção aos direitos humanos estão sendo cumpridas. Para embasar a investigação, o MPF pediu aos ministérios da Saúde e da Educação e à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) informações sobre o programa. O prazo para o envio é quinze dias, após a notificação.
De acordo com o Ministério da Saúde, 4 mil médicos cubanos devem chegar ao País. Na primeira etapa do acordo, que começou na segunda-feira (26), 400 profissionais desembarcaram no Brasil e mais 2 mil são aguardados no dia 4 de outubro. Os profissionais não vão precisar fazer o exame para revalidar o diploma de medicina.
O governo federal vai pagar uma bolsa de R$ 10 mil aos profissionais cubanos. O valor será repassado ao governo de Cuba, com a intermediação da Opas para posterior pagamento aos médicos. (Com ABr)

Ignorando a crise econômica, Mantega mente ao afirmar que inflação está sob controle
Curto-circuito – O Brasil passa por uma crise que só terá solução plena dentro de aproximadamente dez anos, caso o governo faça a “lição de casa”, mas o ainda ministroGuido Mantega, da Fazenda, consegue, diante de plateia de empresários, afirmar que o País, assim como os outros emergentes, enfrenta uma “mini-crise” e que a inflação está sob controle. Que Mantega precisa mentir para garantir a continuidade do projeto de reeleição de Dilma Rousseff todos sabem, mas é preciso comedimento ao lançar mão da mitomania.
O mais grave nesse cenário de uma crise perigosa e assustadora é que a parcela genuflexa da imprensa se limita a noticiar os fatos de forma isolada, sem contextualizar os acontecimentos ou até mesmo analisá-los sob a ótica da crítica.
Há inúmeros indicadores, não oficiais, que mostram que a inflação está fora de controle e que a crise nada tem de mini. Mesmo assim, o noticiário traz apenas aquilo que interessa ao Palácio do Planalto, que nos últimos anos tem atuado como pauteiro da imprensa chapa branca.
Um dos melhores exemplos da crise e do descontrole da inflação foi revelado pelo próprio governo há alguns dias. Os brasileiros deixaram no exterior, em julho, a bagatela de US$ 2,2 bilhões, volume financeiro 10,1% maior do que o registrado no mesmo período de 2012. Isso se deve ao fato de que fazer turismo no Brasil é proibitivo em termos de preços, assunto que mereceu destaque durante a Copa das Confederações.
A situação torna-se ainda mais compreensível quando os preços de produtos vendidos no Brasil são comparados com os do exterior. Isso explica as viagens de compras que muitos turistas brasileiros têm feito nos últimos anos, em especial para Miami e Nova York.
Guido Mantega pode destilar suas falsas profecias aos quatros cantos, até porque sua credibilidade chegou ao ponto de virar piada no mercado financeiro, mas é preciso que os brasileiros estejam atentos a um detalhe perigoso: o consumo tem recuado e a inflação mantém-se em alta. Há algo errado e explosivo na economia, que nem mesmo os palacianos sabem o que é.

