DA MÍDIA SEM MORDAÇA - 1º-4-2013

NO JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE (Cidade)


EX-PREFEITA

Luizianne volta hoje à sala de aula


Afastada das salas de aula há 11 anos, a ex-prefeita Luizianne Lins (PT), volta a dar aula no curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Ceará (UFC) na manhã desta segunda-feira, 1º de abril. A petista vai ministrar três disciplinas, nas segundas e terças-feiras, nos turnos da manhã e da noite, totalizando 12 horas de trabalho por semana. A maioria dos estudantes do curso têm se mostrado ansiosa pelo retorno da ex-gestora municipal à Universidade.
A primeira disciplina ministrada por Luizianne será a de "Fotopublicidade I", que ocorrerá todas as segundas-feiras, das 9 às 13 horas. Para a cadeira, 35 estudantes se inscreveram, mas apenas 27 foram selecionados. No mesmo dia, das 18 às 22 horas, a ex-prefeita também vai dar aula de Comunicação e Política.
Entre as três disciplinas ministradas por ela, essa foi a mais procurada pelos estudantes do curso de Comunicação Social da UFC. Ao todo, 82 alunos se inscreveram, dos quais apenas 28 foram matriculados.
A terceira cadeira dada por Luizianne será a de "Seminário I: Cobertura da Agenda Social", que será ministrada todas as terças-feiras, das 18 às 22 horas.
A disciplina também foi bastante procurada. Foram 46 solicitações de matrícula, das quais somente 27 foram efetivadas.

Afastada desde 2002

Luizianne estava afastada da UFC desde que assumiu como deputada estadual, em 2002, e continuou nos mandatos seguintes. O semestre letivo que começa nesta segunda-feira (1º) segue até 27 de julho.

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO

Patrocinado pelos Correios, show em festival faz apologia do uso de drogas

Foto
D2, MILITANTE DA MACONHA
Sob o patrocínio de empresas como a estatal Correios, o festival Lollapalooza Brasil 2013, em São Paulo, exibiu esta noite, em vários telões gigantescos, um vídeo em que um sujeito fez a defesa do uso de drogas, argumentando inclusive que "não tem nada de mais" alguém portar 80g ou 100g de entorpecentes "para consumo próprio". Tratava-se de Jaime Gil da Costa, o "Away", ex-integrante do grupo de humor Hermes e Renato, conhecido ativista pelo consumo de drogas, e o vídeo fez parte da apresentação da banda. O canal Multishow, um dos promotores do Lollapalooza, que transmitiu tudo ao vivo, mostrou a imagem sorridente do vocalista Marcelo D2, da banda Planet Hemp, conhecida por fazer apologia ao uso de maconha, prestes a iniciar seu show, assistindo a exibição do vídeo. Em declínio, o grupo não se apresentava na capital paulista há dez anos, e iniciou o show desta noite cantando "Legalize Já". O tema da maconha, cujo odor podia ser sentido entre o público, voltou a ser ressaltado durante "Queimando Tudo", com um vídeo da dupla de humoristas norte-americanos Cheech e Chong, que fizeram sucesso nos anos 1970 e 80 com filmes sobre o assunto. Em "Quem Tem Seda?", refer|ência ao papel utilizado para fazer o cigarro de maconha, o público acompanhou acendendo isqueiros e D2 fez uma espécie de oração.

PGR levou até
dez anos para
denunciar políticos

A Procuradoria Geral da República (PGR) levou 10 anos para acusar o deputado Eduardo Cunha (RJ) no Supremo Tribunal Federal, examinou por nove anos o caso do senador Eduardo Braga (AM), gastou sete anos para acusar o senador Renan Calheiros e cinco para levar ao STF o deputado João Magalhães (MG), denunciado na Operação João de Barro, da Polícia Federal, por lavagem e fraude em licitação.

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Coincidência?

São do PMDB e assumiram recentemente cargos no Congresso os quatro políticos denunciados pela PGR ao Supremo Tribunal Federal.

Monotemático

O procurador-geral Roberto Gurgel afirmou que não denunciou antes esses políticos por “falta de tempo”, tomado pelo caso do mensalão.

Pergunta nos tribunais

Se a PGR, com toda estrutura, tem dificuldade para cumprir o que é de sua competência, o que seria do MP com a prerrogativa de investigar?

