DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 12-8-2013

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO

O governo do Rio de Janeiro, que enfrenta grave instabilidade, também é o que mais recebeu recursos do governo Dilma, em 2013. Só este ano, foram R$ 5,1 bilhões, segundo levantamento do governo federal ao qual esta coluna teve acesso, grande parte referente a royalties de petróleo. O segundo “ente” mais beneficiado com transferências do Tesouro é o Banco do Brasil, com um total de quase R$ 5 bilhões.

Maior e mais importante unidade da Federação, São Paulo recebeu 3,4 menos repasses federais que o Rio de Janeiro, este ano: R$ 1,5 bilhão.

Ninguém entendeu quando o consórcio Inframérica ofereceu 674% a mais que o pretendido pelo governo federal para assumir a gestão do aeroporto de Brasília por 25 anos. O governo queria só meio bilhão, mas o consórcio ofereceu R$ 4,501 bilhões. Agora, faz sentido: a Inframérica vai lançar um mega-empreendimento imobiliário, na área do aeroporto, que deve render-lhe pelo menos R$ 2 bilhões.

É difícil a vida de ministro de Dilma, mesmo para os mais prestigiados, como Alexandre Padilha (Saúde). Ele desabafou a deputados aliados que há projetos dele esperando definição da presidenta há seis meses.

Com apenas 11.056km de asfalto (do total de 151.571km), o Rio Grande do Sul é o Estado que tem menos rodovias pavimentadas: 7,29%. A média nacional é de 12,97%. O governo Tarso Genro (PT) fez muito pouco para melhorar isso, e ainda cancelou parcerias privadas.

Após reação dos diretórios contra prévias no PSDB, o ex-governador José Serra (SP) disse a aliados que não vê qualquer possibilidade de disputar a Presidência pelo partido. Suas opções seriam PPS ou PSD.

O mais recente êxito do lobby das empresas aéreas foi a decisão do governo Dilma de comprar passagens diretamente, sem agências de viagem. Ao contrário do que parece, não haverá economia: o governo pagará tarifa cheia, pois não haverá quem busque preços melhores.

Durante jantar com a bancada do Paraná, a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) garantiu que nada tem com o bloqueio de recursos do Fundo de Participação dos Municípios. Só faltou acusar sua chefe.

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, convidou o advogado Nabor Bulhões para ser curador na segunda fase do julgamento do mensalão, quando os ministros julgarão os embargos.

A comitiva da ministra da Defesa da Venezuela, Carmen Meléndez, voou ida e volta ao Rio nas asas da FAB, apesar de seu governo dispor de aeronaves. Ela assinou acordos com o nanoministro Celso Amorim.

O palhaço Tiririca (PR-SP) espera aprovar pelo menos dois projetos em seu mandato: “Meu trailer, minha vida” e a inclusão da atividade circense na Lei Rouanet, ambas aprovadas nas comissões de mérito.

…tem batata assando, mas também há um certo cheiro de pizza no forno dos mensaleiros, no Supremo Tribunal Federal.


