DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 21-6-2013

NO BLOG DO EGÍDIO SERPA

Aeroporto de Fortaleza, o atrasadíssimo

Com o cronograma de obras atrasadíssimo – é o próprio ministro da Aviação Civil, Moreira Franco, quem o afirma – o Aeroporto Internacional Pinto Martins, de Fortaleza, tem tudo para não ficar pronto no prazo – maio de 2014, antes da Copa do Mundo.
Se não ficar, e se para cá vierem os torcedores japoneses e alemãs, será uma loucura.

A economia e seus gargalos

Se já era ruim, o cenário da economia brasileira ficou pior nos últimos dias:
O dólar comercial disparou e ontem chegou a ser negociado a R$ 2,26 (no mercado paralelo, bateu nos R$ 2,35).
O euro, nas casas de câmbio, rompeu a barreira dos R$ 3, sendo negociado, durante toda a tarde, a R$ 3,05.
O resultado disso será o aumento de tudo o que é importado, incluindo os princípios ativos dos medicamentos, além do trigo de que é feito o pão nosso de cada dia e dos vinhos que dão sabor ao pessoal do chamado andar de cima.
A agência de risco Standard & Poor´s já anunciou que está revendo a nota do Brasil, que, além dos gargalos na economia, os tem também na política.
As ruas continuam agitadas, assustando os investidores e, de modo particular, os políticos.


NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO

O QUE ROLA NA INTERNET

Foto

Até que ponto as coisas são tranquilas?

Está o governo Dilma, melhor dizendo, além do Executivo, estão também o Legislativo e o Judiciário na situação daquele personagem que caiu do vigésimo andar de um edifício e, ao passar pelo décimo andar, comentou: “até aqui, tudo bem”. Tudo bem coisa nenhuma. Adianta muito pouco exaltar as excelências da democracia e afirmar que os protestos de rua exprimem o direito de o povo manifestar-se. Porque as manifestações se fazem contra as autoridades públicas. Contra o governo, contra Dilma, contra o Congresso e contra o Judiciário. Sem esquecer, também contra a ordem política, a ordem econômica  e  a ordem social. O risco do colapso de nossas instituições parece à vista. Só que o país já sabe porque os jovens protestam, mas os jovens não sabem como dar seqüência aos protestos. Querem  acabar com a corrupção, mas como? Melhores condições de ensino e saúde pública, fazendo o quê?  Leia o artigo completo do Carlos Chagas.

Dilma avalia manifestações nesta sexta

Fernando Frazão/ABr
FotoA PERGUNTA DO MANIFESTANTE PERMANECE SEM RESPOSTA
A presidenta Dilma parece mesmo assustada com mais um dia de manifestações em todo o País. Ela convocou reunião no Palácio do Planalto, logo mais às 09h30, com o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), para avaliar a situação. Ela também oficializou a decisão de cancelar a visita de Estado que iniciaria domingo no Japão, onde o imperador Akihito a aguardava com cerimônias marcadas com grande pompa. Dilma permaneceu em seu gabinete até as 20h30, nesta quinta-feira, e ordenou que o Exército impedisse a aproximação dos manifestantes. Homens do Batalhão de Choque do Exército se colocaram em torno do palácio.

Pela culatra

Alvo de inevitáveis piadas em meio aos protestos nas ruas, Dilma ganhou mais uma: “Se a Praça é Nossa, agora temos a velha surda.”

Bandeira amarela

Perderam validade as pesquisas anteriores aos protestos. Entrou na pista o “safety car”: bandeira amarela na corrida dos candidatos.

PMDB faz 
chantagem e exige
R$23 bi em emendas

Preocupada com a dissidência crescente em sua bancada na Câmara, a cúpula do PMDB vai reunir sua Executiva Nacional, na próxima terça (25), para discutir eleições estaduais e a reedição da aliança com o PT em 2014. Será uma conversa difícil. O PMDB cobra o compromisso da presidenta Dilma de liberar R$ 23 bilhões até dezembro: R$ 15 bilhões previstos em emendas para este ano e R$ 8 bilhões de “restos a pagar”.

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Hoje tem

Ouvido na manifestação ainda pacífica na avenida Paulista, ontem: “PT nas ruas não é passeata nem protesto. É arrastão, cuidado.”

Suíça proíbe
protesto brasileiro
na sede da Fifa

Reconhecida pela sólida democracia, a Suíça não autorizou a realização de um protesto de brasileiros diante da sede da Fifa, em Zurique. Eles também pretendiam se manifestar diante do parlamento. A intenção dos brasileiros era protestar contra investimentos do governo Dilma Rousseff para Copa do Mundo, incluindo a reforma e construção de estádios. A decisão não surpreendeu: é conhecida a influência da entidade no país.

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Blindagem

A Fifa manda tanto no governo da Suíça que se dá ao luxo de não pagar impostos, apesar do faturamento espetacular, e nem se deixa fiscalizar.

Big brother

Diante da incompetência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que sequer detectou manifestações combinadas nas redes sociais, as Forças Armadas se mobilizaram para monitorar a realização dos atos.

Fortunas

A quebra de sigilo de mais de 600 políticos, por hackers, mostrou que se Renan Calheiros, presidente do Senado, declarou R$ 2,1 milhões ao IR, a fortuna do senador Eduardo Braga (PMDB-AM) somava R$ 16,9 milhões em 2010 e a do senador Ivo Cassol (PP-RO) R$ 29,9 milhões.

Maré baixa

Depois de um “pito” de Lula, o presidente nacional do PT recuou da “onda vermelha” prometida nos protestos de ontem em São Paulo, com apoio da CUT, MST e da turma agenciada do “vale-protesto” de R$ 70.