Novos depoimentos de vítimas comprometem o ex-assessor pedófilo da petista Gleisi Hoffmann
Fechando o cerco – Complica-se cada vez mais a situação de Eduardo Gaievski, acusado de estupro de vulnerável e cuja prisão foi decretada na última semana. Na noite de segunda-feira (26), membros da Polícia Civil do Paraná estiveram no quarto andar do Palácio do Planalto em busca do pedófilo que já é considerado foragido pela Justiça. O delegado da cidade paranaense de Realeza, onde Gaievski foi prefeito e os crimes ocorreram, foi recebido por Leones Dall’Agnol, chefe de gabinete da ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), que levou o violador de menores a Brasília. Além de coordenar as ligações de Gleisi com prefeitos de cidades paranaenses, o assessor coordenava assuntos ligados a menores, como políticas de combate ao crack e a construção de creches.
Os advogados de Gaievski entraram com pedido de relaxamento da prisão e impetraram um pedido de habeas corpus preventivo. A tendência é que tais solicitações sejam negadas pela Justiça. Gaievski é investigado há três anos pelo Ministério Público do Paraná, que reuniu provas (interceptações telefônicas e testemunhos) de estupro contra 23 menores (entre 13 e 16 anos), algumas delas apanhadas na escola e levadas pelo então prefeito ao motel.
Para dificultar a situação de Eduardo Gaievski novos depoimentos comprometem ex- assessor da chefe da Casa Civil. Especialistas avaliam que apenas 10% dos casos de estupro são denunciados. Se a estatística estiver correta, Gaievski pode estar envolvido em até 200 casos de abusos.
O “Jornal de Beltrão”, da cidade de Francisco Beltrão, publica na edição desta terça-feira (27) o depoimento de duas mulheres que foram assediadas por Gaievski:
Jornalista conta que teria sido assediada
Uma jornalista de Realeza postou um desabafo na sua conta do Facebook sobre o assédio que teria sofrido do ex-prefeito Eduardo Gaievski. Ela conta que tudo começou em 2009, quando ainda era acadêmica de jornalismo em Curitiba. Na época, preparava uma matéria para um blog da capital sobre soluções inteligentes para o transporte de Realeza quando procurou o prefeito para uma entrevista.
Confira a seguir o relato feito ao “Jornal de Beltrão”: “No gabinete, ele me convidou para ir a Brasília. Disse que eu iria como assessora especial dele. Quando cheguei em casa, ele usou um perfil falso do Orkut para me enviar mensagens sobre a viagem e sempre acompanhadas de frases suspeitas, do tipo: ‘não esqueço seu sorriso’, ‘já estou com saudades’. Me mandou um e-mail dizendo que tava apaixonado. Eu detonei com ele, lógico, e uma conhecida da minha família pegou os textos e foi até a prefeitura pedir o que estava acontecendo. Ele fez um teatro, um escândalo, falou que ia chamar a polícia pra investigar, mas até hoje não chamou. Alegou que era coisa da oposição, que era armação. Depois que ele descobriu que meus pais estavam contando pra todo mundo em Realeza, passou a me ameaçar. Ligava na minha casa e dizia que eu era uma pseudojornalista.”
Mãe diz que filha foi embora da cidade por causa das perseguições
A mãe de outra jornalista de Realeza conta que a filha sofreu todos os tipos de perseguição. “Eu sofri muito junto com ela. O prefeito chegava ir nas empresas onde ela trabalhava para pedir que a demitissem. Por fim, ela não queria mais arrumar trabalho por aqui e foi embora”.
A estagiária de um Centro Municipal de Educação Infantil afirmou que depois que se recusou a sair com o ex-prefeito, ele passou a pressioná-la, ameaçando com possível demissão. Conforme relatou a vítima, algumas conversas estão arquivadas para comprovar.
“Depois que me neguei a sair, ele começou a ligar falando que os papéis para me dar a conta estavam nas mãos dele, que eu podia arrumar outro emprego, que não estava capacitada. Me ligava à noite pedindo para encontrar com ele. Até ia fazer um BO [Boletim de Ocorrência], mas não quis me envolver porque eu precisava do trabalho e ia ser só mais uma que se queixava dele, não adiantava, ninguém fazia nada, porque ele era o prefeito, então fiquei na minha”.
O episódio teria se passado pouco antes do prefeito deixar o cargo no final do ano passado. O “Jornal de Beltrão” tentou contato com o ex-prefeito e seu advogado de defesa, mas nenhum deles atendeu às chamadas telefônicas.

Gleisi Hoffmann mente ao falar sobre assessor pedófilo e coloca em xeque a eficiência da Abin e do GSI
Perna curta – A primeira entrevista da petista Gleisi Hoffmann sobre o caso do assessor pedófilo Eduardo Gaievski (PT), que a ministra levou para a Casa Civil, foi concedida a uma rádio de Curitiba e na avaliação dos especialistas foi considerada desastrosa. Gleisi se colocou na condição de vítima de Gaievski, que, segundo a ministra, teria se infiltrado sorrateiramente no governo e burlado os controles da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI), que investigam minuciosamente a vida de auxiliares escolhidos para trabalhar no entorno da presidente Dilma Rousseff.
“Fiquei chocada, abismada. Esse é um crime muito grave, muito cruel, que deixa marca. Fico pensando na dor dessas meninas, no sofrimento delas”, disse Gleisi na tarde desta terça-feira (27).
A afirmação “nós temos uma prática no governo federal que antes de contratar fazemos uma consulta. Nós consultamos a ABIN, Poder Judiciário, cartórios e todos os órgãos necessários. Pedimos certidão negativa. Não existia nada sobre esse processo em relação ao Eduardo Gaievski” é simplesmente mentirosa. Na verdade, Eduardo Gaievski, desde 2010, é dono de uma alentada ficha policial e não poderia ter sido indicado para qualquer cargo público, a começar pelo que lhe permitiu estar a poucos metros da presidente da República.
Pela Certidão Positiva emitida pelo cartório da Comarca de Realeza, qualquer interessado poderia saber que Eduardo Gaievski é alvo de inquéritos policiais pelo crime de Exploração Sexual, além de outros delitos, inclusive de corrupção.
Se de fato é procedente a afirmação da chefe da Casa Civil de que Gaievski teria burlado os controles da Abin e do GSI, os responsáveis pelos dois órgãos devem ser imediata e sumariamente demitidos, pois é inaceitável que um criminoso desse naipe, que pode ser facilmente classificado como psicopata, conviva com a mais alta autoridade do País. Esse episódio não apenas mostra a falta de escrúpulos da cúpula petista no momento da escolha de assessores, mas confirma a incompetência de um governo que desde o início é emoldurado por escândalos.







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