NO BLOG DO CORONEL

Os gastos com propaganda do governo federal nos dois primeiros anos da gestão de Dilma Rousseff, incluindo estatais, é 23% maior, na média, do que nos oito anos de mandato de seu antecessor e padrinho político, Luiz Inácio Lula da Silva. A presidente também vem gastando mais - cerca de 15% -, na média, na comparação com o segundo mandato de Lula. Ao todo, em dez anos de governo petista foram desembolsados, incluindo todos os órgãos da administração, cerca de R$ 16 bilhões, em valores corrigidos pela inflação, segundo levantamento inédito do Estado.
A quantia é quase igual aos R$ 15,8 bilhões que o governo pretende investir no programa Mais Médicos até 2014. Com o valor também seria possível fazer quase duas obras de transposição do Rio São Francisco, atualmente orçada em R$ 8,2 bilhões.
Em mobilidade urbana, seria possível construir entre 25 km e 30 km de metrô em São Paulo - um terço da atual malha - ou então colocar de pé, na capital paulista, cinco monotrilhos iguais ao que ligará o Jabaquara ao Morumbi, na zona sul, passando pelo aeroporto de Congonhas. O dinheiro gasto pelo governo com publicidade poderia também manter congelada em R$ 3 a tarifa de ônibus na cidade de São Paulo durante 50 anos.
Ainda para efeito de comparação, o valor é duas vezes superior aos recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que Dilma anunciou para a capital paulista há dez dias, e que servirá para construir 127 km de corredores de ônibus, recuperar os mananciais das represas Billings e Guarapiranga, drenar vários córregos da capital e construir moradias para 20 mil famílias.
Os dados sobre os gastos com publicidade foram solicitados, via Lei de Acesso à Informação, a cada um dos órgãos que a Secretaria de Comunicação Social (Secom) informou ter assinado algum contrato publicitário desde 2003. Os dados foram computados com base na resposta fornecida por eles - o governo federal afirmou que não dispõe dessas informações de maneira centralizada.
Ao comentar os resultados do levantamento, o governo ressaltou que as despesas da administração direta - ministérios e Presidência - têm o objetivo de "levar à população, em todo o território nacional, informações de utilidade pública para assegurar seu acesso aos serviços a que tem direito e prestar contas sobre a utilização dos recursos orçamentários". No caso dos gastos da administração indireta, como as estatais, o governo argumentou que se trata de empresas que, apesar de públicas, concorrem no mercado, portanto precisam ter a imagem bem trabalhada.
Atualmente Dilma enfrenta problemas de popularidade, que já bateu recordes, mas, depois das manifestações de junho, enfrentou uma forte queda. No fim de semana, o Datafolha divulgou nova pesquisa que mostra uma pequena recuperação da aprovação do governo.

Médias comparadas 
Nos dois primeiros anos de mandato da presidente Dilma, o governo federal gastou R$ 3,56 bilhões, média de R$ 1,78 bilhão por ano. Nos oito anos de Lula, o governo desembolsou R$ 11,52 bilhões, média de R$ 1,44 bilhão. No primeiro mandato, a média foi de R$ 1,32 bilhão. No segundo, de R$ 1,55 bilhão - sempre lembrando que se trata de valores atualizados pela inflação. O dado global de gastos com propaganda, de R$ 16 bilhões, pode ser, na verdade, ainda bem maior. Isso porque o Banco do Brasil se recusou a informar os seus gastos com publicidade entre 2003 e 2009.
Só há dados disponíveis de 2010 a 2012. Por essa razão, a fim de evitar distorções, os dados referentes ao banco só foram incluídos no valor global, ou seja, nos R$ 16 bilhões, mas descartados na comparação entre os anos. Apenas para se ter uma ideia, entre 2010 e 2012, o Banco do Brasil gastou, também em valores corrigidos pela inflação, R$ 962,3 milhões com publicidade, média anual de R$ 320,7 milhões. É, no período, o segundo órgão que mais gastou, atrás da Caixa Econômica Federal.
Banco do Brasil à parte, a Caixa Econômica, a Petrobrás e os Correios, somados, representam 51,12% de tudo o que o governo destinou a ações publicitárias nos dez anos de gestão petista. Por causa do peso dessas três gigantes, a administração indireta - que engloba autarquias, fundações, sociedades de economia mista, empresas públicas e agências reguladoras - concentrou 69,4% dos gastos do governo com publicidade.
Três companhias energéticas que integram a administração indireta - Alagoas, Piauí e Rondônia - não responderam ao questionamento do Estado. Na administração direta, apenas o Ministério do Trabalho e Emprego não enviou seus dados de despesas com publicidade.
A Secom, que formula a estratégia de comunicação da Presidência, é o órgão mais gastador da administração direta, tendo sido responsável pelo desembolso de R$ 1,68 bilhão no período de dez anos. Ela é seguida pelos ministérios da Saúde, das Cidades e da Educação.
Tanto no caso da administração direta quanto da indireta, houve aumento dos gastos publicitários de 2003 para 2012. No primeiro caso, saltou de R$ 255 milhões para R$ 626 milhões, aumento de 146%. No segundo, de R$ 775 milhões para R$ 1,15 bilhão, crescimento de 48%. Também nos dois casos, o pico de gastos ocorreu em 2009. A Secom e os ministérios gastaram R$ 752 milhões, e a administração indireta, R$ 1,22 bilhão. Era o terceiro ano do segundo ano de mandato de Lula. (Estadão)

Júlio César Ferreira de Mesquita Filho (1892-1969), jornalista e filho do dono do Estadão, recebeu a Medalha da Inconfidência e sempre teve orgulho de usá-la no seu currículo, independente dela premiar políticos de todos os partidos, além de outras personalidades. Vários jornalistas e cronistas do vetusto jornal paulista receberam a mesma homenagem. Hoje o Estadão publica matéria atacando a Medalha de Inconfidência. Vai mandar seus colaboradores, cronistas e jornalistas agraciados devolvê-las em protesto contra Aécio Neves? Era só o que faltava. Leia aqui a matéria.