É uma África

Está mantida até segunda ordem nova visita de Lula à Etiópia, no início do mês, para ações de “cooperação” do Instituto Lula. Três assessores pagos por nós seguem para organizar a viagem, semana que vem.

O Neymar da bioquímica

A UnB confere hoje o título de Professor Emérito a Carlos Roberto Félix, 60, sumidade em degradação enzimática da biomassa. Ele foi incluído pela Universidade de Cambridge no “Top 100” dos cientistas mais citados do mundo. Nem só de Neymar depende a glória verde-amarela.

Precaução

Os servidores do Congresso foram liberados ontem a ir embora às 16h, quando estava marcada a concentração do ato Acorda Brasília, cujo número de participantes passava dos 60 mil no início da tarde.

Paz e amor

As passeatas produziram uma primeira mudança. A presidenta Dilma ficou subitamente simpática e até cumprimentou calorosamente o ministro Antônio Andrade (Agricultura) pelo seu aniversário.


NO BLOG DO NOBLAT

Militantes do PT são hostilizados e abandonam passeata na Paulista

O Globo
O ato para comemorar a redução da tarifa do transporte coletivo nesta quinta-feira em São Paulo dá sinal claro de uma polarização entre quem defende a presença de partidos políticos e entre os que querem simplesmente reivindicar por um “Brasil melhor”. Ao longo da passeata na Avenida Paulista militantes do PT, PSOL, PSTU e PCO, além de movimentos como o MST, CUT e UNE, foram hostilizados. Houve briga entre grupos partidários e manifestantes, bate-boca e xingamentos. Depois de quase duas horas de provocações, os partidos começaram a abandonar o ato. Segundo a Polícia Militar, cerca de 100 mil pessoas participaram do ato.
A maior hostilização deu-se com o PT, que era o maior grupo com cerca de 500 pessoas. Assim que se juntaram aos manifestantes, os petistas foram recebidos com vaias e xingamentos de “mensaleiros”. Os petistas reagiram esticando bandeiras e sob gritos de “democracia”.

Foto: Eliária Andrade / O Globo


No Ceará, manifestantes quebram vidraças do gabinete de Cid Gomes

Lauriberto Braga, O Globo
Na tentativa de invasão do Palácio da Abolição em Fortaleza, a sede do Governo do Estado, cerca de 200 manifestantes do Movimento Passe Livre (MPL) jogaram garrafas de vidro e quebraram vidraças do gabinete do governador Cid Gomes (PSB), que não estava no local. Uma guarita da segurança foi destruída. Os manifestantes chegaram a ocupar o espelho da água.
O Batalhão de Choque reprimiu a tentativa de invasão com bombas de gás, balas de borracha e com a cavalaria. Houve corre-corre e os policiais prenderam pelo menos quatro pessoas no tumulto. Os manifestantes ao serem dispensados pela Avenida Barão de Studart, que passa em frente ao Palácio, espalharam lixo.



Governo abriu mão de 22 bi destinados à infraestrutura de transporte

Míriam Leitão, O Globo
A crise da mobilidade urbana foi sendo aprofundada aos poucos. No Brasil, o transporte público foi sempre negligenciado, mas o governo federal escolheu um caminho insensato, que apertou o nó que sufoca os transeuntes das cidades brasileiras.
Foi eliminada a Cide e reduzido o IPI, para beneficiar o automóvel. Desta forma, foi incentivada a compra do carro particular e subsidiado o seu combustível.
Duas das funções da Cide, de acordo com a lei de 2001 que a criou, eram investir em infraestrutura do transporte e atenuar os efeitos da poluição dos combustíveis.
O imposto começou a ser reduzido em janeiro de 2008 e foi zerado em meados do ano passado. Segundo cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), nesse tempo, o governo deixou de recolher, só com a gasolina, R$ 22 bilhões.


Não está nessa conta o que deixou de ser arrecadado com as reduções do IPI que estimularam a compra de carro particular. O subsídio à gasolina, através do congelamento do preço por muito tempo, causou prejuízo à Petrobras, déficit na balança comercial e desorganização da cadeia produtiva do etanol. Com mais carros na rua e investimentos insuficientes na infraestrutura, a mobilidade urbana, que já era ruim, entrou em colapso.
A compra do carro foi incentivada para o país crescer e isso não ocorreu. O preço da gasolina foi subsidiado para conter a inflação, e ela subiu. O reajuste do ônibus foi adiado para administrar os preços e aconteceu justamente neste junho em que a inflação está de novo estourando o teto.
Outro problema ronda a economia: o dólar. Ele também já começa a afetar os preços. Ontem, a entrevista do presidente do Fed, Ben Bernanke, dando o sinal de que os estímulos à economia serão reduzidos, no futuro, provocou imediata alta da moeda americana, e ela chegou a bater R$ 2,22. Fechou em R$ 2,21. É mais um complicador.
A presidente Dilma Rousseff tem estado em reuniões com a presença de seu marqueteiro, João Santana, e feito pronunciamentos com a sua supervisão. Parece mais preocupada com o efeito que a crise das ruas terá em suas chances eleitorais do que em entender e corrigir os erros que levaram à eclosão dos protestos.
Governantes de outros partidos e de outros níveis de governos desdizem de tarde o que disseram de manhã. O prefeito Fernando Haddad, ontem de manhã, garantiu que não reduziria a passagem de ônibus para, no fim da tarde, anunciar junto com o governador Geraldo Alckmin o recuo dos reajustes de ônibus e metrô. No Rio, Cabral não esteve ao lado do prefeito Eduardo Paes. A crise não é apenas econômica, mas a economia tem dado motivos de sobra para a insatisfação.