Chama a Merkel

Fora do programa de descontos do governo, remédio contra glaucoma Neovite com 60 comprimidos, da alemã Bausch+Lomb, custa R$120 nas farmácias. Em supermercado dos EUA, o dobro custa US$15.

NO BLOG DO NOBLAT

Presidente corintiano diz que torcedores estão sequestrados na Bolívia

Ciro Campos, Estadão
O presidente do Corinthians, Mário Gobbi, desabafou logo após o clássico deste domingo contra o São Paulo sobre a morte do garoto boliviano Kevin Espada durante o jogo contra o San José, pela Copa Libertadores, em fevereiro. Com um discurso inflamado, ele mostrou sua revolta com a situação dos 12 corintianos que estão presos em Oruro há 40 dias, situação que para o dirigente é pior do que a dos tempos de ditadura.
“Eles estão sequestrados lá na Bolívia, é uma situação pior do que a ditadura", disse Gobbi, que considera um absurdo que os torcedores continuem presos. “Como é que você mantém alguém preso sem ter prova nenhuma contra ele? Isso é uma coisa de loucos, uma nojeira muito grande. Eu não durmo sabendo dessa brutalidade, que é maior do que a morte do jovem Kevin Beltrán Espada. Os bolivianos querem pagar a morte dele com essa brutalidade, torturando, sequestrando e mantendo presos brasileiros que até prova em contrário são inocentes”, protestou.



Inflação dos alimentos afeta mais a baixa renda

Fernanda Nunes, Estadão
O aumento dos preços dos alimentos ao longo dos últimos meses vem tirando o fôlego e comprometendo a capacidade de compra de um grupo em especial: o consumidor de baixa renda. Para esse segmento, base da festejada "nova classe média", a inflação pesa mais.
O indicador que mede a variação de preços em 12 meses para as famílias com ganho mensal de até 2,5 salários mínimos, em fevereiro, foi de 6,94%, nível superior ao da média dos brasileiros, que registrou 6,04%.
A diferença da inflação por classe de renda ocorre, na verdade, desde julho do ano passado. A Fundação Getúlio Vargas (FGV), que calcula o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1, a chamada inflação da baixa renda) e o Índice de Preços ao Consumidor - Disponibilidade Interna (IPC-DI), vem registrando o deslocamento.


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO

Os 12 corintianos que estão na Bolívia foram sequestrados. E o governo brasileiro continua a falar fino