NO BLOG DO NOBLAT

João Augusto Rezende Henriques é tudo - menos um sujeito sem imaginação.
Tornou-se a figura do momento depois de contar com riqueza de detalhes à revista ÉPOCA como funcionava na Petrobrás o lobby do PMDB para fazer dinheiro e forrar os bolsos de alguns dos seus mais notáveis membros.
Parte do dinheiro servia também para pagar despesas de campanha. Uma delas foi a de Dilma.
Mal a revista começou a circular, e sob efeito de pressões inimagináveis -ou melhor: imagináveis, sim -, João Augusto distribuiu uma nota negando que tivesse dito o que foi publicado.
Aí a revista respondeu postando no seu site o áudio com os 10 melhores trechos da entrevista concedida por ele.
João Henrique está pronto para replicar.
Dirá que sofre de depressão. E que por isso toma remédios controlados - os tais de tarja preto.
No dia em que conversou com Diego Escosteguy, repórter da revista, esquecera de tomar os remédios.
Convincente?

Paulo Celso Pereira, O Globo
Segunda colocada nas pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial de 2014, e avançando cada vez mais na preferência do eleitorado, a ex-senadora Marina Silva enfrenta grande dificuldade para criar sua Rede Sustentabilidade. Para ser candidata pelo seu novo partido, nas próximas eleições, será preciso que a legenda seja registrada pelo Tribunal Superior Eleitoral até 5 de outubro, mas não será fácil.
Marina disse neste domingo que os cartórios eleitorais não têm respeitado o prazo de 15 dias para validar as assinaturas de apoio que o partido apresenta. Com isso, apesar de a Rede já ter coletado cerca de 850 mil assinaturas e apresentado cerca de 550 mil aos cartórios eleitorais — mais do que as 491.656 necessárias —, apenas cerca de 200 mil foram certificadas. Leia mais em Bem nas pesquisas, Marina corre risco de não ter partido Leia também Marina: trajetória ascendente desde as manifestações de junho


Vinicius Sassine, O Globo
O deputado Maurício Quintella (PR-AL) disse neste domingo que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) esta semana para que seja instalada a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Segundo Quintella, as denúncias de desvio de verbas de contratos internacionais da Petrobras para políticos do PMDB, publicadas neste fim de semana pela revista “Época”, ampliam as possibilidades de investigação na Câmara.
O engenheiro e ex-funcionário da Petrobras João Augusto Rezende Henriques disse, em entrevista à “Época”, que peemedebistas de Minas receberam propina de contratos internacionais assinados pela estatal — até julho do ano passado, a diretoria da área internacional da Petrobras era ocupada por Jorge Zelada, apadrinhado pelo PMDB mineiro. Na denúncia, o engenheiro citou o atual ministro da Agricultura, Antônio Andrade, e o presidente da Comissão de Finanças da Câmara, João Magalhães. Ainda segundo Henriques, o dinheiro teria sido utilizado para abastecer o caixa da campanha de Dilma Rousseff na eleição de 2010. Leia mais em Propina na Petrobras: deputado irá ao STF para instalar CPI



NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO

Fiquei sabendo que a turma do Fora do Eixo está brava comigo. Que pena! Se forem os chefões, não ligo. Se for a mão de obra similar à escravidão que se explora por lá, pior para os… próprios escravos. A VEJA desta semana traz uma reportagem de Helena Borges sobre a turma. A coisa me parece bem mais grave do que se supunha. Reproduzo um trecho estarrecedor. Volto em seguida.
(…)
Alguns dos moradores [das casas Fora do Eixo] deixaram seus filhos para viver na comunidade. Nesses casos, é o Fora do Eixo que paga a pensão das crianças. No ano passado, nasceu o primeiro bebê que, segundo o Facebook do grupo, será criado coletivamente. “Benjamin Guarani-Kaiowá”, anunciou alegremente o FdE em um post, “tem mãe e pai biológicos, mas será criado por uma enorme rede, veloz e nômade. Nasceu on-line com registro midialivrista e será uma construção/experimentação dos novos bandos urbanos”. Se a turma de Capilé soa assim meio fora do eixo, seu líder não rasga dinheiro — pelo menos não o de verdade.