Juros disparam na China com aperto de crédito nos bancos

O Globo
As taxas de juros no mercado interbancário chinês deram novo salto ontem, atingindo o patamar inédito de 13,44% anuais, sem que o Banco Popular da China (o BC chinês) atuasse para injetar liquidez na praça. Os sinais de uma falta de liquidez no sistema bancário chinês ajudaram a derrubar as Bolsas no mundo ontem. Na China, a Bolsa de Xangai caiu 2,77% e a de Hong Kong, 2,88%.
Receosos diante do novo patamar dos juros, os bancos chineses estão evitando conceder empréstimos, inclusive entre si. Por sua vez, disposto a punir especuladores, o governo tem reduzido as injeções de recursos no mercado.




NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO

Em 2 semanas, protestos somam dezenas de feridos e um morto. A crise atinge Dilma em cheio. Incompetência tem ao menos 2 faces: Gilberto Carvalho e José Eduardo Cardozo, que têm de ser demitidos com desonra. Titular da Justiça tentou fazer baixa política em SP e ajudou a incendiar o país

A presidente Dilma Rousseff está soltando fogo pelas ventas. Sente-se traída por alguns dos incompetentes que a cercam. Duas figuras se destacam: José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, e Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência. A depender do rumo que tomem as coisas, não é apenas a reeleição da presidente que está ameaçada, mas a sua candidatura. Como já lembrou Carvalho certa feita, o PT tem Lula no banco, que sempre pode ser escalado. Se Dilma despencar e se a saúde do ex permitir, por que não chamar de volta o demiurgo? Mas cuido de Carvalho daqui a pouco. Quero dar destaque a este senhor.
Cardozo, o garboso, resolveu que poderia brincar com fogo em São Paulo. Saiu torrado
Costumo chamá-lo de Cardozo, o Garboso. Ele sempre tem um jeito muito sério de falar, com a voz empostada, afetando guardar graves e profundos pensamentos. Também gosta de se fingir de um petista diferente, mais sofisticado, que se distancia da turma da pesada. O seu papel nessa crise, especialmente do dia 13 deste mês até hoje, escreve uma das páginas mais vergonhosas vividas pelo Ministério da Justiça. E olhem que, fazendo um retrospecto, não é fácil disputar a liderança desse ranking. Cardozo teve concorrentes de peso no passado. Mas ele conseguiu superar a muitos na ruindade, seja pelo mérito da estupidez que fez, seja pelas consequências — que foram explodir onde muitos não esperavam: no colo de Dilma.
Os protestos contra as tarifas de ônibus começaram a ganhar corpo em São Paulo, onde esse estupefaciente Movimento Passe Livre (MPL) — um dos líderes já é quase um vovô, mas se fantasia de estudante alternativo — é mais forte. Como a repressão à baderna é tarefa do governo de São Paulo, o prefeito Fernando Haddad se escondeu — como se hábito — e largou a batata quente na mão do governador. Nota: o tal MPL sempre foi aliado do PT. O partido é que lhe deu visibilidade, que fez a sua pauta aloprada parecer razoável.
O protesto do dia 13 de junho marcou um ponto de inflexão nessa história, que passou a contar com novos marcos na segunda, dia 17. Explico tudo direitinho. As manifestações anteriores lideradas pelo Passe Livre já vinham se caracterizando por vandalismo e violência. As imagens não mentem. Há fotos aos montes. No dia 11, um policial foi linchado. Ônibus oram depredados. Os vândalos espalhavam fogo e lixo por onde passavam, paralisavam a cidade. Só O GOVERNADOR GERALDO ALCKMIN PROTESTAVA. Silêncio em Brasília. Silêncio na Prefeitura de São Paulo. Silêncio no petismo.
No dia 13, a tropa de choque negociou com os manifestantes e estabeleceu: não era para subir a Consolação e ganhar a Paulista. Mas quê… Os valentes resolveram afrontar a força especial. Não reconheciam a autoridade da polícia. Exigiam exercer o seu suposto direito de rasgar o Artigo V da Constituição. Ao tentar furar o bloqueio, o confronto começou. E o resto é história. Alguns jornalistas ficaram feridos, criou-se o mito de que os policiais perseguiam a categoria na ruas — na verdade, repórteres eram e são permanentemente hostilizados pelos manifestantes —, e Elio Gaspari decretou: a culpa é da polícia. Se Aiatoelio falou, a fatwa contra a PM está decretada. Ali começava o outono da anarquia no Brasil. Mas tratarei desse particular em outro post. Quero voltar a Cardozo.
Eu estava voltando do Rio quando o pau estava comendo em São Paulo. Tinha participado de um debate sobre imprensa e impunidade no Clube Militar, com a ministra Eliane Calmon, do STJ, o economista Rodrigo Constantino e o professor Marcus Fabiano, da Universidade Federal Fluminense. Tão logo saí do avião, 19h20, pulou um SMS na tela, da minha mulher: “Não venha pra cá. Caos. Confronto. Higienópolis está cercado”. E aí passei a monitorar a coisa pelo celular, perambulando pelo aeroporto, misturando fome, raiva, vontade de fumar (tinha acabado de sair de uma pneumonia), indignação com o fato de uma pauta estúpida, absurda mesmo!, paralisar a cidade. E então caiu lá uma notícia; José Eduardo Cardozo, o caridoso, oferecia “ajuda” a Alckmin. Como??? Ajuda de Cardoso???