Gosto de gente corajosa! Tenho apreço por aqueles que não se deixam intimidar por correntes de opinião. Admiro as pessoas que decidem enfrentar as patrulhas e não temem dizer o que tem de ser dito por receio de que sua opinião vá ser mal interpretada. O debate público, hoje, no Brasil, anda interditado por aiatolás que têm a ousadia de determinar o que pode e o que não pode ser pensado.
Por que tudo isso? Ainda que com atraso de uma semana, dou destaque neste blog ao artigo escrito pela professora de direito Janaina Conceição Paschoal na Folha. Ela trata da situação de 12 brasileiros presos na Bolívia — no caso, 12 corintianos. Vocês conhecem a história.
Em seu artigo, a criminalista diz que esses brasileiros foram, na prática, sequestrados. A prisão é absurda. E ela explica por quê. É compreensível que o caso tenha gerado comoção na Bolívia. Houve manifestações públicas até contra o “Brasil imperialista”…
Na campanha de 2002, Chico Buarque criticou o Brasil que, segundo ele, falava grosso com Paraguai e Bolívia e fino com Washington. Isso agora mudou um pouco. Não é certo que Banânia fale grosso com Washington, mas não se questione que fale fino com a Bolívia…
Segue o texto de Janaina, que é advogada criminalista e professora livre-docente de direito penal na Universidade de São Paulo.
Durante um jogo de futebol na Bolívia, alguém disparou um sinalizador e um jovem morreu. A comoção foi imediata e proporcional à situação. O desenrolar da história, entretanto, fugiu a todos os padrões, pois, por um sinalizador lançado, 12 cidadãos brasileiros foram e continuam presos, não se sabe em que condições.
A lição mais óbvia é a de que se deve abolir o uso dos fatídicos sinalizadores. Acontecimentos recentes provam que eles só causam problemas. Revistar o público antes dos jogos de futebol também constitui necessidade básica, valendo ficar atento para a Copa que se aproxima.
Há, ainda, as consequências desportivas como a da punição do time e, por conseguinte, da torcida.
Várias foram as manifestações na imprensa, todas em torno dos males causados pelas torcidas organizadas e do cabimento, ou não, das sanções aplicadas a todos os torcedores em virtude do ato de um.
Estranhamente, até agora, ninguém perguntou como pode o ato de uma única pessoa levar 12 a prisão! E, pior, não parece fazer diferença o fato de nenhum dos 12 presos ter sido o autor do disparo do sinalizador.
A situação resta ainda mais problemática quando se constata que, tendo aparecido um culpado, a Justiça boliviana se nega a libertar os brasileiros, mantendo-os em cárcere até que o indivíduo se apresente! Ora, o que é isso senão um sequestro?
Mesmo que o verdadeiro autor do disparo do sinalizador tivesse sido detido, por se tratar de uma conduta culposa (o sinalizador foi lançado sem qualquer intenção de matar alguém), a prisão provisória poderia ser contestada.
É certo que competiria às autoridades brasileiras zelar para que o preso fosse mantido separado dos demais encarcerados, até para a preservação de sua integridade física, dadas a repercussão do caso e a hostilidade que costuma haver relativamente aos estrangeiros.
No entanto, diante da prisão de pessoas inocentes, o país deve exigir a imediata devolução de seus cidadãos, que não podem continuar sendo usados como estandartes do rigor boliviano.
É como se, por estar no lugar errado, na hora errada, toda arbitrariedade findasse legitimada. Poder-se-ia alegar que os detidos também estavam portando sinalizadores, o que, aliás, não restou evidenciado. Mas mesmo que isso fosse verdade, por acaso, quando alguém é atropelado, o motorista que passa ao lado pode ser responsabilizado, porque, afinal, também estava dirigindo? Não tem o menor sentido!
Nem sequer em casos de crimes dolosos, quando, por exemplo, um sujeito dá um tiro na cabeça de outro, querendo matá-lo, os amigos do atirador podem ser punidos.
O que está acontecendo na Bolívia contraria, flagrantemente, os fatos e a lógica jurídica de qualquer sociedade minimamente democrática.
Lançar o sinalizador foi uma idiotice. A morte do rapaz pode, sim, ser considerada um homicídio; entretanto, trata-se de homicídio culposo (sem intenção) e é impossível admitir que 12 pessoas sejam infundadamente mantidas presas como reféns. O Itamaraty tem que fazer alguma coisa, não só no âmbito jurídico, mas também no político!
Por Reinaldo Azevedo



João Santana é titular do 41º ministério de Dilma; é o mais poderoso hoje; oficialmente, ele trabalha… de graça! Ou: “Por que essa boca tão grande, vovozinha?”