Voltei
Por onde a gente começa? A última vez em que crianças foram tratadas como “construção/experimentação” foi, não há por que não lembrar, no regime nazista. “Gente”, como se sabe, não é brinquedo e não pode ser submetida a esses, como posso chamar?, testes. Aliás, já há aí material suficiente para que o Ministério Público se interesse pelas “casas” de Capilé, tanto o setor do MP empenhado no combate ao trabalho escravo como aquele que zela pelos direitos dos infantes. Lembro que a proteção à criança, no Brasil, como está claro no ECA, transcende a vontade dos país. Se há notícia de maus-tratos físicos ou psicológicos, o estado tem o dever de intervir.
Segundo entendi, o pobre Benjamin Guarani-Kaiowá está sendo educado pelo estado paralelo inventado por Capilé — o homem que pega a grana em reais da Petrobras ou de governos e “paga” seus escravos com uma moeda própria, os “cubo cards”. Quando chegar a hora de o pai ou a mãe ir à reunião da escola, o “coletivo” é que vai comparecer? Tadinho do Guarani-Kaiowá… Os outros meninos têm de, simbolicamente, matar um só pai, ele terá de enfrentar um coletivo; os outros têm só uma Jocasta… Este terá todas!
É um escândalo que essa gente aloprada possa fazer e escrever essa barbaridade. Até porque, como é sabido, uma “construção/experimentação” pode dar certo ou errado, não é mesmo?
Enquanto o chefe da seita se regozija com sua “construção/experimentação”, outras crianças estão crescendo longe de seus respectivos pais, que decidiram largar tudo para se internar no “mosteiro” de Capilé. Generoso, ele, por intermédio das casas Fora do Eixo, paga a pensão da garotada. Benjamin Guarani-Kaiowá, assim, tem um monte de pais; os outros não têm pai nenhum!
Não custa lembrar que a Petrobras e a Lei Rouanet respondem por parte do dinheiro dessa gente. Empresas públicas e privadas que financiam Capilé e sua turma se tornam moralmente responsáveis por seus métodos.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM

O ativista Capilé com a "presidenta" Dilma Rousseff
Pablo Santiago Capilé Mendes, de 34 anos, vive em dois mundos. No circuito Fora do Eixo (FdE), nome da comunidade que fundou e da qual é líder com status de guru, ele diz ser politicamente apartidário e defende a independência financeira do grupo a ponto de, dentro dele, fazer circular um dinheiro de mentirinha, o card. A “moeda” serve para “remunerar” o trabalho de cerca de centenas de jovens que moram nas 25 casas do FdE, espécie de repúblicas de muros grafitados onde tudo é de todo mundo -- incluindo as roupas, guardadas em um armário único e à disposição do primeiro que chegar.
Já no outro mundo em que vive, Capilé é um “companheiro”, como se referiu a ele o presidente do PT, Rui Falcão, e o dinheiro com que lida não só é de verdade como vem, em boa parte, dos cofres públicos.
O mais recente empreendimento do Fora do Eixo, por exemplo -- uma casa inaugurada em Brasília no mês de junho para hospedar convidados estrangeiros e a cúpula da organização --, foi montado com dinheiro da Fundação Banco do Brasil. A título de convênio, a fundação repassou à turma de Capilé 204.000 reais destinados, segundo sua assessoria, a “estruturação do local, salários de educadores e implementação de uma estação digital”. O Fora do Eixo tem outras duas dezenas de casas espalhadas pelo Brasil em lugares como Fortaleza, Porto Alegre e Belém do Pará. Não tão chiques nem tão bem aparelhadas quanto a de Brasília, elas abrigam, no mesmo esquema da casa de São Paulo, jovens que trabalham voluntariamente para a organização.
Parte deles atua no Mídia Ninja, grupo que ficou conhecido por fotografar, filmar e transmitir pela internet em tempo real os protestos de rua de junho. Outra parcela, bem maior, trabalha na organização e na divulgação de atividades culturais, como os festivais de música -- o negócio mais forte do Fora do Eixo, e o caminho mais curto para o dinheiro público. Para chegar até ele, Capilé conhece bem os atalhos. Este texto é um resumo da reportagem edição de VEJA deste final de semana. Do site da revista Veja








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