Consegui falar com secretários do governo. Perguntei o óbvio: “O ministro ligou para o governador? Ofereceu ajuda pessoalmente? O que disse Alckmin?”. E fiquei sabendo, então, que este estupefaciente ministro, que este absurdo ministro, que este incompetente ministro, com notável cara de pau, havia oferecido ajuda por intermédio da imprensa. Pré-candidato do PT ao governo, o titular da Justiça se aproveitava, mais uma vez, de uma situação difícil em São Paulo para tirar uma casquinha, para fazer proselitismo, para fazer baixa política. Ele jamais perdeu a chance de prejudicar o povo paulista para cuidar de interesses partidários. Cito as vezes em que optou pela chicana, não pela resposta de homem de estado: 1) desocupação da Cracolândia; 2) desocupação do Pinheirinho; 3) desestabilização do ex-secretário de Segurança Antonio Ferreira Pinto.
Atenção! No dia 9 de junho, antes de o mundo cair na cabeça de Dilma, Cardozo já havia concedido uma entrevista ao Estadão atacando o governador de São Paulo. O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) reagiu à sua estranha oferta do dia 13. Pois bem: o jornal amanheceu no dia 17 deste mês, data em que São Paulo deveria assistir ao “big one” das manifestações (com muitos petistas apostando no caos para atingir Alckmin) com mais uma entrevista do ministro. Não hesitou: atacou severamente a PM de São Paulo, acusando-a de truculenta, sugerindo que era despreparada. Sabem quais polícias ele usou como exemplo positivo? A do Rio e a de Brasília. Bem, vocês viram o que aconteceu nesta quinta nessas duas praças. E não! Não foi por culpa dos policiais — de São Paulo, do Rio, do DF ou de qualquer outro lugar. A culpa é dos vândalos.
Atenção, leitores! Faz quatro dias, o sr. José Eduardo Cardozo achava que se tratava de um problema paulista e que a PM deste estado não sabia lidar com o povo. Ele, definitivamente, não estava entendendo nada. Mas alguma coisa naquela segunda já estava fora da ordem imaginada pelo PT, e só as Carolinas do Planalto não viram. O protesto em São Paulo foi realmente grande — reuniu 65 mil pessoas —, mas o do Rio, com metade da população, juntou 100 mil. Alguns tontos chegaram a anunciar que os manifestantes cariocas marchavam em apoio aos de São Paulo. Bobagem! Não era, não. Que se lembre: os petistas mobilizaram seus aparelhos sindicais e deram a ordem: era para tomar as ruas da capital paulista. Estavam, literalmente, brincando com fogo.
Dilma, lá no Palácio, que anunciara havia dias o seu programa para a compra de sofá e geladeira, achava que tudo caminhava bem. O seu ministro da Justiça endossara, na prática, as palavras de ordem contra a polícia que passaram a ser recitadas pela imprensa do país inteiro. Aí, meus caros, as portas do caos estavam abertas — ainda farei um texto específico sobre a absurda demonização das Polícias Militares que tomou conta do jornalismo brasileiro.
Com o país iluminado pelas chamas dos vândalos e casos de depredação em quase todas as capitais e algumas grandes cidades, Cardozo engoliu a sua grande língua e suas palavras irresponsáveis. Desapareceu. Não ofereceu ajuda a mais ninguém. Parou de atacar as Polícias Militares. Silenciou.
Gilberto Carvalho
Este senhor é responsável pela interlocução com os chamados movimentos sociais. Também é um notório depredador da ordem em São Paulo. Também ele, a exemplo de Cardozo, não perdeu uma só chance de atacar a Polícia Militar e o governo do Estado. Atenção! Um assessor do ministro tem as digitais na confusão acontecida na desocupação do Pinheirinho. O nome do valente é Paulo Maldos, que é também a mão que balança o berço no caso de uma outra “revolta”, a indígena. Já escrevi a respeito. O verdadeiro clima de guerra entre índios e proprietários rurais no Mato Grosso do Sul foi parido na Secretaria-Geral da Presidência, e o tal assessor está no epicentro da crise.
Assim, em vez de ser um interlocutor, Carvalho, na prática, se comporta como um insuflador de conflitos. Como esquecer aquela sua conversa com lideranças indígenas da região de Belo Monte, quando afirmou que a presidente da República havia dado uma ordem para que o ministro da Justiça não cumprisse uma reintegração de posse? Sua atuação no Planalto anda cada vez mais nebulosa. Gente ligada à sua pasta se envolveu na organização de um protesto em… Brasília na estreia da Copa das Confederações — aquele dia em que Dilma foi vaiada… três vezes!!!
Se Carvalho estivesse dedicado à resolução de conflitos e se antecipado a eles, em vez de promovê-los, certamente teria percebido uma nuvem negra se adensando no país. O que ainda não tenho claro é se ele realmente não percebeu nada ou, pior para Dilma, percebeu tudo e deixou que as coisas seguissem o seu curso. Até a depredada Esplanada dos Ministérios sabe que o candidato in pectore do chefão petista na eleição do ano que vem é Lula, não Dilma. NÃO SE ESQUEÇAM DE QUE CARVALHO, NOS PRIMEIROS MESES DO ATUAL GOVERNO, LEMBROU QUE LULA PODERIA VOLTAR À CENA.
Nesta segunda, a presidente reúne a cúpula do governo. Seu prestígio, que já havia caído, deve ter despencado. O curioso é que tudo nasceu mesmo da má consciência. Petistas e forças filopetistas resolveram brincar de excitar as massas em São Paulo, achando que é simples, fácil e seguro manipulá-las. Aí está o resultado.
Pois é… O irônico é que se estimou em 100 mil pessoas o número de manifestantes em São Paulo nesta quinta. Não houve incidentes com a Polícia Militar. Ao contrário até. O clima na capital era amistoso. O que se viu mesmo foram bandeiras do PT sendo queimadas. Os militantes do partido, que haviam obedecido as ordens de Rui Falcão e aderido à manifestação, tiveram que enrolar seus panos e ir embora. E a massa gritava uma rima impublicável em “ê”
“Ô PT, vai se fervêE leva a Dilma com você”.
Por Reinaldo Azevedo



NO BLOG DO CORONEL

O que o país deixou de ser.