Com o recém-aprovado ministério da Micro e Pequena Empresa, que ainda aguarda titular, a presidente Dilma Rousseff já conta 40 pastas. Não deve haver paralelo no mundo, a exemplo da nossa jabuticaba e da nossa pororoca. A China tem quase 1,4 bilhão de pessoas, um PIB que beira os US$ 9 trilhões e apenas 28 ministérios — incluindo seu Banco Central. Com 300 milhões de habitantes e US$ 15 trilhões de PIB, os EUA se contentam com 15 Departamentos de Estado. Os US$ 2,931 trilhões do Brasil e pouco menos de 200 milhões de brasileiros precisam de 40 ministérios!!! “Por que essa boca tão grande, vovozinha?” É para te comer!!! Mas este post nem vem a propósito desse descalabro.
Mesmo com essa multidão na Esplanada, quem anda dando as cartas no Planalto é o 41º ministro, o que não tem pasta. Trata-se do marqueteiro João Santana. Reportagem de Otávio Cabral e Adriano Ceolin na VEJA desta semana mostra a crescente influência de Santana sobre a presidente. Pode-se afirmar, sem favor, que o marqueteiro virou uma espécie de estrategista de políticas de estado. “Para quê? Para fazer o Brasil glorioso?” Marqueteiros cuidam da reputação de quem lhes paga a conta. Leiam trechos da reportagem. A íntegra está na revista. 
 *
O jornalista João Santana exerce um papel fundamental no cotidiano do atual governo. Ele é o idealizador da bem-sucedida campanha da reeleição de Lula em 2006 e alquimista com o dom de transformar “postes” em candidatos vitoriosos, feitos notórios na eleição de Dilma Rousseff à Presidência da República e na condução de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo no ano passado. Ninguém discute sua eficiência na construção da imagem de um postulante a cargo público. Comete um erro fatal quem menospreza sua precisa leitura dos hemisférios invisíveis das massas eleitorais. Santana é capaz de mapear os pontos fracos dos adversário com a precisão de um acupunturista. São habilidades inquestionáveis que ampliara sua contínua influência na administração Dilma mesmo depois de fechadas as urnas, a ponto de ele ter se tornado um poderoso ministro sem pasta, um conselheiro político sem partido, o estrategista sem gabinete e, mais recentemente, o principal roteirista das ações do governo.
Na última segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff desembarcou de um helicóptero em Serra Talhada, cidade de 90000 mil habitantes no sertão do Pajeú, em Pernambuco. Sob um sol inclemente de mais de 35 graus, ela acenou para a multidão que a aguardava, mandou beijos, afagou crianças e fez coraçõeszinhos com as mãos. Abraçou prefeitos e vereadores e entregou a eles chaves de tratores, escavadeiras e caminhões doados pelo governo federal para o  combate à seca. Minutos depois, subiu ao palanque ao lado do governador de Pernambuco e virtual candidato a presidente pelo PSB, Eduardo Campos, antigo aliado que se tornou o adversário do momento. Em um discurso longo, disparou petardos na direção do anfitrião, cobrando, sem ser explícita, lealdade e condenando, também sem ser explícita, a ambição presidencial. Pouco depois, voou ao Rio de Janeiro, onde participou de uma missa em memória das vítimas das enchentes. Nenhum movimento da presidente — gestos, palavras e ações — foi fruto de improviso. Tudo foi exaustivamente treinado e discutido previamente com João Santana, a partir do momento em que as pesquisas encomendadas pelo marqueteiro detectaram que uma possível candidatura do governador pode pôr em risco a supremacia eleitoral PT no Nordeste, que vem garantindo vantagens ao partido desde a primeira vitória de Lula, em 2002.
João Santana é o responsável por promover a fusão das políticas de governo com a estratégia da campanha de Dilma à reeleição em 2014.
(…)
O jornalista [João Santana] é muito bem remunerado para dar sugestões e responder às questões de seus clientes. Mas há uma pergunta que ele se recusa a responder: quem paga pelo seu trabalho com a presidente? Oficialmente, João Santana não recebe nada do Palácio do Planalto. Ele já fez campanhas na Venezuela, República Dominicana, Argentina e em Angola. No Brasil, tem apenas um cliente conhecido: o PT. Em 2010. o marqueteiro cobrou 50 milhões de reais pela campanha de Dilma. É possível que esses gastos embutam a consultoria ao longo do governo. “É preciso regulamentar a atuação desse tipo de profissional. Todo hibridismo entre o público e o privado é condenável”, avalia Clovis de Barros Filho, professor de ética da USP. 
(…)
Por Reinaldo Azevedo


NO BLOG DO CORONEL


Guerra midiática.

Na hora em que os tucanos investem contra o governo petista, acusando-o de ser um produto de marketing, o Estadão publica levantamento mostrando que os governos tucanos gastaram R$ 2,4 bilhões em publicidade nos últimos 10 anos, em São Paulo. E que os gastos foram maiores em 2009, quando Serra preparava sua campanha à presidência. Leia aqui a resposta burocrática do governo paulista, dizendo que, basicamente, em relação a orçamento, o gasto é compatível. Deveria mostrar, em vez disso, os resultados obtidos com as campanhas produzidas. E ter em mãos os gastos do governo federal com as suas campanhas midiáticas. Mas, como sempre, o PSDB não tem resposta pronta para nada.

Mesmo sem receber um trem, a Ferrovia Norte-Sul já está condenada.