Deixou de ser o país do futebol, relegado ao último plano e motivo da revolta popular em cima do padrão FIFA para estádios e do padrão Sudão para a educação, a saúde, a segurança e o transporte público. 
Deixou de ser o país do PT, escorraçado das ruas e tendo a sua bandeira queimada por carteiros, nada mais simbólico para quem se intitulava o interlocutor das massas.
Deixou de ser o país da maioria silenciosa, que colocou, ontem, mais de um milhão de pessoas na rua, protestando por tudo e por todos, contra tudo e contra todos, exigindo o país prometido pela propaganda e a marquetagem dos governos petistas.
Deixou de ser o país da reeleição, porque um milhão de pessoas nas ruas com um milhão de insatisfações é prova de que a mudança já aconteceu. Só falta saber quem vai liderar este novo Brasil que emerge das ruas.

Peça demissão, Rui Falcão.

Ontem, às 6:41 da manhã, este Blog publicava um post intitulado PT desafia manifestantes sem partido e vai botar militância paga na rua. Estava na cara que o povo na rua não aceitaria a presença do partido que, nos últimos anos, afundou o Brasil num mar de lama e em balcão de negócios para se manter no poder. A notícia abaixo é do Estado de São Paulo.
Diante do clima político tenso e confuso, Dilma irritou-se e censurou a atitude do presidente do PT, Rui Falcão, que conclamado os militantes do partido, por meio do microblog Twitter, para uma passeata liderada pelo Movimento Passe Livre, na Avenida Paulista, Falcão tinha convocado petistas para as manifestações de ontem em. comemoração à redução nos preços das passagens de ônibus, mas recuou e retirou a hashtag “#ondavermelha” no seu perfil do Twitter.
A preocupação do Palácio do Planalto e de vários dirigentes petistas era com a reação dos manifestantes, que rejeitavam a presença de partidos no protestos. Parte dos políticos do partido previam que a incitação petista poderia dar fôlego a movimentos de hostilidade contra o partido, como de fato acabou ocorrendo.
Em outro documento, uma nota do PT nacional, Rui Falcão revela a busca do partido por um novo discurso político, que vai além da inclusão social tão destacada pelos governos Lula e Dilma. Em seu primeiro parágrafo, Falcão afirma que os movimentos “colocam na ordem do dia uma nova agenda”.
O “convite” aos petistas no Twitter, porém, foi considerado um desastre dentro do PT. Dirigentes alertaram o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que tem se credenciado como o consultor político de Dilma, sobre o risco de embate entre petistas e manifestantes.
A principal preocupação de boa parte do partido é que ao misturar o PT nas ruas num momento de tensão o próprio partido dê munição a adversários para que transformem parte dos protestos cm atos contra o governo e Dilma diretamente, que, até o momento, não são o alvo central.
Mas o assunto divide opiniões. Uma ala de assessores palacianos acha que o PT tem direito de ir para as ruas e de fazer manifestações, já que é considerado um partido de massas e de mobilizações, com uma ampla militância e pode ter detectado a necessidade dé se conectar melhor com a sociedade. Outra ala, no entanto, acha que o PT tentar se impor em uma manifestação que é apartidária, pode apenas expor o partido, o governo, e a própria presidente.

Piada na rede
O chamamento de Rui Falcão foi atacado pesadamente por jovens que rejeitaram a participação do PT nas manifestações.“Piada do dia"’, “somos apartidários”, “sai pra lá aproveitadores” e “oportunismo canalha” foram algumas das críticas que se fizeram seguir à orientação do dirigente petista.
“Eles são contra o governo Dilma. E o PT é o governo Dilma. Ir para a rua só se for para apanharmos”, disse o deputado Domingos Dutra (PT-MA). Vicente Paulo da Silva, o Vicenti-nho (PT-SP), afirmou que teve vontade de ir para o meio da multidão. “Não fui porque não fui chamado. Não sei se me aceitariam”, disse ele.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 08:55:00


NO BLOG DO JOSIAS

Estética da revolta revela os alvos da juventude 

A estética do megaprotesto que levou os jovens brasileiros às ruas revela que ninguém está a salvo da tempestade social. É na internet que o movimento solta seus principais trovões e seus mais corrosivos raios que os partam. Vai abaixo uma pequena coletânea da galeria disponível na internet. As imagens expõem um movimento apartidário e pós-ideológico. Nessa fase posterior ao triunfo das tarifas, os novos alvos ajudam a entender de que matéria prima é feita a continuidade da revolta. A juventude parece guiar-se pela tese segundo a qual na política nada se cria, nada se transforma, tudo apodrece. Repare.
NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM

COMUNISTAS ABANDONAM MOVIMENTO DE PROTESTO QUE AGORA TEM NOVO LEMA: "VEM PRA RUA, VEM CONTRA O GOVERNO".

Manifestantes mudam o foco do protesto com a debandada dos comunistas. Slogan agora é:“Vem pra Rua, Vem Contra o Governo”  sem bandeiras vermelhas. (Foto do site de O Globo)
O afastamento dos grupos comunistas dos protestos que varrem o Brasil só confirma o que adverti desde o início. O movimento foi deflagrado pelos tais movimentos sociais manipulados pelo PT de Lula e seus sequazes.
Agora nesta madrugada uma matéria em tom de lamentação publicada no site de O Globo revela que os militantes do denominado Movimento Passe Livre saíram do movimento alegando que a pauta de reivindicações teria sido alterada com a dominação de grupos que qualificam de "conservadores".
Informa O Globo que Grupos que se organizaram pela internet, comoRevoltados Online e Pátria Minha, afirmaram que os protestos vão continuar, agora focados na queda da PEC 37 e em pautas contra a corrupção. O mote do MPL “vem para a rua, vem contra o aumento” mudou para “vem pra rua, vem contra o governo”, mas sem os integrantes do Passe Livre.
Transcrevo a reportagem:

Com a manifestação contra a reajuste da tarifa do transporte coletivo transformada em protesto contra partidos políticos e outras causas que se impuseram ao longo das duas últimas semanas, o Movimento Passe Livre (MPL) abandonou nesta quinta-feira o protesto na Avenida Paulista, antes do final, da mesma forma que os movimentos sociais.
Horas antes, em entrevista coletiva, representantes do grupo já haviam anunciado que não assumiriam, por enquanto, a frente de novos atos, assim como não pretendiam levantar nenhuma bandeira sem antes discutir com seus militantes e grupos alinhados à esquerda. Em vozes isoladas, no entanto, alguns líderes assumiam o discurso de que era necessário voltar a temas recorrentes no país, como a necessidade de reformas política e agrária, e a contrariedade a PEC-37, que retira a autonomia dos Ministérios Públicos.
Assim como os partidos, o Passe Livre, que deu origem às manifestações contra o aumento da tarifa de metrô e ônibus, foi chamado de oportunista, aos gritos, por uma parte dos manifestantes. Os grupos próximos do MPL são os movimentos de moradia, o MST e o coletivo Consulta Popular.
— Desde o protesto de segunda-feira, já sentíamos que a manifestação estava ganhando características conservadoras. A direita instrumentaliza pessoas que não têm informação, infelizmente. Estão organizados para expelir as organizações — afirmou Fátima Sandalhel, uma das representantes do Consulta Popular, que deixou a Paulista.
Negociação com partidos
Nesta quinta-feira, o sentimento dos militantes do MPL era de revolta. Aliado também a grupos anarquistas, o Passe Livre tentava romper o bloqueio de outros manifestantes gritando “fascistas”. Um dia antes, sentindo que a manifestação ganhava novas pautas, o MPL reuniu-se com os partidos de esquerda, inclusive com o PT, e com os movimentos sociais.
— A preocupação era que o protesto criasse um clima como o da queda de Salvador Allende, no Chile — estimou uma liderança do MST.
Com isso, o MPL e partidos rivais em muitos momentos, como PSTU, PSOL e PT, prometeram se aliar no protesto, do qual participaria também PCO e a liga de esquerda LER.
— O ato é público. Se o PT quiser vir, são convidados todos. A população tem discernimento sobre isso (a participação ou não dos petistas na queda do preço da tarifa) — disse Mayara Vivian, uma das representantes do MPL.
O movimento existe desde 2005 no país e ganhou força em São Paulo em 2006. Se considera “autônomo, anticapitalista, horizontal e apartidário”. Não contabiliza o número de militantes e se organiza em assembleias e por meio da internet.
Segundo o professor de música Rafael Siqueira, que também representa o movimento, a ideia agora é discutir e avaliar as reivindicações aos quais o MPL deverá se incorporar.
Os membros do movimento criticaram ainda a inclusão de reivindicações que consideraram fora da “carta de princípios” do MPL, como propostas de cunho racial e de distinção de gênero.
— Se organizem e façam suas manifestações— sugeriu Mayara, num recado sem destinatário definido.
Grupos que se organizaram pela internet, como Revoltados Online e Pátria Minha, afirmaram que os protestos vão continuar, agora focados na queda da PEC 37 e em pautas contra a corrupção. O mote do MPL “vem para a rua, vem contra o aumento” mudou para “vem pra rua, vem contra o governo”, mas sem os integrantes do Passe Livre. Do site do jornal O Globo

COPA DAS CONFEDERAÇÕES PODERÁ IR PARA O VINAGRE. PROTESTOS ASSUSTAM AS SELEÇÕES.

Brasília: forte esquema policial faz a segurança do Palácio do Planalto (Foto do site da revista Veja).
Conforme informações do jornal Folha de S.Paulo, publicadas no início da madrugada desta sexta-feira, a Fifa está assustada com os protestos que ocorrem em todo o Brasil e, por isso, seleções participantes da Copa das Confederações estariam pressionando para deixar o país.
A notícia vai ao encontro do comentário de Juca Kfouri na Rádio CBN, na noite desta quinta-feira. No entanto, ele afirmou não ter certeza sobre qual seriam as seleções que poderiam abandonar a competição. Acredita, porém, que seja a italiana, já que os jogadores trouxeram seus familiares ao país.
Em Salvador, o colunista de Zero Hora, Diogo Olivier, conversou com Kfouri e ele confirmou as especulações.
O editor de Copa de Zero Hora, Rodrigo Müzell, conversou com jornalistas italianos, também em Salvador, e informou que os profissionais de imprensa daquele país acreditam ser difícil que a Itália tenha intenção de deixar o Brasil.
Ainda segundo a Folha de S.Paulo, duas seleções teriam procurado a Fifa para "expressar preocupação com a segurança, principalmente de familiares de atletas". Do site da RBS/Diário catarinense



NO BLOG UCHO.INFO

Com os nervos à flor da pele, Dilma convoca reunião de emergência e acompanha racha no PT

(Foto: André Dusek - Estadão)
Ditadura encastelada – Acuada diante da inesperada propagação dos protestos por mais de cem cidades brasileiras, a presidente Dilma Rousseff convocou uma reunião de emergência para a manhã de sexta-feira (21). O encontro, marcado para as 9h30 no Palácio do Planalto, servirá para a presidente discutir com seus assessores as medidas a serem adotadas para minimizar o estrago. Um pronunciamento oficial de Dilma Rousseff, em cadeia de rádio e televisão, não está descartado.
Independentemente da decisão a ser tomada em palácio, a grande questão está no racha que se instalou na cúpula petista. Muitos integrantes o “oficialato” do partido estão criticando duramente a decisão tomada pela direção de aderir aos protestos. Em São Paulo, militantes do PT e de outras legendas foram encurralados pelos manifestantes e tiveram as bandeiras incendiadas. No Rio de Janeiro, foram agredidos por grupos de manifestantes que insistem em manter o caráter apartidário do movimento.
Governador da Bahia, o petista Jaques Wagner é um dos críticos da decisão anunciada pelo presidente do partido, Rui Falcão, e que surgiu do encontro de Dilma, Lula e o marqueteiro João Santana, em São Paulo. “É correto o PT não hostilizar nem criminalizar o movimento. Agora, precisa saber como entra. Não pode engrossar uma coisa difusa. Tenho medo dessa glamourização”, disse Jaques Wagner ao criticar o adesismo de última hora do PT.
Dilma Rousseff tem sido duramente criticada por companheiros de partido que discordam da sua postura fechada e da falta de interlocução com setores da sociedade. Há no PT um grupo que cobra uma ampla e imediata reforma ministerial, o que colocaria o governo da neopetista na rota do abismo.
A falta de convergência de opiniões no momento de grave crise política confirma o descontrole que tomou conta do País. Depois de 72 horas da primeira grande manifestação nacional, ocorrida na última segunda-feira (17), Dilma Rousseff faz apenas uma citação sobre os protestos. Ou seja, o imobilismo de Dilma e o racha no PT são o combustível que faltava para que o Brasil seja incendiado pelo desejo de mudança.


NO BLOG ALERTA TOTAL

Inverno Brasileiro: Dilma aciona gabinete de crise e a ordem é reprimir manifestações sem fabricar mártires

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Leia também o site Fique Alerta – www.fiquealerta.net
Por Jorge Serrão – 
serrao@alertatotal.net

O Governo do PT-PMDB ainda não acabou. Mas a governabilidade já está seriamente comprometida. As grandes manifestações de massa, aparentemente “sem controle”, transformaram o Inverno Brasileiro em um inferno político para os integrantes do Governo do Crime Organizado. Mas o jogo só vai mudar mesmo na hora em que o cidadão-eleitor-contribuinte parar de apenas gritar contra os problemas causados pelos três poderes. É preciso que lideranças orgânicas tenham chance e coragem de lutar para implantar soluções efetivas que transformem o Brasil uma Nação de verdade.
Luiz Inácio Lula da Silva deve estar chorando a perda do monopólio de mobilização das massas que lhe conferia legitimidade e poder político efetivo. Sob tensão máxima, com previsão de agravamento de problemas econômicos gerados pela alta do Dólar e o altíssimo risco de fuga de capitais do Brasil, a Presidenta Dilma Rousseff comanda, a partir das 9h 30min da manhã, uma reunião de emergência do seu “Gabinete de Crise” – que deve se tornar uma dor de cabeça permanente até a saída efetiva do poder.
Existe o risco até de Dilma ser obrigada a falar em cadeia nacional de rádio e televisão sobre as manifestações. O marketeiro petista João Santana, até agora, vinha desaconselhando essa tática. O perigo é que Dilma acabasse chamando para si própria toda a responsabilidade sobre as broncas que alimentam os protestos sem fim. Este é o maior temor dos analistas do governo.
Abatida pela vaia na abertura da Copa das Confederações e preocupada com sua queda de popularidade nas pesquisas, Dilma pode até convocar o Conselho da República para gerenciar a crise. A ordem é por um fim às manifestações, com uma repressão que não causa vítimas fatais – que podem ser transformadas em mártires. O problema (nada simples de resolver) é como parar com o movimento...
A partir de agora, pela mobilização via internet e a presença do povo nas ruas, muita coisa no Brasil será resolvida na base da pressão de opinião pública. A tão sonhada “democracia direta” se torna realidade no Brasil graças ao Facebook, o Twitter, o YouTube, o Instagram e outras redes sociais “menos votadas”. O mundo virtual deu voz no mundo real aos indivíduos que se mobilizaram (e/ou foram mobilizados). E a massa nas ruas consegue acuar os governantes acostumados ao sistema autoritário de poder que sempre vigorou em nossa História.
O Inverno Brasileiro esquentou ainda mais ontem graças ao apoio midiático da Rede Globo. Sempre que seus controladores percebem um jeito efetivo de coagir os governos, a Globo coloca toda sua máquina em ação. Mexe até na imutável grade de programação. Ontem, a emissora líder de audiência deixou de exibir suas novelas “Flor do Caribe” e “Sangue Bom”. A prioridade foi mostrar ao vivo as passeatas no Rio de Janeiro e a manifestação em Brasília. William Bonner nem precisou “editar” o Jornal Nacional porque “os fatos se sucediam ao sabor do momento”...
Ninguém duvida que os petralhas e seus comparsas político-empresariais estão desarvorados e abalados psicologicamente com o movimento que ainda não se sabe, com precisão política, onde vai desaguar. Mas uma importante questão a ficar clara é: quem se beneficia, no curto prazo, deste fenômeno de pressão de massas para forçar uma chamada “democracia direta”?
A resposta inicial seria: a esquerda revolucionária e sua ideologia. Só que tem uma ressalva fundamental. Curiosamente, no Inverno Brasileiro, os partidos políticos (inclusive os de esquerda) sofrem um esvaziamento imediato imposto pela massa protestante. Nas passeatas, partidos ou grupos aparelhados pela esquerda (como a CUT e a UNE) foram impedidos de se manifestar. Chegou-se a queimar bandeiras do PT e PC do B.
Mas é fundamental frisar. Se os partidos esquerdistas estão com o filme queimado, a ideologia de esquerda que motivou todo esse movimento nunca esteve tão vitoriosa. É preciso lembrar que a mobilização inicial para a onda de protestos foi organizada por partidos ligados à chamada Quarta Internacional Socialista. Há muito eles tentavam mobilizações de protesto, até que o aumento da passagem de ônibus em grandes capitais (principalmente São Paulo) serviu de foco concreto e imediato para a gritaria.
O diferencial do Inverno Brasileiro é que a esquerda radical teve roubado o comando das operações de ações psicológicas urbanas. Como as passeatas tiveram visibilidade, porque jornalistas acabaram “vítimas” da repressão policial, os protestos foram difundidos e ganharam a adesão dos indivíduos transformados tecnologicamente em massa nas redes sociais. A partir daí, bastou uma velha “ordem unida” para transformar a maioria em uma torcida organizada contra os governos e os políticos, com “direito” a invasão do campo (as ruas).
O movimento das ruas tende à radicalização no curto prazo. Atos de vandalismo são previsíveis – como a tentativa de invasão do Itamaraty, em Brasília. Também é bem provável a violência estatal – a exemplo do que ocorreu ontem no Rio de Janeiro, onde a tropa de choque da Polícia Militar foi claramente escalada pelo governador Serginho Cabral para baixar o pau nos manifestantes, em agressões gratuitas, que foram filmadas e exibidas nas redes sociais.
Como é mau costume histórico no Brasil, a chamada questão social volta a ser uma questão de polícia – como se criticava na década de 20 do século passado, quando foi concebida tal expressão – e não uma questão prioritariamente de política. A péssima condução do processo pelos políticos – como parece bem previsível – pode abrir espaço para uma ruptura institucional – que pode até interessar a quem realmente manda no Brasil.
Devemos sempre lembrar que o Brasil é uma rica colônia de exploração mantida artificialmente na miséria pelos poderes globalitários. E isto não é “teoria da conspiração”, mas sim a conspiração na prática contra o Brasil. Quem dirige nosso destino não é o governo e muito menos a massa que agora protesta nas ruas.
O País é controlado de fora para dentro pelos interesses, necessidades e vontades da Oligarquia Financeira Transnacional. São os controladores do mundo globalizado quem patrocinam nossos principais políticos, financiam os principais partidos e colocam e tiram “nossos” dirigentes na hora que convém.
Aparentemente, o Poder Real Mundial quer substituir o PT-PMDB por outro grupo de sua confiança – que pode ser a aliança PSDB, PSB, Rede, Solidariedade e Movimento. Por esta lógica, a chapa presidencial para enfrentar Dilma Rousseff (ou seu chefão Lula da Silva, que corre risco de ser obrigado a entrar no páreo) seria formada encabeçada por Aécio Neves, com grandes chances de ter Eduardo Campos como vice.
Claro, tal previsão de disputa eleitoral vai depender no que pode redundar o processo presente de radicalização com a massa nas ruas. Se no curto prazo o processo deve se radicalizar, no médio e longo, precisará dar uma amenizada. O descontrole e a radicalização, em princípio, não atendem aos interesses da Oligarquia Globalitária.
Existe o risco de tal processo fugir até do controle dos nossos “controladores”? Existe, sim. Mas vai depender de uma reação patriótica muito efetiva – e que ainda não se mostra devida e claramente organizada para um processo de tomada do poder com manutenção estável.
Neste Inverno Brasileiro de muita bronca e poucas certezas, uma coisa parece certa. Para o governo e seus políticos, a fase é de “esfíncter em contração máxima”. O que vem pela frente ainda é imprevisível e pode até ser surpreendente. Para o bem ou para o mal do Brasil e dos brasileiros...
Sem causa, mas com efeito
Do fotógrafo e cineasta Carlos Ebert, uma importante reflexão para a torcida brasileira:
Para essa canalha, a Copa do Mundo ia ser a cereja no topo do bolo da dominação e do controle social sobre o Povo Brasileiro. Deu zebra. A reação veio antes da ação. A lei da causalidade faiou...