Grandes trechos concluídos da Ferrovia Norte-Sul já estão com seus dormentes - peças de madeira que sustentam os trilhos - completamente deteriorados, mesmo sem terem recebido uma locomotiva sequer, conforme auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União. O órgão deu prazo de 60 dias para que a Valec, estatal federal responsável pela construção da ferrovia, corrija a situação. De acordo com o TCU, a principal causa dos danos foi o excesso de água e a erosão, devido à não realização de obras de drenagem. A estimativa é de que os diversos problemas encontrados na ferrovia custarão mais de R$ 400 milhões aos cofres públicos.

A Ferrovia Norte-Sul, projeto que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gostaria de ter inaugurado em 2010, está em processo de deterioração, sem nunca ter sido utilizada por uma locomotiva sequer. Auditoria recente do Tribunal de Contas da União (TCU) encontrou longos trechos de trilhos - já instalados - com uma série de deficiências. Agora foi a vez dos dormentes, peças que suportam os trilhos.

Uma inspeção local que acaba de ser concluída pelos auditores do órgão de fiscalização encontrou dormentes de madeira de alta resistência completamente danificados. Essas peças são utilizadas no assentamento de aparelhos que apoiam a mudança de vias da ferrovia, situação comum em pátios de desvios. Pela especificação da Valec, deveriam estar livres de defeitos que pudessem afetar sua resistência ou durabilidade, como apodrecimento, rachaduras, furos, nós e danos causados por quedas ou uso inadequado.O TCU deu prazo de 60 dias para que a Valec - estatal federal responsável pela construção da ferrovia - dê um jeito na situação.

Uma das principais causas da deterioração que agora chega aos dormentes é o excesso de água. A Valec, segundo o tribunal, não cobrou de empresas a execução de obras que estavam previstas. O mesmo foi verificado quanto à instalação de taludes de cortes para suportar a malha. "Mesmo conhecendo a necessidade de drenagem e de proteção de taludes para a segurança da construção ferroviária, a Valec deixou de exigir a realização desses serviços em diversos trechos do Lote 7 da Ferrovia Norte-Sul", aponta a auditoria.

Outra consequência da falta de drenagem já pode ser verificada em campo, a erosão. "De maneira geral, a erosão é responsável por grande parte dos problemas que ocorrem ao longo da ferrovia", diz o relatório.

Os trilhos que já foram utilizados na construção da Norte-Sul vieram da China. A Valec reconheceu que não tem registro de inspeção para embarque (na China) e nem registro de inspeção de recebimento desse material no Brasil. A estatal informou que o controle de qualidade dos trilhos, na etapa de recebimento no Brasil, é feito "por olho" mesmo, ou seja, se um cidadão enxergar alguma falha ou trilho empenado, o material é devolvido. Se a visão falhar, passa tudo.

A estatal encaminhou documentos ao TCU sobre ensaios técnicos e inspeções feitas na fábrica de trilhos na China. A documentação apresentada, concluiu o tribunal, não comprovava que esta referia-se aos trilhos destinados ao Brasil, não registrava acompanhamento, verificação e nem mesmo testes realizados por fiscal ou terceiros devidamente credenciados pela Valec. "Conclui-se que a Valec delegou ao contratado toda a responsabilidade pelo controle de qualidade do trilho, inclusive quanto ao seu embarque e desembarque dos trilhos, também sem acompanhamento, verificação e testes por preposto da estatal", relatam os auditores.

A Valec tem enfrentado enorme dificuldade para adquirir as 243 mil toneladas de trilhos novos para a Norte-Sul e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), seu segundo empreendimento, em construção na Bahia. O material que a estatal possuía em estoque já se esgotou. Tudo caminha para que os editais da companhia, lançados neste ano, acabem em briga judicial.

A estimativa é de que a infinidade de problemas que tomou conta da Norte-Sul custará mais de R$ 400 milhões aos cofres públicos. O dinheiro já começou a ser gasto para tentar liberar os 855 km da ferrovia que estão entre Palmas (TO) e Anápolis (GO). Além de ter que consertar estruturas e trilhos mal instalados, será preciso erguer pátios logísticos e estruturas que constavam dos contratos com empreiteiras e que não foram feitos. O TCU exigiu a repactuação dos contratos.

Há cerca de dez dias, a Valec comunicou que pretende oferecer a capacidade de transporte do trecho ferroviário da Fiol, entre as cidades de Caetité e Ilhéus, na Bahia. O compromisso é entregar essa malha pronta para operação até o fim de 2014. (Valor Econômico)

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