Ainda bem que a petralhada também é craque em fazer gol contra...
Recado das Legiões
Os presidentes dos três “Clubes Militares” liberaram ontem a seguinte interpretação sobre o “Inverno Brasileiro”, citando até um verso que ficou famoso na música “pra não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré, que foi muito usada na propaganda contra o regime militar de 1964:
“A leitura que os Clubes Naval, Militar e de Aeronáutica fazem das recentes manifestações populares é que elas expressam, majoritariamente, o grito daqueles que estão indignados com o descaso e, às vezes, com a conivência das autoridades governamentais, no que diz respeito às legítimas aspirações da sociedade, ressalvado o perigoso aproveitamento por segmentos radicais que buscam interesses inconfessáveis”.
“Quando o povo se convence de que antigos vícios e omissões se repetem, impunemente, percebe que é chegada a hora de se manifestar clamorosamente. Não mais aceita ser conduzido, resignadamente, como grupo ingênuo. Obriga-se a dar um basta à impostura e à impunidade.
Estaremos sempre atentos e acompanharemos a evolução dos fatos.
“Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.
Assinam a nota o Presidente do Clube Naval - V Alte Paulo Frederico Soriano Dobbin , o Presidente do Clube Militar - Gen Ex Renato César Tibau da Costa, e o Presidente do Clube de Aeronáutica - Ten Brig Ivan Moacyr da Frota.
Sonho ou pesadelo?
Durante a passeata de ontem pelas ruas de Recife, uma cena chamou a atenção de todos.
Um músico tocava o hino nacional em um violino da sacada de um prédio, enquanto sua mulher exibia o cartaz com os dizeres: “O gigante acordou”.
Ainda não dá para ter certeza absoluta de que o “Gigante acordou”.
Até porque o pesadelo corre o risco de ser maior do que a gente imagina...
Bobo da Corte



Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.

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